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Destino, acaso ou algo mais forte
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Ebook180 pages2 hours

Destino, acaso ou algo mais forte

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About this ebook

"Destino, acaso ou algo mais forte" é uma coletânea de crônicas que traz várias facetas dos relacionamentos atuais - já tão saturados de vazios "eu-te-amos" e carentes de amor. Com a cumplicidade de um amigo, Gustavo fará você criar raízes para o sentimento e dar asas à imaginação. Será companhia não apenas em tardes frias e noites de edredom, mas um convite a sorrir em qualquer momento.
Gustavo Lacombe é carioca, tem 28 anos e é formado em Jornalismo e Produção Editorial pela UFRJ. É um dos mais conhecidos escritores da nova geração que fala sobre sentimentos e relacionamentos. Seu instagram já passou de 100 mil seguidores. Este é seu primeiro ebook.
LanguagePortuguês
PublisherVerve
Release dateNov 13, 2018
ISBN9788594496461
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    Destino, acaso ou algo mais forte - Gustavo Lacombe

    DESTINO,

    ACASO

    OU ALGO

    MAIS FORTE

    GUSTAVO LACOMBE

    DESTINO, ACASO

    OU ALGO MAIS FORTE

    GUSTAVO LACOMBE

    1a edição

    2014

    Copyright © 2018 Gustavo Lacombe

    Revisão: Luísa Lucciola

    Capa e Projeto gráfico: Laura Santiago

    Ilustrações: Laura Santiago

    Coordenação Editorial: Luana Balthazar

    DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

    L142d

    Lacombe, Gustavo

    Destino, acaso ou algo mais forte /Gustavo Lacombe – 1. ed. – Rio de Janeiro: Verve, 2014.

    1. Ficção Brasileira. I. Lacombe, Gustavo. II. Título.

    CDD- B869.3

    Cíntia Marques S. dos Santos – Bibliotecária CRB7 provisório 0072/13

    Todos dos direitos reservados Editora

    Verve / Grupo 5W

    Praça Mahatma Gandhi, no 2 sala 1115

    "E pode ser que,

    entre as linhas das coisas

    que eu escrevo,

    você encontre,

    além de você descrita,

    nós dois em versos

    que camuflei para poder dizer tudo o que eu não tenho coragem."

    Destino, Acaso ou Algo Mais Forte foi um livro que aconteceu. E veio numa das melhores horas da minha Vida. Estava formando na faculdade, sem muita perspectiva de entrar no mercado (e sem muita vontade também) e apareceu o convite de colocar no papel muito do que eu já escrevia e tinha a dizer pro Mundo. O público já me levava junto em seus corações, suas decepções, suas ansiedades e (de uma forma linda) dentro de seus romances. Vi meus textos emoldurarem beijos, contarem histórias e confortarem aqueles que precisassem.

    Aqui você encontrará textos que escrevi nas mais diversas situações da minha vida, mas que também foram apenas traduções daquilo que via e ouvia. Cabe ao escritor ser um bom ouvinte também. Brinco dizendo que transbordo tudo aquilo que vi, ouvi e vivi - ou queria ter vivido. Porém, se existe algo de mágico no livro, isto com certeza é a possibilidade de viajar sem sair do lugar e ter experiências incríveis na pele de personagens que nos traduzem ou nos tomam pela mão e se aventuram conosco.

    Ler Destino é como conhecer um pouco de mim, ainda que eu possa já ter mudado desde que ele foi lançado em versão impressa no Verão de 2014/15. Esta é uma coletânea de crônicas que traz várias facetas dos relacionamentos atuais – já tão saturados de vazios ‘eu-te-amos’ e carentes de sentimento. Com a cumplicidade de um amigo, quero te fazer criar raízes para o que vem do corações e merece ser abraçado, dando asas à imaginação e um afago para todos os dias. A companhia não será apenas em tardes frias e noites de edredom, mas um convite a sorrir em qualquer momento.

    Sejam bem-vindos.

    Um beijo,

    Gustavo Lacombe

    www.gustavolacombe.com.br

    IG: instagram.com/glacombetextos

    FB: facebook.com/GustavoLacombeTextos

    YT: youtube.com/lacombegus

    "Quando surge um novo nome no mercado editorial, tradicionalmente um tempo de gestação antecede o reconhecimento da qualidade, do estilo e da resposta dada pelo público. Gustavo Lacombe inverte o processo e já publica seu primeiro livro com o reconhecimento participativo de mais de 130 mil seguidores (em 2014) nas redes sociais e em seu site, (www.gustavolacombe.com.br). Nesses canais, Gustavo promove não só a leitura, mas principalmente a imediata cumplicidade dos leitores. Uma cumplicidade que ele estabelece sem esforço – com a intuitiva fala universal da perplexidade amorosa, sem rosto e cheia dos traços de cada um de nós. Talvez por isso tantas empáticas curtidas e tantos comentários espelham a receptividade de cada postagem. O texto de Gustavo Lacombe tem uma interface amigável aos sentimentos de quem ama, amará, ou – caso da maioria – já amou. Gente que nem o conhece pessoalmente abre o peito e compartilha. Coisas que são feitas como coração."

    Cristina Rego Monteiro

    Confesso que não gosto de ler os textos do Lacombe. Sou capricorniano orgulhoso e odeio ver ideias lindas que não tive sendo executadas maravilhosamente bem por outra pessoa. Não aceito que alguém me descreva por completo sem nem me pedir autorização. Me sinto nu a cada vez que leio um de seus textos e me encontro naquelas letras amorosa sou coisa assim. Segundo Salinger, livro bom é aquele que dá vontade de ser amigo do autor. E eu fico muito feliz de conhecer bem o autor deste aqui. Aposto que a cada texto que você ler, vai querer conhecer o maldito que, de algum jeito, te conhece tão bem.

