Almanaque de puns, melecas e coisas nojentas
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Sobre este e-book
Com uma linguagem simples e irreverente, o livro traz ainda boxes de curiosidades, como a história de que Mao Tsé-Tung nunca, nunquinha mesmo, escovou os dentes! Aguenta o bafo!
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Almanaque de puns, melecas e coisas nojentas - Fátima Mesquita
Sumário
Digestão
Nojeira geral
A saliva - Vai um copo de baba aí?
O vômito - Chabulândia
O pum - Quem solta traque - quando e quanto
O arroto - Blurrrp
O cocô - Cacas, caquinhas e caconas
O xixi - Para tudo quanto é gosto
Respiração
Um pouco de ar
A meleca e o catarro - Moles ou crocantes?
Grande e nojento
Suor - Botando a mão no defunto
Chulé - A tabela do campeonato
Craca de umbigo - Comer e obrar pelo mesmo lugar
Espinhas - Vulcões na geografia da sua cara
Casquinha crocante - Com ou sem pus?
Pus - Querida, vamos lamber ferida?
Cera de ouvido - Um corpo empreendedor
Verruga - As células escravizadas
Cabelo - Um morto no seu telhado
Este livro é dedicado in memoriam aos meus avôs Fortunato, o Malagueta
, que me pôs na veia as letras, e Sebastião Mesquita, médico, que me deu de herança as ciências. E também à nova geração: meus sobrinhos queridaços Lucas e Oliver.
Nojeira geral
A comida é o combustível do ser humano. Um carro não anda sem gasolina, álcool ou outro tipo de combustível, assim como você, eu, seu primo chato e seu vizinho encrenqueiro não vivemos sem alimento.
É da comida que o seu organismo tira os nutrientes de que precisa para que você tenha energia para correr, dar susto nos outros, fazer gol, pentear o cabelo, matraquear ao telefone, respirar, fazer o coração bater, o cérebro funcionar e mais um enorme etc.
Os ingredientes básicos do seu corpo são os carboidratos, as proteínas, os lipídios (gordura e óleo), os minerais e a água. É disso que você é feito.
Os carboidratos lhe dão energia. A proteína tem a ver com o seu crescimento e o reparo de tecidos do seu corpo. As vitaminas também atuam no ramo da manutenção das suas células, enquanto os minerais garantem a saúde de seus ossos. A gordura é combustível e também ajuda a manter suas células funcionando sem chiliques. Já a fibra não é nutriente, mas tem papel importante. Ela funciona como uma vassoura, empurrando sua caca e limpando seu intestino. A água, por sua vez, garante que você não vire uma uva passa, de tão seco por dentro, enquanto dá conta ainda de mais um bom punhado de funções.
E quando o seu corpo repara que o suprimento energético está baixo, ele dispara avisos de que é hora de reabastecer o tanque. É nesse instante que bate aquela bruta sensação de fome – quer dizer, quando não é mais um daqueles seus famosos ataques de gula, né?
Agora, o mais engraçado é que nesse processo de fazer a comida virar energia, o seu corpo produz um monte de coisas nojentas, que é uma das muitas nojeiras que você vai ver aqui.
Por isso, um aviso: se você é do tipo que morre de nojo de tudo, talvez seja melhor ler este livro com um balde por perto. Assim, se vier aquela vontade maluca de dar um vomitão, você não corre o risco de sujar essas páginas tão caprichosamente escritas.
Ou melhor ainda: você pode ler esse distinto compêndio sentado bem confortável no ladrilho do banheiro, quase abraçado ao vaso. Qualquer coisa, vomita ali mesmo, pertinho.
De um jeito ou de outro, prepare-se! Nas próximas páginas você vai conhecer de perto alguns interessantes detalhes do seu processo digestivo. Quer dizer, as coisas mais nojentas, asquerosas, horríveis (e úteis!) que o seu corpo é capaz de fazer – como litros e litros de baba, peidos bem fedidos, arrotos terríveis, cocô de tudo quanto é formato, consistência e odor, vômito bem azedinho e xixi quente e colorido.
Você está preparado?
Para começar, dê uma olhada no caminho que a comida faz, desde a hora em que ela entra na sua boca até a hora em que sai, lá na sua outra ponta.
1. A digestão começa antes mesmo de você enfiar a primeira garfada na boca. Ela se inicia quando você vê e sente o cheiro bom da comida. Nesse instante, a sua boca se prepara para dar o pontapé inicial no processo digestivo e por isso ela fica cheia d’água
, cheia de saliva.
2. Os dentes e a língua trabalham em conjunto. Eles cortam, amassam e trituram a comida.
3. As glândulas salivares disparam cuspe na gororoba. O cuspe vem cheio de enzimas, que ajudam a quebrar as moléculas do alimento.
4. Agora a maçaroca ganha o nome de bolo alimentar e já desce pela garganta. Vai percorrer o esôfago até chegar ao estômago.
5. Uma portinhola automática fica de plantão. É a epiglote. Ela não deixa que fluidos normais do seu corpo venham parar no seu processo digestivo sem convite.
6. Daí ondas de ação muscular conduzem a comida ladeira abaixo, atravessando o esôfago até chegar ao estômago.
7. No estômago, o seu almoço recebe banhos e banhos de sucos gástricos (ácidos), que estraçalham ainda mais cada item da sua alimentação. Forma-se, então, uma mistura nojenta e meio cremosa que é revirada de um lado para o outro até ficar praticamente irreconhecível.
8. Enquanto isso, o fígado fabrica a bílis, que vem, cheia de enzimas, se juntar àquela maçaroca para ajudar a quebrar as moléculas de gordura. O pâncreas também dá a sua contribuição, com uma carga de enzimas que picotam açúcar, gordura e proteína.
