Redes e mídias sociais - 2ª edição revisada e ampliada
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Vani Kenski (USP)
Conseguir fazer do entretenimento interpessoal, a que se dedicam os estudantes nas Redes Sociais, interações voltadas para o aprendizado é o pote de ouro no fim do arco-íris. Todos correndo atrás. Não encontramos ainda. Este livro apresenta alguns caminhos que podem nos levar a chegar lá...
João Vianney Valle dos Santos (Hopper Consultoria)
Se estivessem vivos hoje e fossem incluídos ciberculturais, Paulo Freire, Vygotsky, Freinet, Dewey e Anísio Teixeira saberiam tomar a Web 2.0 e suas redes sociais como aliados capazes de materializar a ação comunicacional da educação autêntica, presencial e online, feita de conectividade, compartilhamento, colaboração, dialogia, mediação e autoria.
Marco Silva (UERJ)
As mídias e as redes sociais fazem parte do cotidiano; no entanto, orientações e indicativos para uso adequado, eficiente e de otimização positiva e integradora é essencial. É isto que este livro se propõe a fazer, trazendo em seus diversos capítulos orientações e indicativos para os usos das redes e das mídias sociais para a educação.
Sonia Ana Leszczynski (UTFPR)
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Redes e mídias sociais - 2ª edição revisada e ampliada - Patrícia Lupion Torres
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
PREFÁCIO
La redes sociales digitales como nueva frontera de la reflexión educativa
El conjunto de trabajos integrados en este interesante libro "Redes e mídias sociais" organizado por Patrícia Lupion Torres tiene como eje común las relaciones entre tecnología y educación en el contexto de los recursos de aprendizaje digitales y las redes sociales. Todos propenden a comprender mejor los procesos de enseñanza y aprendizaje al interior de los nuevos escenarios de las tecnologías de comunicación, con especial atención a las dinámicas en las plataformas de aprendizaje, en las redes sociales digitales o con los recursos de aprendizaje digitales en red. Desde la irrupción de lo digital, la comunidad académica ha buscado entender cual es su impacto en los marcos conceptuales del aprendizaje y como utilizar pedagógicamente esos recursos tecnológicos.
La mayor parte de los artículos, toman de este vasto mundo emergente de tecnologías, el aspecto más asociado a las redes sociales. Ello además ilustra una interesante reflexión con diversos niveles de sustentación teórica articulados al conectivismo y a las redes, derivadas de los aportes fundamentales de Siemens, Castells y Tapscott, así como de su estructuración en redes específicas como Facebook, y en diversidad de mecanismos de construcción de redes sociales como blog, wiki, celulares, etc. Ellas son la base de una nueva dinámica de intercambio de información y de conformación de procesos de interacción de contenidos, que sin duda tienen un creciente rol en el aprendizaje y la socialización de los conocimientos.
Sin duda, la masificación que ha adquirido en su momento Facebook y ahora los MOOCs otorgan una especial atención a estas formas y a sus múltiples – y crecientes - impactos socio educativos.
La articulación de la eficacia de las redes en los procesos de empoderamiento, intercambio de información y diversidad de enfoques interactuando, han planteado desde el inicio el análisis de la utilización de las redes sociales para el aprendizaje. El libro apunta a contribuir a esta reflexión y a verificar estudios de casos diversos, incorporando diversidad de redes en una dinámica de articulación compleja y altamente diferenciada. Más que una reflexión de una red, el eje de la investigación de aprendizaje y redes sociales, avanza a visualizar las formas de articulación entre estas. Así, Facebook, Youtube, Flick o Wiki y Blog, MySpace, etc interactúan creando verdaderos ambientes de aprendizaje a partir de sus propias características y sus diferenciados usos en el aprendizaje y en la enseñanza.
Otro aporte del libro se focaliza en promover una reflexión sobre los procesos de evaluación y el uso de las redes y de las tecnologías digitales sociales. Las primeras expresiones de los MOOCs plantearon un fuerte desafío a dicha dinámica, que es parte constitutiva de la educación. Sin evaluación no hay educación se llega a sostener en muchos ambientes educativos, lo cual plantea la problemática de como se produce la evaluación al interior de las redes sociales. Tales actividades se tornan más complejas a medida que se avanza en dinámicas educativas orientadas no a transferir información sino a formar competencias. El libro nos muestra como el uso del feedback educativo, básico para alcanzar los aprendizajes, se transforma radicalmente con las redes sociales.
