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MAQUIAVEL: Vida e Pensamento
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MAQUIAVEL: Vida e Pensamento

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About this ebook

Nicolau Maquiavel foi um filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico de origem florentina do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser.
Por refletir tão precisamente a realidade da política, seus textos — particularmente O Príncipe —, são até hoje lidos e discutidos até hoje e, ao que tudo indica, continuarão a ser por muitos e muitos anos, enquanto o homem não mudar sua essência. Neste ebook que faz parte da série: Vida e Pensamento, o leitor poderá conhecer a vida e as reflexões mais importantes de Nicollò Maquiavelli.
LanguagePortuguês
Release dateJun 8, 2020
ISBN9786586079180
MAQUIAVEL: Vida e Pensamento

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    MAQUIAVEL - Nicolau Maquiavel

    cover.jpg

    Edições LeBooks

    MAQUIAVEL

    1a edição

    img1.jpg

    Isbn: 9786586079180

    LeBooks.com.br

    A LeBooks Editora publica obras clássicas que estejam em domínio público. Não obstante, todos os esforços são feitos para creditar devidamente eventuais detentores de direitos morais sobre tais obras.  Eventuais omissões de crédito e copyright não são intencionais e serão devidamente solucionadas, bastando que seus titulares entrem em contato conosco.

    PREFÁCIO

    Prezado Leitor

    A Coleção Vida e Pensamento apresenta a a vida e o legado de grandes pensadores que, através dos séculos, serão lembrados pela grandeza, liderança, inteligência, sabedoria, alcance de seus ensinamentos, entre outras características que os tornaram memoráveis. Neste volume conheceremos a Vida e Pensamento de Maquiavel; um controverso e muitas vezes mal compreendido, pensador.

    Maquiavel foi um filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico de origem florentina do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser. Por refletir tão precisamente a realidade da política, seus textos — particularmente O Príncipe —, são até hoje lidos e discutidos. e, ao que tudo indica, continuarão a ser por muitos e muitos anos, enquanto o homem não mudar sua essência

    Neste ebook o leitor poderá conhecer a vida e as reflexões mais importantes de Nicollò Maquiavelli.

    Uma excelente e proveitosa leitura

    LeBooks Editora

    Mas a ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela.

    Maquiavel

    Sumário

    SOBRE MAQUIAVEL E SEU LEGADO

    A Filosofia de Maquiavel

    Obras de Niccolò Machiavelli

    Quem foi Maquiavel

    O PENSAMENTO DE MAQUIAVEL

    INTRODUÇÃO

    SOBRE O NASCIMENTO DAS CIDADES EM GERAL E DE ROMA EM PARTICULAR

    DAS DIFERENTES ESPÉCIES DE REPÚBLICAS, E DE QUE ESPÉCIE ERA A REPÚBLICA ROMANA

    OS FATOS QUE TORNARAM A REPÚBLICA MAIS PERFEITA

    A DESUNIÃO ENTRE O SENADO E O POVO TORNA A REPÚBLICA DE ROMA PODEROSA E LIVRE

    A QUEM SE DEVE CONFIAR A GUARDA DA LIBERDADE: AOS NOBRES OU AO POVO? E QUEM COSTUMA CAUSAR MAIORES DISTÚRBIOS: OS QUE LUTAM PARA ADQUIRIR, OU OS QUE LUTAM PARA CONSERVAR?

    DE COMO A FACULDADE DE ACUSAÇÃO É NECESSÁRIA NUMA REPÚBLICA PARA PRESERVAR A LIBERDADE

    O QUANTO A ACUSAÇÃO É ÚTIL A UMA REPÚBLICA, A CALÚNIA LHE É PREJUDICIAL

    A FUNDAÇÃO DE UMA REPÚBLICA, OU A REFORMA DAS INSTITUIÇÕES DE UMA JÁ EXISTENTE, DEVE SER TRABALHO DE UM SÓ HOMEM

    ASSIM COMO OS FUNDADORES DE REPÚBLICAS OU MONARQUIAS MERECEM LOUVORES, OS FUNDADORES DE TIRANIAS DEVEM SER EXECRADOS

    SOBRE A RELIGIÃO DOS ROMANOS

    UM POVO ACOSTUMADO A SER GOVERNADO POR UM PRÍNCIPE, VINDO A TORNAR-SE LIVRE, DIFICILMENTE SABERÁ MANTER AS SUAS LIBERDADES