9. Aquela mistureba malcheirosa e azeda que minutos antes era o seu delicioso almoço agora é encaminhada para o intestino delgado, onde recebe mais banhos ácidos e onde os nutrientes são absorvidos pelo sangue, enquanto o restante, o dejeto, passa para a próxima estação: o intestino grosso (cólon).
10. O cólon estoca tudo o que foi rejeitado, o que não foi aproveitado pelo organismo, ou seja, é um armazém de cocô. E de vez em quando ele abre a portinha e... splash! Ops, que cheiro horroroso é esse, hein? Humm... bela caca!
Uma glândula é um pedaço do seu corpo que é capaz de produzir sucos. Em diferentes pontos do seu sistema digestivo você vai encontrar glândulas sempre a postos, prontas para borrifar seus sucos enzimáticos em cima do seu almoço.
Somando tudo, dá 8,5 litros por dia! E o detalhe mais nojento é que boa parte da saliva que você produz... você engole! Dá uns 50 mil litros de cuspe engolido pela sua vida inteira, o suficiente para encher 100 banheiras.
As enzimas são proteínas especiais que aceleram as reações.
A saliva
Vai um copo de baba aí?
A sua querida amiga baba também atende pelo nome de cuspe ou saliva e, apesar de ter uma aparência de nojo infinito e cara de que não serve para grandes coisas, é elemento importantíssimo, vital mesmo na digestão.
A baba ajuda você a engolir os alimentos, especialmente quando a comida está seca, tipo farofa. Mas é claro que os dentes e a língua também participam desse trabalho. Juntos, eles massacram a comida e a misturam bem com o cuspe para que fique mais fácil empurrar o seu almoço goela abaixo. Aliás, as pessoas dão papinha para os bebês porque eles ainda não possuem dentes para triturar o alimento.
O seu cuspe trabalha duro também na hora em que a língua vai reconhecer o gosto de cada coisa que você põe na boca. É que você só percebe o sabor quando as partículas químicas dos alimentos estão flutuando sobre um bocadinho de baba. Por isso, agradeça ao monte de cuspe que você produz na boca toda vez que estiver se derretendo com um delicioso sorvete, porque sem ele você não estaria sentindo o gosto de nada.
Mas o principal é que a sua saliva vive repleta de enzimas. E elas ficam dia e noite ali, na árdua função de quebrar as moléculas dos alimentos que você comeu. Funciona mais ou menos assim: primeiro você corta a comida em pedaços no prato; depois tritura tudo com os dentes; aí aquela maçaroca ainda vai para o seu estômago tomar banhos ácidos de alto poder. E durante todo esse processo, as enzimas da sua saliva estão a postos e picotam e picotam e picotam a molécula de cada alimento de um jeito tão poderoso que chega uma hora em que a comida é simplesmente sugada pelas paredes do intestino.
TESTE DE CORAGEM
O normal e educado é manter a boca fechada enquanto a gente come. Mas se você tiver um amigo pouco elegante comendo de boca aberta na sua frente, aproveite a oportunidade para ver como a saliva, os dentes e a língua trabalham unidos para que a comida mude de forma antes de seguir para o seu destino natural, que é o esôfago. Pode ser uma experiência inesquecível.
QUANTOS COPOS POR DIA
Por dia suas glândulas salivares botam as máquinas para funcionar e assim fabricam na sua boca cerca de 1,5 litro dessa maravilha de lubrificante que é a baba. Isso é mais ou menos o mesmo que uns oito copos cheios de baba a cada 24 horas. E o mais legal é que você passa o dia inteiro fabricando e engolindo essa baba!
Quer dizer, tem gente muito porca que cospe no chão, mas aí já é falta de educação (e de higiene!) e não tem mais nada a ver com o inestimável e nojento processo de digestão.
Além do mais, é desperdício de um líquido precioso que, como você já sabe, tem muitas e muitas funções.
O TRISTE FIM DE UM CAMPEÃO DO CUSPE
Claude Antoine era motorista de táxi na França e ficou até que mais ou menos famoso porque conseguia cuspir longe, bem mais do que qualquer outra pessoa da Terra. E para conseguir essa cusparada forte ele tinha uma técnica especial. Claude ia para o segundo andar de um sobrado, entrava em um quarto grande, tomava distância, se concentrava e depois corria até a beira da janela para dali lançar seu super-cuspe voador.
Mas, em setembro de 1977, Claude deu azar. Foi fazer uma demonstração na casa de um amigo e se entusiasmou muito além da conta. Correu feito um doido até a janela e esqueceu de frear. Resultado: o taxista francês despencou lá do segundo andar, quebrou as duas pernas e ainda fraturou o osso que cobre o cérebro. Foi o fim da sua carreira de cuspidor.
O mais bacana sobre o bicho homem é que em cada canto do mundo, em cada época, existiram e existem várias formas diferentes de encarar a mesma coisa. Um exemplo: se sua mãe lhe desse uma bela de uma cusparada para lhe desejar boa sorte numa prova difícil, você ia achar nojento. Mas só porque você não nasceu na África, na tribo Masai, que vive na Tanzânia. Porque por lá cuspir assim no outro significa o mesmo que desejar boa sorte.
Os ingredientes de uma baba
Agora vamos ver se você está preparado para o que é, de longe, o mais nojento: saber o que tem dentro
da sua saliva!
Muco – a presença do muco é que dá essa consistência especial ao cuspe (que lhe dá esse jeitão de baba). E o muco é aquela mesma coisa que escorre meigamente do seu nariz, quando você está resfriado! Aliás, o muco existe – dentre outras coisas – para proteger o seu nariz, pulmão e também estômago.
Germes – umas 100 mil bactérias ficam o tempo todo brincando
na sua boca. Umas são