A história do século 20 para quem tem pressa: Tudo sobre os 100 anos que mudaram a humanidade em 200 páginas!
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Sobre este e-book
Nicola Chalton e Meredith MacArdle relatam os impressionantes eventos de um século diferente de todos, identificando as figuras-chave e os momentos decisivos desse notável período da história.
Em ordem cronológica, informações básicas sobre duas guerras mundiais, a criação das vacinas, a conquista da Lua, o fenômeno da globalização, a revolução digital, o perigo do aquecimento global... e muito mais em linguagem de fácil entendimento e com mapas ilustrativos para o leitor que deseja conhecer melhor o mundo em que vivemos.
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A história do século 20 para quem tem pressa - Nicola Chalton
comerciais.
A Transfiguração
do Velho Mundo
A riqueza da Europa fora consequência da Revolução Industrial e da colonização de territórios ultramarinos. A Grã-Bretanha, a primeira nação a se industrializar, em fins do século 18, foi a potência colonial e comercial dominante durante a maior parte do século 19. A industrialização britânica se estendeu à Bélgica e ao restante da Europa continental. Fora da Europa, uma rápida industrialização dos Estados Unidos seguiu-se à Guerra Civil Americana (1861-5). O Japão também adotou os procedimentos industriais do Ocidente, concentrados em ferrovias, produção de têxteis e mineração, em uma tentativa de resistir ao domínio das potências ocidentais.
Produção de têxteis, siderurgia, ferrovias e outras indústrias em crescimento necessitavam de matérias-primas, como algodão, ferro, borracha e petróleo; e também de mercado para seus produtos, o que levou muitas nações comerciais a assumirem o controle de outros países, sob a forma de colônias. A onda imperialista do final do século 19, impulsionada pelo desejo de lucro e pela rivalidade entre nações, desenvolveu-se mais na Inglaterra, que tinha a Índia como ponto central de seu império. Por volta do ano 1900, França, Portugal, Holanda e Rússia haviam formado importantes impérios coloniais ou mantinham controle político e econômico sobre determinados territórios. A Alemanha e a Itália surgiam como potências emergentes no processo de estabelecer as próprias colônias, e o Japão, que alimentava ambições de se expandir comercialmente na China, constituía uma crescente força político-econômica na Ásia.
A industrialização criou prósperas classes médias e vastos contingentes de mão de obra. Mas nem todos usufruíam a prosperidade econômica do período. No início do século 20, os trabalhadores viviam em habitações exíguas e insalubres, eram obrigados a cumprir longas jornadas em condições de risco, revoltavam-se contra seus ricos empregadores, exigindo melhores condições e um padrão de vida mais elevado. Na Rússia, isso culminaria com a revolução que derrubou o império tsarista.
Em 1914, a Primeira Guerra Mundial, resultado da rivalidade imperialista na Europa, destruiria a paz que permitira a expansão europeia, desmantelando impérios e substituindo antigos países por novos.
A Europa Flexiona os Músculos
As potências ocidentais nutriam antigo interesse no comércio com a Ásia. A influência portuguesa e, em seguida, holandesa na região seria eclipsada pelos britânicos e franceses no século 18, com os britânicos assumindo formalmente o governo da Índia em 1858. Os franceses controlaram a Polinésia na década de 1840, e a Indochina (Vietnã e Camboja), a partir de 1887.
Os Estados Unidos, formados em 1783 por antigas colônias da Grã-Bretanha, eram, de modo geral, isolacionistas, preferindo não interferir nos assuntos de outros países. Entretanto, por motivos estratégicos, anexaria, em 1898, o grupo de ilhas que forma o Havaí e assumiria, após a Guerra Hispano-Americana (também em 1898), as seguintes possessões espanholas: Filipinas e Guam, no Pacífico, e a ilha caribenha de Porto Rico.
Entre 1878 e a deflagração da Primeira Guerra Mundial, em 1914, os impérios coloniais europeus cresceram rapidamente à medida que os países rivais se apressavam em colonizar regiões subdesenvolvidas do mundo para se apossar de matérias-primas. A conquista da África foi tão competitiva que ficou conhecida como Disputa pela África
. Além dos benefícios comerciais e econômicos, os europeus viam a colonização como um empreendimento nobre, que conduziria as nações mais primitivas rumo a um modo de vida civilizado e cristão. Em 1914, a Europa controlava 85% das terras habitáveis do planeta.
