Ponto de Despedaçar: Um Thriller de Ponto - Livro 2
By Jeff Altabef
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About this ebook
Alguns pesadelos nunca acabam!
“Um suspense que captura e prende o leitor, com reviravoltas e guinadas do destino, manipulando habilmente a trama para trazer o máximo impacto.” ~ Donovan, crítico literário, Midwest Book Review
Quando seu filho de 19 anos, Jack, recupera-se milagrosamente de uma lesão cerebral séria, Maggie tem certeza de que sua sorte mudou. Mas quando ela é sequestrada por uma sombra do seu passado – um fantasma com perigosos olhos cor de safira – estará nas mãos de Jack e do irmão mais novo, Tom, solucionar o mistério e salvar a mãe de uma batalha psicológica mortal.
Os irmãos contam com a ajuda da tia-avó pitoresca, revelando inúmeros segredos abomináveis da família, conspirações governamentais explosivas e uma série de terríveis assassinatos. Juntos eles irão atravessar um submundo cheio de subterfúgios políticos e lutas de classes.
Enquanto procuram pela mãe, Jack sofre mudanças – é atormentado por dores de cabeça agudas e por estranhas visões. Como exatamente ele se recuperou do coma e como isso está ligado ao psicopata que sequestrou sua mãe?
Conseguirão Jack e Tom salvar Maggie antes que o sequestrador atinja o ponto de despedaçar? Terá Jack tempo suficiente?
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Ponto de Despedaçar - Jeff Altabef
PONTO DE DESPEDAÇAR
JEFF ALTABEF
DIREITOS AUTORAIS
Evolved_Evolution_Logo_Color-smallwww.EvolvedPub.com
~~~
PONTO DE DESPEDAÇAR
(No Inglês Original: Shatter Point)
Direitos Autorais em Português © 2018 Jeff Altabef
Direitos Autorais da Arte da Capa para a edição em Português © 2018 Mallory Rock
~~~
Editora: Megan Harris
Editor Sênior: Lane Diamond
Projeto Interno: Lane Diamond com imagens de Mallory Rock
~~~
Tradução: Cilmara de Lelis Dias
~~~
Observações da Licença do e-book:
Não é permitido o uso, a reprodução ou a distribuição de nenhuma forma ou de nenhuma parte deste livro sem a permissão expressa do autor, exceto no caso de citações breves usadas em artigos críticos e análises ou de acordo com as leis federais vigentes. Todos os direitos reservados.
Este e-book foi licenciado apenas para o entretenimento pessoal, não podendo ser revendido ou distribuído para outras pessoas. Se você quiser compartilhar este livro com outras pessoas, por favor, adquira uma cópia adicional para cada uma delas. Se você está lendo este livro e não o comprou ou ele não foi adquirido apenas para seu uso, por favor, entre em contato com o distribuidor do e-book e adquira sua cópia. Obrigado por respeitar o trabalho árduo do autor.
~~~
Ressalva:
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos são produtos da imaginação do autor ou foram usados de modo fictício.
NOTA DO AUTOR
Veja bem, este livro, Ponto de Despedaçar, embora tenha sido publicado primeiro, é, na verdade, a continuação dos eventos que aconteceram em Fracture Point, que ja está disponível.
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Por isto, se você ainda não o adquiriu, dê uma olhada no link abaixo e adquira sua cópia hoje. E, como sempre, muito obrigado pelo seu apoio. É você que faz tudo valer a pena.
