Como passar em concursos CESPE: direito processual civil: 163 questões comentadas de direito processual civil
By Wander Garcia and Ana Paula Garcia
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Trata-se de uma organizadora que elabora exames bem diferentes das demais. O CESPE costuma ser bem original em todos os aspectos mencionados e fazer perguntas de alto grau de dificuldade, sendo comum, inclusive, a repetição de questões, com certas modi cações, em exames seguintes.
É por isso que a presente obra é indispensável para você que deseja ser aprovado no exame do CESPE. A partir da resolução de todas as questões presentes no livro, você entrará em contato com o jeito, as técnicas, as teses jurídicas, a doutrina e os temas preferidos e recorrentes da examinadora, o que, certamente, será decisivo para a sua aprovação.
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Como passar em concursos CESPE - Wander Garcia
Coordenadores
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
À LUZ DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – LEI 13.105/2015
Denis skorkowski, Fernando Cavalcante, Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira*
Para fins didáticos inserimos questões bônus de outras bancas examinadoras, de modo a incrementar os estudos sobre o NCPC.
1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL
(Juiz de Direito/AM – 2016 – CESPE) Acerca da jurisdição e dos princípios informativos do processo civil, assinale a opção correta.
(A) No âmbito do processo civil, admite-se a renúncia, expressa ou tácita, do direito atribuído à parte de participar do contraditório.
(B) A jurisdição voluntária se apresenta predominantemente como ato substitutivo da vontade das partes.
(C) A carta precatória constitui exceção ao princípio da indeclinabilidade da jurisdição.
(D) A garantia do devido processo legal se limita à observância das formalidades previstas no CPC.
(E) O princípio da adstrição atribui à parte o poder de iniciativa para instaurar o processo civil.
A: correta. Compete ao juiz zelar pelo efetivo contraditório (NCPC, arts. 7º, 9º e 10), que é o binômio informação + possibilidade de manifestação. Agora, o seu exercício é uma escolha das partes, que, diante de direitos disponíveis, podem optar por se manifestar ou não. É o caso, por exemplo, do réu que, citado, fica revel; B: incorreta, pois na jurisdição voluntária o magistrado não decide uma controvérsia (ou seja, inexiste substituição da vontade das partes), mas há mera integração (complementação) da vontade dos interessados (que sequer são chamados de partes
, pois não há lide e posições antagônicas); C: incorreto, pois no caso da expedição de carta precatória o juiz pede a cooperação do órgão jurisdicional competente, não havendo delegação de jurisdição; D: incorreto. Em se tratando de cláusula geral decorrente da própria CF (art. 5º, LIV), o devido processo legal compreende a obediência a várias garantias mínimas (contraditório, motivação das decisões, duração razoável do processo, dentre outras), que não precisam estar previstas necessariamente no CPC. Exatamente por isso se trata de um princípio, que permeia todo o sistema; E: incorreto, pois a alternativa trata do princípio da inércia da jurisdição, consubstanciado no art. 2º, NCPC. O princípio da adstrição (também chamado de princípio da congruência), por sua vez, remonta à ideia de que o juiz deve decidir nos limites daquilo que foi pedido (art. 492, NCPC).
Gabarito A
(Cartório/RR – 2013 – CESPE) Considere que, tendo sido proferida sentença de mérito, uma das partes tenha interposto pedido de reconsideração e o juiz tenha recebido o pedido como embargos de declaração. Nesse caso, o magistrado
(A) afrontou o princípio da taxatividade.
(B) obedeceu ao princípio da fungibilidade.
(C) violou o princípio da consumação.
(D) atendeu ao princípio da complementaridade.
(E) desrespeitou o princípio da singularidade.
A: correta. O princípio da taxatividade restringe os recursos àqueles descritos em lei (NCPC, art. 994); B: incorreta, pois o princípio da fungibilidade (receber um recurso pelo outro) depende do uso de dois recursos, sendo que reconsideração não é recurso – exatamente como visto na alternativa anterior; C: incorreta. O referido princípio determina que, após interposto o recurso é vedado à parte praticá-lo novamente, ocorrendo a preclusão consumativa; D: incorreta. O princípio da complementariedade é aplicável nos casos em que haja alteração da decisão, como acolhimento de embargos de declaração, o que não é a hipótese; E: incorreta. O princípio da singularidade ou unirrecorribilidade aponta que de cada decisão somente é cabível um recurso, o que não é a hipótese em análise.
