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Questões da atualidade: A esperança de um novo tempo
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Questões da atualidade: A esperança de um novo tempo

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Vive-se atualmente o tempo da chamada pós-modernidade. Como você vai ver no último capítulo deste livro, esse período caracteriza-se pela dissolução dos conteúdos morais e éticos. Aquilo em que se crê ou que se aprendeu dos antepassados não importa mais. O que importa em um conteúdo é se ele vende, agrada à maioria, traz bons lucros e boas vendas. Assim, o povo de Cristo é atacado o tempo todo por padrões de beleza, consumo, estética, arte ou cultura, que não somam na caminhada cristã. Pelo contrário, deturpam os valores do evangelho. Essa é uma das questões discutidas neste livro enriquecedor e intrigante. Você vai desejar lê-lo todo de uma só vez, tal a importância dos seus temas, que envolvem também as questões da vida política do país, do direito, da economia, de saúde e os debates teológicos de grande relevância.
LanguagePortuguês
Release dateOct 3, 2018
ISBN9788576896364
Questões da atualidade: A esperança de um novo tempo

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    Questões da atualidade - Gilmar Vieira Chaves

    participação.

    CAPÍTULO 1

    O CRISTÃO E OS VALORES ETERNOS

    Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

    Gálatas 5.14

    Vivemos um tempo de grandes dúvidas e relativizações acerca do que é certo e errado. Cada grupo político, religioso ou intelectual diz possuir sua própria verdade. Além disso, cada um advoga o direito de viver da forma como acha certa e boa para si e para os seus. Dentro deste mundo plural e heterogêneo, muitos conflitos surgem quando tais verdades de grupos e indivíduos se chocam umas com as outras.

    Verdades próprias são sempre egoístas e tendem a favorecer um indivíduo ou um grupo específico, desprezando, assim, a maioria. No entanto, como vivemos em sociedade, fica muito difícil defender verdades plurais. Consequentemente, isso leva a problemas e desgastes.

    Considerando nossa atual política, que diz respeito ao Estado de direito, percebemos a vasta disputa de interesses de grandes e pequenos grupos de opinião — políticos, religiosos ou econômicos —, que usam do aparelho estatal para impor suas vontades e seus interesses, indo, às vezes, uns contra os outros.

    Diante disso, nós, cristãos, representamos um grupo de interesses que tem reivindicações para si e para toda a sociedade. Quais seriam, então, nossa base, nossa autoridade e nossa fonte de moral e valores para sermos respeitados e exemplos a serem seguidos? A Bíblia tem a resposta.

    Valores bíblicos

    A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade.

    Salmo 119.142

    A Bíblia possui uma lista de valores que são relativos — como as instruções sobre vestimentas, dieta alimentar, usos e costumes — entre outros. Esses ensinos estão limitados ao tempo e ao espaço geográfico das pessoas a quem o texto foi, primeiramente, dirigido. Porém, ela também ensina sobre valores que vão além de qualquer condicionamento humano e valem em qualquer época ou lugar.

    Diante das diferentes e variadas verdades apresentadas no mundo, o cristão deve reagir como um representante dos valores bíblicos absolutos e atemporais. Estes não se confundem com questões temporais de qualquer ordem. Eles são chamados absolutos porque não mudam e valem para todas as pessoas, em qualquer lugar e em todos os tempos. Desse modo, a Bíblia é o único manual de regras e preceitos que serve para determinar a conduta humana. Somente ela ensina os princípios que não dependem da conjuntura sociocultural e mostra o caminho a ser seguido diante das opções éticas e sobre o tipo de comportamento exigido de cada um na sociedade, na família, no trabalho e nos relacionamentos em geral.

    Sendo a Carta Magna de Deus ao homem, as Escrituras Sagradas possuem a palavra final sobre todas e quaisquer questões. Seus princípios são eternos e imutáveis — posto que ela é inerrante, um resultado da inspiração do Consolador Eterno —, bem como justos, humanitários e fraternos. Ela é a revelação de Deus ao homem. Sua motivação é o amor, por isso, as palavras contidas nela são doces à alma humana.

    O simples fato de olhar a Bíblia dentro dessa perspectiva, deve conduzir a pessoa a aceitar que ela molde seus pensamentos, gestos, atos, atitudes, escolhas e hábitos.

    Bem-aventurados os que trilham caminhos retos e andam na lei do Senhor. Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos e o buscam de todo o coração. E não praticam a iniquidade, mas andam em seus caminhos. Tu ordenaste os teus mandamentos, para que diligentemente os observássemos. Tomara que os meus caminhos sejam dirigidos de maneira a poder eu observar os teus estatutos. Então, não ficaria confundido, atentando eu para todos os teus mandamentos. Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido os teus justos juízos. Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente.