La reflexión y la investigación sobre la complejidad educativa de la utilización de las tecnologías en un cambiante y renovador panorama tecnológico continuo, tornan de enorme importancia los aportes y líneas de investigación y reflexión que se abordan en este libro. Ellos muestran una línea de investigación articulada a las tendencias más contemporáneas, lo cual hace de este volumen un texto focalizado en las fronteras del conocimiento, en los espacios más innovadores de la investigación educativa de los intersticios entre tecnologías digitales y educación y en un muy interesante libro para visualizar esos futuros en construcción que están proyectando una nueva educación en entornos en red digitales.
Claudio Rama (Dr. ED; Dr. DER)
Montevideo, outubro de 2014.
APRESENTAÇÃO
Antes de iniciar a apresentação da segunda edição deste livro, não posso deixar de dizer que – como em outros diversos trabalhos do grupo de pesquisa Prapetec da PUC-PR – eu tive a grata satisfação de contar, na primeira edição, com a ajuda de minha sempre parceira Elizete Lúcia Moreira Matos, a quem gostaria de prestar minha última homenagem. Infelizmente essa grande pesquisadora nos deixou e seu falecimento prematuro e inesperado fez com que ficasse um vazio difícil de ser preenchido. Quase todos os envolvidos nesta obra a conheceram e a admiravam e com certeza assim como eu sentirão uma falta imensa. Ela era especial.
Nesta segunda edição ampliada e revisada, temos cinco novos textos de pesquisadores portugueses e brasileiros. Neles e nos demais textos da obra são apresentados os resultados da produção do conhecimento de pesquisadores vêm investigando o uso e a interferência das mídias, das tecnologias, das redes sociais e demais interfaces na educação. Os diversos capítulos são resultados de investigações e estudos de grupos de pesquisa nacionais e internacionais que trabalham em rede de forma colaborativa para a produção de novos conhecimentos.
As mídias, as redes sociais e seus usos na educação são a temática que une esses grupos de pesquisadores em torno desta obra. Congregamos neste livro professores e alunos da linha de pesquisa Teoria e Prática Pedagógica na Formação de Professores do PPGE da PUC-PR. Contamos ainda com professores e alunos de diversos grupos de pesquisa dos Programas de Pós Graduação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, da Universidade Aberta de Portugal, da Universidade do Porto, da Universidade de Coimbra, da Universidade Nove de Julho e da Universidade Federal de Santa Catarina.
A proposta da obra foi a de produzir reflexões sobre a temática e – juntamente com os doutorandos, mestrandos e demais pesquisadores tanto da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como das demais instituições que participam nesta publicação – produzir uma ampla reflexão sobre o tema. A apresentação dos capítulos, como feita a seguir, apresenta sucinta descrição das ideias apresentadas pelos autores.
No capítulo As redes sociais aplicadas à educação: percepções de professores em formação inicial
, as autoras Adriana Aparecida de Lima Terçariol e Daniela Melaré Vieira Barros apresentam resultados parciais da investigação em desenvolvimento junto ao Programa de Pós-Doutorado vinculado à Universidade Aberta – Portugal, Departamento de Educação e Ensino a Distância. O estudo realizado se refere à aplicação do questionário de estilos de uso do espaço virtual (Barros, 2009) e análise de uma pergunta aberta do questionário sobre o qual a percepção dos estudantes de pedagogia em relação às redes sociais pode ser articulada ao processo de ensino e aprendizagem, justificando e argumentando sobre a resposta. Os resultados evidenciaram as percepção dos estudantes e a criação de elementos e características de eixos de análise sobre as redes sociais e os processos de ensino e aprendizagem.
Sara Dias Trindade e J. António Moreira, em seu texto "A emergência do mobile learning e os novos desafios formativos para a docência em rede", discutem a questão da formação de professores para a docência com tecnologias móveis à luz do referencial teórico Tpack, analisando os desafios, possibilidades e resistências que se colocam ao uso destas tecnologias. Os autores concluem que ensinar e aprender nesta escola digital aberta, recorrendo a tecnologias móveis, é, sem dúvida, um desafio aliciante, mas ao mesmo tempo muito exigente.
O capítulo de Lina Morgado e Maria Ramalheiro, intitulado "Integração de uma rede social em educação aberta e a distância: impacto do microblog num Mooc", objetiva apresentar e discutir o uso do microblog como potencializador da presença social e da interação e comunicação no contexto de um Mooc. Vários estudos já demonstraram a importância da presença social para aumentar a aprendizagem efetiva. As autoras destacam nesse capítulo que, dentro do modelo e abordagem pedagógica para a implementação de cursos online abertos e massivos, o uso do microblogging desempenhou um papel importante. Apresentam ainda que a ferramenta de microblogging foi usada como uma ferramenta de comunicação entre os facilitadores e os participantes, dando espaço para a socialização e crescimento de uma comunidade de aprendizagem.