    Hugo Rodrigues é publicitário e escritor. Publicou os romances Na décima nuvem (2014), Mulheres, malditas maravilhas (2013) e Um sorriso de oito graus na Escala Richter (2012).

    De Todos os Lugares do Mundo

    De todos os lugares do mundo, o que mais sinto falta é você. Poderia listar outros. Entre tantos que conheci na vida, sempre existiram casas, praças e outros locais que me acolheram e me marcaram. Só que, em nenhum deles, eu fui tão feliz quanto nas duas linhas que me abraçaram as costas e fizeram com que eu me sentisse infinito. Tem um quê de lar encostar a cabeça no seu peito, faço dele morada. Eu juro, poderia fazer todas as refeições pondo a mesa no seu colo.

    Ao contrário do que dizem, nosso amor enche a barriga. Enche, também, o peito de alegria com beijos de café da manhã que não se saciam até a hora do almoço. Faço das mordidas na orelha um lanche, e chego à noite desejando uma refeição completa nas suas coxas. Tudo ali, ao alcance da minha mão, que percorre seu corpo matando a fome e o desejo. Saciando os dois.

    Aliás, você também é vários outros lugares. É meu divã nos momentos de crise. Não há quem me decifre tão bem ou que me mostre tantos jeitos de ser alguém melhor na vida. E – por que não? – melhor para você também.

    Tudo isso que enxergo em você é fruto do bem que me faz. Aqui, estou pensando até de forma meio egoísta – defeito grave que estou trabalhando em mim. Tenho ciúme e quero tudo seu apenas para mim. Só enxergo você nos meus planos e, em tudo que eu faço, sempre tem um toque seu.

    Meu porto seguro, estou me esforçando para que você também se sinta assim comigo. Retribuir tudo isso é o mínimo que posso fazer. E preciso tentar mais, eu sei. Rio quando você me diz: Eu não fiz nada demais para você se sentir assim. Ah, fez sim. Você existe na minha vida. Me marcou e, a cada dia que passa, se torna mais importante. A cada conversa se agiganta dentro de mim.

    De todos os lugares do mundo, o meu é você.

    É meu parque de diversões, onde percorro montanhas-russas de emoções, com frio na barriga ao lhe ver chegar, e sempre quero fazer a cabeça rodar de novo com os nossos encontros.

    Coloridos

    A gente era só amigos. Juro. Sabe aqueles amigos que contam tudo um para o outro? Ok, quase tudo. Minhas coisas de menina eu ainda escondo, mas jogo algumas maluquices no ar, e ele que se vire! E que me ajude! Já cansei de ouvi-lo reclamando da bunda de tal menina que ele levou pra cama, do beijo de outra que pegou numa festinha e, inclusive, dos sonhos eróticos que volta e meia tem com alguma amiga nossa.

    O problema é que as coisas mudaram. Teve um dia em que eu fui falar do meu ex (que por sinal é um grandessíssimo cafajeste) e ele não quis me ouvir. Eu conheço as crises existenciais dele e aquela não era uma delas. Numa outra vez, enquanto ele falava da Paula (uma amiga nossa que ele via de vez em quando), eu não quis continuar ouvindo. Ainda o mandei contar vantagem com os amiguinhos dele de que comeu (de novo!) a mesma menina.

    Até que um dia a gente se aproveitou do álcool e deu um passo que nunca tínhamos tido coragem, mas claramente já imaginado. Muitos amigos já tinham sugerido que tentássemos e falavam que alguém tinha que arriscar, mas concretizar a situação nunca tinha passado pela minha cabeça. Cá para nós, é claro que sempre rolou uma avaliação. Ele é daqueles morenos bonitos, nem alto nem baixo, e todas aquelas conquistas no currículo se tornaram más línguas, que dizem muita coisa. Nunca tapei meus ouvidos, mas sempre freei as segundas intenções.

    No começo foi um choque. Aquele cara que me respeitava tanto, de quem eu sabia tanto, que era tão meu amigo, de repente embolava a língua na minha. Eu pensei até em me desvencilhar, pensei em como era errado e pesava o fato de que éramos amigos na verdade, mas estava altinha o suficiente pra deixar um pensamento tímido me invadir: Não, peraí, isso tá gostoso! Eu preciso saber como é para saber se quero mesmo ou não, né! Vou aproveitar mais um pouco.

    Na real, a gente sabia o que estava fazendo.

    A grande merda é que, depois de beber e dormir com o seu melhor amigo, você acorda com ressaca no corpo e na consciência. Eu tive vontade de espancá-lo, mas, sabe como é, foi só ele acordar e me beijar para rolar tudo de novo. Pronto. Estava estabelecida a primeira amizade colorida da minha vida. Puta que pariu, era tudo que eu não precisava!

    Eu gostava de dormir com ele. A amizade continuava por aparência, mas o ciúme rolava solto nos bastidores. Aliás, impossível dizer que nada mudou. Muda, sim. As brincadeiras acabavam se tornando cobranças, que mesmo ainda lights, enchiam o saco depois de um tempo. Às vezes, a gente só ficava de conchinha e pegava no sono para poder estar nos braços um do outro.

    E aí começou a ficar estranho.

    O que aprendi nisso tudo é que não adianta fingir que nada aconteceu. Rolou, foi bom, valeu. Não é que não pudesse virar amor ou romance. Não que a gente não confiasse o bastante para deixar rolar. É que, no fundo, concordávamos que era só sexo, mesmo sendo bom, sendo gostoso. Antes que a relação acabasse de vez, paramos.

    Se você me perguntar se eu faria tudo de novo, eu responderia que sim. Não troco nada do que rolou por um se. Tivemos que reaprender a nos respeitar. Beijo e sexo tinham passado,

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