Cozinhe com os monges: As tradicionais receitas de entradas, pratos e sobremesas do Mosteiro de São Bento
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Sobre este e-book
Pães, bolos, doces e salgados. Aprenda a cozinhar e leve para a sua cozinha as milenares receitas monásticas.
Ao longo de séculos, os monges beneditinos espalhados pelo mundo desenvolveram receitas, modos de preparo e refeições inteiras para alimentarem o grande número de moradores que há em cada mosteiro. Agora, em Cozinhe com os monges, você aprenderá as principais e mais tradicionais receitas desenvolvidas por eles.
De maneira prática e direta mas sem perder o requinte e os fantásticos modos de preparo, cada receita foi desenvolvida para ser reproduzida por qualquer pessoa. Independente de sua preferência gastronômica, este livro irá agradar a qualquer paladar. Com receitas doces, salgadas, para muitas ou poucas pessoas, a cada página será possível se surpreender com as
maravilhas da cozinha do Mosteiro de São Bento.
Nos mosteiros, procura-se fazer diariamente uma cozinha simples e caseira, na tentativa de procurar agradar a todos. O modo como se faz a comida, como é apresentada, a limpeza, o sabor; tudo contribui para que este momento em que se recebe o alimento seja uma oração e um agradecimento à vida.
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Pré-visualização do livro
Cozinhe com os monges - Dom João Baptista Barbosa Neto
Copyright © João Baptista Barbosa, 2018
Copyright © Sandra Marina Witkowski, 2018
Copyright © Editora Planeta do Brasil, 2018
Todos os direitos reservados.
Preparação: Débora Isidoro
Revisão: Beatriz Nunes de Sousa e Estúdio Sabiá
Projeto gráfico e diagramação: Marcos Gomes
Fotos de miolo: Arquivos do Mosteiro de São Bento de São Paulo: 24, 31
Wellington Batista: 34-35, 44-45, 62-63, 75, 76-77, 86-87, 94-95, 100-101, 114-115, 132, 196-197, 207, 226-227, 234-235
Flavio Florido: 154-155, 187, 190-191, 192-193
Leandro Monteiro: 157, 160-161
Wagner Silveira: 166-167
Acácia Catalani: 168-169, 171, 174-175, 178, 180, 183
Marcelo de Breyne: 80-81, 118-119, 198-199
Shutterstock: 96-97, 104-105, 110-111, 122-123, 188-189, 212-213, 216-217, 239, 242-243
Wikimedia Commons: 30, 50
Capa: Rafael Brum
Fotos de capa: Allan dos Louros
Adaptação para eBook: Hondana
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
B174c
Baptista, João
Cozinhe com os monges / João Baptista Barbosa e Sandra Marina Witkowski. - 1. ed. - São Paulo: Planeta, 2018.
ISBN 978-85-422-1201-3
1. Gastronomia. 2. Culinária - Receitas. 3. Culinária - Aspectos religiosos. I. Título.
2018
Todos os direitos desta edição reservados à
EDITORA PLANETA DO BRASIL LTDA.
Rua Padre João Manuel, 100 – 21º andar
Ed. Horsa II – Cerqueira César
01411-000 – São Paulo-SP
www.planetadelivros.com.br
atendimento@editoraplaneta.com.br
Sumário
Nota do editor
Os monges beneditinos e a influência alimentar
O cozinhar em si
Os alimentos e a mesa monástica
Receitas de bolos
Bolo de Natal
Bolo Madrinha
Bolo de banana (receita servida ao Papa Bento XVI)
Bolo sem glúten e sem lactose
Bolo de fubá (servido ao Papa Bento XVI)
Bolo de fubá cremoso
Bolo de milho
Bolo de especiarias (oferecido a monges e monjas na época do Natal ou da Páscoa)
Pão de mel
Pão de Lot de água ou suco de laranja
Pão da Vigília de Santo Antônio
O vinho e a cerveja
Reformas monásticas
Receitas de bolachas e biscoitos
Bolachinhas Plätzchen-Strublic (para os tempos do Advento e da Páscoa)
Bolachas para os nervos (Santa Hildegard de Bingen, OSB)
Biscoito de gengibre
Bricelet (biscoito monástico fino)
Bolachinhas alemãs
O pão
Receitas dos pães
Pão sem glúten e sem lactose
Pão Ázimo (receita bíblica para dias de jejum)
Pãezinhos de uva
Pão de azeite, cebola e orégano
Pão alemão
Pão de nozes (servido ao Papa Bento XVI)