João Pinto e Teresa Cardoso, no texto Redes sociais e educação aberta: que relação?
, afirmam que vivemos um novo paradigma social, em que a informação circula intensamente por meio de redes mediadas pela tecnologia. A forma como participamos nestas redes determina o acesso ao conhecimento e à reconfiguração de processos relacionais. Assim, utilizar as redes sociais digitais confere-nos poder no acesso ao conhecimento e integra-nos numa cultura participativa online. Para os autores é essencial considerar novos caminhos para as aprendizagens, diferentes e inovadores, que respondam às necessidades dos indivíduos ao longo da sua vida. A finalidade deste texto é a de refletir sobre a relação entre as redes sociais e a Educação Aberta, explorando como as novas necessidades de aprender se cruzam com as dinâmicas sociais possibilitadas pela vida online.
No capítulo A aprendizagem é pessoal, mas se dá no coletivo – uma experiência formativa de aprendizagem colaborativa para docentes on-line
, de autoria de Patricia Lupion Torres, Katia Ethiénne Esteves dos Santos, Ariana Cosme e Rui Trindade, o objetivo é apresentar dentro do contexto atual de inovação e avanços na área educacional, a importância da formação continuada de docentes e a oportunidade de ampliar as competências didático-pedagógicas, com a vantagem da modalidade de educação a distância.
No texto Recursos educacionais abertos: desafios para autoria e formação de professores na cibercultura
, Tatiana Stofella Sodré Rossini e Edméa Santos discutem a velocidade das transformações sociais e os avanços tecnológicos dos dispositivos digitais, em que o tempo e espaço são subjetivos e ao mesmo tempo contínuos. Para as autoras, a aprendizagem torna-se cada vez mais aberta e espontânea em razão do acesso livre e contínuo da informação facilitado pelo advento da Web 2.0.
Lúcia Amante discorre, em seu texto ‘Bota no face professora… lá é onde tudo acontece’ – Facebook e universidade: uma pesquisa com estudantes do Brasil
, que as redes sociais estão presentes no nosso dia a dia. Mas, mais do que estarem presentes, elas marcam efetivamente a sociedade atual. Para a autora o fluxo constante de informação, de interação e de participação associados à mobilidade, à transversalidade da comunicação e à velocidade com que os conteúdos se expandem tornam as redes um objeto de estudo social incontornável. Ela destaca ainda algumas ações possíveis e necessárias frente a estes desafios.
No capítulo elaborado por Roberta Moraes de Bem e Christianne Coelho de Souza Reinisch Coelho, intitulado "Bibliotecas universitárias como learning commons: produtos e serviços para apoiar a aprendizagem", as autoras apresentam reflexões que envolvem o tempo de globalização da informação e da World Wide Web, os quais proporcionaram o acesso rápido à informação, independentemente do local que estejamos. Discutem ainda o surgimento de novos conceitos, modelos e funções que ocasionam alterações para as bibliotecas, que precisam dar conta de um conteúdo que se prolifera a cada dia.
Juliana Petris e Ricardo Antunes de Sá assinalam que a integração das chamadas tecnologias digitais que possibilitam a convergência das mídias vem se tornando um grande desafio para a escola de todos os níveis e modalidades com consequências para as práticas docentes. Destacam também, em seu texto Docência universitária e cultura digital
, que os profissionais da educação são instados a apropriarem-se, a integrarem e fazerem uso dos recursos tecnológicos digitais, os quais desencadeiam novos procedimentos organizativo-culturais dentro dos processos educativos escolares.
No capítulo As redes sociais como ferramenta comunicativa e pedagógica em uma instituição de educação superior
– de autoria de Antonella Forte Iacovone, Gabriela Eyng Possolli e Patrícia Maria Forte Rauli – é apresentado que as tecnologias da informação e comunicação (TICs) influenciam a educação, alterando a rotina de professores e alunos. Na última década, com a popularização de Internet e, mais recentemente, com a grande proliferação de redes sociais, os ambientes online têm ganhado força como importantes ferramentas didáticas para acesso à informação, interação e produção coletiva de saberes. As autoras destacam que esse novo panorama desacomoda as estruturas e pressupostos tradicionais do ensino, trazendo à tona novas problematizações.
