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A gazeta musical
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A gazeta musical

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Quando a imprensa brasileira começava a ganhar seus contornos mais nítidos como espaço público de debate de ideias, uma pequena revista fluminense tomou para si a missão de educar o gosto musical do povo. Para a Gazeta Musical, publicada entre 1891 e 1893 por iniciativa do vendedor de partituras e pianos Fertin de Vasconcellos, o que estava em jogo não era somente o suposto "atraso" artístico do Brasil em relação à Europa – mas sim o futuro e o progresso da nação.
LanguagePortuguês
PublisherEditora Unesp
Release dateJun 1, 2013
ISBN9788568334119
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    A gazeta musical - Clarissa Lapolla Bomfim Andrade

    p.51-76.

    CAPÍTULO 1

    A GAZETA MUSICAL (1891-1893)

    1.1 Apresentação do periódico

    Em 1891, na cidade do Rio de Janeiro, então a capital federal do Brasil, iniciava-se a publicação de um periódico dedicado exclusivamente à música. Intitulava-se Gazeta Musical e teve seu primeiro número publicado em agosto de 1891, mantendo uma publicação quinzenal até dezembro de 1892.

    Cada um de seus exemplares possuía dezesseis páginas, sendo a última (e posteriormente também a penúltima página) dedicada a anúncios, na maioria das vezes de lojas de instrumentos musicais e partituras. Algumas poucas colunas foram permanentes na Gazeta Musical, como Notícias do Rio e outros Estados e Notícias do estrangeiro, enquanto outras, como Chrônica musical, O canto-choral e Correspondência de Montevidéo, mantiveram-se por um ou dois anos no periódico.

    Em 1893, a frase Publica-se de quinze em quinze dias continua aparecendo na primeira página logo abaixo do título, apesar da alteração considerável ocorrida na periodicidade da Gazeta Musical. O número 1 da revista, datado de janeiro de 1893, traz, por exemplo, uma carta assinada por M. Cardoso datada de 10 de março de 1893 (GM, 1893, n.1, p.9), o que demonstra uma defasagem na publicação. Nos números 3 e 4 de 1893, o cabeçalho marca: Rio de Janeiro, fever. a abril de 1893, enquanto os números 5 e 6 estão datados de abril a junho de 1893. Do mesmo modo, os números 7, 8 e 9 referem-se aos meses de junho a agosto de 1893. Temos, então, em 1893 uma média de um exemplar por mês. O número 10, datado de setembro do mesmo ano, foi o último número publicado da Gazeta Musical.

    Alguns artigos contidos na Gazeta Musical de 1893 apresentam no final a palavra continua, dando a entender que a intenção de seu proprietário era a de não interromper a publicação do periódico, apesar das dificuldades que devem ter surgido e que modificaram a sua periodicidade, levando ao término da publicação. Essas dificuldades podem ser percebidas em pequenos detalhes – por exemplo, na revisão menos acurada dos textos da Gazeta Musical de 1893, que apresentam maior quantidade de letras trocadas que os números anteriores, e até páginas impressas em fonte não habitual.

    Em 1893, houve uma diminuição na divulgação da ideologia republicana que dominou os artigos do periódico nos dois anos anteriores, ao mesmo tempo que aumentaram os artigos traduzidos de autores estrangeiros, provável indício da crise que levaria ao fim da publicação da Gazeta Musical nesse mesmo ano.

    A Gazeta Musical teve seu apogeu em 1892, quando surgem alguns textos otimistas sobre a sua consolidação no meio musical:

    Com o presente número a Gazeta Musical completa um anno de existência. [...] Todos os dias recebemos assignaturas novas e, a continuar a procura como nos últimos tempos, dentro em muito breve a Gazeta terá a sua vida perfeitamente garantida e dispensará os sacrifícios dos seus fundadores. [...] Nós somos talvez um pouco altivos, mas é justa essa nossa altivez. O auxílio que temos recebido provocou-o [sic] a attitude correcta e patriótica até hoje por nós assumida. (GM, 1892, agosto, n.15, p.225.)

    Motivou o atrazo de números em que estamos, o trabalho extraordinário de copilação de documentos que fomos obrigados a fazer para dar o número extraordinário, consagrado à memória do nosso sempre lembrado amigo Alexandre Levy. [...] Não podemos, porém, continuar a conservar atrazos de data que nos levam a atrazos de notícias importantes [...] e por isso resolvemos dar um número apenas com a data de abril, fazendo os outros nas respectivas datas e completando os vinte e quatro exemplares a que somos obrigados para com os nossos subscriptores e amigos. [...] Julgamos desta forma conciliar os interesses dos assignantes com as exigências de uma gazeta que precisa estar em dia com as suas notícias, e estamos certos de que só terão a applaudir-nos por esta resolução. [...] Aos nossos assignantes do interior que se acham em atrazo, rogamos a fineza de mandarem saldar os seus débitos afim de não soffrerem interrupção na remessa da nossa folha. (GM, 1892, n.7, p.97-8.)

