Protocolo de Diagnóstico da Depressão em Adulto (PDDA)
Protocolo de Diagnóstico da Depressão em Adulto (PDDA)
Descrição
A depressão é uma doença silenciosa, que aflige a alma humana, e sua origem está relacionada aos fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais e ambientais. Caracterizada como um transtorno do humor, constituído por uma experiência subjetiva de grande sofrimento, é acompanhada de perda de energia e interesse, sentimento de culpa, dificuldade de concentração, perda de apetite, modificações no sono e na atividade sexual, bem como pensamentos de morte ou/e suicidas. Essas alterações quase sempre levam ao comprometimento do desempenho interpessoal, social e ocupacional.
É a doença que mais acomete indivíduos em todo o mundo, causando perdas sociais e econômicas, sendo um problema de saúde pública e necessitando de um olhar humanizado e integrado, de identificação precoce e de trabalho em equipe interdisciplinar que, estimulada na operacionalidade do PDDA, garanta a efetividade do diagnóstico da depressão a todos os pacientes e usuário do serviço de saúde, público ou privado.
Sem dúvida, interdisciplinaridade se faz necessária na resolução de situações complexas de saúde, portanto este livro capacitará profissionais de saúde, especialmente do âmbito da saúde mental, a diagnosticar os diferentes tipos da depressão com rapidez e segurança.
Sobre o autor
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Protocolo de Diagnóstico da Depressão em Adulto (PDDA) - Fagner Alfredo Ardisson Cirino Campos
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO MULTIDISCIPLINARIDADES EM SAÚDE E HUMANIDADES
À minha mãe, pelo seu eterno amor...
Em memória, à minha avó, Dodó,
de quem sinto muita falta e que descansa no Sheol.
Fagner
A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu,
mas pensar o que ninguém ainda pensou
sobre aquilo que todo mundo vê.
(Arthur Schopenhauer)
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por ser o doador da vida.
À minha mãe e ao meu pai, pelo amor e cuidado.
Ao meu irmão, por seu amável coração.
À minha família, estendida na figura de meus tios, primos, avós, por me proporcionarem o sentimento de saudade...
À minha madrinha, por sua generosidade.
Ao professor Fabio, por ser um marco na minha vida acadêmica.
Ao professor Clarides, por sua empatia e compaixão.
À professora Ana Maria, por seu carisma ao ensinar.
À professora Denise, por ser minha referência em enfermagem, por lhe estimar muito e de quem sinto muita falta.
A todos os meus professores que, de alguma forma, contribuíram com minha formação em saúde mental, direta ou indiretamente.
À Maria Cristina, por nossa amizade, companheirismo e cumplicidade.
À Iracilene, pelas gargalhadas que demos juntos e por todos os momentos felizes que tivemos.
A todos os meus amigos, por demostrarem que o apoio social e emocional supera as adversidades e me deixa resiliente.
À Maria Ivanildes, por sua parceria e solidariedade no mestrado.
A todos os profissionais de saúde que me apoiaram durante o estágio no Caps Madeira Mamoré, ensinando-me que, em saúde mental, precisamos ter flexibilidade, vínculo terapêutico e boa intencionalidade para com o próximo.
A todos os colegas de trabalho, em especial às colegas do Hospital de Urgência de Rio Branco/AC, por me ensinarem a cada dia que sem vocês não existe trabalho em equipe... E, pela minha consideração, estima e respeito, em nome de todos, menciono: Dr. Fabrício, Dr. Leuda, Enf. Michel e Enf. Wandressa, Sonia Maria, Maria Odil, Irene, Portela, Kátia, Helena e James, além de Nilva, Janeila e Eurenice, dentre outros, gratidão pela amizade e profissionalismo.
À Jorgenete, em homenagem a toda a Saúde Mental – representando a incipiente saúde mental do Acre –, por ser referência profissional nessa área devido ao seu amplo conhecimento, experiência, amor, e pela luta por uma saúde mental libertadora, empoderada e que se preocupe com o paciente.
À Universidade Federal de Rondônia e à Universidade Luterana do Brasil, por representarem a base de minha formação científica e profissional.
A cada paciente em sofrimento psíquico que pude tocar e aliviar a dor de sua alma...
À Capes, pelo patrocínio.
A você, leitor.
PREFÁCIO
É com imensa satisfação que apresento ao leitor o Protocolo de Diagnóstico da Depressão em Adulto (PDDA), fruto do trabalho do enfermeiro Fagner Alfredo Ardisson Cirino Campos, sob minha orientação, junto ao Laboratório de Relações Interpessoais e Saúde (LARIS, www.laris.unir.br). Trata-se de uma sistematização criativa e inovadora de informações diagnósticas para a depressão em suas diferentes manifestações. A depressão é uma doença real que gera sofrimento intenso e silencioso a incontável número de pessoas em idade produtiva e, apesar de sua incidência estar em ascensão pelo mundo, ainda é mal compreendida e quase ignorada por profissionais da saúde em situações de trabalho, nas quais o seu diagnóstico poderia e deveria ser feito. Uma das possíveis razões para a não realização do diagnóstico da depressão e, consequentemente, do início do seu tratamento, é a dificuldade em acessar informações pontuais sobre os critérios diagnósticos. Superada esta, outra dificuldade que logo se apresenta é organizar as informações diagnósticas, amplas e complexas, de tal modo a permitir o fechamento de um diagnóstico suficientemente seguro. O PDDA, ao apresentar e sistematizar informações sobre os critérios para o diagnóstico da depressão, constitui uma ferramenta de trabalho indispensável a todos os profissionais da saúde interessados no fazer a saúde mental. Desejamos que muitos pacientes tenham melhor qualidade de vida e que vidas sejam salvas a partir do trabalho cada vez mais especializado desses nobres profissionais!