No texto Redes sociais virtuais, REAs, AVAs e Moocs: reflexões sobre educação em rede
, Marcio Vieira de Souza, Rangel Machado Simon e Francisco Antonio Pereira Fialho exploram as relações contemporâneas entre mídia e educação, com foco específico nas redes sociais virtuais. Apresentam como elementos constituintes do atual contexto socioeconômico e tecnológico um breve histórico das redes, bem como sua relação com a educação. Em seguida, apresentam um cenário evolutivo decorrente do surgimento dos Recursos Educacionais Abertos
(REAs) e dos "Massive Open Online Course" (Mooc), destacando seu influente papel na construção do conhecimento na sociedade atual.
Neusa Nogueira Fialho e Patrícia Lupion Torres, em seu texto As redes sociais como possibilidade pedagógica para a aprendizagem de química
, destacam que, com o avanço da Internet, as redes sociais vêm se tornando presentes no dia a dia de muitas pessoas – inclusive dos estudantes. As autoras comentam que as redes sociais proporcionam possibilidades inovadoras a serem utilizadas nos processos de ensino e aprendizagem, bem como apresentam duas redes sociais que podem ser usadas de maneira expressiva no ensino de Química.
Elizete Lúcia Moreira Matos e Jacques de Lima Ferreira apresentam, em seu texto A docência universitária e a rede social Facebook
, uma reflexão sobre a utilização da rede social Facebook no ambiente acadêmico, especificamente por professores e alunos, como um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) de grande potencial pedagógico. A discussão encontra-se baseada na experiência dos autores na utilização do Facebook como recurso a favor do ensino e da aprendizagem no contexto universitário.
O capítulo A utilização das redes e mídias sociais na formação continuada de professores aponta para um paradigma inovador?
, de Deise Maria Marques Choti e Marilda Aparecida Behrens, discorre sobre grandes desafios enfrentados por todos os segmentos da sociedade diante dos novos padrões educacionais que surgem em decorrência do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação. Sendo assim, o interesse dos autores por essa temática das redes e mídias sociais tem sido no sentido de provocar uma análise e reflexão sobre a real importância que elas vêm adquirindo, especialmente nas salas de aula.
No capítulo produzido por Marisilvia dos Santos e Suelen do Carmo dos Anjos Scarabotto, intitulado "Ambiente online: desafios para a avaliação", as autoras apresentam um panorama sobre a avaliação e seu papel na aprendizagem. Mais especificamente é discutida a gênese da avaliação online de modo a contemplar simultaneamente o quantitativo (em relação ao número de alunos atendidos) e o qualitativo (no que tange ao processo educativo por meio do uso integrado de tecnologias e da Web 2.0). A reflexão sobre a avaliação online fomenta a viabilização do processo ensino-aprendizagem nas interações entre os participantes, na autoria, no trabalho colaborativo e na análise dos caminhos epistemológicos.
O texto "Tempo online na aprendizagem: uma aproximação da experiência de aprendizagem com a experiência musical", de autoria de Ângela Deeke Sasse, Luciane Hilu e Welington Tavares dos Santos, destaca a dimensão temporal no processo de ensino-aprendizagem, principalmente no contexto online. Trata-se de uma importante discussão para as instituições que investem na Educação a Distância, visto que tal questão, nessa modalidade de ensino, não pode ser dimensionada com a mesma objetividade dos cursos presenciais. É sobre a temática da subjetividade do tempo online que esse capítulo se debruça, tratando de algumas das principais questões que a norteiam.
"Avaliação online: além do feedback" é o título do capítulo de Welington Bueno Oliveira e Renata Pasine Rodero, que destaca que a essência do educar é o respeito ao educando em suas dificuldades e a busca incessante do aprimoramento técnico, da criatividade desenvolvida para tornar mais fácil o entendimento daquele que aprende. Para os autores, aprender deve ser um ato compartilhado entre professores a alunos e entre seus pares. A aprendizagem se torna mais eficaz quando acontece a aproximação e surge o acolhimento. Esse acolhimento não só deve acontecer no ambiente físico, mas, especialmente, no virtual, pois o educando pode estar em ambos.
No capitulo de Fabiane Lopes de Oliveira e Genaldo Luis Sievert, Mediação como fator de interação: o professor imigrante digital frente ao aluno nativo digital e a importância mediática
destaca-se que com o avanço da disponibilidade de novas tecnologias cresce a importância de se ampliar a capacidade do professor de mediar a educação em Ambientes Virtuais de Aprendizagens (AVAs). Os autores discutem como utilizar estas novas formas de ensinar visando aperfeiçoar a prática pedagógica entre os professores imigrantes digitais e os que ora se apresentam como nativos digitais.
