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Nova Escola de Engenharia
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Nova Escola de Engenharia

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A criação de uma escola de engenharia pode alterar a dinâmica de desenvolvimento de uma região? Ao observar o que ocorreu na cidade de São Carlos com a criação da Escola de Engenharia da Universidade de São Paulo (USP), não há dúvidas dessa importante contribuição. Direciona-se a economia, amplia-se a demanda por serviços, capacitam-se pessoas e o foco passa ser a qualidade que será sustentada pelo convívio com docentes e técnicos especializados, muitas vezes oriundos de outras regiões mais desenvolvidas. Isso também ocorreu com a criação da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto, que se tornou um polo de referência em saúde. A proposta dos autores é a criação de uma escola de engenharia interligada à região leste da cidade de São Paulo, inclusive com a criação de uma escola de ensino médio, interagindo com as indústrias, com o comércio e com a população, por intermédio da ação de seus alunos, técnicos e professores. O desa¬o é transformar o espaço existente na zona leste, por meio da oferta de um polo de formação e desenvolvimento pro¬ssional que inclui as áreas de desenho urbanístico, engenharia civil, engenharia de computação e engenharia de produção.
LanguagePortuguês
Release dateSep 4, 2018
ISBN9788546212415
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    Nova Escola de Engenharia - Osvaldo Shigueru Nakao

    USP

    Introdução

    A questão do desenvolvimento econômico de um país necessariamente se apoia na Educação. Não há dúvida com relação ao preponderante papel que o conhecimento e a tecnologia exercem como alicerces para sustentar o sucesso do planejamento de vários dos países que se tornaram protagonistas neste século XXI. Observa-se também que todos os indicadores utilizados para justificar esse sucesso apontam para mais e melhores engenheiros.

    É nessa inspiração que nasceu a ideia de se criar uma Unidade de Ensino de Engenharia que constituía elemento integrante de um amplo projeto de desenvolvimento regional – o Programa de Desenvolvimento Econômico da Zona Leste da cidade de São Paulo.

    A cidade de São Paulo é a capital do estado de São Paulo, cuja área territorial é 3% do Brasil, com 41 milhões de habitantes, que é 21% da população do país. O PIB do estado de São Paulo é 31% do PIB do Brasil, que é atualmente o 9o mundial. Mas, apesar disso há espaços urbanos, como a Zona Leste de São Paulo, que não têm a mesma qualidade das outras regiões da cidade e necessitam de ingredientes como escolas técnicas e de engenharia para o almejado desenvolvimento econômico e social.

    Como a Unidade de Ensino planejada em 2004 não foi constituída e a proposta se mantém atual mesmo decorrida mais de uma década, a divulgação dos preceitos e da estrutura está sendo feito por esta publicação.

    O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) executa diversos projetos, oferecendo aos parceiros apoio técnico, operacional e gerencial, por meio de acesso a metodologias, conhecimentos, consultoria especializada e ampla rede de cooperação técnica internacional. Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento humano, o combate à pobreza e o crescimento do país nas áreas prioritárias, o Pnud Brasil apoiou o projeto realizado em 2004 que atendeu a uma demanda específica da prefeitura do município de São Paulo. O objeto era o delineamento de uma proposta que contivesse as diretrizes para a criação de uma Unidade de Ensino Técnico e de Engenharia na Zona Leste da cidade de São Paulo.

    Mesmo hoje, a Unidade de Ensino proposta poderá consolidar-se como um polo de formação e desenvolvimento profissional na região, integrando formação de nível técnico, superior e, posteriormente, aperfeiçoamento de profissionais (extensão), possibilitando, assim, a inclusão social dos habitantes da Zona Leste da cidade, a integração dessa região com a metrópole e o desenvolvimento de capacidades potenciais locais.

    O conjunto de profissionais contatados pelo Pnud para estudar os diferentes aspectos da Unidade de Ensino e coordenados pela prefeitura do município de São Paulo adotou como método de trabalho tratar dos aspectos gerais do que foi chamado Projeto Engenharia Zona Leste de modo conjunto, já que deveriam ser comuns à Unidade de Ensino idealizada. Foram assim estabelecidas diretrizes comuns para os diferentes cursos, que passaram a adotar a mesma estrutura. De modo semelhante, para o caso dos recursos de infraestrutura e pessoal, imaginou-se o seu compartilhamento.

