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Mente Saudável para o Adolescente: Desvendando a Psiquê do Jovem
Mente Saudável para o Adolescente: Desvendando a Psiquê do Jovem
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Mente Saudável para o Adolescente: Desvendando a Psiquê do Jovem

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Este livro tem por objetivo orientar pré-adolescentes, adolescentes, jovens, pais, educadores e pastores, com os mais diversos assuntos do nosso cotidiano. O livro mostra não somente os conceitos, como também está recheado de casos clínicos para elucidar e clarificar de forma didática e prática os assuntos abordados. Um produto CPAD.
LanguagePortuguês
PublisherCPAD
Release dateFeb 22, 2018
ISBN9788526315693
Mente Saudável para o Adolescente: Desvendando a Psiquê do Jovem

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    Mente Saudável para o Adolescente - Valquíria Salinas

    livro.

    Capítulo 1

    A ADOLESCÊNCIA

    Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 1 Coríntios 13.11

    ADOLESCENTES

    Aadolescência é um período inevitável do desenvolvimento psicológico humano. Este termo tornou-se sinônimo de comportamentos característicos das dificuldades inerentes a essa etapa crucial do desenvolvimento, em que as desobediências ao limites se destacam. Não há possibilidade de escapar desse período, uma vez que ele é caracterizado por um desenvolvimento bio-psico-social, em que tudo é vivido de forma muito intensa. Quando se tenta escapar das fases, provocam-se graves consequências psíquicas.

    A palavra adolescência (do latim adolescere, crescer) é o termo usado para as transformações psicossociais que caracterizam uma etapa de transição entre a infância e a vida adulta. É importante lembrar que as crianças hoje estão crescendo cada vez mais rápido, o corpo da criança vai se modificando rumo a um modelo adulto, que nas meninas é caracterizado pela menstruação e o desenvolvimento dos seios, e nos meninos, pela ejaculação ou primeira polução noturna, embora nesse momento já existam outras modificações físicas que vão ocorrendo de forma tênue. Hoje, até por conta de uma alimentação composta de hormônios, existem crianças que entram na puberdade aos nove anos de idade, embora ainda a maioria um pouco mais tarde, coisa que há alguns anos não acontecia pois esses processos eram mais tardios.

    Como algumas crianças entram na puberdade muito cedo, seu corpo aparenta ser adulto, porém a mente e o amadurecimento, principalmente psicológico, não ocorrem. São verdadeiras crianças em um corpo de aparência adulta. Entram na puberdade mais cedo, todavia demoram mais para atingir a vida adulta. Seus corpos estão se transformando rapidamente, mas a mente ainda é infantil.

    Puberdade (do latim pubertate, sinal de pelos, barba, penugem) é termo usado para as modificações biológicas desta faixa etária. Inicia-se mais ou menos entre 9 e 14 anos, sendo caracterizada pelo surgimento de uma atividade hormonal, processo no qual o jovem alcança a maturidade sexual e a capacidade de reprodução. O término da puberdade se dá em torno dos 18 anos, quando está concluído o crescimento físico e o amadurecimento gonodal (amadurecimento das células sexuais), coincidindo com a soldadura das cartilagens de união dos ossos longos, que determina o fim do crescimento esquelético.

    É importante salientar que o fenômeno da puberdade-adolescência não pode ser estudado de forma separada. (Fiz menção para clarificar um pouco mais, o que pretendo expor a vocês.)

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), adolescência é a etapa da vida compreendida entre os 10 e 20 anos de idade, período que se subdivide em três fases, pelas estatísticas da saúde pública, sendo elas: inicial (10 a 13 anos), média (14 a 16 anos) e final (16 a 20 anos). Todavia, com o grande número de filhos que se mantém na casa de seus pais, dependentes economicamente deles, fica considerado que a adolescência inicia-se por volta dos 14 ou 15 anos de idade e termina por volta dos 25 anos. Dos 10 aos 12 anos inicia-se a chamada pré-adolescência. Quando menciono, em minhas palestras, que a adolescência inicia-se mais ou menos por volta dos 14 ou 15 anos e termina por volta dos 25 anos, observo uma plateia bastante eufórica e surpresa. Entendo que muitas pessoas não saibam o que realmente significa ser adolescente. Ficam assustados e pensando através do censo comum: "jovem irritado, aborrecente é imaturo."