O capítulo intitulado "Desenho didático da aula online: mediação e aprendizagem" de Ane Cibele Palma, Ermelina G. B. Thomacheski e Vera Lúcia Casteleins, apresenta os resultados de pesquisa bibliográfica em que é destacada a perspectiva da educação online no cenário contemporâneo, estabelecendo um paralelo entre o sentido da aprendizagem tradicional e interativa. Traça uma análise acerca da preparação de ambientes interativos para a organização da aula online e analisa a participação e as questões apresentadas pelos participantes.
Alexandre Marinho Teixeira, Charles Vezozzo e Elizete Lúcia Moreira Matos, no texto A interação entre os saberes docentes, tecnologias e as redes na visão dos alunos do ensino superior
, discutem que, no âmbito acadêmico, é cobrado dos professores desempenho, habilidades e competências, que podem representar o ponto de partida para uma reflexão no processo de ensino-aprendizagem nas instituições, pois melhores professores são as peças chaves e também imprescindíveis para um ensino de qualidade.
Este livro apresenta uma coletânea de artigos que só se concretizou como obra pelo esforço de todos os que compõem essa rede.
Prof.ª Dr.ª Patricia Lupion Torres
sumário
CAPÍTULO 1
AS REDES SOCIAIS APLICADAS À EDUCAÇÃO: PERCEPÇÕES DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL
Adriana Aparecida de Lima Terçariol
Daniela Melaré Vieira Barros
CAPÍTULO 2
A EMERGÊNCIA DO MOBILE LEARNING E OS NOVOS DESAFIOS FORMATIVOS PARA A DOCÊNCIA EM REDE
Sara Dias Trindade
J. António Moreira
CAPÍTULO 3
INTEGRAÇÃO DE UMA REDE SOCIAL EM EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA: IMPACTO DO MICROBLOG NUM MOOC
Lina Morgado
Maria Ramalheiro
CAPÍTULO 4
REDES SOCIAIS E EDUCAÇÃO ABERTA: QUE RELAÇÃO?
João Pinto
Teresa Cardoso
CAPÍTULO 5
A APRENDIZAGEM É PESSOAL, MAS SE DÁ NO COLETIVO – UMA EXPERIÊNCIA FORMATIVA DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA PARA DOCENTES ON-LINE
Patricia Lupion Torres
Katia Ethiénne Esteves dos Santos
Ariana Cosme
Rui Trindade
CAPÍTULO 6
RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS: DESAFIOS PARA AUTORIA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA CIBERCULTURA
Tatiana Stofella Sodré Rossini
Edméa Santos
capítulo 7
Bota no face professora… lá é onde tudo acontece
- FACEBOOK E UNIVERSIDADE: UMA PESQUISA COM ESTUDANTES DO BRASIL
Lúcia Amante
CAPÍTULO 8
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS COMO LEARNING COMMONS: PRODUTOS E SERVIÇOS PARA APOIAR A APRENDIZAGEM
Roberta Moraes de Bem
Christianne Coelho de Souza Reinisch Coelho
CAPÍTULO 9
DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA E CULTURA DIGITAL
Juliana Petris
Ricardo Antunes de Sá
CAPÍTULO 10
AS REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA COMUNICATIVA E PEDAGÓGICA EM UMA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
Antonella Forte Iacovone
Gabriela Eyng Possolli
Patricia Maria Forte Rauli
CAPÍTULO 11
REDES SOCIAIS VIRTUAIS, REAS, AVAS e MOOCs: REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO EM REDE
Marcio Vieira de Souza
Rangel Machado Simon
Francisco Antonio Pereira Fialho
CAPÍTULO 12
AS REDES SOCIAIS COMO POSSIBILIDADES PEDAGÓGICA PARA A APRENDIZAGEM DE QUÍMICA
Neusa Nogueira Fialho
Patrícia Lupion Torres
CAPÍTULO 13
A DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA E A REDE SOCIAL FACEBOOK
Elizete Lúcia Moreira Matos
Jacques de Lima Ferreira
CAPÍTULO 14
A UTILIZAÇÃO DAS REDES E MÍDIAS SOCIAIS NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES APONTA PARA UM PARADIGMA INOVADOR?