    Em um segundo momento, cada profissional tratou das particularidades do escopo do seu trabalho. Os profissionais que participaram do projeto são docentes da Escola Politécnica da USP: Anna Helena Reali Costa, Francisco Ferreira Cardoso, Mauro Zilbovicius, Paulo Sérgio Cugnasca e Osvaldo Shigueru Nakao.

    A proposta concentra-se nos cursos de engenharia, descrevendo os pressupostos que nortearam suas definições, constituições, estruturas e seus recursos. Propõe-se a criação de cursos em três modalidades da Engenharia: Civil – ênfase Construção Sustentável; Elétrica – ênfase Computação; e Produção – ênfase Mecânica. Em menor grau, apresenta os cursos de nível técnico vinculados aos cursos superiores propostos, assim como a inter-relação entre os níveis técnico e superior.

    1. Conceitos e Premissas para os Cursos de Engenharia

    A Zona Leste situa-se no centro da região metropolitana da cidade de São Paulo, apresentando a maior área entre as cinco zonas da cidade, com 32.680 hectares, correspondendo a 22% da área do município de São Paulo. Tem a maior população, com 3,3 milhões de habitantes, representando um terço da população da cidade. Por outro lado, a região representa apenas 8% da atividade econômica da cidade, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito baixo, ou seja, a metade do valor médio da cidade de São Paulo: a Zona Leste tem IDH = 0,478, enquanto a média para São Paulo é de IDH = 0,841. Ainda, cerca de 40% dos desempregados da cidade lá habitam.

    Esses fatos motivaram a definição, no plano diretor estratégico da cidade de São Paulo, da Zona Leste como uma das prioritárias para ações da Prefeitura de São Paulo na gestão da prefeita Marta Suplicy. Transformar a região pelo desenvolvimento econômico era um dos alvos da prefeitura, por intermédio do Programa de Desenvolvimento Econômico da Zona Leste de São Paulo, cujas ações concentravam-se em três linhas para gerar crescimento econômico, transformação urbana e inclusão social:

    1. Integração físico-territorial, visando à melhoria e à expansão da rede viária interna à Zona Leste, incluindo a extensão da Radial Leste e do complexo viário Jacu-Pêssego, assim como a legalização dos imóveis comerciais e residenciais, entre outros.

    2. Institucional, com a oferta de incentivos às operações econômicas localizadas dentro do perímetro da operação urbana na Zona Leste.

    3. Educação e conhecimento, com a criação de uma fundação voltada ao ensino público e gratuito, nos níveis técnico e superior.

    A proposta desenvolvida inseria-se na terceira linha de ação da prefeitura, e delineava uma Unidade de Ensino Técnico e de Engenharia de qualidade, que oferecesse uma sólida formação, ao mesmo tempo conceitual e prática, formando recursos humanos com capacidade de inovação e desenvolvimento de novas tecnologias aplicáveis a problemas concretos da Zona Leste, do presente e do futuro.

    Para isso, algumas premissas foram definidas para os cursos de Engenharia, fundamentando a proposta, a saber:

    • concentrar-se no oferecimento de uma formação sólida, de qualidade;

    • propiciar forte integração da teoria e prática durante a formação do aluno;

    • fornecer formação sistêmica ao aluno;

    • adequar a formação oferecida às exigências da realidade socioeconômica da Zona Leste da cidade;

    • viabilizar a permanência em tempo integral do aluno na escola, durante os períodos de aula;

    • desenvolver o empreendedorismo no perfil do aluno;

    • aumentar a empregabilidade do aluno;

    • estimular a fixação do egresso na Zona Leste.

    Norteado por essas premissas, o projeto desenvolvido estabelecia, para a formação dos egressos da Unidade de Ensino:

    • desenvolvimento de atitudes e habilidades, além de conhecimentos tecnológicos, assegurados por meio de uma formação que alie teoria e prática, da dinâmica de condução e coordenação das disciplinas e do acompanhamento dos alunos, com valorização do trabalho criativo e em equipe;

    • desenvolvimento de um pensamento sistêmico, possibilitando que o aluno aprenda a delinear bem os problemas e suas condições de contorno, colocando-os de maneira clara, organizada

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