Renina Katz: Com imagens, glossário e biografia
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Renina Katz - Elaine Bittencourt
Schwartz
APRESENTAÇÃO
por Elaine Bittencourt
Renina Katz é uma artista mutante. São tantas as vertentes de sua vasta produção que só assim parece ser possível defini-la. Há, porém, ao menos um ponto em comum em toda a sua obra, característica louvada pelos críticos desde o início de sua carreira, que já dura 60 anos: o grande apuro técnico, adquirido numa época em que a ambição de ser artista era acompanhada pelo desejo de uma formação rigorosa, moldada ainda por cânones clássicos.
Essa formação rigorosa a artista obteve em sua cidade natal, o Rio de Janeiro, na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), onde ingressou aos 21 anos, em 1947. Na tradicional instituição carioca, ela se dedicou ao aprendizado da pintura e, não raras vezes, saiu pela cidade retratando as belas paisagens da capital fluminense. Não seria, porém, a formação pictórica o que marcaria sua trajetória. A gravura, que nem sequer constava como disciplina da ENBA, tomou-a meio de assalto e tornou-se para sempre seu principal meio de expressão. A pintura e a aquarela ressurgem vez ou outra em sua produção, mas sua identidade artística, desde os anos 1940, foi marcada pelo ofício de gravadora.
Ao tomar conhecimento da presença, no Rio de Janeiro, do gravador austríaco Axel Leskoschek, Renina decidiu tornar-se sua aluna. Com ele, aprendeu xilogravura, técnica que adotou em seus primeiros anos de trabalho. Com o artista Carlos Oswald, ela aprendeu gravura em metal, mas foram poucos os trabalhos dessa época que resistiram ao tempo. A xilogravura, com sua dramaticidade, sobressai entre sua produção da época, pois é ela que responde aos anseios da jovem militante. No pós-guerra, ligada aos movimentos estudantis – foi representante de sua escola no Diretório Central dos Estudantes (DCE), na União Metropolitana dos Estudantes e na União Nacional dos Estudantes (UNE) –, Renina revela em sua obra grande influência do realismo social, presente, por exemplo, na produção dos expressionistas alemães e de Käthe Kollwitz, uma de suas grandes referências. Fazer uma arte engajada, figurativa e que pudesse ser facilmente compreendida pelo público era a meta de vários artistas nas décadas de 1940 e 1950, como foi o caso do gaúcho Carlos Scliar, um dos grandes defensores desse lema. Para essa geração, as figuras trágicas de Lívio Abramo e Oswaldo Goeldi eram referência obrigatória, assim como era o trabalho do mexicano Leopoldo Mendez, este último, um herdeiro direto da obra do conterrâneo José Guadalupe Posada (1851-1913), que em 1890 havia convertido seu estúdio em uma loja voltada para a rua, na qual imprimia volantes e cartuns que se difundiram pela população analfabeta do país. Nessa época, Renina criou algumas de suas mais famosas xilogravuras, como a série Favela.
Em 1950, no Rio de Janeiro, Renina Katz se casou; no ano seguinte, mudou-se para São Paulo, onde