Deise Maria Marques Choti
Marilda Aparecida Behrens
CAPÍTULO 15
AMBIENTE ONLINE: DESAFIOS PARA A AVALIAÇÃO
Marisilvia dos Santos
Suelen do Carmo dos Anjos Scarabotto
CAPÍTULO 16
TEMPO ONLINE NA APRENDIZAGEM: UMA APROXIMAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM COM A EXPERIÊNCIA MUSICAL
Ângela Deeke Sasse
Luciane Hilu
Welington Tavares dos Santos
CAPÍTULO 17
AVALIAÇÃO ONLINE: ALÉM DO FEEDBACK
Welington Bueno de Oliveira
Renata Pasine Rodero
CAPÍTULO 18
Mediação como fator de interação. O professor imigrante digital frente ao aluno nativo digital e a importância mediática: UMA REFLEXÃO
Fabiane Lopes de Oliveira
Genaldo Luis Sievert
CAPÍTULO 19
DESENHO DIDÁTICO DA AULA ONLINE: MEDIAÇÃO E APRENDIZAGEM
Ane Cibele Palma
Ermelina G. B. Thomacheski
Vera Lúcia Casteleins
CAPÍTULO 20
A INTERAÇÃO ENTRE OS SABERES DOCENTES, TECNOLOGIAS E AS REDES NA VISÃO DOS ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR
Alexandre Marinho Teixeira
Charles Vezozzo
Elizete Lúcia Moreira Matos
CAPÍTULO 21
as redes sociais como recurso DE educação a distância na Formação do Professor de ensino religioso
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Eliane Aparecida Dias Lunardon
sobre os autores
Comitê
CAPÍTULO 1
AS REDES SOCIAIS APLICADAS À EDUCAÇÃO: PERCEPÇÕES DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL
Adriana Aparecida de Lima Terçariol
Daniela Melaré Vieira Barros
Introdução
O presente capítulo foi desenvolvido a partir de uma abordagem de pesquisa qualitativa, configurando-se mais especificamente com uma perspectiva exploratória. Nesse sentido, é importante compreender que seu conteúdo está inserido em uma investigação mais ampla, intitulada "As redes sociais na formação inicial de professores: estratégias, estilos e desafios para a didática na educação online", em desenvolvimento. Por essa razão, as informações aqui apresentadas se restringirão aos procedimentos adotados para o encaminhamento desse recorte.
Diante dessa perspectiva, o objetivo consistiu em identificar as percepções de estudantes do curso de Pedagogia em relação ao uso das redes sociais como espaços de ensino e aprendizagem. Para tanto, o instrumento utilizado na coleta de dados foi o questionário de estilos de uso do espaço virtual (BARROS, 2009). A escolha desse instrumento se deve à sua caracterização para os diferentes formatos e estilos de aprendizagem online. Esse instrumento foi estruturado com questões fechadas e uma questão aberta e se subdividiu em duas partes. Na primeira parte as questões apresentadas consistiram em conhecer o estilo de uso do espaço virtual, enquanto a segunda parte objetivou a identificação do perfil pessoal, familiaridade com as tecnologias, bem como algumas especificidades do uso e percepções em relação à aplicação das redes sociais ao processo de ensino e aprendizagem.
Para a organização e sistematização dos dados obtidos, especificamente, a partir da questão aberta, os depoimentos dos estudantes foram selecionados e agrupados de acordo com quatro eixos temáticos: 1) rede social como um Espaço de Coaprendizagem; 2) rede social como uma Ferramenta Motivacional; 3) rede social promove a Diversidade de Recursos e Espaços Pedagógicos; 4) rede social propicia acesso a Conteúdos Educacionais e estimula a Pesquisa/Seleção/Reflexão/Sistematização de Informações. Em seguida, foram analisados à luz dos fundamentos aqui apresentados.
Como participantes dessa etapa inicial, o estudo contou com o envolvimento de estudantes do terceiro termo da Pedagogia vinculados à disciplina Tecnologias Aplicadas à Educação
, ofertada na modalidade à distância. O curso é vinculado a uma instituição pertencente à rede privada de ensino do estado de São Paulo/Brasil.
Portanto, o que o leitor irá considerar a seguir, de acordo com o proposto são: os fundamentos a respeito das redes sociais e suas potencialidades para a aprendizagem na formação inicial de professores; as percepções dos estudantes de Pedagogia em relação ao uso das redes sociais como espaços de ensino e aprendizagem e, por fim, algumas considerações, a partir do estudo realizado.