    Salmo 119.1-8

    Consciência

    De todos os infortúnios que afligem a humanidade, o mais amargo é que temos de ter consciência de muito e controle de nada.

    Heródoto

    Às vezes, as alusões feitas à consciência são de caráter genérico. Diante de certas situações, as pessoas afirmam: Essa pessoa não tem consciência! ou Faça um apelo à sua consciência!. Há também, o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no Brasil todo dia 20 de novembro a partir de 2003.

    O fato é que o homem tem uma consciência, dada por Deus, que lhe permite maior clareza e discernimento diante da realidade. Ela é um grande auxiliar no momento de tomar decisões, escolher entre uma ou outra direção. A palavra consciência é usada para determinar uma condição de lucidez diante da realidade, ou seja, é a chegada ao estado de consciência — situação em que alguém se encontra após sofrer determinado acidente, com perda da consciência por algum tempo.

    Para entendermos melhor o que significa o termo consciência, temos de defini-lo da seguinte maneira:

    • Consciência do estado psíquico. É a consciência sobre o mundo que está à volta, com suas lembranças, sentimentos e tudo que pode ser apreendido pelos cinco sentidos humanos. É também chamada de consciência psicológica e todo ser humano a possui. Às vezes é possível perdê-la, por exemplo, quando ocorre um acidente, por meio do qual o cérebro entra em choque e, literalmente, apaga.

    • A consciência como dever. Nesse caso, a consciência é um dispositivo característico de todo ser humano que o ajuda na escolha do caminho que, para ele, e dentro das circunstâncias, é o caminho certo a ser trilhado. Esse atributo humano também pode ser chamado de consciência moral.

    Bório (2000, p. 58) identifica a consciência moral como: aquele pensamento interior que nos orienta, de maneira pessoal, sobre o que devemos fazer em determinada situação. Antes da ação, a consciência moral emite seu juízo como uma voz que aconselha ou proíbe. Após a realização da ação, a consciência moral se manifesta como um sentimento de satisfação — força recompensadora —, ou arrependimento, remorso — força condenatória.

    Ademais, a Bíblia fala de maneira clara sobre a atuação dessa força na psiquê humana. Segundo ela, Deus colocou dentro do homem a consciência para que esta o guie em suas escolhas morais ao longo da sua existência:

    Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem natu-ralmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

    Romanos 2.14-16

    Quando Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança, Ele o tornou um ser capaz de fazer separação entre o certo e o errado, apto a tomar decisões e fazer escolhas dentro do princípio de liberdade. Esse fato inclui todos e independe de a pessoa ser salva em Cristo ou não. Assim, nenhuma pessoa pode ser considerada indesculpável diante do Criador, visto que a prática do mal ou do bem vem da sua livre escolha. É preciso lembrar, no entanto, que todas as ações humanas vêm acompanhadas de suas consequências, como o apóstolo Paulo disse: Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que homem semear, isso também ceifará (Gl 6.7 ARA).

    Moral

    A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos nos tornar dignos da felicidade.

    Immanuel Kant

    Muito se fala acerca da moral, e esse é um vocábulo utilizado de diversas formas: Fulano está com moral; Beltrano é imoral; Sicrano está desmoralizado; Queremos saber a moral da história, entre outros.

    Porém, como Bório define (2000, p. 51), moral é um conjunto de normas, prescrições e valores que regulamentam o comportamento dos indivíduos na sociedade. Sendo assim, devemos entender que cada grupo social estabelece normas e condutas específicas de acordo com sua cultura, determinando, assim, uma moral única.

    No entanto, a moral única de cada povo respeita determinados padrões e valores que percebemos como universais. Dentre eles, podemos citar: o respeito especial à criança, ao idoso e à gestante; a atitude em fazer o bem, amar e respeitar a propriedade e os limites do próximo; o estabelecimento da família, tanto em relação ao casamento quanto em relação ao papel de pais e parentes próximos e distantes.

    O filósofo Immanuel Kant já havia entendido e estudado esse assunto no século 18. Ele emitiu a seguinte máxima: Duas coisas me enchem a alma de admiração: acima de mim, o céu estrelado e, dentro de mim, a lei moral.

    A moral da sociedade acaba tornando-se um conjunto de normas, isto é, uma constituição. Esta determina quais são as diretrizes e os comportamentos que cada pessoa deve observar para estar ou manter-se em determinado grupo. Quando alguém infringe uma regra moral, pratica um ato imoral. Logo, todo crime é imoral, ou seja, atenta contra as regras e normas da sociedade ou do grupo. Assim, é válido o conceito do sociólogo Auguste Comte: A moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas. Utilizando-se dos princípios espirituais, pode-se afirmar que a moral consiste em fazer com que as leis do Espírito prevaleçam sobre as da carne, como mostrou o apóstolo aos gentios: Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis (Gl 5.17).

