Para Sempre Seu Campeão
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About this ebook
Orginalmente parte de “Ever My Love: The Lore of the Lucius Ring Anthology, publicada em 2016.
No prólogo, escrito pela autora best-seller dos EUA, Kathryn Le Veque, encontramos Theodosia, esposa do centurião romano Lucius. Depois de saber que seu marido foi morto na Britânia, só restara a Theodosia sua filha e o anel que ele havia dado a ela.
O anel de Lucius, é passado através das mulheres da família de Theodosia. A lenda diz que quando a possuidora do anel encontrar o verdadeiro amor, ele brilhará num tom carmesim até que seja passado para a próxima geração. Mas e se a mulher não encontrar o seu verdadeiro amor.
Em Para Sempre seu Campeão conhecemos uma dessas descendentes, Rianna Coultier.
Durante anos, Rianna Coultier procurou por seu pai enquanto tentava resolver o mistério por trás do abandono dele, dela e de sua mãe, e entender seus sonhos perturbadores. Seriam mesmo memórias?
Coincidência — ou destino — coloca Aiden Macgullane em seu caminho no momento em que ela está prestes a descobrir a verdade. Ele não é mais o mesmo menino doce que ela se lembra de sua infância. Mas o que aconteceu em sua vida para transformá-lo no homem frio e distante que ele é hoje?
Por que é que o anel dela brilha quando ele está perto?
Aiden será capaz de salvá-la do homem mau que diz ser o pai dela?
A luz do anel continuará a arder, ou se tornará negra para toda a eternidade?
A vida muitas vezes nos faz muito mais perguntas do que nos dá respostas.
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Para Sempre Seu Campeão - Suzan Tisdale
Também por Suzan Tisdale
Lançamento em 30 de julho de 2019
Kiss of the Red Scorpion
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A Moça do Findley
Wee William's Woman
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Para Emilee e Debbi
Introdução
Caro Leitor,
Forever Her Champion é um conto. Sua primeira publicação foi em 2016 como parte da antologia Ever My Love. Se você, por acaso já havia comprado essa antologia, por favor retorne este livro já que a história que se encontra aqui é igual a que se encontra na antologia.
Se quiser ler mais títulos na coleção Ever My Love , por favor, leia! Você pode seguir o anel ao longo dos séculos!
Of Love and Legend, de Kathryn Le Veque: Inglaterra medieval - O anel cruza o caminho de um bandido notório apenas para amaldiçoar a mulher que ele ama.
Forever Her Champion de Suzan Tisdale: Terras Altas Escocesas - O anel encontra uma garotinha... e a maldição segue.
Breath from the Sea por Eliza Knight: Inglaterra Tudor - O anel mais uma vez se torna o prêmio para os sem lei quando uma infame mulher pirata tenta roubá-lo do Capitão da Marinha da Rainha.
Only You por Cheryl Bolen: Era georgiana — Irmãs gêmeas competem pelo anel, e pelo Duque de Axminster.
Call of the Wild Wind por Sabrina York: Inglaterra Regencial — O anel entra no pomposo e sério cenário do período regencial inglês, e a maldição ganha uma nova vida.
The Guardian Mist por Susan Stoker: Tempos modernos — Identidade equivocada, almas gêmeas e a última chance de o anel cumprir seu destino.
Prólogo de Ever My Love
128 AD
Vila Junii, 13 km a noroeste de Roma
Escrito pela autora best-seller do USA Today, Kathryn Le Veque, como parte de Ever My Love, The Lore of the Lucius Ring Anthology lançado em julho de 2016
Era uma brisa forte que varria o Mar Tirreno, uma brisa como a respiração dos deuses, de Poseidon rugindo com fúria na direção da terra que não podia dominar. Esse verão estava quente além do normal, e a brisa do mar refletia aquele calor inesperado. Os moradores diziam que era porque Hades havia deixado os portões do inferno abertos, e o que estavam experimentando era o regurgitar do fogo infernal, mas Theodosia rejeitava o costumeiro drama dos nativos. Além disso, ela não podia perder tempo com tais frivolidades. Ultimamente, restava pouco tempo além de sua própria dor.
Na manhã plácida, Theodosia sentou-se em uma cadeira almofadada no peristilo, uma área do jardim que ficava nos fundos da casa de campo de seus pais, numa região fora de Roma. Era uma villa que já pertencia a sua família há gerações, família essa, os Junii, que pertenciam à nobreza de longa data da sociedade patrícia de Roma.
Junto com o respeito e a riqueza, veio privilégio, e a vida inteira de Theodosia fora de vantagem e prazer, e quando chegou a hora de se casar, seu pai permitiu que ela escolhesse seu próprio marido. E ela escolheu um jovem e arrojado oficial romano de boa família chamada Lucius Maximus Aentillius.