Disputa pela África
Na década de 1880, o único continente ainda pouco colonizado era a África, o Continente Negro
. Na época, o prestígio e os benefícios econômicos, políticos e estratégicos de controlar uma parte desse vasto território pareciam tentadoramente alcançáveis: vacinas haviam sido disponibilizadas para combater doenças tropicais, um perigo bastante temido pelos colonizadores, e a invenção da metralhadora Maxim prenunciava vitórias fáceis nos combates contra populações nativas. Em vez de lutarem entre si, as potências europeias promoveram uma conferência em Berlim (1884-5), idealizada pelo chanceler alemão Otto von Bismarck, e combinaram como repartiriam a África.
Em 1914, 90% da África estavam sob domínio europeu. A Grã-Bretanha e a França controlavam os maiores territórios. O Império Alemão era o terceiro maior beneficiário; Bélgica, Portugal e Itália também controlavam áreas significativas. As colônias africanas proporcionavam mão de obra barata, matérias-primas e ouro (no sul da África), um mercado livre para os produtos europeus e um manancial de soldados africanos que lutariam nas futuras guerras mundiais. O Canal de Suez, no Egito, era de particular valor estratégico, pois assegurava o fluxo de comércio internacional entre o Oriente e o Ocidente. Mas a divisão do continente africano promovida pelos europeus, que desconsiderou grupos nativos e aboliu sistemas de governo preexistentes, acarretaria gravíssimos problemas mais tarde.
1 Em 1914, a Europa já havia colonizado a África
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RITANNIA!
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Ao longo do reinado da Rainha Vitória (1837-1901), o Império Britânico, onde o sol jamais se punha
, estendia-se a tantas partes do planeta, que pelo menos uma delas estava sempre à luz do dia. Controlando mais de 20% da população mundial, foi o maior império da história, a primeira superpotência da era moderna.
* Hino patriótico britânico. Britannia — ou Britânia, em português — é um termo antigo e poético para designar a Grã-Bretanha. A expressão pode ser traduzida como Domine, Britânia!
. (N.T.)
O tamanho e o sucesso do Império Britânico deviam-se, em grande parte, à poderosa Real Marinha Britânica — que dominava as rotas comerciais e assegurava postos avançados de comércio — e à sua primazia na Revolução Industrial, que lhe proporcionava as ferramentas para as conquistas e para a expansão: ferrovias, navios a vapor e armas automáticas.
A Grã-Bretanha lucrava com a importação de matéria-prima barata de suas colônias, tais como açúcar, chá, tabaco e algodão (principalmente), este importado de suas ex-colônias na América do Norte. O algodão era tecido nas fábricas do país, dotadas de máquinas a vapor. Os tecidos de algodão acabaram suplantando os de lã, que, até então, eram a espinha dorsal da economia britânica desde a época medieval. Os artigos de algodão produzidos na Grã-Bretanha inundaram o mercado mundial, pois eram mais baratos que os vendidos pela Índia e pelo Egito, países menos industrializados.
O Império Britânico também prosperou com os lucros obtidos no tráfico de escravos africanos para os Estados Unidos até que a escravidão fosse abolida, em 1808, sob a pressão dos movimentos antiescravagistas.
Quando a Rainha Vitória chegou ao poder, o império era mercantilista (estabelecia tarifas para garantir uma balança comercial favorável, em que as exportações superassem as importações), dominado por empresas comerciais monopolistas, como a Companhia das Índias Orientais. Mas, durante o reinado de Vitória, a economia da Grã-Bretanha se transformou, adotando uma política de livre-comércio (sem tarifas, cotas ou restrições, tanto nas importações como nas exportações). Os vitorianos acreditavam que esse era o segredo para a prosperidade.
O TELEGRAMA DE KRUGER
Na década de 1880, durante a Disputa pela África
, grandes jazidas de ouro foram descobertas no Transvaal,* no sul da África. O afluxo de prospectores britânicos às áreas auríferas incomodou os bôeres,** descendentes de holandeses falantes de africâner*** que haviam se transferido para aquela região com o intuito de escapar ao domínio britânico na Colônia do Cabo.
A Grã-Bretanha, que via a república bôer como uma ameaça à sua supremacia na região, engendrou um plano para derrubar o governo do Transvaal. A chamada Incursão Jameson
, porém, fracassou, levando o Kaiser Guilherme II, da Alemanha (neto da Rainha Vitória), a enviar, no dia 3 de janeiro de 1896, um telegrama ao presidente do Transvaal, Paul Kruger, dizendo: Venho expressar minhas sinceras congratulações ao senhor e ao seu povo, por terem obtido sucesso contra os bandos armados, verdadeiros perturbadores da paz que invadiram seu país, sem recorrer ao apoio de potências amigas e com suas próprias ações enérgicas, restaurando a paz e mantendo a independência do país.
