NICOLAU COPÉRNICO: Biografia de um gênio
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NICOLAU COPÉRNICO - Nicolau Copérnico
Edições LeBooks
NICOLAU COPÉRNICO
Biografia de um gênio
OS CIENTISTAS
1a edição
img1.jpgIsbn: 9788583863991
LeBooks.com.br
Prefácio
Prezado leitor
Nicolau Copérnico foi um astrônomo e matemático polonês que desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Assim como outros grandes nomes de sua época, Copérnico realizava atividades e pesquisas em várias áreas, tendo sido também cônego, governador e administrador, jurista, astrônomo e médico.
Copérnico viveu de 1473 a 1543, o suficiente para criar uma teoria revolucionária: a teoria do Heliocentrismo, que colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então vigente Teoria Geocêntrica que considerava a Terra como o centro do Universo. Sua teoria é considerada uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos e o ponto de partida da astronomia.
Depois de Copérnico. muitos astrônomos aceitaram partes de sua teoria, e seu modelo influenciou cientistas renomados que viriam a fazer parte da história, como Galileu e Kepler, que assimilaram a teoria do Heliocentrismo e a aprimoraram. Galileu Galilei, com suas observações das fases de Vênus, produziu a primeira evidência observacional da teoria de Copérnico.
Nicolau Copérnico foi um dos principais cientistas de todos os tempos e neste ebook o leitor poderá conhecer a vida e a obra deste gênio.
Uma excelente e proveitosa leitura.
LeBooks
img2.pngNicolau Copérnico 1473 -1543
Assim, uma vez que nada impede que a terra se mova, sugiro que devemos considerar também se adequar várias moções, de modo que ela possa ser considerada como um dos planetas, uma vez que não é o centro de todas as evoluções.
Coisas que eu estou dizendo agora podem parecer obscuras, mas elas vão ficar mais claras no devido tempo.
Nicolau Copérnico
NICOLAU COPÉRNICO
Sumário
A INFÂNCIA
O MISTERIOSO CÉU
UM ESTUDANTE NA CRACÓVIA
COMO COPÉRNICO NÃO FOI CÔNEGO
A DOCE VIDA EM BOLONHA
O CÔNEGO DE FRAUENBURG
O FIM DA ALEGRIA
AS PRIMEIRAS INTUIÇÕES
POLÍTICO, ECONOMISTA E ESPADACHIM
OS ÚLTIMOS ANOS
A OBRA DE COPÉRNICO
CRONOLOGIA
A INFÂNCIA
Nikolas Kopperlingk era originário da Silésia. Um homem alto, forte, robusto, de olhos vivos num rosto quadrado e simpático; e também um homem muito inteligente e bom comerciante. À procura do futuro, havia abandonado ainda jovem sua região natal, recebendo do pai muitos conselhos, sua santa bênção e um pouco de dinheiro; e despreocupadamente, então, havia visitado quase todas as maiores cidades da Pomerânia e da Posnânia, tentando uma situação definitiva e conveniente. Ora por uma razão e ora por outra, porém, nem Breslau ou Liegnitz, e tampouco Kalish ou Posen, o haviam induzido a parar. E assim, um belo dia, havia aportado em Thorn¹, uma bela cidadezinha da Cuiávia, situada sobre as margens do rio Vístula.
Thorn era uma cidade comercial e florescente, embora tivesse que suportar a dura e quase desleal concorrência de Dantzig, melhor localizada no mar Báltico. Assim mesmo, sua alta posição estratégica sobre o Vístula, a meio caminho entre Varsóvia e o mar, assegurava-lhe um comércio próspero e rico. Isso decidiu o arrojado silesiano a se estabelecer definitivamente, montando uma bela loja na alameda Santana, a mais movimentada e comercialmente dinâmica da cidade. E seus negócios, assim, prosperaram em pouco tempo. E prosperaram tanto que, um belo dia, Nikolas teve a ousadia de cortejar a linda Bárbara Waczenrode, pertencente a uma das mais tradicionais famílias da cidade e de toda a região.
— Você está louco, homem! — disse-lhe um amigo. — Você sabe quem são os Waczenrode?
Ele sabia. Sabia que os Waczenrode, há tempo, vinham ocupando cargos altos e importantíssimos, tanto no seio da Igreja quanto no do Estado, espremendo os dois com devoção e muita lealdade e extraindo deles, assim, poder e riqueza. E daí?
pensou. Algum dia, eles também foram como eu; e tiveram que começar sua ascensão social do nada. Por que eu não posso fazer o mesmo?