Gabarito A
(Magistratura/PE – 2013 – FCC) Cabe ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial, e, se não o fizer, como regra geral presumir-se-ão verdadeiros os fatos não impugnados. Esse ônus concerne ao princípio processual da
(A) congruência.
(B) eventualidade.
(C) isonomia processual.
(D) duração razoável do processo.
(E) inércia ou dispositivo.
A: incorreta, porque princípio da congruência, ou adstrição é que impõe ao juiz o dever de julgar a causa com base nos elementos dela; B: correta, de acordo com o gabarito oficial. A doutrina se refere à regra que consta do enunciado da questão como sendo o princípio do ônus da impugnação especificada, previsto no art. 341 do NCPC. Princípio da eventualidade, ou da concentração, é aquele que impõe às partes o ônus de alegarem todos os fatos capazes de levar ao acolhimento, ou à rejeição do pedido, na primeira oportunidade que tiverem de falar nos autos, sob pena de preclusão. Para o réu, a regra fica bem clara pelo que consta dos arts. 336 e 342 do NCPC; C: incorreta, porque isonomia significa a necessidade de que as partes recebam o mesmo tratamento por parte da lei e do juiz, com as mesmas oportunidades e faculdades; D: incorreta, obviamente; E: incorreta, porque por princípio da inércia entende-se a necessidade de provocação do interessado para que seja movimentada a máquina judiciária.
Gabarito B
2. PARTES, PROCURADORES, MINISTÉRIO PÚBLICO E JUIZ
(Procurador do Estado/AM – 2016 – CESPE) Pedro, motorista da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas, conduzia um veículo do referido ente público, quando provocou acidente automobilístico que resultou na incapacidade física e mental de Flávio. Após a interdição de Flávio, seu advogado pretende ajuizar ação de reparação de danos materiais e morais. Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.
(1) Proposta a ação de reparação de dano, o MP do Estado do Amazonas deverá ser intimado para intervir como custos legis na relação processual em apreço.
(2) Proposta ação de reparação de dano, a citação deverá ser realizada na Procuradoria do Estado do Amazonas, que terá o prazo em quádruplo para apresentação da sua defesa.
(3) A ação de reparação de dano exige a formação de litisconsórcio passivo necessário em que deverão figurar como demandados o motorista Pedro e a Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas.
1: correta, porque o enunciado dá conta acerca da interdição de Flávio, de modo que, havendo interesse de incapaz, é necessária a intervenção do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica (art. 178, II, NCPC); 2: incorreta. De fato, a representação judicial do Estado compete à Procuradoria Estadual (art. 182, NCPC), a qual, no entanto, terá prazo em dobro para realizar as manifestações processuais (art. 183, NCPC); 3: incorreta. O litisconsórcio, neste caso, é facultativo (art. 113, NCPC); até porque a natureza da relação jurídica existente entre autor e réus é diferente.
Gabarito 1C, 2E, 3E
(Analista – Judiciário –TRE/PI – 2016 – CESPE) A respeito da atuação do Ministério Público (MP), do advogado e do juiz e da competência do órgão jurisdicionado, assinale a opção correta.
(A) A suspeição e o impedimento do juiz podem ser arguidos em qualquer tempo ou grau de jurisdição, ou até mesmo após o trânsito em julgado da sentença, mediante ação rescisória.
(B) A competência para processar e julgar ação reivindicatória de bens imóveis situados em dois ou mais municípios é fixada pela prevenção entre os municípios em que o bem estiver situado.
(C) A parte que não seja advogado poderá postular em causa própria perante a justiça comum, mas com atuação limitada ao primeiro grau de jurisdição, caso na localidade não haja advogados ou se os ali existentes se recusarem a fazê-lo ou se encontrarem impedidos para tal.
(D) Nas ações referentes ao estado e à capacidade das pessoas propostas pelo MP, a falta de intervenção deste como fiscal da lei provocará a nulidade do processo.