    A afluência de matéria, os embaraços em que nos temos visto para publicar matéria de preferencia, que não pode ser prejudicada, [...] obrigaram-nos a retirar à ultima hora e pela segunda vez o juízo crítico sobre o Prometheu do nosso primeiro compositor e amigo. [...] Para nós e para os nossos amigos resta-nos esta satisfacção: que a Gazeta, cuja morte se esperava no terceiro número por falta de matéria, se vê seriamente embaraçada para dar conta dos compromissos que toma como originaes. É o seu elogio e o nosso orgulho. (GM, 1892, n.10, p.145.)

    Não podemos saber ao certo o número de leitores da Gazeta Musical, mas provavelmente foi um periódico lido por estudantes de música e amadores que podiam adquiri-lo na casa de partituras e pianos de Fertin de Vasconcellos, proprietário do periódico.

    Como veremos no final deste capítulo, o crítico Oscar Guanabarino fará alusão à pouca importância da Gazeta Musical junto ao grande público, confirmado pelo protesto de B. R., um dos principais colaboradores da revista:

    Não nos leem?... E o que temos nós com isso?... Vá a responsabilidade a quem de direito, que nós temos cumprido o nosso dever. (B. R., sobre a fiscalização do ensino de música nas escolas primárias. In: GM, 1892, n.23, p.356.)

    No final de 1892, a Gazeta Musical passou a anunciar um jornal de moda feminina, lojas de móveis e de diversos objetos de decoração, além de utensílios para o lar, o que nos leva a supor que seu público alvo era principalmente o feminino. Visto que a Gazeta Musical manteve forte vínculo com o Instituto Nacional de Música, onde havia a predominância de alunas do sexo feminino, poder-se-ia justificar esse tipo de anúncio no periódico. O relatório abaixo, publicado na Gazeta Musical, comprova a maioria feminina matriculada no Instituto:

    No anno escolar de 1891 foram admittidos 278 alumnos, representando 473 matrículas, o que é muito lisongeiro para este Instituto, por isso que se nota um augmento sobre o anno passado de 35 alumnos e de 135 matrículas. / Desses alumnos eram 82 do sexo masculino e 196 do sexo feminino; nacionaes 265, estrangeiros 13; paisanos 257, militares 21. / Dos paisanos oito pertenciam ao Asylo de Meninos Desvalidos. (Relatório escrito por Miguéz. In: GM, 1892, n.19, p.290.)

    Os militares acima citados matriculados no Instituto pertenciam à Marinha:

    É esta a occasião propícia de se fallar no enorme serviço prestado à banda do corpo de marinheiros pelo ex-commandante d’este corpo o Sr. contra-almirante Saldanha da Gama. / Durante o tempo do seu commando, o Sr. Saldanha da Gama matriculou perto de 20 músicos da banda d’aquelle corpo no Instituto. (GM, 1892, n.13, p.204.)

    A Gazeta Musical contém informações relevantes sobre o meio musical fluminense, e principalmente sobre o Instituto Nacional de Música, escola oficial do governo republicano daquela época. A coleção completa de seus exemplares encontra-se atualmente na Biblioteca Alberto Nepomuceno da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, doada em 1902 para o Instituto Nacional de Música, segundo a dedicatória que aparece na primeira página. A assinatura pode corresponder ao nome que se lê no carimbo nesta mesma página: D. de Carvalho. A Gazeta Musical cita um Sr. D. de Carvalho em uma de suas páginas, elogiando-o como pianista acompanhador em um concerto do violinista e professor do Instituto Nacional de Música Enrico La Rosa (GM, 1892, n.18, p.287). Podemos supor que D. de Carvalho seja o compositor Joaquim Tomas Delgado de Carvalho (1872-1922), nomeado bibliotecário do Instituto Nacional de Música no ano em que a coleção da Gazeta Musical foi doada à biblioteca.¹

    Na página que inicia cada número do periódico, encontramos algumas informações: o nome do diretor-proprietário – Alfredo Fertin de Vasconcellos; o nome do redator principal – Ignacio Porto-Alegre; o endereço da redação e administração – rua da Quitanda, 42; e o preço das assinaturas no Brasil e nos países estrangeiros.