E fez. Cortejou a bela Bárbara com muito empenho. E tanto cortejou que, um belo dia, sem saber como nem porque, a moça descobriu-se profundamente apaixonada por aquele jovem silesiano de olhos brilhantes, de conversa fácil e futuro promissor.
Os parentes de Bárbara, porém, ficaram um pouco perplexos.
— O que você tem a oferecer? — perguntou a Nikolas o irmão da jovem, o cônego Lucas, um homem inteligentíssimo, cuja bondade e generosidade eram limitadas apenas por uma ambição desenfreada. — O que você tem a oferecer à minha irmã?
— Uma inteligência fértil — respondeu-lhe Nikolas firmemente. — Uma inteligência incomum, um futuro promissor de comerciante, uma saúde de ferro e muito amor. Não é o suficiente?
O cônego Lucas não achou. Mas Bárbara viu, nessa audaciosa e pretensiosa confissão de Nikolas, tudo quanto uma moça virgem, saudável, religiosa e apaixonada podia desejar. E como, de vez em quando, o amor é mais forte do que as conveniências familiares e sociais, ela enfrentou o irmão e toda a família com coragem e determinação. O que não consegue uma mulher apaixonada?! Casaram-se em uma bela cerimônia na catedral de Thorn; e toda a cidade, que festejou alegremente as núpcias, passou a considerar, desde aquele dia, Nikolas Kopperlingk como um homem sábio e influente.
Os negócios, assim, se expandiram rapidamente. E o silesiano tornou-se mais rico e abastado. Então, comprou uma nova casa na mesma alameda, uma espécie de palácio imponente e cômodo, apertado entre dois edifícios quase iguais. No térreo organizou o armazém, e nos outros andares montou uma residência confortável, nem sombria nem alegre, mas que transpirava abundância através de móveis ricos, de belos tapetes, de cortinas de veludo italiano e de talheres de prata reluzente.
E depois vieram os filhos.
Primeiramente foi Bárbara, uma menininha não muito saudável, mas delicada e meiga que era um amor; depois Catarina, outra menina que era o oposto da irmã, barulhenta e alegre, vivaz, uma Kopperlingk toda fogosa.
Assim mesmo, Nikolas ficou insatisfeito.
— Quero um menino — disse à esposa. — As filhas são bonitas e graciosas, mas são os filhos que formam e perpetuam uma família... Será que isso é impossível?
Foi possível. Com a graça de Deus, no fim de 1471 nasceu um menininho barulhento e choroso, ligeiramente aloirado e todo a cara da mãe. Foi chamado de Andreia.
— Agora estou mais tranquilo — suspirou Nikolas, aliviado. — Assim mesmo, é bom ter mais de um. Dois filhos garantem de maneira mais completa a descendência, entende?
Dessa maneira, Bárbara foi obrigada a engravidar novamente. Uma gravidez à qual nem ligou, que não a proibiu de participar das festas da cidade nem de cuidar dos outros três filhos com amor e carinho.
— Não exagere, mulher! — aconselhava-a o marido. — Cuide bem dele, pois esse eu vou chamar de Nikolas, assim como eu! E espero também que seja um pouco parecido comigo...
E foi. Quando nasceu, no dia 19 de fevereiro de 1473, deixou o pai todo orgulhoso e feliz: olhos escuros, vivos e brilhantes; rosto que já se prenunciava quadrado e ossudo; o mesmo corte gordo e sinuoso dos lábios; uma covinha graciosa e bem marcada no queixo.
— Não disse? — exclamou o silesiano, apreciando alegremente o novo rebento — Ele tem minha cara, cara de pessoa honesta e inteligente. Muito obrigado, mulher!
Dois dias depois o levou até a Igreja de São João Batista, para batizá-lo. Uma igreja grande e bonita, de campanário quadrado e truncado, maciça e sólida, construída em 1250 sobre a margem esquerda do Vístula, do qual estava separada por um arco pontudo e largo de pedra que solenizava uma escadaria que descia até a água. A pia batismal estava logo atrás da porta principal do templo, à esquerda; e recebia uma luz tênue e purificada através de um grande vitral arqueado e rico.
— Como vai se chamar? — perguntou o padre.
— Nikolas — ele disse. — Nikolas Kopperlingk, reverendo! Esse filho vai ter meu nome, um nome que dá sorte...
