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Como é viver com Parkinson
Como é viver com Parkinson
Como é viver com Parkinson
Ebook149 pages1 hour

Como é viver com Parkinson

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About this ebook

O propósito desde livro é de alguma forma tocar o coração a mente, alma e o espírito daqueles que sofrem não só com a doença de Parkinson, como também com qualquer outra doença ou situação de desconforto emocional, em que a angústia e a falta de perspectivas tomam conta de sua vida.
Utilizando uma linguagem simples com muita poesia e lirismo o autor passeia pelos recantos mais obscuros do sofrimento humano e oferecendo momentos de reflexão e aceitação.
Acredite, o caminho para uma vida melhor é possível e esta ao nosso alcance, basta acreditarmos.
LanguagePortuguês
PublisherViseu
Release dateJun 1, 2019
ISBN9788530006693
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    Book preview

    Como é viver com Parkinson - J. Nelson

    www.eviseu.com

    PREFÁCIO

    Ilhabela, Fevereiro, 2019.

    Olhando este mar infinito tanto na sua dimensão como na sua beleza, consigo puxar a linha do carretel do tempo e ver um menino sapeca, pulando ondas e marolas e já antevendo a grande aventura que seria sua vida, sendo esta feita de saltos e sobressaltos, alguns bons, outros difíceis, emoldurando um quadro de tons diversos.

    Entre o claro, obscuro e escuro, o tempo passou, forjando uma personalidade que pude conhecer e admirar de perto.

    As aventuras pessoais e profissionais foram solidificando um personagem que, à medida que o tempo escoava, tornou-se mais límpido e transparente, assim como a água daquele mar da infância... Translúcida e permitindo enxergar, longe, a profundeza e também o horizonte longínquo, mas com os pés fincados na areia.

    Neste turbilhão, redemoinho que vai e vem, um homem se formou; a idade madura chegou, mas ele a guardou, nas suas entranhas, como na profundeza do oceano, um desejo de ver o mundo através de versos e poesias.

    A maré, muitas vezes, vai longe e nunca se sabe como ela volta. Nesse interregno, muitas fases da vida vão passando, e esse homem adulto balança a bombordo e a boreste, sem nunca perder o norte.

    A personalidade do Nelson, também construída com fortes tempestades, ventos de sudeste ou mar de almirante, direciona-se profissionalmente para a área social, procurando transmitir ao próximo os princípios básicos da vida, sobretudo saúde e bem-estar.

    De repente, quando tudo é calmaria, uma onda gigante, escura e violenta arremessa nosso homem contra uma encosta íngreme; é necessário muito fôlego e traquejo para não afundar.

    Ah! Só quem não conhece o Nelson... Perfil aguerrido, ele tem!

    Ainda atordoado com essa violência, com o estouro dessa onda, o Nelson sai cambaleando com passos trôpegos, mas procurando um outro rumo, um novo caminho.

    A roda da vida gira, e aí o Nelson redescobre aquela marolinha suave de tarde praiana ensolarada, romântica, que aguçava os seus sentidos e o fazia sonhar.

    Nessa intempérie abrupta, o verbo se contrapõe e vai se soltando devagarzinho... Às vezes, muito manso; às vezes, estrondoso... Compondo versos, poemas e poesias que vão buscar, na arte, um novo modo de ser e de poder existir.

    Avante, Nelson !!

    Sandra R. Melendez Le Coz

    Uma história de superação

    Independente do resultado, o que importa é continuar lutando, fazendo de cada dia uma vitória. Encaro cada desafio como o mais importante de minha vida, trato cada um deles de forma única.

    Identifico minhas fraquezas de maneira que posso compreendê-las e principalmente tratar suas vulnerabilidades.

    Avalio diuturnamente minha resistência, identificando as oportunidades de melhorias e corrigindo o que é necessário.

    Reconheço as limitações impostas pelas doenças. Sim, além de Parkinson, sou portador de coxartrose, tenho duas próteses, uma em cada quadril.

    Tinha tudo para desistir, mas fiz opção pela vida. Logo após o diagnóstico de Parkinson, retornei ao trabalho, encarando minhas limitações com muita naturalidade e persistência, supero os obstáculos um de cada vez.

    Tenho o trabalho como uma de minhas principais terapias.

