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Poemas para embrulhar fatos
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Ebook65 pages22 minutes

Poemas para embrulhar fatos

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Uma desembaraçada obra que conduz o tempo todo à vida e à morte entrópica; ao poético e ao adepto; ao social e ao interior anuviado; ao filósofo e ao santo; ao tapado e ao amor (à existência, a alguém, ao repulsivo, ao inviabilizado); à peste e ao refinado.
O(a) leitor(a), ao término de cada poema, pode achar-se em estado paralisado, ou prospectivo, ou de grito no peito engatilhado. Ou nem se achar.
LanguagePortuguês
PublisherViseu
Release dateJun 1, 2019
ISBN9788530002572
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    Poemas para embrulhar fatos - Lisiane Aguiar Henrique

    www.eviseu.com

    Invicta Judice

    Teceu, a partir de certa data,

    suas perspectivas,

    e foi estornada.

    Talvez não voltaria àqueles lugares

    em que se ativou há décadas.

    Só, talvez.

    Não quis usar piadas,

    metáforas, forças de expressão.

    Exprimiu claramente o que queria ser dito,

    em face do suposto perigo a porvir.

    E foi ao encontro do que então queria

    e ainda restava: a verdadeira outridade!

    Como se fosse digna de poder amar os outros.

    Teve medo em alguns momentos de estar errada

    ou de não ter recebido a iluminação

    que alguns receberam.

    Acreditou, contudo, que obtivera em seu íntimo

    qualquer sinal.

    Seguiu. E era ela como uma tempestade

    em busca da paz, contrariando sua força.

    Passaram-na pela peneira,

    que a fragmentou em sua tela de arame.

    No entanto, saíra do outro lado, toda ela.

    Seu crime foi alertar,

    foi sair de seu estado larvórico

    e achar que os outros também o pudessem.

    Seu caso ainda se encontra sub judice.

    Enquanto anseia a conclusão de seu processo,

    prossegue, com suas aspirações e inspirações.

    Exprimindo-se e espremida.

    Leva à memória, a todo tempo, aquele dia

    em que foi passar uma noite de natal

    com um morador de rua.

    Chegou àquela calçada

    com um frango assado na mão.

    Ele, ao vê-la, virou para os dois moradores de rua

    que estavam ao seu lado e disse:

    eu não falei que ela viria?.

    Por claro motivo,

    aquele fato a faz equacionar

    os dantes dias contados ao presente do futuro.

    Seu crime, francamente, foi ter

    engalfinhado-se em busca da paz, bem e amor

    e alertar a sociedade da iminência

    de um forte oposto.

    Depois, pra falar a verdade,

    ela regressará sim.

    Não será mais a mesma

    e o resto, na essência, tudo igual.

    É ela, a pessoa.

    A doravante a procurada

    Tigela comum

    Relacionamentos convencionais.

    Roupagens artificiais.

    Indústria cultural que dita tudo

    aos consumidores por ela consumidos.

    Já o santo,

    olha a pessoa

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