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Jeff Altabef
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A POINT THRILLER uma série da Evolved Publishing
FracturePointPRESENTE
SecondChances_BannerObrigado por adquirir uma cópia de Ponto de Despedaçar. Espero que ele faça seu coração bater mais forte! Como forma de agradecimento, e por assinar a minha newsletter, gostaria de lhe oferecer um presente. Sou co-autor de um conto, Second Chances, que você receberá via e-mail quando acessar o link: FREE GIFT
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Jeff Altabef
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ShatterPoint_AwardsLivro 1: Fracture Point
Livro 2: Ponto de Despedaçar
Inimigos do Estado – Um Conto
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CHOSEN
WindCatcher_AwardsLivro 1: Wind Catcher
Livro 2: Brink of Dawn
Livro 3: Scorched Souls
Second Chances – A Short Story
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RED DEATH
RedDeath_Awards_300dpiLivro 1: Red Death
Livro 2: The Ghost King
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www.JeffAltabef.com
~~~
O que estão dizendo sobre os livros de Jeff Altabef:
~~~
SHATTER POINT:
Uma saga original que prende o leitor. De manipulações genéticas e viradas do destino a assassinato a sangue frio, os cenários mudam num piscar de olhos, mas a história tem sucesso ao cativar o leitor, levando-o em um percurso selvagem não apenas de assassinato e mutilação, mas de exame da sociedade.
~ D. Donovan, crítico literário, Midwest Book Review
~~~
"O livro combina todos os aspectos favoritos dos meus autores favoritos. James Patterson – o mestre do assassino psicopata que sequestra garotas; Patricia Cornwell – suspense científico; e Dean Koontz – tramas realmente fantasmagóricas. ~ Kat Biggie, No Holding Back
~~~
Uma leitura fantástica... Posso garantir que este é um daqueles livros que nenhum leitor será capaz de largar antes de chegar ao final.
~ Reynolds, crítico literário, Readers’ Favorite Book Reviews
~~~
A trama explode imediatamente com um elenco de personagens intricados, um enredo que evolui e que, a cada capítulo, você não consegue saber para onde ele irá te levar. A cada vez que um protagonista surge, um personagem forte e uma nova história é revelada e o resultado é um livro intrigante que eu simplesmente amei.
~ Escapology, Livro do Mês, julho de 2015
~~~
WIND CATCHER:
Uma leitura agradável para todas as idades e que passa tão rápido quanto os autores conseguem projetá-la.
~ Kirkus Reviews
~~~
"Muitos livros para jovens giram em torno dos processos de tomada de decisões, mas a alegria e o excitamento que abastecem Wind Catcher é a busca de Juliet pela verdade, que não acaba com seu surgimento, mas com a totalidade do que ela escolhe fazer com isto. Este é o âmago de uma saga poderosa que absorve totalmente os leitores em todos os cenários possíveis que podem estar contidos nas escolhas da vida – e esta é a razão pela qual Wind Catcher se sobressai dentre outros do gênero." ~ D. Donovan, crítico literário, Midwest Book Review
~~~
"Wind Catcher é um dos melhores livros de suspense para jovens que li nos últimos tempos. ... Se eu não tivesse que comer e dormir, teria lido sem parar até o fim. Ele é relamente muito bom!" ~ S. Price "Suze"
~~~
Que história surpreendentemente única!!! Posso dizer, honestamente, que nunca li nada igual! Amei o tema forte dos indígenas americanos que perpassa pelo livro tanto quanto o mergulho profundo nesta cultura tão rica no passado e no presente. A narrativa matou minha sede em conhecer os aspectos mais sobrenaturais da história dos índios americanos e da sua habilidade de contá-las. Amei a criatividade dos autores. Mesmo que este seja, em essência, um livro para jovens, eu fiquei, literalmente, pregada na minha poltrona enquanto o lia. A trama tem algumas situações bastante intensas, assim como outros veios perpassando por toda história. Gostei muito que nossos autores vejam o público
jovem mais do que apenas crianças mais velhas. Que os vejam como pessoas inteligentes que podem lidar com temas mais maduros, incluindo assassinato e sociedades secretas. E, vamos lá, quem não ama sociedades secretas?
~ Amy @ Read to My Heart’s Content
DEDICATÓRIA
Para Karen, Emily e Erynn que são as fagulhas que fazem meu coração bater, e para o meu pai, pela sua contribuição a este livro e pelo seu trabalho incansável como Editor-Chefe
da minha vida.