Cresceu. Cresceu assim como o pai esperava, forte e robusto, sem nenhuma doença que lhe ameaçasse a infância ou preocupasse o tio Lucas. Pois o cônego, de repente, havia descoberto em si a imperiosa necessidade de extravasar sobre os sobrinhos todo o amor e o carinho que sua condição de eclesiástico não permitia dedicar a seus próprios e inexistentes filhos. Dessa maneira, dia após dia, Lucas Waczenrode havia passado a gostar sempre mais dos quatro meninos, encarando-os como os únicos e legítimos representantes da descendência dos Waczenrode e tornando-os objeto de um amor morno, mas generoso e espontâneo, que se manifestava com visitas frequentes, belos presentes, bons conselhos e uma santa paciência ao encarar suas travessuras. Quanto ao cunhado, aos poucos havia começado a apreciá-lo. Após a primeira reação hostil ao casamento da irmã com o jovem e aventureiro silesiano, o cônego havia passado a encarar o fato com muita sabedoria e resignação, reconhecendo no novo membro da família uma inteligência versátil, que logo se apossava de qualquer novo conhecimento, amalgamando-o às experiências de uma vida não muito sofrida, mas rica de aventuras.
— Nikolas, quer participar, amanhã, de uma bela reunião? — dizia-lhe — Discutiremos literatura e poesia; e também estará presente um jovem tocador de alaúde, proveniente da Flandres!
Nikolas não sabia exatamente onde estava situada a Flandres, embora, de vez em quando, tivesse mantido contatos com alguns comerciantes daquela terra remota. Assim mesmo, demonstrava grande interesse em aprender, sem todavia deixar transparecer sua ignorância.
— O que vai tocar? — perguntava cautelosamente.
— Canções de Dufay, Ockeghem e Obrecht — respondia o cônego.
— Ah! — então ele exclamava — Verdade, Lucas? Gosto muito dos três, especialmente de Dufay! Sim, irei com certeza. E também Bárbara gostará muito...
E ia. E frequentemente, como se usava naqueles tempos, levava também os meninos. O pobre concertista de alaúde, assim, era obrigado a enfrentar a ignorância do auditório, os suspiros das mulheres, a tosse dos homens e o barulho das crianças. Assim mesmo, cumpria seu dever da melhor maneira possível, tocando o instrumento e cantando as canções numa língua que poucos conheciam, mas que todos apreciavam exatamente por não conhecer, por carregar consigo algo de exótico e de estranho.
— Está ouvindo, Nikolas? — exclamava o cônego, erudito e profundo conhecedor, além de direito canônico, também de arte e política. — Está ouvindo? Essa é uma composição juvenil de Josquin des Prés, o maior entre os novos músicos flamengos. Está ouvindo? Está percebendo sua complexidade e amplitude humana?
— Maravilhoso! — suspirava Nikolas, refreando um bocejo. — Verdadeiramente estupendo!
Durante essas noitadas, os quatro meninos eram obrigados a ficar na casa do tio, mortos de sono e tédio, ouvindo o lamurio do alaúde acompanhar uma longa sequência de canções, todas feitas com palavras que não entendiam.
— Como é que ele canta, Bárbara? — perguntava o pequeno Nikolas à irmã mais velha. — Eu não estou entendendo uma palavra!
— Ele canta numa língua diferente, seu bobo! — explicava a irmã. — Pensa que todo o mundo fala como nós?
— Eu não gostaria de falar como esse homem estrangeiro! — exclamava Catarina, a mais levada de todos — Deve ser difícil aprender a falar numa língua tão estranha!
Andreia, então, entediado tanto pela música quanto pela conversa dos irmãos, corria para perto do concertista, procurando atrapalhá-lo tanto quanto possível.
— Andreia! — gritava então a mãe. — Volte imediatamente para seu lugar. Que educação é essa?
O menino voltava meio sem jeito para o lugar onde estavam sentados os irmãos, bocejava de maneira indiscreta e inequívoca, e depois cutucava Catarina.
— Vamos brincar de pedradas? — dizia.
— Não façam isso! — repreendia-os imediatamente Bárbara. — Pensam que estamos em nossa casa?
Perto de casa, de fato, brincavam de quebrar copos velhos. De vez em quando arranjavam alguns copos de vidro já lascados, e depois os enfileiravam sobre um murinho de pedra, perto da margem do Vístula. E as pedras sibilavam pelo ar, passavam raspando os copos