O telegrama do Kaiser exacerbou tensões existentes entre a Grã-Bretanha e a Alemanha, e lembrou aos britânicos os riscos associados à sua política de esplêndido isolamento
(sem temer nenhum inimigo e sem precisar de nenhum amigo). A Grã-Bretanha mudaria tal política logo depois, aderindo a um sistema de alianças que colocaria a Europa na rota da guerra.
* Região situada ao norte do rio Vaal. O nome significa além do Vaal
, assim como, em Portugal, Alentejo
significa além do (rio) Tejo
. (N.T.)
** Palavra de origem holandesa que significa fazendeiro
ou agricultor
. (N.T.)
*** Africâner
, ou africânder, língua que derivou do holandês falado no século 17. Os termos designam também os falantes do idioma, sendo um sinônimo para bôer. (N.T.)
Esplêndido Isolamento, Nunca Mais
A Grã-Bretanha subjugou os bôeres na Segunda Guerra dos Bôeres (1899-1902) e anexou suas repúblicas africanas, mas o conflito insuflou o nacionalismo dos africâners, que decidiram tornar-se independentes da Grã-Bretanha. Abalados pelo conflito, os britânicos começaram a temer pela segurança do seu império, assunto relevante, pois o mesmo tinha importância vital para a economia britânica.
Em 1902, a Grã-Bretanha estabeleceu uma aliança militar com o Japão — na época, a maior potência do Extremo Oriente — no intuito de fortalecer sua influência internacional e proteger o comércio britânico na China. A aliança visava dar um golpe na Rússia, rival de ambos. A Rússia, que recentemente ocupara a estratégica cidade de Port Arthur, na Manchúria, pondo em risco os interesses comerciais dos britânicos na China, tinha ambições na Coreia, considerada o quintal dos japoneses. Agora, a Grã-Bretanha e o Japão poderiam contar com apoio recíproco na eventualidade de uma guerra contra a Rússia ou qualquer outra potência.
A Grã-Bretanha também procurou fazer amizade com a França, encerrando antigas disputas em acordos que ficaram conhecidos como Entente Cordiale (1904). Os acordos visavam oferecer segurança mútua no caso de uma guerra na Europa, sobretudo contra a Alemanha, grandemente fortalecida desde a sua unificação sob o domínio prussiano, em 1871.
Por volta de 1910, a capacidade manufatureira da Grã-Bretanha fora eclipsada pelos Estados Unidos e pela Alemanha. Em 1912, o Egito britânico viu-se ameaçado pela expansão da Itália na Líbia. Uma década mais tarde, a Revolução Egípcia de 1919-22 o arrebatou do controle britânico. Embora o Império Britânico tenha continuado a expandir seus territórios até pouco depois da Primeira Guerra Mundial, a Grã-Bretanha não mais seria a maior potência industrial e militar do mundo.
A China Imperial se Desintegra
A China era uma parte do mundo que escapara ao controle direto das potências europeias. Mas a China Imperial, governada pela dinastia Qing desde 1644 e centro de civilização por, pelo menos, dois milênios, estava em declínio. As Guerras do Ópio (1839-42 e 1856-60), travadas contra a Grã-Bretanha, que queria liberdade para continuar seu comércio de ópio no país — lucrativo mas nefasto —, haviam lhe cobrado pesadas reparações, além da perda da ilha de Hong Kong.
A China também enfrentara uma sangrenta guerra civil (a Rebelião Taiping, 1850-64), sofrera perdas territoriais para a Rússia, tivera conflitos com a França no Vietnã, na década de 1880, e fora obrigada a suportar a rivalidade com o Japão no tocante à Coreia.
Os europeus viram na China uma oportunidade de exploração comercial, mas a rápida penetração no império provocou uma violenta reação, a Rebelião dos Boxers (1899-1901), liderada por membros de uma sociedade secreta intitulada Punhos Harmoniosos e Justos (eram chamados de boxers* pelos ocidentais, por seu estilo de lutar). Os boxers pretendiam acabar com a influência ocidental na China, inclusive com o trabalho dos missionários cristãos, visto como uma ameaça à milenar cultura chinesa. Nas palavras de um revolucionário: Quando olho para o meu país, não consigo controlar meus sentimentos. Pois, além de termos a mesma autocracia vigente na Rússia, somos pisoteados há duzentos anos por bárbaros estrangeiros.