As redes sociais e suas potencialidades para a aprendizagem na formação inicial de professores
No cenário atual, verifica-se que as tecnologias da Web 2.0 que mais vêm se expandindo e que se fundamentam na colaboração e no compartilhamento de conteúdo são as redes sociais. Compreende-se que esses espaços já são habitados pelos estudantes que acolhemos em nossas instituições, em especial, no Ensino Superior. Por essa e outras razões é importante compreendermos que os serviços de software social podem promover um novo significado ao processo de ensino e aprendizagem, transformando-se em ambientes de interações, nos quais os estudantes aprendem dialogando, trocando informações e experiências em novos conhecimentos, agindo, experimentando, refletindo e expressando seus pontos de vista a partir de problemáticas e desafios contextualizados. Esse ambiente torna-se propício para o trabalho com a diversidade e pluralidade cultural, uma vez que os talentos individuais passam a ser mobilizados, respeitados e valorizados.
Os softwares de redes sociais podem ser considerados tecnologias da Web 2.0. Apesar de não terem sido elaborados para fins educacionais, há diversas experiências de usos bem sucedidos das redes sociais no processo de aprendizagem informal ou em complemento aos contextos formais, integrados aos espaços de cursos em plataformas online. As possibilidades de socialização e interatividade que as redes sociais promovem são sustentáveis e podem ser consideradas estratégias didáticas importantes para o processo de ensino e aprendizagem. Estudos realizados por Jovanovic, Chiong e Weise (2012); Shiu, Fong e Lam (2010), entre outros pesquisadores, indicam inúmeras possibilidades metodológicas e caminhos para a aplicação das redes sociais em diversos contextos, inclusive educacionais.
Sendo assim, ao buscar a ampliação dos espaços educativos por meio das redes sociais, pode-se propiciar que o ensino e aprendizagem ocorram em um ambiente colaborativo no qual todos têm a oportunidade de contribuir com o seu conhecimento, suas habilidades e potencialidades. Dessa forma, uma ideia pode ser complementada com outra, enquanto as limitações supridas pelos talentos existentes entre os pares. Vale salientar ainda que, nesse ambiente, as percepções podem ser diferentes, favorecendo o desenvolvimento de todos os sujeitos envolvidos, respeitando o ritmo e o tempo de cada um.
As redes sociais, por sua vez, possibilitam que os conteúdos disciplinares sejam trabalhados de forma diversificada e por diferentes mídias (vídeos, imagens, animações, jogos, entre outras), propiciando aos estudantes analisar os problemas, as situações e os acontecimentos, a partir de informações atualizadas disponíveis na Web, utilizando, para isso, seus conhecimentos prévios.
Assim, a articulação das redes sociais ao desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem traz uma nova perspectiva para se compreender o ato educativo, no qual o aprender passa a não ser mais caracterizado como mera memorização e uma atividade mecânica, individualizada, assim como o ensinar não mais como a transmissão de conteúdos prontos e acabados. A aprendizagem ocorre na medida em que os estudantes interagem, participam, se posicionam, buscam informações e as socializam, refletindo sobre elas, de forma colaborativa, ou seja, com os pares e professores formadores.
Vale salientar ainda que, nessa dinâmica, os estudantes vivenciam valores, uma vez que são mobilizados a respeitar as ideias do outro, isto é, sua forma de pensar e se manifestar, havendo ainda a necessidade de agir com responsabilidade, solidariedade, humildade e generosidade diante das atividades a serem realizadas, na maioria das vezes, coletivamente, selecionando estratégias para alcançar os objetivos a serem ultrapassados.
Diante de suas potencialidades para o processo educacional, nota-se o crescimento em relação ao uso das redes sociais nos diferentes segmentos de ensino, sejam eles desenvolvidos na modalidade presencial e/ou a distância. Segundo o Censo EaD - 2014 (2015), as instituições pesquisadas indicaram o uso das redes sociais como mais uma opção de ferramenta para viabilizar a comunicação e o atendimento aos estudantes que frequentam cursos diversos na modalidade a distância. Nesse sentido, estudos que indicam o uso de redes sociais articulados a cursos ofertados na modalidade a distância também se ampliam (MARTINS; OLIVEIRA NETO; AQUINO, 2013; LOPES; PESTANA; GARBOSSA; MAKIOSZEK; LIMA, 2014; BRITO; SILVA; SANTOS; SILVA, 2014, entre outros), evidenciando a sua importância e necessidade desse processo ocorrer com qualidade, de modo que o desenvolvimento do ato educativo nessas instâncias possa ser efetivado de forma significativa.