SUMÁRIO
Título do Livro
Direitos Autorais
Nota do Autor
Presente
OUTROS LIVROS DE JEFF ALTABEF
Dedicatória
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Guia para o Clube do Livro
Agradecimentos
Sobre o Autor
O que virá a seguir
Mais da Evolved Publishing
CAPÍTULO 1
Eu sou um assassino. Não melhor do que um assassino comum, na verdade, pior. Mais como um serial killer que não consegue se conter em tirar vida após vida, incapaz de parar mesmo se desejasse.
Darian franziu a testa diante do cadáver deitado na mesa de autópsia de aço inoxidável.
— Maldição, Zeus, pensei que você iria conseguir. — Franziu ainda mais a testa e linhas profundas apareceram em seu rosto. Remorso não era bom o suficiente, na verdade, era inútil, sem sentido. Remorso não traria Zeus, nem nenhum dos outros de volta.
Olhou para as projeções em vídeo da evolução do cérebro de Zeus. Na tela da esquerda, seu cérebro original parecia normalmente formado e perfeitamente funcional. A tela da direita mostrava o cérebro de Zeus depois que injetara a droga. Deformado e grotesco, estava tão inchado que pressionava o crânio.
Darian balançou a cabeça.
— Não, de novo, não. Não posso perder outro lote de cobaias.
— Estamos fazendo progresso, Doutor Beck. Desta vez a dilatação do cérebro diminuiu no final. Com alguns ajustes, da próxima vez poderá parar antes... — George tentou sorrir, mas apenas os cantos dos lábios se moveram. Com o dobro da idade de Darian, ele era tão otimista que podia ver um raio de esperança em meio a um furacão, mas esta mudança fatal nos eventos o deixara sem palavras.
— Estamos errando em alguma coisa importante. Precisamos parar o crescimento do cérebro antes que isto danifique a cobaia. — Darian olhou através da parede de vidro que separava a sala de autópsia do resto do laboratório. As cinco cobaias remanescentes estavam sentadas perfeitamente eretas e encaravam o vidro melancolicamente, como se Darian, Zeus e a mesa de autópsia, com a morte pairando sobre ela, atraíssem seu olhar.
Um frio glacial subiu pela sua espinha. Os outros não faziam ideia de que Zeus morrera, pois, geralmente, ficavam em lugares diferentes. Para eles, a parede de vidro era apenas um espelho. Eles não faziam ideia – não poderiam fazer – de que um laboratório ficava por trás do vidro, ainda assim, suspeitava que eles sabiam a verdade: que Zeus morrera e que ele era o assassino.
Darian assentiu em direção às cobaias restantes.
— É estranho não terem comido a ração da manhã. Já passa do meio-dia, deveriam estar com fome.
A cor foi drenada do rosto de George.
— Não é natural encararem o espelho desta maneira.
Darian apertou um botão em um teclado e o vidro ficou cinza, bloqueando a visão das outras cobaias. Uma canção de Led Zeppelin começou a tocar.
— É apenas nossa imaginação. Dê-me a serra circular. Temos que ter esperança em aprender o bastante com Zeus para salvar seus amigos.
George entregou-lhe a ferramenta reluzente de autópsia, mas antes que pudesse ligá-la, a porta do laboratório se abriu e Brenda Callaghan entrou apressada. A jovem pesquisadora, normalmente controlada e muito atraente, parecia pálida e tinha o maxilar cerrado.
— O que aconteceu, Brenda?
— Vim assim que fiquei sabendo. Sinto muito sobre Zeus, mas tem outra coisa que você deveria saber.
Darian encarou-a com calma e esperou que ela continuasse. Ela segurava um tablet do hospital com força e o peito dele se apertou.
— Wickersham autorizou que o EBF-202 seja administrado em um novo paciente. Ele não sabe que Zeus morreu, mas a injeção está agendada para hoje, mais tarde.
Entregou o tablet a Darian que estreitou os olhos até que eles não eram nada mais do que frestas.