    Na primeira página do número 1, o redator justifica o aparecimento da publicação da Gazeta Musical nos seguintes termos:

    O grande incremento que tem tomado nos últimos tempos a atividade intelectual entre nós em todos os domínios da arte e da ciência, a marcha crescente que se tem verificado nas diferentes manifestações da inteligência, no nosso país, em todos os ramos em que ela se exerce, a incontestável confirmação das leis do progresso, que no nosso meio se verificam, no tocante a tudo quanto respeita à vida intelectual e especialmente à vida artística, explicam e dão razão a ser do aparecimento, na nossa imprensa, da presente publicação, cujos fins, já de algum modo definido pelo seu título, serão particularmente explanados nas linhas que se seguem. (GM, 1891, n.1, p.1.)

    Há uma grande incidência de palavras como marcha, progresso, adiantamento, pátria e civilização; tal vocabulário já nos dá uma ideia inicial das correntes intelectuais da época, ligadas a escolas evolucionistas e à fé no progresso das nações baseado no conhecimento científico, que permearão grande parte dos artigos da Gazeta Musical durante os três anos de sua existência. Dentre as escolas evolucionistas, o positivismo comtiano será evidente em vários textos da Gazeta Musical, uma vez que o periódico existiu no início da República, época de grande influência do positivismo no ambiente intelectual e político da capital federal.

    A saudação positivista² foi, inclusive, adotada pelos republicanos brasileiros e aparece no final do relatório de Miguéz escrito ao Ministro: "Eis, Senhor Ministro, o que me ocorre dizer-vos sobre as necessidades e occurrências d’este estabelecimento que tenho a honra de dirigir [...] Saúde e fraternidade. – Capital federal, 29 de fevereiro de 1892" (GM, 1892, n.19, p.293, grifo nosso).

    O ideal republicano, sobretudo o positivismo comtiano predominante no pensamento de militares, políticos e intelectuais dos primeiros anos da República no Brasil, será o grande norteador dos discursos encontrados na Gazeta Musical.

    A música será apresentada na Gazeta Musical como a principal ferramenta artística para medir o grau de adiantamento da nação, cujo progresso dependeria não apenas do mero ensino de técnicas instrumentais, vocais ou composicionais, mas da educação do gosto musical do povo.³ Há uma constante preocupação em destacar a produção musical do Brasil, país com grau de civilidade igual ou superior ao de outros países, mas que, segundo a Gazeta Musical, não tinha canais de comunicação suficientes para promover e divulgar a sua produção, lacuna que o periódico tencionava preencher (GM, 1891, n.1, p.3).

    Esse propósito de difusão da produção nacional e contribuição para a educação musical do povo será, na verdade, a fórmula encontrada pelo periódico para impor ao meio musical brasileiro o gosto estético e as crenças políticas de seus autores e daqueles que dirigiam o Instituto Nacional de Música, promovendo apenas a produção musical de um pequeno círculo de compositores ligados a eles. Dessa forma,os autores da Gazeta Musical entendem por produção musical nacional as obras de compositores vinculados direta ou indiretamente ao Instituto Nacional de Música e às suas diretrizes estético-políticas.

    É por esse motivo que a coluna Notícias do Rio e outros Estados noticia apenas a vida musical do Rio de Janeiro, algumas vezes a de São Paulo e, raramente, a de Minas Gerais; nunca houve notícia sobre os acontecimentos musicais nas regiões Norte e Nordeste, de maneira que um leitor desavisado poderia pensar que não havia concertos, teatros e vida musical nessas regiões naquela época. Sabemos que diversas óperas eram, nesse período, representadas nos teatros de Belém e de Manaus, e que a exclusão de notícias da região tinham causas estéticas e políticas: os compositores e intérpretes ligados à estética operística italiana e a alguns gêneros populares da época – como operetas ou mágicas – eram ignorados pela Gazeta Musical.

    Outro interessante aspecto que deve ser ressaltado nos textos do periódico é a preocupação em afirmar uma suposta neutralidade nas análises e críticas que faziam. É comum uma crítica da Gazeta Musical começar com um alerta ao leitor, adiantando-o de que será uma crítica desapaixonada: [...] julgamos realisar um trabalho útil, dando, a par de apreciações desapaixonadas sobre o nosso meio artístico, uma notícia de tudo o que no estrangeiro tiver relação com a arte musical [...] (GM, 1891, n.1, p.3).

    Essa imparcialidade nas críticas unia-se, muitas vezes, a argumentos fundamentados no conhecimento científico da época.

    As teorias do determinismo racial de Taine, por exemplo, incluíam três fatores: raça, meio ambiente e momento histórico (Volpe, 2001, p.15). Segundo o autor, a influência do clima se refletiria diretamente sobre o temperamento de uma etnia ou raça, o que por sua vez exigiria um cuidado na escolha do repertório e das técnicas musicais que mais se adequariam a cada povo.