    A adolescência é ainda o período em que se deixa de ser uma criança, que obedecia todas às normas colocadas pelos pais, professores, pastores e pela sociedade, sem questionar, onde havia uma personalidade como se fosse meio emprestada, como costumo classificar, baseada no que era imposto pelos seus pais. Vivia como seus pais achavam que tinha que ser e normalmente não tinha grande direito de escolha.

    É na adolescência que as transformações de personalidade ocorrem em maior grau, onde a criança entra, passo a passo, em um mundo adulto. O indivíduo começa, então a adquirir responsabilidades através de suas escolhas, e vai assim constituindo sua personalidade. Escolhas como: que faculdade cursar, o futuro trabalho ou os relacionamentos interpessoais, sendo fatores determinantes que marcam a passagem para a vida adulta.

    Atualmente vemos muitos jovens, principalmente de classe média e média alta, que continuam como adolescentes, pois são solteiros e ainda moram na casa dos pais, alguns até sustentados pelos genitores, pois ainda não conseguiram um trabalho, ou estudam sem parar. Segundo o autor Carvajal, o término da adolescência se dá quando o jovem consegue preencher as seguintes condições:

    1. Estabelecimento de uma identidade sexual, estabelecendo relações sexuais afetivas estáveis. Do nosso ponto de vista cristão-religioso, isso se dá quando o jovem se casa e estabelece uma relação afetiva estável com seu cônjuge.

    2. Capacidade de assumir responsabilidade profissional e de se manter economicamente.

    3. Quando é capaz de ter valores morais pessoais.

    4. Quando consegue se relacionar com os pais.

    E em termos de faixa etária varia, para mais ou menos 25 anos, relacionados na classe média brasileira. Importante lembrar que este cálculo é cultural e varia de região para região, e de cultura para cultura. Devido a esses fatores podemos perceber com facilidade quando começa a adolescência, mas não quando termina. Em nossa cultura Ocidental percebemos o prolongamento da adolescência, pois podemos perceber o quanto está cada dia mais difícil conseguir manter o autossustento, visto que o mercado de trabalho mostra-se cada vez mais competitivo. A mais ou menos trinta anos atrás, a maioria dos jovens de 17 anos era considerado adulto, hoje ainda existem jovens com trinta anos de idade que estão no segundo período, o nuclear, da adolescência, devido à dependência familiar.

    FATORES MARCANTES

    a. Mudanças físicas

    No período das mudanças físicas, muitos adolescentes tornam-se ansiosos, pois ora sentem-se adultos, ora crianças. Muitos jovens, mesmo bem orientados, passam por um sofrimento psíquico, onde se gera a insegurança.

    O adolescente do sexo masculino é descrito como um indivíduo desengonçado, que está mudando a voz, alguns devido aos hormônios, até se encontram meio tímidos com o aparecimento de espinhas. Na puberdade inicia-se o crescimento dos pelos em certas partes do corpo, como: axilas e nas partes pubianas tanto nos meninos como nas meninas, devido à ação hormonal, também ocorre o amadurecimento das células germinativas, que dão origem à menarca (ou primeira menstruação na menina) e no menino a primeira ejaculação (que se dá de forma natural). Estas mudanças mostram indícios da capacitação biológica para as funções da procriação, que comumente se diz: para que possa engravidar.

    Em pleno século XXI ainda existem jovens que vivem conflitos e passam por uma situação de ansiedade e angústia. Algumas meninas ao menstruarem pela primeira vez (menarca) sentem-se perdidas e inseguras, uma parte de si fica feliz pelo fato de se tornar moça, e outra fica angustiada devido à perda do infantil. O mesmo ocorre com os garotos, com a polução noturna, uma ejaculação involuntária chamada de espermarca (primeira ejaculação), onde estudos mostram que dois terços dos meninos ficam assustados (Gaddis e Books-Gunn).