— Este paciente é um jovem. Como ele pode fazer isso? Este é o meu experimento! Não estamos prontos! Vamos acabar matando-o. — O tablet estalou porque ele o apertou demais.— Eu vou... — As imagens violentas que lampejavam em sua mente passavam rápido demais e eram muito descritivas para serem colocadas em palavras. Atirou o tablet através da sala e correu para fora do laboratório.
Darian apressou-se até o elevador, o jaleco branco aberto ondulava, revelando uma camiseta vintage do Grateful Dead, jeans desbotado e chinelos. O rosto, geralmente afável, estava contorcido em uma careta raivosa ao golpear várias vezes o botão. Praguejava baixinho e se balançava para frente e para trás. Quando a campanha tocou e a porta se abriu, ele entrou correndo no elevador vazio.
— Por favor, segure a porta! — gritou uma voz.
Ele instintivamente colocou a mão entre as portas quando elas começaram a se fechar. Uma jovem assistente de laboratório entrou no elevador. O cabelo loiro comprido e liso estava preso num rabo de cavalo e se balançava enquanto ela caminhava, a pele bronzeada contrastava com o jaleco branco e os olhos cor de jade flertavam atrás dos cílios longos. Ela cheirava a jasmim e baunilha. Ela deve ser nova aqui, ele pensou. Perfume não era encorajado nos laboratórios e ninguém permanecia bronzeado depois de trabalhar as longas horas que a pesquisa exigia.
— Obrigada por segurar o elevador para mim. —Sorriu.
— Sem problema. — Darian deu um tapinha no botão do último andar, levantou as sobrancelhas e olhou para a assistente.
— É para onde eu também estou indo — ela falou.
Quando o elevador parou no térreo para que mais três pessoas entrassem, Darian se afastou e ela chegou para mais perto dele. A fragrância do seu perfume ficou mais forte, um arrepio percorreu seu corpo quando, ao respirar o ar perfumado, ele se aprofundou em seus pulmões.
— Meu nome é Vanessa — ela falou, estendendo uma das mãos.
Darian apertou-a e soltou, mas a mão dela se demorou por um segundo a mais do que o necessário. Eletricidade fluiu entre eles.
— Sou Darian Beck. — Ele estava com tanta raiva e tão preocupado que quase se esquecera de notar como ela era bonita. Quase, mas seus olhos perpassaram pelo pescoço fino e começaram a percorrer o resto do corpo até que repreendeu a si mesmo e os afastou.
O elevador parou no quarto andar e todos saíram, exceto Darian e Vanessa. Ele usou o espaço para, furtivamente, estudar o reflexo dela nas portas do elevador. Ela tinha olhos grandes, lábios cheios e vermelhos. Uma pequena e graciosa marca pontuava sua bochecha direita, o que fazia seu rosto ser perfeitamente simétrico, além da beleza – sem paralelo.
Vanessa permaneceu perto dele e um sorriso sedutor passou pelos seus lábios.
— Já ouvi seu nome ser mencionado antes, Doutor.
Ele sorriu largo, apesar do mau humor.
— Espero que apenas coisas boas.
— A maior parte. — Piscou para ele de forma afetuosa.
Quando as portas se abriram, ele saiu correndo do elevador, ansioso em seguir seu caminho, esquecendo-se temporariamente da nova assistente com seu sorriso doce e seu perfume.
O último andar não lembrava nem um pouco o resto do hospital de pesquisa. Lá, não havia o chão de cerâmica cinza, as luzes fluorescentes, os corredores simples e as portas de metal. Em seu lugar, havia painéis escuros de cerejeira, desenhos a óleo antigos e portas de madeira branca.
Pisando duro, foi em direção ao escritório mais luxuoso. A cada passo ficava mais furioso, como se sua raiva estivesse descendo por um morro íngreme e ganhasse intensidade ao fazer isso. Olhou fixamente para a placa na porta do escritório luxuoso – Samuel Wickersham, PHD – Chefe de Pesquisa – e empurrou-a, abrindo-a.