(E) A incompetência em razão da matéria e da pessoa pode ser conhecida e declarada de ofício, mas a incompetência em razão do lugar e da hierarquia só pode ser declarada mediante provocação da parte interessada.
A: incorreta, pois a ação rescisória só poderá ser ajuizada no caso de impedimento (art. 966, II, NCPC); B: correta, conforme se depreende do art. 60, NCPC; C: incorreta, já que a parte só poderá postular em causa própria quando possuir habilitação legal (art. 103, parágrafo único, NCPC) – essa previsão existia no Código anterior, mas não foi repetida no NCPC; D: incorreta, pois o MP não precisa intervir como fiscal da lei nas ações em que é parte; E: incorreta. Somente a incompetência absoluta, dentre a qual está incluída aquela em razão da hierarquia, pode ser declarada de ofício pelo juiz (arts. 64, § 1º, e 337, § 5º, NCPC).
Gabarito B
(Cartório/PI – 2013 – CESPE) No que diz respeito às funções institucionais do MP, assinale a opção correta.
(A) O MP tem legitimidade para impugnar pedido de retificação de assentamento no registro civil das pessoas naturais.
(B) O órgão do MP não será civilmente responsável, caso, no exercício de suas funções institucionais, proceda com dolo ou fraude.
(C) Ao atuar, em processo civil, na tutela de interesses de pessoas interditadas, o MP exerce a função de representante da parte material.
(D) Caso o alimentando tenha alcançado a maioridade, o MP será parte legítima para recorrer contra decisão em ação que discuta alimentos.
(E) O MP, exercendo a função de fiscal da lei, detém legitimidade para recorrer adesivamente.
A: correta (NCPC, art. 721, sendo que a retificação de assento decorre disso). B: incorreta, pois a lei não limita a responsabilidade somente às funções institucionais (NCPC, art. 181); C: incorreta, porque o MP nunca atuará como representante da parte, mas como substituto processual (NCPC, arts. 18 e 177); D: incorreta para a banca. O MP não tem legitimidade para intervir em processos em que há interesses de capazes (NCPC, art. 178) – mas, eventualmente, trata-se de interditado e, aí, poderia o MP atuar (mas o enunciado é omisso); E: incorreta, pois o MP, enquanto fiscal da lei, não sucumbe – sendo a sucumbência recíproca o requisito para se recorrer adesivamente (NCPC, art. 997, § 1º).
Gabarito A
(Técnico – TJ/CE – 2013 – CESPE) Com base na atuação do Ministério Público, assinale a opção correta.
(A) O Ministério Público será ouvido em todos os conflitos de competência, mas terá qualidade de parte naqueles que suscitar.
(B) O Ministério Público não poderá produzir prova em audiência nas causas em que atuar apenas como custos legis .
(C) É imprescindível a intervenção do Ministério Público em ações populares, mas não em mandados de segurança.
(D) Cabe ao juiz determinar a intervenção do Ministério Público nos casos em que a lei a considerar obrigatória, não sendo ônus da parte requerer sua intimação.
(E) Ao ajuizar ação civil pública na defesa de interesses difusos, o Ministério Público atua como fiscal da lei.
A: correta conforme art. 116, parágrafo único, NCPC; B: Incorreta. Poderá produzir provas por previsão do artigo 179, II, NCPC; C: Incorreta conforme art. 12 da Lei 12.016/2009; D: Incorreta conforme artigo 279 do NCPC. Se a parte não promover a intimação, acarretará a nulidade do processo; E: Incorreta. O MP apenas atuará como fiscal da lei (fiscal da ordem jurídica, na nomenclatura do NCPC) se não atuar como parte (art. 5º, § 1º da Lei 7.347/1985).
Gabarito A
(Magistratura/BA – 2012 – CESPE) Considerando que o instrumento de mandato com cláusula ad judicia habilita o advogado em juízo, assinale a opção correta.
(A) A validade do instrumento de mandato com cláusula ad judicia independe de constar, em seu bojo, a identificação da ação a ser ajuizada ou o juízo a ser provocado.
(B)