Pão de batata-doce ou mandioquinha
Chegada dos beneditinos ao Brasil e contextualização histórico-alimentar
Receitas dos doces
Arroz-doce
Bombom áureo (oferecido pelos oblatos beneditinos na Páscoa)
Brigadeirão
Bolinho de chuva a la Santa Escolástica
Canjica
Gelado de abacaxi
Gelatina com creme
Gelatina colorida
Maçã rica (para acompanhar sorvete)
Mousse de chocolate
Pudim a Abade de Priscos
Pudim de leite com coco
Queijadinha de Páscoa
Torta crumble de bananas
Quindão
Pudim de vinho
Torta de limão
Os monges em São Paulo e sua alimentação
A refeição
Padaria
Brunch
Receitas do brunch
Cups de queijo com calda de goiabada
Gnocchi de azeitona preta ao molho de tomate Giardini
Merengue de frutas vermelhas
Terrine de chèvre e tomates confitados
Burrata tépida sobre tartare de tomates frescos e pesto genovês
Salada de ovos e presunto parma
Filé-mignon ao molho funghi
Salada de grão-de-bico com lascas de bacalhau ao molho picante
Mesclun de folhas nobres com figo, queijo de cabra e crocante de Parma
Terrine de berinjela com tomate seco
Batatas Lyoneses
Escalope de filé-mignon ao molho picante e batata canoa lemon pepper
Salada de batata em aïoli de iogurte, aspargos verdes frescos e cebolas douradas
Quiche de alho-poró com shitake
Cheesecake de chocolate com farofa de Oreo
Pudim de tapioca com baba de moça e coco em fita
Risoto de camarões, abobrinhas e baby agrião
Torta de coco caramelado, damascos e baba de moça (Torta Indiana)
Crème brûlée
Brownie de chocolate com calda toffee
Bolotine de chester ao molho de dois queijos
Receitas dos pratos salgados
Almôndegas mistas
Cordeiro assado com molho de vinho do Porto
Baião de dois
Berinjela à italiana
Bacalhau ao coco
Canard com framboesas
Nhoque de abóbora
Cação ao molho de espinafre
Carne moída caipira com ovos
Cozidão monástico
Cestinhas de parmesão
Pastel de carne ou frango
Empadão de queijo
Costela ao molho barbecue
Maminha ao molho de Shoyu
Empadinhas de batata
Nhoque de mandioca com molho de carne de sol
Tomate recheado à mexicana
Nhoque de mandioquinha e batata ao molho de queijo (Páscoa)
Galinhada
Rabada
Sopa de macarrão cabelo-de-anjo com ovos
Penne com atum e tomate-cereja
Sopa cremosa de batatas com bacon
Picadinho monástico
Sopa de carne com legumes
Sopa de galinha com farinha de milho
Salmão grelhado ao molho de alcaparras (Páscoa)
Peixe no papillote
Caldo Verde
Bolinho de mandioca e carne-seca
Sopa de feijão
Quiche de alho-poró
Sopa de palmito (receita servida ao Papa Bento XVI)
Bênçãos para as refeições – Semana do Tempo Comum
Bibliografia
Sobre os autores
Agradecimentos
Somos imensamente gratos ao nosso abade, Dom Matthias Tolentino Braga, pelo primeiro incentivo para organizarmos esta obra e pela vibrante paternidade no desafio de administrar o Mosteiro de São Bento de São Paulo.
A Dom Camilo de Jesus Dantas, Dom Mauro Moreira, Dom Bernardo Schuler de Carvalho e Dom Francisco Proença, pela contribuição monástica de sempre.
A Jose Maria Calvin, André Fonseca e Augusto Mariotto Kater, nossos editores, por confiar neste projeto e levá-lo adiante.
A Sergio Reis Alves, por reativar nosso encontro com a Editora Planeta.
A Wellington Batista, bibliotecário, fotógrafo e parceiro, que soube, a partir de seu olhar monástico
, transmitir em imagens o cotidiano gastronômico do mosteiro.
A Cesar Garcia, Áurea Maria Corsi, Rosimary Daniel, Simone Strublic e Diana Marques pela ajuda gastronômica. Vocês contribuíram imensamente neste trabalho.
A Alessandra Paciullo, da Múltipla Eventos, pela parceria de sempre no brunch do mosteiro e na valiosa ajuda nesta publicação.
Aos buffets Rixô Gastronomia, Marcelo Gussoni, Expresso Gourmet, Giardini e Lia Tulmann, que prontamente forneceram algumas de suas deliciosas receitas – sempre servidas em nossos brunches –, para enriquecer ainda mais este livro.