A recepcionista deu um grito de surpresa diante da sua entrada súbita, mas recuperou a compostura e sorriu largo para ele.
— Sinto muito, Doutor Beck, mas o senhor não tem hora marcada.
— Não se preocupe, Clair, ele vai querer me ver. — Apressou-se em direção à porta, virou a maçaneta e entrou no escritório luxuoso de Wickersham.
O escritório era maior do que todo o apartamento conjugado de Darian. Janelas do chão ao teto cobriam as duas paredes externas e ofereciam uma vista impressionante da cidade de Nova York. Foi bufando até a mesa gigantesca de Wickersham, onde suportes de quatro centímetros levantavam tanto a mesa quanto a cadeira. Na realidade, Wickersham era baixo, bem abaixo da média, mas de onde Darian estava, ele parecia imponente.
Sem olhar para cima, Wickersham imediatamente levantou a mão esquerda com a palma virada para Darian, como se estivesse esperando por ele. Sobre a grande mesa oval havia apenas um monitor de computador de tela plana, um novo monitor holográfico de vídeo que estava desligado, um interfone antiquado e uma fotografia de um Wickersham sorridente com o braço esquerdo sobre os ombros do vice-presidente. Ele dizia a todos que eles eram amigos de infância, mas ninguém acreditava nele.
Wickersham não afastou os olhos do teclado.
Darian estava entrando em ebulição enquanto observava o progresso dos dedos dele, que se pareciam com lesmas se arrastando sobre o teclado, e cerrou os punhos. Wickersham se mexeu na poltrona e o terno azul-marinho, feito sob medida, acompanhou perfeitamente seu movimento. Ele parou por um segundo e, delicadamente, acariciou a cabelo loiro tingido, mas nem um fio saiu do lugar. Ele usava muito gel e Darian imaginou que seria necessário um tsunami para despenteá-lo.
Quando Wickersham terminou de digitar e levantou os olhos do teclado, Darian não conseguia ler suas emoções. Ele injetara um rio de Botox no rosto, era como lidar com um manequim.
— Doutor Beck, não sabia que tínhamos uma reunião marcada. Imagino que tenha algo importante a me dizer, talvez um progresso a relatar? Por favor, sente-se. —Wickersham gesticulou em direção a uma das duas poltronas de couro em frente à mesa, mas Darian continuou de pé.
— Não podemos usar o EBF-202 em um novo paciente. Ele não está pronto.
— Eu discordo. A droga tem mostrado um potencial extraordinário. — Wickersham cruzou as mãos bem cuidadas sobre a mesa à sua frente. Estava sentado totalmente empertigado. Tentou dar o melhor sorriso e suspirou de leve quando o esforço falhou.
— A primeira versão da droga acabou matando todas cobaias. — Darian inclinou-se sobre a mesa, imaginando se poderia empurrá-la e alcançar a garganta de Wickersham em um só golpe.
— Esta foi a primeira versão. A segunda não produziu nenhuma fatalidade. Visitei todos as nossas cobaias noite passada e todas pareciam saudáveis.
— Zeus morreu esta manhã! — Darian encarou-o, esperando que a morte de Zeus o fizesse reconsiderar ou que pelo menos o incomodasse, mas se incomodou, o chefe de pesquisa não mostrou sinais disso. — Começamos este experimento há apenas dois meses. Os cérebros deles ainda estão em desenvolvimento. O ritmo diminuiu bastante, mas ainda não parou. Se o crescimento continuar, todos morrerão dentro de um mês. E mais, o comportamento deles mudou. Não é seguro! Ainda não entendemos todas as ramificações da droga. Não podemos usar o EBF-202 em seres humanos. Não me tornei um pesquisador para matar pessoas! Já é ruim o bastante que os cachorros tenham morrido.
Wickersham recostou-se na poltrona e cruzou ao braços.
— Como sabe que estou planejando usar cobaias humanas nos testes?
O rosto de Darian ficou vermelho.
— Entendo. Callaghan deve ter lhe contado. Falha minha.