No entanto, faz-se necessário considerarmos que essa ressignificação dos espaços educativos a partir das ferramentas disponíveis na Web 2.0 e softwares sociais, sejam eles presenciais ou a distância, somente avançará para os diferentes níveis de ensino se as ações voltadas para a formação dos professores – futuros formadores – forem ampliadas e revisadas.
As novas tarefas atribuídas à escola e a dinâmica por elas geradas impõem a revisão da formação docente em vigor na perspectiva de fortalecer ou instaurar processos de mudança no interior das instituições formadoras, respondendo às novas tarefas e aos desafios apontados, que incluem o desenvolvimento de disposição para atualização constante de modo a inteirar-se dos avanços do conhecimento nas diversas áreas, incorporando-os, bem como aprofundar a compreensão da complexidade do ato educativo em sua relação com a sociedade. Para isso, não bastam mudanças superficiais. Faz-se necessária uma revisão profunda de aspectos essenciais da formação de professores, tais como: a organização institucional, a definição e estruturação dos conteúdos para que respondam às necessidades da atuação do professor, os processos formativos que envolvem aprendizagem e desenvolvimento das competências do professor, a vinculação entre as escolas de formação e os sistemas de ensino, de modo a assegurar-lhes a indispensável preparação profissional (BRASIL, 2002, p. 10-11).
Ações que contemplam a formação de professores em ambientes virtuais de aprendizagem, como por exemplo, nas redes sociais, estão sendo realizadas por vários pesquisadores e educadores no Brasil (PEREIRA; BENITE, 2012; BUENO, 2014; BARCELOS; PASSERINO; BEHAR, 2011, entre outros), no sentido de buscar novos caminhos e possibilidades mais condizentes com as necessidades evidenciadas ao processo formativo dos professores no contexto atual. Tais estudos evidenciam, de forma geral, que ao interagirem nesses espaços os docentes em formação desenvolvem habilidades, competências e constroem novos conhecimentos, compartilhando informações e experiências. E por que utilizar as redes sociais na formação inicial do professor? Uma das razões relaciona-se à necessidade deles reconhecerem que:
[...] as transformações científicas e tecnológicas, que ocorrem de forma acelerada, exigem das pessoas novas aprendizagens, não somente no período de formação, mas ao longo da vida. Há também a questão da necessidade de aprendizagens ampliadas – além das novas formas de aprendizagem. Nos últimos anos, tem-se observado o uso cada vez mais disseminado dos computadores e de outras tecnologias, que trazem uma grande mudança em todos os campos da atividade humana. A comunicação oral e escrita convive cada dia mais intensamente com a comunicação eletrônica, fazendo com que se possa compartilhar informações simultaneamente com pessoas de diferentes locais (BRASIL, 2002, p. 09).
Em se tratando, especialmente, da formação inicial de professores, torna-se de extrema relevância que ao longo de sua formação os futuros professores vivenciem situações nas quais possam compreender as transformações que vêm ocorrendo nos últimos tempos a partir dos avanços científicos e tecnológicos, bem como entender que tais avanços impactam na forma de ensinar e aprender, identificando ainda as demandas impostas no contexto atual para a Educação Básica.
Scholze (2004) relata que qualquer instituição educacional, que pretende ofertar ensino de qualidade, deve organizar-se apoiada em uma relação dialógica e prática, criando um ambiente de formação capaz de desenvolver capacidades e participações ativas, compreendendo e refletindo a educação como parte de um sistema integrado e democrático, centrado no estudante e suas potencialidades. Tais premissas devem ser consideradas também em contextos online de formação, essencialmente voltados para a formação inicial de professores, de modo que estes possam desenvolver-se enquanto educadores conscientes das possibilidades que o ciberespaço pode oferecer ao processo de ensino e aprendizagem seja ele online ou presencial.
Ao considerar a necessidade do ato educativo, no caso online, estar centrado no estudante, o processo de ensino e aprendizagem deve orientar-se pelas metodologias didático-pedagógicas que possam melhor atender às diferenças individuais. Pois nem todos os seres humanos têm os mesmos interesses, potencialidades e habilidades, portanto, não aprendem da mesma maneira (FREITAS, 2001). São muitas as características que os fazem diferentes, tais como: cultura, vínculos, crenças, valores etc. Torna-se assim necessário reconhecer que, ao adotar estratégias metodológicas que respeitem essas características diversificadas, estar-se-á contribuindo para o desenvolvimento dos estudantes, ou seja, docentes em formação inicial, de forma mais efetiva.
Faz-se necessário, ao professor, romper com paradigmas cristalizados, para "se deparar com esse novo desafio de reconhecer que o estilo de aprender tem relação com o