Aos nossos familiares, que nos ensinaram a apreciar a boa mesa.
A Anderson Piovan – sempre disponível a nos ajudar com sua experiência ímpar – e a toda equipe da cozinha e padaria do mosteiro.
A Sueli Toni e a Carla Toni, que na loja do mosteiro atendem a todos aqueles que desejam levar para casa uma deliciosa iguaria monástica.
Aos oblatos seculares beneditinos, que sempre junto à comunidade monástica, levam a vivência da espiritualidade beneditina por todos os lugares.
U. I. O. G. D.
Nota do editor
Muitas das receitas deste livro são herança da família dos monges. Por serem antigas – e muitas vezes transmitidas apenas oralmente, de geração em geração – às vezes as quantidades dos ingredientes não correspondem ao padrão que encontramos nos livros de culinária hoje. Com isso em mente, a editora fez todos os esforços para converter referências caseiras como pires
, copo
, colher de sobremesa
e colher de café
em medidas padrão para que o leitor consiga reproduzir em casa os pratos tradicionais do Mosteiro.
Os monges beneditinos e a influência alimentar
Ao soar do sino, os monges deixam tudo o que estão fazendo e se dirigem à capela. É hora da oração. Quando terminam de rezar, todos vão ao refeitório para mais uma refeição. Os monges se posicionam em seus lugares, mas permanecem em pé. Dois ou mais irmãos colocam o avental e outro se dirige a um púlpito de leituras ao fundo. Ao sinal do abade, todos se sentam e prendem os guardanapos de pano no colarinho do hábito. Os irmãos servidores ficam de prontidão. O leitor inicia a leitura e só para ao sinal do abade, no fim da refeição. É assim todos os dias. Um dos rituais da tradição monástica que se mantém há séculos, assegurado pela regra escrita por São Bento (480-547).
Impossível falar da história da comida sem mencionar a grandiosa contribuição dos monges beneditinos à gastronomia ocidental. A cozinha é local fundamental em qualquer habitação. Também é assim na habitação de um grupo de religiosos(as). Ao contrário do que muitos devem pensar, a cozinha de um mosteiro é, ao mesmo tempo, um lugar humilde e rico. Humilde no sentido de serviço, rico no sentido do que nela pode ser produzido.
Os monges sentam-se juntos para fazer as refeições. Algo raro hoje em dia, uma vez que as distrações da atualidade nos impedem de reunir a família para apreciar um bom prato. No máximo, conseguimos nos reunir na casa de algum familiar ou com amigos em um fim de semana, mas esses encontros geralmente acontecem em restaurantes. É necessário promover a comunhão à mesa. A refeição em um mosteiro visa a recordar o banquete celeste, no qual todos estaremos reunidos com Deus.
A cozinha vai além de seu espaço físico. A ela estão ligados a despensa e o refeitório e, em alguns casos, até a horta e o quintal. Além disso, o ritual da refeição se inicia na colheita ou na escolha das matérias-primas a serem utilizadas e continua nas etapas seguintes, como a lavagem e o tempero, assim como todo o processo de preparo de determinado prato, o bem servir e, por fim, a lavagem dos recipientes utilizados tanto no preparo quanto no serviço à mesa.
São rituais da vida monástica. Assim, tudo se faz oração. Ora et labora, oração e trabalho, é o lema de quem vive a espiritualidade beneditina no mosteiro. O mosteiro constitui um lugar de segurança. Após a queda do Império Romano e durante toda a Idade Média, o mosteiro ganhou status de local aprazível, tranquilo e seguro, apesar das exigências disciplinares que ajudam a conduzir ao céu seus moradores, assim como os que frequentam o lugar. Isso porque o mosteiro era construído como uma fortificação. Sólidos e altos muros delimitavam um espaço fora
do mundo.
Construído como uma pequena cidade, o mosteiro deve se sustentar. Além da igreja e do refeitório já mencionados, há dormitórios coletivos (e individuais, em alguns casos), oficinas, armazéns, pocilgas e local para outros animais, botica, salas e outras áreas comuns. Todos esses espaços são distribuídos a partir do claustro. O claustro é bem significativo, trata-se de uma estrutura típica monástica. Nada mais é do que um jardim dentro do mosteiro. Geralmente é quadrado, com quatro alas simétricas, e ladeado por galerias em arco. No centro do jardim há uma fonte ou um poço. Ambos lembram Cristo, a fonte de água viva. A área faz alusão ao jardim perdido, o jardim do Éden. Como tudo é construído ao redor do claustro, os monges são obrigados