— Não é isso que importa. O que importa é que, apesar do EBF-202 realmente regenerar o tecido cerebral, ainda não conseguimos controlar os efeitos colaterais. É como se matássemos qualquer um em que o injetamos! Precisamos de mais tempo para controlar as cobaias animais. — Sua raiva se encrespou como uma onda indo em direção à costa e explodiu ao se misturar com a areia e a espuma diante da constatação de que estava desamparado.
— Esta droga irá revolucionar a maneira como vemos o cérebro. O tratamento não irá apenas acabar com o Alzheimer e a senilidade, mas poderá aumentar os poderes cognitivos. As aplicações são infinitas, assim como os lucros. Você ainda é jovem, mas tem que entender o quadro geral. Com a sua participação nos lucros, a maior parte da sua dívida educacional será paga. — Os olhos verde musgo de Wickersham cintilaram.
O espírito de Darian afundou. Aquele olhar significava que Wickersham farejava dinheiro, mas pensar que seria pago por isso, não mudava em nada a determinação de Darian.
— O responsável pelo paciente assinou os formulários de consentimento?
Wickersham tentou sorrir, mas, por causa da pressão, desistiu bem antes que Darian pudesse reconhecer a reação.
— Você viu o prontuário do rapaz. Ele não vai se recuperar dos ferimentos na cabeça se não fizermos alguma coisa. Pelo menos, estaremos lhe dando uma chance de beneficiar toda a humanidade. Além do mais, ele é a cobaia perfeita – jovem, forte e com um trauma severo na cabeça.
— Ele ainda tem uma chance de lutar e sair do coma usando tratamentos tradicionais. O responsável por ele deve saber das escolhas e dos riscos.
Wickersham levantou-se e sua cabeça errou a parte mais alta da poltrona por centímetros.
— Estamos em 2041, Doutor Beck, a lei foi mudada dois anos atrás. Sem seguro premium, posso tomar essa decisão e ele não tem a cobertura apropriada.
Darian enterrou as unhas nas palmas das mãos.
— Mas o Grupo Sheppard está pagando todas as despesas e eles têm a cobertura exigida pelo seguro.
Wickersham caminhou em direção à lateral da mesa.
— Sim, mas o professor de tênis não tem a mesma cobertura. O grupo está pagando os custos do próprio bolso. — Wickersham levantou os braços, acenando, como se estivesse conduzindo uma sinfonia. — Tudo isto é para o melhor, Darian. Não se preocupe com a ética, você deveria se concentrar naquilo em que é bom: neurobiologia e fazer novos amigos entre os funcionários do sexo feminino.
— Só me dê mais dois meses com os cachorros, assim estaremos numa fase mais avançada.
Wickersham parou ao lado dele com a cabeça a apenas alguns centímetros acima do ombro de Darian, apesar dos sapatos de plataforma ridículos dele.
— Você ficará totalmente envolvido no estudo deste caso. Apenas imagine o quanto vamos aprender! Pense em todas as pessoas que ele estará ajudando.
O interfone tocou. Wickersham deveria ser a única pessoa viva que ainda usava uma daquelas coisas.
— Sua filha está aqui para a reunião, Doutor Wickersham.
— Ótimo. Já terminei com o Doutor Beck. Bom dia, Doutor.
— O nome dele é Jack.
— O nome de quem?
— Do professor de tênis. O seu caso de estudo. — Teve um pensamento passageiro em quebrar o nariz alterado cirurgicamente de Wickersham, mas, em vez disso, virou-se e apressou-se em direção à porta. Assim que levou a mão para segurar a maçaneta, a porta se abriu e ele colidiu com a filha de Wickersham. Seus olhos se encontraram.
— Vanessa?
CAPÍTULO 2
Tum-tum-tum-tum.
Cooper roçou as pontas dos dedos pela pele macia e suave do peito dela e riu consigo mesmo.
— Seu coração está batendo como o de um coelhinho assustado.