    Fica clara a importância da boa informação de todo processo da puberdade, em que cabe aos pais orientar de forma clara como se dará o processo de maturidade sexual, pois assim contribuirão para que o filho sinta-se seguro e amado, tendo com quem dividir os seus medos, fazendo com que o jovem torne-se mais seguro.

    A média de idade dos meninos para entrada na puberdade é 12 anos, mas podem começar a mostrar mudanças entre 9 e 16 anos. Já as meninas começam a apresentar mudanças da puberdade dos 8 aos 10 anos, ou somente aos 14 anos.

    No livro Desenvolvimento Humano (2008) os autores mostram que houve uma diminuição da idade em que a puberdade se inicia e na qual os jovens alcançam estatura adulta, a maturidade sexual. Estudos realizados por várias gerações, cerca de 100 anos de estudo, mostraram que, crianças mais saudáveis, mais bem nutridas e mais bem cuidadas amadurecem mais cedo e crescem mais. Acredita-se que esse evento seja devido ao aumento do padrão de vida. Excetuadas as características genéticas, como pais de baixa estatura etc.

    Segue tabela abaixo:

    É importante também lembrar que ocorrem casos de amadurecimentos precoces também em decorrência ao mundo sexualizado, onde acaba sendo comum em alguns ambientes ou famílias, o amadurecimento físico antecipado devido a fatores psicológicos, onde psiquicamente entram em contato com coisas de adulto e precocemente acabam sendo forçados. Exemplo disso são meninas que com 8 e 9 anos menstruam.

    As etapas da adolescência

    A adolescência pode ser classificada em três etapas que são:

    1. Puberal: aquela que coincide com as mudanças físicas da puberdade, quando o corpo passa por mudanças e o jovem adolescente vive o conflito de ambivalência (o desejo pelo novo corpo) fica feliz por ver o seu desenvolvimento e sente-se adulto e temeroso ao mesmo tempo. Nem ele mesmo se entende, mas diz que não é compreendido. Devido aos seus sentimentos ficarem confusos, ora ama, ora odeia, passa a ter terrores noturnos antes vividos na infância. Alguns pelo medo de perder os pais não querem dormir sozinhos, ficam assustados com ladrões ou alguém que lhes possa fazer mal. Observa-se nesse momento, às vezes, episódios de choro sem motivos aparentes, dificuldades de aceitar ordens ou críticas. Alguns se tornam descuidados com seus objetos pessoais, com a higiene, não querendo tomar banho, por exemplo. Já outros tornam-se obsessivos, e tomam banho a toda hora. Tudo isso nada mais é que um mecanismo de defesa inconsciente, como forma de aliviar a angústia do novo.

    2. Nuclear: Nesse momento, o adolescente sente necessidade de compartilhar tudo com o grupo como forma de não se sentir rejeitado, e o fato de estar em grupo lhe dá a sensação de poder, de invencibilidade. Nesse período da adolescência, alguns sentem a necessidade de romper normas, alguns começam a usar roupas sujas e rasgadas, rapazes acabam usando brincos e cabelos compridos e a moda acaba sendo unissex. Assim, se o adolescente se deixar levar pelos grupos e gangues poderá entrar em gangues delinquenciais, inclusive por imitação, e começará o uso de drogas.

    Como em outros momentos, durante este período o adolescente necessita de muito cuidado por parte dos pais, professores, líderes e todos que tenham contato com ele, demonstrando sempre muito afeto.

    3. Adolescência Juvenil: Chama-se juvenil por se tratar do período de transição total de adolescente para o início da vida adulta. Neste momento ocorre a ruptura grupal, e o adolescente passa a se sentir capaz de viver de forma individual e, cansado com a mesmice grupal, assume a vida adulta, não por imposição, mas por vontade própria, baseado em seu processo de maturação. Passa o juvenil a se vestir parecido com os adultos, chegando até a compartilhar assuntos com os pais (moças com a mãe ou irmã e os rapazes com o pai), alguns chegam a escrever cartas ou conversar com os pais dizendo que estavam errados a respeito de algo.