    Toda pessoa tem dentro de si o dispositivo moral. Existem as exceções, às quais aplica-se o termo amoral. Amoral é toda pessoa a quem não se pode atribuir responsabilidade por seus atos, pois são incapazes de julgar, avaliar e decidir. Nesse grupo de pessoas, entre outras, estão as crianças antes da idade do juízo, pessoas com demência mental, idosos com mal de Alzheimer ou algum tipo de patologia cerebral. Utiliza-se o termo amoral para designar esse tipo de pessoa.

    Fora desse grupo, somente os animais e as plantas não podem ser considerados seres morais. Os animais são movidos pelos instintos básicos da espécie — com a finalidade de autopreservação —, e não por sistemas de normas ou condutas pensados racionalmente e coletivamente como um arquétipo.

    Os psicopatas e sociopatas não são considerados amorais. Em alguma medida, eles desenvolveram patias que os levam a ter prazer em quebrar as regras morais, sem sentir remorso ou culpa por isso.

    Há também aqueles que relativizam a moral. Afirmam estes que as regras morais são apenas algo que está condicionado ao tempo, ao espaço e à cultura dos povos. Sendo, portanto, temporais e podem ser ignoradas. Em geral, aqueles que relativizam a moral o fazem por conta de algum benefício que podem auferir, desacreditando, assim, a própria moral. Isso é algo perigoso, uma vez que a vida humana se organiza em torno de sua moral.

    É importante lembrar, como vimos anteriormente, que nossa regra moral está baseada na Bíblia, como Paulo declara a Timóteo: Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça (2 Tm 3.16). Portanto, ela nos dá toda base de que precisamos para construir uma moral, praticá-la e ensiná-la.

    Ética

    Se a ética não governar a razão, a razão desprezará a ética.

    José de Sousa Saramago

    Há situações em que a moral se expande em diversos conceitos, normas e comportamentos que, às vezes, acabam tornando-se antiquados. Isso ocorre porque, a partir das noções de moral básicas e universais, cada cultura começa a criar sistemas morais de acordo com seus costumes.

    Assim, a cultura é estabelecida em um determinado ambiente, tempo e meio. Com isso, seus sistemas de conduta, por serem datados em determinada época, podem fazer com que um povo fique estagnado temporalmente. Por esse motivo, de tempos em tempos, em muitas sociedades, ocorrem as revoluções, por meio das quais muitos valores são substituídos, reinterpretados ou atualizados.

    Contudo, geralmente, a moral não dá conta de muitas questões que surgem à medida que as sociedades avançam e se desenvolvem. A partir desse fato, surge a necessidade da ética, conforme Bório (2000, p. 62) ressalta: Ética (...) é uma reflexão sistemática sobre o comportamento moral. Ela investiga, analisa e explica a moral de uma determinada sociedade.

    A palavra ética é usada, em geral, com várias conotações: ética profissional, ética médica, ética religiosa, ética empresarial. Isso significa que, a cada dia, surgem novas questões às quais as normas morais, por serem simples e diretas, não dão conta de responder. Assim, no cotidiano de um indivíduo, ele é obrigado a fazer escolhas éticas. Quando alguém diz que uma pessoa é ética, significa que ela faz boas escolhas ligadas aos princípios de certo e errado, isto é, às regras morais.

    Assim, ética é o conjunto de regras, normas e valores que regem a vida humana em seu convívio social e tomadas de decisões. Apenas para simplificar: ética é o princípio, e moral é a prática desse princípio.

    A sociedade às vezes vive grandes dilemas éticos. Por exemplo, matar alguém é geralmente visto como um crime, ou seja, um erro moral. Porém, quando se vai à guerra para defender os interesses da nação, ou quando se é um policial que combate o crime nas pequenas e grandes cidades, o cidadão precisará tirar vidas. Além disso, há os casos de mortes em defesa da própria vida.

    Diante das questões éticas difíceis de serem resolvidas — como eutanásia, clonagem animal e humana, utilização de células-tronco, experiências laboratoriais e medicamentosas com animais, aborto, mentira etc. —, é necessário tomar decisões amparadas na relação hierárquica entre bem maior e mal menor.

    Na Bíblia, não encontramos expressamente a palavra ética. Entretanto, para tomar decisões difíceis e complexas, além das opções éticas disponíveis, é preciso ter sabedoria. A sabedoria é algo a ser buscado o tempo todo e em todo tempo. A sabedoria é

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