Ofereceu seu sorriso mais caloroso e piscou os olhos cor de safira. Ele tinha um daqueles olhares irresistíveis que nunca falhavam em derreter o coração de uma mulher.
— É você, querido. Você me deixa... lo-louca. — Os lábios dela estremeceram e seus olhos se encheram de lágrimas. Era jovem e adorável, o corpo nu estava estendido na grama verde recém-cortada que se dobrava sob o peso do corpo magro. Os olhos castanhos estavam arregalados de excitação, o cabelo estava preso em marias-chiquinhas e amarrado com fitas cor-de-rosa. Algumas sardas pontilhavam alegremente o nariz e as bochechas. Trabalhara como garçonete antes de se conhecerem, antes que ele a tirasse daquele emprego e lhe desse uma vida melhor.
— Gostou de passar um tempo comigo? — Acariciou com força a pele alva do braço dela e, em resposta, apareceram protuberâncias avermelhadas.
— Claro que sim, querido. Você é um anjo.
A resposta o agradou. Ele levou uma taça de cristal aos lábios e tomou um gole do vinho Lafite Rothschild Bordeaux, safra 2021. Deixou que o líquido se prolongasse na boca antes de engolir.
— Algumas pessoas dizem que um vinho excelente é determinado apenas pelas condições nas quais as uvas são cultivadas. Argumentam que se a matéria orgânica do solo está correta e você tem a quantidade ideal de chuva e sol, um grande vinho resultará desta combinação. — Tomou outro gole da taça. — Eu discordo. Sem vinhas extraordinárias, um vinho verdadeiramente superior não poderá florescer. A mesma coisa acontece com seres humanos. Apenas aqueles com o código genético apropriado poderão ser verdadeiramente excepcionais.
Ela o encarou com uma expressão vazia no rosto.
Cooper encolheu os ombros.
— É uma questão de destino. — Abriu uma cesta de piquenique de vime e retirou um pedaço de queijo cheddar envelhecido e cortou duas fatias finas como papel. Colocou uma na boca dela, as pontas dos dedos roçando os lábios rosados.
Assentiu em direção ao céu.
— Está um dia quase perfeito e você é quase perfeita.
— Posso tentar ser perfeita. Farei qualquer coisa que você quiser.
Ele sorriu e acariciou sua bochecha com as costas de uma das mãos.
— Sei que tentaria, mas há coisas que você não pode ser – certas... deficiências que você não pode superar. — O sorriso desapareceu e os olhos se tornaram frios e duros como gelo.
Uma única lágrima rolou pela bochecha da garota. Quando afastou as mãos de perto dele, um choque perpassou por seu corpo e ela começou a choramingar.
— Lutar não irá lhe ajudar. As amarras são eletrificadas. Se lutar contra elas você sentirá apenas dor – uma quantidade enorme de dor e não queremos que isto aconteça, queremos? — As palavras saíam de sua boca como caramelo repugnantemente doce.
— Não, não me machuque. Por favor, não. — Olhou em direção ao jovem atlético parado atrás de seu torturador, a única outra pessoa no campo, e lhe implorou com os olhos.
O ajudante sorriu para ela com frieza. Parecia casual usando uma camiseta branca simples e calças azuis, os olhos eram iluminados por um brilho anormal. Ele era elegante e musculoso, mas uma suavidade em suas feições indicava que vivera uma vida de privilégios.
— Pode suplicar para Terry se quiser. Pode implorar para que ele a ajude, mas não acho que seus apelos trarão algo de bom.
Tentou chutar, mas a amarra a conteve e golpeou-a com outra explosão de eletricidade. Ela deu um grito de dor. Lágrimas rolaram livremente pelo seu rosto.
— Terry, traga-me o estojo.
Terry colocou um estojo simples de madeira sobre a grama perto da garota e o abriu. Retirou um pano de veludo vermelho e estendeu-o ao lado dela. Em cima do pano ele colocou uma dúzia de instrumentos cirúrgicos de aço inoxidável.
Os olhos azuis de Cooper se refletiam no aço, criando dezenas de