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O Primo Basílio
O Primo Basílio
O Primo Basílio
E-book519 páginas11 horas

O Primo Basílio

De Eça de Queiroz

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Sobre este e-book

Luísa e Jorge formam o típico casal da burguesia lisboeta. Jorge, funcionário público, viaja a trabalho para o interior de Portugal. A monotonia da vida de casada torna-se insuportável para Luísa e ela se envolve com o primo Basílio, seu primeiro amor, recém-chegado de Paris. Instaurado o triângulo amoroso, surge Juliana, a invejosa e vingativa criada, que, encontrando cartas de Luísa dirigidas a Basílio, passa a chantagear a patroa, ameaçando entregar as provas da traição a Jorge.



Com esta trama, Eça de Queiroz (1845-1900) constrói uma das mais importantes obras da literatura portuguesa, cheia de humor e elegância, bem ao estilo do genial criador de O crime do Padre Amaro, A ilustre casa de Ramires, Alves & Cia, A cidade e as serras, entre tantos outros livros.
IdiomaPortuguês
EditoraL&PM Pocket
Data de lançamento9 de nov. de 2011
ISBN9788525425218
O Primo Basílio
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Autor

Eça de Queiroz

Eca de Queiroz (1845-1900) is considered to be Portugal's greatest novelist. Dedalus has made all his major works available in English in new translations by Margaret Jull Costa. The ten titles published are: The Mandarin, The Relic, The Tragedy of the Street of Flowers, The Crime of Father Amaro, Cousin Bazilio, The Maias, The City and The Mountains, Alves & Co and The Mystery of Sintra Road and The Illustrious house of Ramires.

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3/5

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  • 4/5
    When her husband travels for work, the charming but vapid Luiza falls into the arms of her cousin Bazilio and heads for her own destruction. Eça de Queirós is one of my favorite writers and Cousin Bazilio is another of his wonderful satires of bourgeois life in 19th-century Lisbon. It is somewhat reminiscent of Madame Bovary, but this story is peopled by a plethora of characters that are both sympathetic and amusing. There are no real villains or heroes - all characters get to take their turn at being pitied, admired, or despised. It is also quite amusing to think that this was considered quite outrageous when it was first published due to some naughty aspects, whereas by today's standards, it's borderline chaste. I particularly enjoy how the social realist style of Queirós' can't help but display the hypocritical rules of society, especially when it comes to female sexuality and morality.
  • 4/5
    (spoilers)The plot of this book is a pretty standard 19th c. one – unhappy wife cheats, misery ensues. The book also satirizes smug bourgeois society by showing the hypocrisy and behavior of the friends and neighbors of the married couple. All this is pretty unremarkable, but the focus on the servants in the families differentiates this novel from others with the same storyline. The relationship between Luisa and her maid Juliana is well-characterized but rather horrifying.Luisa is a happy but empty-headed wife who, in true 19th fashion, has been somewhat corrupted by novels depicting love as an exciting torment. Her own marriage to Jorge is happy and loving but rather superficial. When he leaves on a business trip for several months, she quickly becomes lonely and bored. Her cousin and first love Bazilio returns and proceeds to seduce her. Bazilio is clearly a selfish rake, but he talks a good game and Luisa thinks he loves her and can’t live without her. Juliana quickly discovers her affair and begins blackmailing her. While the author depicts Luisa’s initial ennui and unhappiness once Bazilio starts taking her for granted, the best part of the fallout is the unhappy relationship between Luisa and Juliana, the maid. Juliana is bitter and cruel when she has a little power – seemingly unsympathetic. But at first the reader is inclined to feel bad for her. The author describes her background – shuffled from situation to situation, having to deal with annoying children and selfish mistresses, Juliana lives an unhappy life. Unlike the genial cook Joana, she has no one to love her, and her illness means that she’ll likely soon die in poverty since she has no value as a servant. Though Juliana is ugly and old and labors all day and Luisa is bored and satisfied, they are oppressed by the same system. Juliana’s drudgery makes Luisa’s life possible. The closeness of their relationship is reflected in the secret they both have to keep. It also shows the true state of their relationship – normally the servant is expected to make the household run but must stay invisible. Here, Juliana has forced herself into Luisa’s life – Luisa can’t just replace her as Jorge suggests at one point. The relationship comes to seem like an abusive one – full of hatred and tension at multiple points, but neither can leave it. Both are also afraid of Luisa’s husband and their lives both revolve around men. Comeuppance happens for both when a man exposes their treachery. As in many books that deal with adultery - hypocrisy and double standards at every level. Wives are expected to be paragons of virtue – Jorge says in a hypothetical situation that an adulterous wife deserves death, but cheats on Luisa when he’s gone. Her affair, however, would make her a pariah in society while her husband boasts of his affair to his best friend. While wives have to be monogamous, servants are expected to be sexually available to wealthy men (unless they are old and unattractive like Juliana). Some of their friends use their servants in this way while preaching morality. Even Jorge’s best friend Sebastiao – who is virtuous and helpful – has absorbed this idea. He puts Luisa on a pedestal though other women are expendable. Luisa’s death occurs at the end of the book – lots of those 19th c. adultery books end with the heroine’s death. But it’s not suicide and it’s mostly Jorge’s fault. Luisa is not out and out immoral – she believed she was in love, and is perhaps excusable (to a 19th c audience) because she’s stereotypically silly and easily led astray (Sebastiao should have intervened). After, she feels genuinely guilty and still loves her husband – possibly even more than before. Jorge’s unhappiness at the end contrasts with his earlier rigid views.A number of colorful side characters enliven the plot and also show bourgeois snobbery and hypocrisy. Luiza’s childhood friend Leopoldina further illustrates the double standard – she’s married, but has multiple lovers. She is not acceptable in good society, but men who do the same are. Other friends include an old spinster who is madly in love with another of their acquaintances but has to hide it, Jorge’s bitter friend and doctor, the servant-chasing counselor who is pedantic and dull but also engaged in an affair with his maid and keeps pornographic tracts in his bedside table. There are also a lot of servant characters – nice to see the different kinds of interactions between Juliana and other servants, the woman who runs the employment agency.

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O Primo Basílio - Eça de Queiroz

doméstico

I

Tinham dado onze horas no cuco da sala de jantar. Jorge fechou o volume de Luís Figuier que estivera folheando devagar, estirado na velha voltaire de marroquim escuro, espreguiçou-se, bocejou e disse:

– Tu não te vais vestir, Luísa?

– Logo.

Ficara sentada à mesa, a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a soutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras: com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.

Tinham acabado de almoçar.

A sala esteirada alegrava, com o seu teto de madeira pintado a branco, o seu papel claro de ramagens verdes. Era em julho, um domingo: fazia um grande calor; as duas janelas estavam cerradas, mas sentia-