Prof. Dr. Fabio Biasotto Feitosa
APRESENTAÇÃO
Este livro é resultante de meu mestrado em Psicologia, com foco em saúde mental e reabilitação psicossocial, no qual trabalhei com a possibilidade de criar um Protocolo de Diagnóstico da Depressão para ser implementado em um Centro de Atenção Psicossocial. Essa ação foi inusitada, pois na prática da saúde mental não é comum, dispor-se de instrumentos para o diagnóstico, mas mesmo assim resolvi perseverar na ideia de produzir um protocolo de saúde interdisciplinar que facilitasse o diagnóstico da depressão por profissionais de saúde e, consequentemente, que estes pudessem prescrever o tratamento adequado.
Com esse objetivo em mente, fiz várias visitas institucionais e atendimento aos pacientes frequentadores de um Caps e, dessa forma, tive sensibilidade para perceber que os pacientes com transtornos depressivos demoravam 30 dias, ou mais, para serem atendidos por um psiquiatra, demostrando que o tratamento para depressão era focado na medicação e nas formulações mais graves. Fato que justificava a necessidade de elaborar um protocolo de operacionalização do diagnóstico da depressão para que, ao se identificar o transtorno depressivo, o paciente tivesse seu tratamento iniciado por um profissional de saúde, visto que a morosidade no tratamento da depressão aumenta o risco de suicídio e piora o quadro da doença. Além disso, necessariamente, nem todo o tratamento para depressão é medicamentoso, sendo também psicoterapêutico.
Neste livro, é exposta a elaboração do Protocolo para o Diagnóstico da Depressão em Adulto (PDDA), instrumento que tem a função de proporcionar o esclarecimento do diagnóstico de depressão por meio de procedimentos padronizados, baseados na literatura científica tradicional e atual. Além do mais, este estudo proporciona a valorização do trabalho em equipe interdisciplinar com foco no cuidado psicossocial, garantindo os princípios do SUS: universalidade, equidade e atenção psicossocial.
É preciso enfatizar, ainda, que o PDDA conseguiu padronizar os critérios de diagnósticos segundo a CID-10, possibilitando que os profissionais de saúde façam o diagnóstico dos diferentes tipos da depressão precocemente, favorecendo o início do tratamento no serviço de saúde mental com maior eficácia, pois na legislação brasileira vigente é permitido que profissionais não médicos realizem diagnósticos clínicos quando amparados por protocolos¹.
Neste trabalho foi utilizado o manual das diretrizes clínicas/protocolos assistenciais do Grupo Hospitalar Conceição do Rio Grande do Sul², como norteador da elaboração da estrutura do protocolo.
Desejo uma boa leitura!
Fagner
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ASSIST – Assistente Social
Caps – Centro de Atenção Psicossocial
CM – Case Management
CID-10 – Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde
ENF – Enfermeiro
DSM-V – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
GHC – Grupo Hospitalar Conceição
HS – Habilidades Sociais
OMS – Organização Mundial da Saúde
PP – Pesquisa Participante
PS – Protocolos de Saúde
PSC – Psicólogo
PDDA – Protocolo de Diagnóstico da Depressão em Adulto
PNH – Política Nacional de Humanização
PHQ – Patient Health Questionnaire
PTS – Projeto Terapêutico Singular
SUS – Sistema Único de Saúde
SUMÁRIO
CAPíTuLO 1
SUS E SAÚDE MENTAL
CAPíTULO 2
CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL E SEUS PRINCÍPIOS
CAPíTULO 3
TRABALHO EM EQUIPE EM SAÚDE MENTAL
CAPÍTULO 4
CASE MANAGEMENT EM SAÚDE MENTAL E O PAPEL DO ENFERMEIRO
CAPÍTULO 5
PROTOCOLOS CLÍNICOS NA SAÚDE MENTAL
CAPÍTULO 6
DEPRESSÃO
6.1 Contexto histórico da depressão e considerações atuais
6.2 Possíveis explicações da causa da depressão
6.3 Definição e classificação da depressão
6.4 Tratamento da depressão
6.5 Eletroconvulsoterapia
6.6 Terapia não farmacológica
6.7 Experiência na grupoterapia em depressão induzida
por psicoativos
CAPÍTULO 7
PASSO A PASSO: ORIGEM DO PDDA E APLICABILIDADE
NA SAÚDE MENTAL
7.1 O princípio de tudo
7.2 Primeira Fase: Construção do PDDA e seu Manual
de referência
7.3 Segunda fase: reunião com a equipe de saúde mental e
discussão dos objetivos da presente pesquisa
7.4 Terceira fase da pesquisa participante: aplicação do questionário
à equipe de saúde mental para validação do protocolo de
diagnóstico da depressão (PDDA)
7.5 Viabilidade do uso do PDDA pela equipe de saúde mental
CAPÍTULO 8
MANUAL DE UTILIZAÇÃO DO PROTOCOLO DE DIAGNÓSTICO DA DEPRESSÃO EM ADULTO (PDDA)
8.1 Critérios do diagnóstico da depressão em adulto
8.1.1 Depressão Leve (F32.0); Depressão Moderada (F32.1) e Depressão Grave (F32.2)
8.1.2 Depressão Grave com Sintomas