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Só por ti Jesus: em uma vida
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Só por ti Jesus: em uma vida
Ebook59 pages41 minutes

Só por ti Jesus: em uma vida

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About this ebook

Neste Livro, Emília, a terceira de quatro irmãs com Atrofia Espinhal, conta sua vida e a luta de toda a família, especialmente da mãe, Maria, viúva precoce, que trabalhou para criar sete filhos e cuidou das quatro filhas deficientes. As esperanças e decepções na busca pela cura, a perda das irmãs para a doença, a conversão de Emília pela fé. Prepare o coração e reserve lenços.
LanguagePortuguês
PublisherViseu
Release dateJul 1, 2019
ISBN9788530006839
Só por ti Jesus: em uma vida

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    Só por ti Jesus - Emilia Geralda dos Reis

    www.eviseu.com

    Introdução

    As Meninas da Maria

    Peço licença a você que está lendo para falar sobre as meninas da Maria do meu ponto de vista. Sei que existem vários outros, pois milhares de pessoas as conheceram, conviveram com elas e as admiraram, talvez tanto quanto eu.

    Quando criança, um dos meus passeios preferidos era ir à casa de minha irmã Maria e do esposo dela, João Teixeira. Eles moravam na rua Dona Luíza, perto do Colégio Estadual (Escola Zama Maciel). A residência era pequena e boa parte do terreno ocupada por um grande galinheiro. Ali, eu me sentia em casa, quase na fazenda de Pindaíbas, provavelmente por causa do barulho das galinhas. Brincava com as minhas sobrinhas Fatinha (que morava perto com a Dinha Sinhazinha), Marilda e Emília e, de vez em quando, com o Paulo, irmão adotivo delas. Outro grande prazer da minha infância era passear na casa de Maria e João Teixeira quando eles moravam na fazenda do meu pai, em Pindaíbas. Lá, eu conheci o engenho de moer cana. Quem inventou o engenho devia ser um gênio. Dali saía a garapa, que virava melado e rapadura... imagine que delícia.

    Essas duas lembranças justificam tudo o que viria mais tarde: a ligação afetiva imensuravelmente forte que tive com Maria, Fatinha, Marilda, Emília, Eliana e com os meninos da casa, Adélio, Lúcio, Olivério e Vinícius.

    Houve, depois, um hiato no nosso relacionamento. João Teixeira e Maria foram dar seus pulos para cuidar dos filhos. O João plantou roça, vendeu galinhas, queijos, sapatos (que buscava em Franca). Dele, tenho ótimas recordações. Ria e fazia rir o tempo todo. Não parava um minuto, mesmo enquanto trabalhava, brincar era seu esporte preferido. Exercia essa magia com qualquer pessoa, até com desconhecidos, o tempo todo.

    Durante alguns anos, passei a encontrá-los apenas de vez em quando. O que ficou da infância foram lembranças de momentos muito felizes. Na adolescência, realmente conheci por dentro aquela família, que se tornaria tão minha quanto são meus os de lá de casa. Minha união definitiva com Maria, suas quatro meninas e os três meninos começou para valer em 1977, com a estúpida interrupção da vida de João Teixeira em Pindaíbas, fato que obrigou minha irmã a vir morar em Patos de Minas com os sete filhos. Veio procurar um meio de vida, que acabaria sendo lavar três ou quatro malas de roupa por dia, além de responder pelas tarefas obrigatórias de mãe e dona de casa. Agora, eu me emociono ao lembrar dessa luta quase impossível de ser vencida. Na época, porém, não tinha a exata noção do quanto Maria era forte. Ela sim era invencível. Nada, nenhuma dificuldade a impediu de continuar, de criar seus filhos com dignidade. Maria, não tenho dúvidas, é de rocha.

    E as meninas? É muito conteúdo. Não me sinto capaz de descrevê-las detalhadamente e, se fosse fazer isso, levaria meses, anos talvez. Serei superficial, então. Quando Maria ficou viúva, a atrofia espinhal já havia se apresentado nas minhas sobrinhas e já limitava muitos dos seus movimentos naturais, como andar, por exemplo. Com o passar dos anos, cada uma delas a seu tempo perdia força muscular, principalmente nos membros. Eu via e convivia com suas dificuldades, mas nunca as senti diferentes de mim ou longe da vida. Claro que elas deviam ter seus momentos de angústia, talvez até de revolta, mas, incrivelmente, nenhuma queixa acontecia na minha presença. Sinto-me abençoado por isso. Delas, só recebi boas energias e amor. Como as meninas não

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