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Viver nos tempos da inquisição
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E-book487 páginas6 horas

Viver nos tempos da inquisição

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Sobre este e-book

'Freud já alertava o futuro para a urgência de conhecer o passado. Hoje, num mundo que assiste ao recrudescimento do antissemitismo, da intolerância e do protecionismo, recuperar a memória dos tempos do Santo Ofício da Inquisição, mais do que necessário, é urgente. Foram quase três séculos de perseguição e atrocidades contra populações convertidas à força, vigiadas, humilhadas e aviltadas. Viver nos Tempos da Inquisição reúne o melhor da produção de Anita Novinsky, uma das principais pesquisadoras e conhecedoras do período da Inquisição em todo o mundo. Uma leitura importante para que estejamos sempre alertas aos ciclos dos acontecimentos históricos, culturais e políticos. '.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2020
ISBN9788527311731
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    Pré-visualização do livro

    Viver nos tempos da inquisição - Anita Waingort Novinsky

    Guinsburg

    1. Crítica à Historiografia Inquisitorial I

    ¹

    Os livros sobre a história colonial, tidos como clássicos, com raras exceções não se referem a um órgão repressivo e punitivo, que atuou em todos os níveis da vida colonial, tanto econômico como político, religioso e cultural: o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição. Seus riquíssimos arquivos, a maior parte mantidos em segredo até a década de sessenta do século XX, só foram consultados por raros historiadores, em esparsos artigos. Os autores que exaustivamente pesquisaram os arquivos inquisitoriais no século XIX foram Alexandre Herculano, João Lúcio de Azevedo e Joaquim Mendes dos Remédios, deixando-nos obras fundamentais sobre os cristãos-novos e a Inquisição². Com a abertura dos arquivos do Santo Ofício e a sua disponibilização ao grande público, a história do Brasil colonial deve ser reavaliada e reinterpretada.

    Nos últimos anos, foram publicadas obras importantes, baseadas em fontes primárias e inéditas, que trouxeram à tona vários aspectos da sociedade colonial, até então desconhecidos: conflitos religiosos, corrupções, injustiças, traições, denúncias falsas, negócios internacionais, preços, dívidas, paixões, vinganças, ódios. Revelaram também duas mentalidades opostas que conviviam na Colônia: os crentes e ortodoxos de um lado, os céticos e heterodoxos de outro. Nomes como Lina Gorenstein, Ronaldo Vainfas, Laura de Mello e Souza, Luis Nazario, Daniela Buono Calainho, Lana Lage da Gama Lima, Pedro Villalta, Luiz Mott, Daniela Levy, Adalberto Gonçalves Araújo Júnior, Suzana Santos, Rachel Mizrahi, Eneida Ribeiro e tantos outros, têm contribuído para ampliar nosso conhecimento sobre a sociedade colonial, alguns com publicações que orgulham nossa historiografia brasileira.

    Há, paralelamente aos avanços da historiografia científica sobre a Inquisição, um revisionismo subterrâneo, que pouco a pouco invade o corpo da história do Brasil. Historiadores negacionistas reivindicam uma literatura minimizadora do Santo Ofício, semelhante à existente no mundo atual sobre o Holocausto, negando os bárbaros métodos empregados pelo tribunal para extorquir dos réus confissões e denúncias que lhes trariam mais hereges e mais prisioneiros, suprindo assim suas necessidades finance