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Gestão de resíduos sólidos: O que diz a lei
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Gestão de resíduos sólidos: O que diz a lei
E-book563 páginas6 horas

Gestão de resíduos sólidos: O que diz a lei

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Sobre este e-book

Esta 4a edição preserva a estrutura das anteriores e passa a contar com a atualização do compêndio de legislação e normatização federal, que constitui o anexo da obra, tornando o livro uma fonte de consulta abrangente e sistematicamente atualizada para as questões relacionadas aos resíduos sólidos.

Dentre os destaques desta edição vale citar o decreto federal que estabelece normas para assegurar a isonomia na fiscalização e no cumprimento das obrigações imputadas aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos, seus resíduos e suas embalagens sujeitos aos sistemas de logística reversa obrigatória, e as Portarias do Ministério do Meio Ambiente que, respectivamente, aprovou o Regimento Interno do Comitê Orientador para a Implementação de Sistemas de Logística Reversa e torna pública a abertura do processo de consulta pública da proposta de Decreto para a implementação de sistema de logística reversa de medicamentos descartados pelo consumidor
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de abr. de 2019
ISBN9788595450455
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    Gestão de resíduos sólidos - Carlos Roberto Vieira da Silva Filho

    Lei.

    Princípios contemplados na PNRS

    Prevenção e precaução

    O intuito externado por meio do princípio da prevenção é priorizar a precaução do risco de dano em detrimento da sua remediação. De acordo com esse princípio, se há suspeita de que alguma ação relacionada aos resíduos sólidos pode ensejar danos, os responsáveis devem antecipar-se a isso e aplicar as medidas preventivas. A externalização do princípio da prevenção se dá por meio de estudos de impacto ambiental.

    A importância desse princípio pode ser atestada por conta de sua inserção em diversas normas relevantes para a área do meio ambiente, a exemplo da Declaração de Estocolmo, de 1972, do Tratado de Maastricht, da Constituição Federal Brasileira e da Declaração do Rio de Janeiro (Rio-92).

    O princípio da precaução torna-se imprescindível na medida em que a reparação de um dano ambiental é difícil e nem sempre possível, além de certamente mais custosa do que se tivesse sido evitada.

    Esse princípio é utilizado para nortear as questões do direito ambiental onde não haja respostas conclusivas e integra nosso ordenamento desde a Declaração do Rio de Janeiro (Rio-92). O Princípio 15 da referida Declaração enuncia que, para proteger o meio ambiente, a precaução deve ser amplamente observada pelos Estados, de acordo com suas capacidades.

    O conteúdo do princípio da precaução é externado pelo mesmo dispositivo (Princípio 15 da Declaração do Rio de Janeiro) no sentido de que, quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir degradação ambiental.

    Mediante a adoção do princípio da precaução, que busca exatamente a mitigação dos riscos e foi inserido no texto da PNRS, havendo a suspeita de que determinada prática causará dano ambiental, ela deve ser cessada, em caso de ausência de comprovação científica.

    Poluidor-pagador e protetor-recebedor

    Tido como um dos mais democráticos do Direito ambiental, o princípio do poluidor-pagador imputa o ônus de arcar com os custos do impacto diretamente a quem utilizou o recurso natural. Do poluidor-pagador, decorrem dois objetivos: desonerar o poder público de arcar com a degradação causada por terceiros e elevar a consciência das pessoas, físicas e jurídicas, de impactar da menor forma possível o meio ambiente.

    No ordenamento nacional (Lei n. 6.938/81) já consta a imposição ao poluidor da obrigação de recuperar e indenizar os danos causados ao meio ambiente, independentemente da existência de culpa.

    Do princípio do poluidor-pagador decorre que os custos relacionados à gestão dos resíduos sólidos devem ser suportados pelo seu gerador, ou seja, o responsável pela produção de um determinado resíduo é também responsável por custear as ações necessárias a seu adequado gerenciamento e destinação. Nisso, incluem-se os cidadãos que, ao produzirem resíduos domiciliares, devem arcar com os custos de seu gerenciamento, conforme disciplina do poder público municipal. E mais, aplica-se a esse princípio o conceito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

    O princípio do protetor-recebedor, que obteve sua primeira positivação no ordenamento jurídico pátrio por meio da PNRS, externa justamente a fundamentação em sentido contrário do poluidor-pagador. Se, por um lado, aquele que causar um dano tem a obrigação de repará-lo, quem atuar de maneira positiva na proteção dos recursos naturais se alistará como beneficiário para o recebimento de uma recompensa. É justamente esse o sentido do princípio: recompensar e incentivar aqueles que contribuem para minimizar os impactos ambientais, inclusive restaurando o meio ambiente.

    Visão sistêmica na gestão dos resíduos sólidos

    O conceito de visão sistêmica foi transposto para a gestão de resíduos sólidos com o sentido de registrar que, nesse processo, se deve proceder com a compreensão do sistema como um todo, já que várias forças e campos da ciência se inter-relacionam quando o assunto é resíduo. Por intermédio do princípio da visão sistêmica, a busca por soluções acontece de maneira integrada, a partir da consideração das variáveis mencionadas na lei, permitindo a avaliação da interferência de cada uma delas entre si e no resultado final. De acordo com o texto legal, no processo de planejamento e decisório para a gestão de resíduos sólidos, os responsáveis devem sempre levar em consideração as particularidades e condições ambientais, sociais, culturais, econômicas e de saúde pública.

    Desenvolvimento sustentável

    Tem como ideal um desenvolvimento equilibrado, em que se dê a evolução socioeconômica, aplicando-se padrões e técnicas com menor impacto possível no meio ambiente. Baseado em três componentes (ambiental, social e econômico), esse princípio busca o encaminhamento de ações destinadas ao desenvolvimento inerente da economia e da sociedade, porém, com a utilização dos recursos naturais de forma racional, visando preservá-los ao máximo para as gerações futuras.

    Nos termos do Relatório de Brundtland,⁴ onde o termo foi pioneiramente cunhado, o desenvolvimento sus