Jogo, mediação pedagógica e inclusão: Um mergulho no brincar
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Sobre este e-book
Os jogos, brinquedos e brincadeiras populares são destacados na obra como o pontual elemento de cultura em que as crianças se apropriaram do conhecimento ensinado, interagindo consigo mesmas, com os outros e com os objetos, tendo como elemento mediador importante a ação do educador e dos colegas.
Assim, este estudo mostra, explica, fundamenta, argumenta e responde a indagações pertinentes de natureza didático-pedagógica no âmbito da educação para pessoas com necessidades educacionais especiais.
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Jogo, mediação pedagógica e inclusão - José Francisco Chicon
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Capítulo 1
CRIANÇA COM A SÍNDROME DE DOWN E O JOGO
As atividades lúdicas, desde muitos séculos, integram-se ao cotidiano das pessoas sob várias formas, sejam elas individuais, sejam coletivas, sempre obedecendo ao espírito e à necessidade cultural de cada época.
Historicamente, o jogo para a criança sofreu algumas restrições, como cita Rosamilha (1979) em seu livro Psicologia do jogo e aprendizagem social
. Nessa obra, o autor destaca que, desde a época anterior a Cristo, nos escritos de Leis, livro VII, Platão preconizava o valor educativo do jogo, apesar de dar à criança a liberdade de jogo somente até os 6 anos. Daí por diante, os jogos eram fixos, controlados pelo Estado e, mais tarde, na Era Cristã, a autora destaca a atitude de um educador alemão do século XVIII que proibia a recreação às crianças na tentativa de preservá-las do mal, ou seja, ao recrear-se, as crianças estariam desagradando a Deus.
Por longos séculos, o ato de brincar foi negado à criança. Somente a partir de meados do século XX, os estudos sobre o jogo se intensificaram. Os estudiosos do jogo se preocuparam em rever e analisar conceitos, seus diferentes significados nas diferentes culturas, sua importância e influência para o desenvolvimento e aprendizagem da criança etc., procurando ressignificá-lo, encontrando nas pesquisas empíricas os argumentos válidos para recomendar o jogo infantil a todas as crianças. O jogo passou, então, a ser reconhecido pela sociedade como um fenômeno importante para o desenvolvimento e aprendizado infantil.
Essa condição nos leva a refletir sobre o momento em que a criança, ao relacionar-se com o mundo dos adultos, demonstra, em determinadas situações, não compreender a realidade que a cerca, por exemplo, determinadas regras, atitudes e conceitos daquilo que se passa ao seu redor e, por isso, assimila o real à sua maneira, procurando satisfazer suas necessidades afetivas, intelectuais e psicomotoras, o que justifica um equilíbrio pessoal no mundo físico e social. Por exemplo: a criança quer dirigir um carro como o faz um adulto, mas, não tendo as condições de maturidade, tamanho e legalidade para isso, satisfaz a sua necessidade pelo jogo de faz de conta, pelo simbolismo, transformando, em sua fantasia, por exemplo, um tronco de árvore em seu veículo, representando, em seguida, os gestos e trejeitos de um motorista adulto, saciando, assim, seu desejo ainda impossível de concretizar-se e equilibrando-se emocionalmente.
Com a criança que apresenta a síndrome de Down⁴, a situação não é diferente, porém sua dificuldade de assimilar o real e agir sobre ele, na maioria das situações, esbarra na limitação para assimilar conceitos abstratos, o que não quer dizer que seja um limite, mas, um ponto a ser trabalhado e desenvolvido porque, como sabemos, essas crianças têm potencialidades latentes
que precisam ser suscitadas, conscientizadas.
Portanto, os jogos, na visão de autores, como Aufauvre (1987), Huizinga (1980), Chateau (1987), Vygotsky (1991), Kishimoto (1996), entre outros, são importantes porque fazem parte da vida cotidiana de qualquer criança. Eles são atraentes, agradáveis, espontâneos e solicitam de muitas formas o aperfeiçoamento dos gestos, a abertura ao mundo, ou seja, a transposição de uma aquisição para outras situações que não aquela em que se fez a aquisição, o emprego da reflexão e da invenção (criatividade).
Nesse sentido, para melhor compreensão, gostaríamos