* O termo boxer (boxeador) foi mantido em inglês porque assim se consagrou nos compêndios de história brasileiros e portugueses. Mas sua tradução se justificaria, como o texto deixa claro, pois muitos dos membros da tal sociedade secreta eram praticantes de boxe chinês. Uma tradução mais fiel (e pitoresca) seria Rebelião dos Boxeadores. (N.T.)
A violência irrompeu na província costeira de Shandong — área sob influência alemã que se industrializava rapidamente — quando trabalhadores chineses mal remunerados se juntaram aos boxers para assassinar europeus. Em Pequim, os boxers, que alegavam ter proteção sobrenatural contra projéteis, sitiaram o Bairro das Delegações, onde os estrangeiros haviam buscado refúgio. Quando as forças ocidentais aliadas avançaram para prestar socorro, a Imperatriz Viúva Cixi decidiu apoiar a milícia camponesa. Foram necessários 55 dias para que um contingente de russos, japoneses, americanos e europeus chegasse a Pequim. Os estrangeiros sitiados foram, então, libertados e centenas de boxers, executados pelas forças de ocupação.
A imperatriz foi intimada a indenizar as nações estrangeiras envolvidas, o que debilitou ainda mais a economia chinesa. Totalmente enfraquecida, a dinastia Qing desmoronaria 10 anos depois em um golpe revolucionário, o que pôs fim à China Imperial.
Um Novo Mundo Móvel e Consumista
Em 1901, a sociedade ocidental ainda era sacudida pelas mudanças sem precedentes do século anterior. Economias agrícolas haviam sido transformadas pela Revolução Industrial: motores a vapor substituíram a energia hidráulica e a de tração animal, sendo agora utilizados em navios, trens e nos primeiros veículos movidos a motor de combustão interna, que os automóveis introduziram por volta do ano 1890. Máquinas de fiar e tecer transformaram a indústria têxtil. Novos processos criaram produtos de ferro forjado e aço, e desenvolveram a mineração do carvão. Estradas foram aprimoradas, ferrovias e canais, construídos. A invenção do telefone e do telégrafo transformou as comunicações.
A cultura dos empreendimentos incluiu maravilhas da engenharia, como o Canal de Suez, no leste do Egito, que conectou o Mediterrâneo ao Mar Vermelho e revolucionou o fluxo de comércio global ao encurtar as rotas entre a Europa, o norte da África e a Ásia. O mesmo se pode dizer do Canal do Panamá, que seria construído pelos Estados Unidos 40 anos depois, entre 1907 e 1914. Cortando a estreita faixa de terra que conectava as Américas do Norte e do Sul, o canal facilitou o transporte marítimo entre os oceanos Atlântico e Pacífico, tornando-se uma via essencial para o comércio marítimo. Os navios que se dirigiam à costa oeste dos Estados Unidos já não precisavam mais utilizar a perigosa rota ao redor do Cabo Horn, na extremidade austral da América do Sul.
No início do século 20, teve início uma nova era de bens de consumo produzidos em massa, inclusive os provenientes das linhas de montagem da fábrica de Henry Ford, inventor da linha de montagem. Tal inovação reduziu o tempo de fabricação do Ford T, modelo que em 1918 já representava 50% de todos os carros existentes nos Estados Unidos. De preço acessível e dirigido a uma crescente classe média urbana, os carros da Ford abriram para os americanos a possibilidade de viajar em veículos automotores. As linhas de montagem logo foram incorporadas pelos produtores de outros bens de consumo.
O PRIMEIRO VOO MOTORIZADO
Em 1903, na Carolina do Norte, Orville Wright completou o primeiro voo em uma aeronave dirigível mais pesada que o ar, voando durante 12 segundos. Foi o ponto culminante de anos de experimentos feitos pelos irmãos Orville e Wilbur. Em 1909, o inventor e aviador francês Louis Blériot obteve do jornal Daily Mail um prêmio de mil libras por ter voado da Inglaterra até a França em um monoplano,* atravessando o Canal da Mancha.
Não tardou para que os aeroplanos fossem usados em missões de guerra, inicialmente pelos italianos, na Guerra Ítalo-Turca (1911-2), em voos de reconhecimento e bombardeios. Em 1914, após a deflagração da Primeira Guerra Mundial, o piloto francês Roland Garros prendeu uma metralhadora na frente do seu avião