Lucius.
Apenas pensar neste nome costumava trazer torrentes de lágrimas, desde que a carta do governador de Londinium, dirigida ao pai, fora recebida seis meses antes.
É com grande pesar que venho informar que descobrimos que a Legio XX Valeria Victrix foi invadida pelo grande Vallium Aelium. Todos os integrantes da legião foram perdidos.
Perdidos.
Agora, Theodosia fingia estar entorpecida ante a menção do nome do marido, porque suas lágrimas constantes assustavam a filha pequena. Filha de Lucius. Sempre que ela olhava para aquele rostinho, via o marido em suas características: cabelos escuros e encaracolados, olhos castanhos... tudo isso era Lucius. Mais que tudo, ela chorava pela criança que nunca conheceria o pai e pelo pai que nunca soube ter tido uma filha. Hoje, Theodosia chorou lágrimas demais e por muitas razões.
Também chorou por si mesma.
Aos vinte e três anos de idade era muito nova para ser viúva, mas essa era a posição em que ela se encontrava. A família dela, tendo tantas conexões por seu pai ser senador, sabia que não ficaria viúva por muito mais tempo. Um amigo de seu pai, Proculus Tarquinius Geganius, já estava enchendo a orelha dele com uma variedade de sugestões venenosas que culminariam com o casamento de seu filho, Marcus, com Theodosia. Marcus não gostava de menininhas e a jovem filha de Theodosia, Lucia, teria que ficar com os avós. Contudo, Marcus estava disposto a se casar com a bela Theodosia apesar da filha.
Porém, Theodosia não queria se casar com ele. Sua vida, vazia de alegria e lançada em um mar de turbulência seis meses antes, poderia piorar com a jaula do casamento pairando sobre sua cabeça. Desespero e tristeza eram seus companheiros constantes. Se a decisão ficasse a cargo de seus pais, ela se casaria com Marcus e a pequena Lucia não seria mais bem-vinda na casa da própria mãe. Theodosia não deixaria isso acontecer.
Acima de tudo, ela e Lucia permaneceriam juntas.
Naquela manhã quente, Theodosia observava Lucia brincar no lago no meio do peristilo, sua mente estava de volta ao dia em que ela e Lucius se conheceram. Acontecera na orla da praia, ela caminhava junto de amigas e coletava lindas conchas para uma coleção. Lucius e alguns de seus companheiros haviam remado até a praia desde um navio de guerra romano ancorado na costa, e interromperam a coleta de conchas, mas Theodosia e suas amigas que até então riam, curtiam a vida e aproveitavam o sol, ninguém pareceu se importar naquele momento quando seis soldados musculosos desembarcaram.
Foi o momento que mudou a vida de Theodosia para sempre.
Os soldados estavam bastante interessados nas mulheres que estavam presentes por toda a praia, mas as amigas de Theodosia fugiram, deixando-a sozinha, de pé na areia e o avental cheio de conchas do mar. Percebendo que estava desacompanhada, tentou fugir, mas as conchas caiam e quando percebeu, Lucius estava ajudando-a a pegá-las.
Ela fitou os olhos suaves e gentis do homem e se perdeu.
Um breve namoro seguiu da maneira usual, exceto que ela descobriu que seu amante era bastante prolífico com as palavras, Lucius escrevia poesia, em segredo é claro, porque se seus companheiros na legião percebessem que Lucius escrevia canções de amor e beleza, teria sido ridicularizado. Mas, que prosa! A beleza de suas palavras! E a última linha, em qualquer coisa que escrevia, era sempre a mesma:
Cum cogitationes solum de uobis. Sonhos, apenas com você.
Palavras repletas de grande significado para os dois, na verdade, Lucius as gravara no anel de casamento que deu a ela. Era um anel de família, havia passado pela mãe muito rica de Lucius, cuja família dizia-se descender dos deuses gregos de séculos antes, que a família de Silvia era semideusa, descendente de Marte, e quando Lucius deu a Theodosia o anel de sua mãe, ele disse a ela que o anel havia vindo da própria Afrodite. O anel, de um ouro muito escuro e com um rubi de cor carmesim, parecia antigo o suficiente para talvez ter sido de fato forjado pelos deuses.
Mas era um lindo anel, de grande valor sentimental. Com a permissão dos pais, Theodosia e Lucius se casaram pouco depois, apenas seis semanas, e na recepção pós-casamento, a mãe de Lucius, a elegante lady Silvia, puxara Theodosia para o lado. Embora a mulher fosse graciosa e carinhosa, sua atenção não estava em Theodosia e sim no anel.