    Vivo cada dia como se ele fosse único, com muita dedicação e encantamento.

    Sou assim, uma metamorfose, um eterno errante, sou Dom Quixote de minha própria história.

    Poesia

    que

    trata

    a

    alma

    de quem

    sofre

    com

    Parkinson

    Não existe sorte, tudo é resultado de muito trabalho, planejamento, estudo e dedicação.

    Azar? Na maioria das vezes, pode ser explicado pela ausência ou erro de planejamento.

    Seu resultado só depende de você.

    Acredite, sempre tem alguém te olhando, avaliando você.

    Nunca conte de imediato tudo que sabe.

    Tenho dois tempos

    A espera e a demora

    A demora namora a espera

    Que espera o amor que demora

    Já não demora e a espera

    Que espera na demora do tempo

    Quem sabe a seu tempo

    Também tenha o que esperar.

    Sou eu

    Sou a mão que amassa a massa do pão

    Sou o pé que, descalço, amassa o barro

    Sou a mão do artesão que esculpe a culpa da fé

    Sou o santo adorado em dia santo ou não.

    Sou a dança da criação, na evolução da vida

    Sou estrada torta, na sinuosa vida

    Sou o espectro da morte certa

    Sou o sabor da dor.

    Sou o gosto da pinga, no estalo da língua

    Sou pé de moleque, no drible do gol

    Sou sofrimento de mãe que perdeu o filho

    Sou música que acalma a face do pensador.

    Sou armadilha no laço de fita

    Da moça bonita que balança ao vento

    O vestido em seu caminhar

    Sou sol de verão, mar quebrando mansinho.

    Na alva praia, alvo de meus olhos

    Sou fieira de peixe na mão do pescador

    Pés descalço que chia na areia macia

    No jogo de bola, na beira da praia.

    Sou menino correndo na brincadeira

    Sou alegria de criança na bagunça da infância

    Sou joelho ralado no tombo de bicicleta

    Sou riso, sou choro de acontecimento importante.

    Sou choro bobo de medo de vulto de assombração

    Sou música bonita, estimulante, envolvente

    Sou história sem fim, contada em roda de conversa

    Sou foto três por quatro, retrato para documento.

    Sou festa de comemoração de batizado e casamento

    Sou fruta madura, água de coco gelada

    Sou pobre na procura pelo emprego

    Sou sujeito de qualquer etnia, de qualquer cor.

    Sou roda de capoeira no golpe certeiro

    Sou o suor do batuqueiro que balança

    Sou o ritmo certo no batuque da mão

    Sou samba no pé, no balanço da canção.

    Sou chão batido de terra amassada

    Sou primeiro e derradeiro

    Sou mentira torta de dar risada

    Na piada bem contada.

    Sou José, irmão de João e Maria

    Sou pensador, contador de versos

    Verso a vida que castiga e abriga

    Sou rima certa na poesia torta.

    Sou poeta contador de história

    Sou nascido detrás da ilha

    Sou caiçara, filho primeiro

    De Nelson Tenório e Amélia.

    Com quem aprendi a respeitar

    A tradição e os mais velhos

    Sou conversa de caiçara

    Aquecida na beira da fogueira.

    Sou pescador no facho diacho de vida

    Sou pimenta ardida no caldo de peixe

    Sou água macia de chuva fina

    Sou susto e medo de trovoada.

    Sou pássaro em revoada

    Sou corrida de molecada

    Sou lágrima doce de comemoração

    Sou festa popular, dia santo de feriado.

    Sou reza brava na boca da benzedeira

    Sou fé de povo carente

    Sou dança da trança que balança

    Sou o vento que assopra a onda.

    Sou o mar revolto, envolto em mistério

    Sou o que posso pensar

    Sou o que posso decidir ser

    Sou eu vencedor, nesse diacho de vida!

    Inspiração que foge

    Tributo a Cora Coralina

    Hoje acordei com uma senhora a me chamar,

    Era Cora que há muito não via, não via e não lia.

    Em sua fala mansa de longeva idade

    Reprendia-me como escrever sem ler

    Que leia, então, o que ao redor está

    Tal como redemoinho se apresenta

    Diz bem alto para ser ouvida

    Levanta a poeira de teu pensamento

    Limpa

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