    Deixando a infantilidade

    O processo da adultização se dá durante a ruptura da dependência infantil, quando o indivíduo torna-se capaz de ser autossuficiente, ao menos em parte, chegando até a sair de casa para casar e construir uma família. Este processo pode ser considerado como o proposto por Sigmund Freud, que descreveu o Superego (censura moral), como instância psíquica que, através das identificações com os modelos familiares, ocorre a internalização de leis, das normas de conduta, da ética e da moral, de uma determinada cultura. É o superego que nos mostra o que é certo ou não, (além do Espírito Santo de Deus), e quando fazemos algo errado, que não agrada a Deus, ele nos acusa e nos faz sentir culpados, o superego é a nossa consciência moral. Para que o superego se constitua, há dois processos anteriores: no primeiro momento a criança tem um ego-ideal, aquele narcísico (que pensa somente em si mesmo), onde a ação predomina sobre o pensamento, ou seja, nesse momento a criança é muito mais impulsiva, age na maioria das vezes sem pensar; o segundo momento é o ideal de ego-simbólico, menos narcísico, ou seja, menos egoísta, e assim consegue pensar e ver a outra pessoa. Essa passagem do ego-ideal narcísico para o ideal de ego menos narcísico é o que possibilita a estruturação do superego.

    Agora vamos imaginar o que poderá ocorrer com crianças e adolescentes que não possuem um modelo de identificação adequado. Corre-se o sério risco de formarmos uma geração narcísica e egoísta, com dificuldades de olhar, amar o outro como a Palavra de Deus nos diz:

    Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Mt 22.37-39).

    No momento em que os filhos estão deixando a infantilidade, mais do que nunca, eles necessitam de um ambiente de proteção que lhes proporcione meios de encontrar o próprio caminho, escolhido por eles mesmos. É importante lembrar que o filho não deve ser a imagem e semelhança de seu pai, pois cada indivíduo tem a sua própria personalidade. O filho necessita de um pai, por isso ele exerce um papel fundamental na adolescência a fim de que o filho possa, em sua fantasia, destruir a realidade de um pai perfeito, todo poderoso, onipotente, do qual, na infância, fora dependente. Se essa destruição não ocorrer na mente do filho, não haverá a possibilidade de crescimento completo do adolescente.

    O pai tem que ser forte como uma ave Fênix, segundo Carvajal, sendo capaz de suportar as críticas do lado de seus filhos, com muito amor e carinho, onde depois ressurgirá para o próprio filho ainda mais belo do que antes. Quando o filho conseguir fazer um caminho de ida e de volta no que diz respeito às suas convicções sobre seu pai, o filho saíra do lugar de narcisista e terá condições de reconhecer a outras pessoas e amá-las.

    Por outro lado, há muitos adultos, até dentro da igreja, que sendo egoístas, buscam, a qualquer custo, a satisfação pessoal, baseados em uma cultura (em alguns aspectos) perversa. Esses são os chamados Adultescentes, pessoas imbuídas de cultura jovem, mas com idade suficiente para não serem adolescentes. Geralmente entre 35 e 45 anos, os adultescentes não conseguem aceitar o fato de estarem deixando de ser jovens (David Rowan).

    A adultescência é um novo termo que surgiu através da mistura em inglês das palavras adult (adulto) e adolescent (adolescente) para classificar essa geração de adultos. Vemos com isso a competição de certos pais com seus filhos adolescentes, e como certos adolescentes se deparam com modelos de identificação inadequados. Muitos desses filhos acabam ocupando o lugar dos pais, onde os papéis ficam totalmente confusos, ora certos jovens sentem-se filhos, ora pais de seus pais.

    Conflito do Jovem com o Corpo

    Muitos jovens sentem-se insatisfeitos com o seu corpo e com

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