    O trecho abaixo exemplifica o cientificismo nos textos da Gazeta Musical e fornece os argumentos desapaixonados de seus autores:

    Em último lugar, temos o outro perigo, que é a moda do canto declamado, o qual torna as vozes duras e ásperas. Ninguém tem mais concorrido para esse desconchavo, que o gênero Tosti&Ca. [sic], com as suas composições, as quais, […], ainda se encarregam de estragar definitivamente o gosto artístico, especialmente nos amadores. A isso junta-se a tolice de se querer cantar tudo à Wagner. Os cantores italianos, para não citar os alemães, deram, de alguns tempos para cá, em imitar estes últimos, depois de terem travado relações com o Lohengrin e o Tannhäuser, cuidando que o levar meia hora a dizer uma frase é senti-la, é interpretá-la com boa escola e bom senso, sem nunca tomarem em consideração o sentimento dramático, que é sempre sacrificado, deturpado, pela ignorância boçal, pela presunção estúpida e selvagem, desses agiotas mercenários de dós de peito. O italiano jamais cantará Wagner, Lortznig, Weber, Mendelssohn, Schumann, Marschner, Nessler, Brüll, Löwe, Jensen, Koss, e outros, porque não os sente, assim como o alemão jamais cantará Rossini, Donizetti, Bellini, Mercadante e outros, pela mesma razão [...] porque são de raça diferente, são de temperamento oposto. Cumpre fazer exceção daqueles que estudaram na primorosa escola de Viena. (GM, 1891, n.1, p.4.)

    No trecho acima o autor Ignacio Porto-Alegre mostra-se de acordo com as diretrizes do Instituto (no qual lecionava) com relação ao ensino do canto e à educação do gosto musical, repudiando o estilo de canto da ópera italiana do século XIX, mas também criticando a maneira "de se cantar tudo à Wagner. Demonstra grande conhecimento de compositores germânicos, que cita em abundância, e considera fatores como raça e temperamento determinantes na produção e interpretação de obras musicais. Finalmente, destaca Viena como grande centro artístico, capaz até de formar cantores que superariam as limitações raciais através de uma escola primorosa".

    Nota-se também neste texto uma retórica que nos lembra o discurso de um político em defesa de sua ideologia. Ao lado da tentativa de impor valores estéticos definidos, a arte musical funcionará também como uma ferramenta para atingir objetivos políticos específicos. Haverá, nos três anos de existência da Gazeta Musical, a preocupação com o progresso do país e com seu grau de civilização, tendo as artes, e em especial a música, como parâmetro do desenvolvimento da nação brasileira.

    O desejo de ver o país evoluir rumo a uma civilização nos moldes da europeia é uma preocupação constante na revista. O sentimento de amor à pátria, que examinaremos mais detalhadamente no Capítulo 3, reflete-se com grande força no meio musical da última década do século XIX. A Gazeta Musical abordará, portanto, a arte musical sob dois aspectos interligados: o político – através do incentivo à produção musical de cunho nacionalista⁴ – e o estético, no qual o padrão escolhido será o das músicas francesa e germânica da época, associadas à modernidade e em oposição à decadente estética da ópera italiana (Volpe, 2001).

    Outros assuntos que surgem esporadicamente na Gazeta Musical dizem respeito a curiosidades da vida musical: notícias sobre concertos, viagens e novas obras de intérpretes e compositores da época, pequenas biografias de compositores já falecidos, anedotas do mundo da música e falecimentos de artistas importantes daquela época.

    Por exemplo, um extenso artigo assinado por Anton (traduzido para Antonio) Rubinstein (1829-1894) aparecerá em diversos números consecutivos da Gazeta Musical de 1892, encerrando-se em 1893 sob o título de A música e seus representantes. Alguns dos temas abordados por Rubinstein dizem respeito a ideias correntes da época, como as diferenças entre interpretação subjetiva e objetiva. O próprio Rubinstein afirma não saber ao certo o que querem dizer com objetividade na execução de uma obra, uma vez que toda interpretação só pode ser, por princípio, subjetiva (GM, 1892, n.24, p.377). Logo em seguida, no entanto, Rubinstein alega que o fato de o crescente número de mulheres intérpretes (com exceção das cantoras, que são excelentes) e compositoras é mais um sinal da decadência da música, justamente porque às mulheres faltam a subjetividade e a iniciativa na execução. As mulheres não conseguem ultrapassar o estágio da objetividade, que ele explica como sendo imitação. Assim como as intérpretes, as compositoras também seriam apenas objetivas, por não terem a capacidade de concentração e força de reflexão, de elevação de ideias (Ibid.,

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