— Como não tive filhas, pedi ao meu filho que lhe desse este anel da minha família. — dissera ela — Ao usá-lo, devo lhe contar a lenda por trás dele. A partir de agora, o anel é uma parte de você e você é uma parte dele, e deve passá-lo a sua filha, e sua filha deve passá-lo a filha dela. Está na minha família há séculos. Alguns dizem que foi usado pela própria Afrodite. O anel possui o incrível poder do amor e quando o dono do anel conhece o verdadeiro amor, a pedra se torna carmesim. Mas se o dono do anel não encontrar o amor verdadeiro antes de ter vivido vinte e cinco verões, a pedra se transformará em brasa escura e o dono ficará sozinho por toda a eternidade.
Theodosia olhou para o anel e era de fato uma linda cor carmesim. Confusa, ela falou sem pudores:
— A pedra está carmesim no meu dedo — dissera —, mas temo que você me passou um fardo bem grande. Receio que dizer a qualquer filha que eu possa ter que, se ela não conhecer o amor verdadeiro até o vigésimo quinto verão, ela será uma velha solitária.
Silvia riu.
— Não precisa se preocupar. — acalmou-a. — Qualquer filha que você e meu filho terão certamente será linda e saberá amar.
Theodosia ainda não estava convencida.
— Você já viu a pedra tornar-se cor de brasa?
Silvia perdeu um pouco do semblante feliz.
— Uma vez. — sussurrou — Minha tia solteirona. A pedra estava negra, e ela morreu velha e sozinha. Mas antes dela morrer, ela o deu para mim, e logo me casei com o pai de Lucius. A pedra ficou vermelha e tem sido carmesim desde então.
Neste momento, sob o sol do peristilo de seus pais, Theodosia recordava aquela conversa e olhou para o anel em seu dedo esguio, viu que havia adquirido tons mais escuros desde a missiva de Londinium meses atrás. Não era exatamente cor de brasa escura, mas não era mais o vermelho rico e vibrante que costumava ser. Estranho como não havia notado isso antes. O anel estava escurecendo diante de seus olhos.
Curiosa quanto à mudança de cor do anel, Theodosia pensou em sua idade:
— Eu já vivi vinte e três verões.
Apenas mais dois anos para encontrar o amor novamente ou o anel se tornaria escuro pelo resto de sua vida. E se o que Lady Silvia disse fosse verdade? E se ela nunca mais voltasse a amar caso não encontrasse algo verdadeiro nos próximos dois anos?
Mas seus pensamentos logo se acalmaram. Ela já amara uma vez. Ela e Lucius compartilhavam um amor que homens mortais só podiam sonhar. Não queria encontrar amor de novo. Ela queria lembrar de Lucius para sempre como seu único e verdadeiro amor. Ela não queria que o toque de outro homem apagasse essa lembrança.
Se o anel se tornasse preto, paciência.
— Uma linda manhã, minha glória.
Theodosia foi tirada de seus devaneios. Seu pai veio por detrás dela e a beijou na cabeça. Ela cobriu o anel em seu dedo, pôs a mão sobre ele, e forçou um sorriso para seu pai.
— Bom dia para você também. — cumprimentou com educação — Onde está mamãe?
Tiberius Junius Brutus jogou o polegar de volta na direção da cucina, ou cozinha.
— Há alguma crise em relação a um porco assado, eu acho. — respondeu ele, puxando uma cadeira — A verdade é que eu não sei. Tento não me envolver nos assuntos de sua mãe porque ela vai me beliscar.
Theodosia deu uma risada.
— Belisque ela de volta.
Tiberius sacudiu a cabeça.
— Assim, ela vai me atacar. — disse ele com medo, observando sua filha rir — Não, filha. Fico feliz estando fora dos assuntos de sua mãe. Vim ver você e Lucia esta manhã.
Theodosia olhou para a filha, que escolhia algumas das preciosas flores cor de rosa de sua vó.
— Lucia! — ela chamou — Não pegue essas flores!
A garotinha olhou para a mãe, sorriu e seguiu para o próximo arbusto para colher as flores de lá.
Theodosia suspirou.
— Ela é muito parecida com o pai. — disse de forma suave — Ela sabe que o sorriso dela abre portas. Não consigo ficar brava quando sorri.
Tiberius riu baixinho.
— Nem eu. — confessou e deu um tapinha carinhoso no braço da filha — Quando você era pequena, era o mesmo com você. Não negava nada quando você sorria para mim.
Theodosia olhou para seu amado pai, e sorriu para o homem.
— Ainda funciona?
Ele resmungou e desviou o olhar, ciente de sua tentativa de