    QUEM PRETENDER REFORMAR O GOVERNO DE ESTADO LIVRE, DEVE CONSERVAR PELO MENOS O ASPECTO DAS ANTIGAS INSTITUIÇÕES

    A PROPÓSITO DOS NOVOS DOMÍNIOS QUE TENHAM SIDO ADQUIRIDOS PELO PRÍNCIPE POR SEU PRÓPRIO VALOR E COM AS SUAS PRÓPRIAS TROPAS

    UM PRÍNCIPE NOVO DEVE REORGANIZAR TUDO NUMA CIDADE OU PROVÍNCIA QUE TENHA CONQUISTADO

    QUAL DOS DOIS É MAIS INGRATO, UM POVO OU UM PRÍNCIPE

    UMA REPÚBLICA OU UM PRÍNCIPE NÃO DEVEM ESPERAR ATE ESTAREM EM DIFICULDADES, PARA ASSEGURAR-SE DA BOA VONTADE DO POVO

    QUANDO UM MAL SURGIR NUM ESTADO, OU O AMEAÇAR, SERÁ MAIS PRUDENTE CONTEMPORIZAR COM ELE DO QUE ATACÁ-LO VIOLENTAMENTE

    A DITADURA SEMPRE FOI BENÉFICA A ROMA, E NUNCA OFENSIVA; E SOMENTE A AUTORIDADE USURPADA, E NÃO A LIVREMENTE CONSENTIDA PELOS CIDADÃOS, É PERIGOSA PARA A LIBERDADE

    OS CIDADÃOS QUE TENHAM SIDO HONRADOS COM OS MAIS ALTOS CARGOS NÃO DEVEM DESDENHAR OUTROS MENOS IMPORTANTES

    AS DIFICULDADES QUE A LEI AGRÁRIA TROUXE A ROMA, E COMO E ERRADO FAZER LEIS RETROATIVAS E CONTRÁRIAS AOS VELHOS COSTUMES

    AS REPÚBLICAS FRACAS SÃO IRRESOLUTAS, E NÃO SABEM TOMAR PARTIDO; E, QUANDO O FAZEM. É MAIS POR NECESSIDADE QUE POR DECISÃO

    UMA REPÚBLICA OU UM PRÍNCIPE DEVEM APARENTAR FAZER DE SUA PRÓPRIA LIBERDADE O QUE SÃO FORÇADOS A FAZER POR NECESSIDADE

    DE COMO O POVO E MUITAS VEZES ILUDIDO POR APARÊNCIAS A DESEJAR A SUA PRÓPRIA RUÍNA; E DE COMO ELE SE DEIXA FREQUENTEMENTE INFLUENCIAR POR GRANDES ESPERANÇAS E PROMESSAS OUSADAS

    DEVE-SE TER MAIS CONFIANÇA EM LIGAS E ALIANÇAS COM REPÚBLICAS DO QUE COM PRÍNCIPES

    OS HOMENS MUITAS VEZES SE ENGANAM PENSANDO QUE PODEM VENCER A INSOLÊNCIA COM A HUMILDADE

    OS ESTADOS FRACOS SÃO SEMPRE INDECISOS EM SUAS RESOLUÇÕES; E AS RESOLUÇÕES DEMORADAS SÃO SEMPRE PREJUDICIAIS

    É UM ERRO TENTAR TIRAR PARTIDO DAS DISPUTAS INTERNAS DE UMA CIDADE, E PRETENDER TOMA-LA QUANDO NAQUELA SITUAÇÃO

    ÀS VEZES A MAIOR SABEDORIA CONSISTE EM SIMULAR A LOUCURA

    DOS PRINCIPADOS CIVIS

    UM PRÍNCIPE NÃO PODE ESTAR SEGURO ENQUANTO VIVEREM OS QUE ELE TIVER DEPOSTO

    ACERCA DA CRUELDADE E DA CLEMENCIA, E DE COMO É PREFERÍVEL SER AMADO QUE TEMIDO

    DE QUE MODO OS PRÍNCIPES DEVEM GUARDAR A PALAVRA DADA

    UM PRÍNCIPE DEVE EVITAR SER DESPREZADO E ODIADO

    DE QUE MODO DEVEM OS PRÍNCIPES AGIR PARA SE FAZEREM ESTIMADOS

    SOBRE OS MINISTROS DOS PRÍNCIPES

    COMO EVITAR OS ADULADORES

    DO PERIGO QUE HÁ EM SER O CONSELHEIRO DE ALGUM EMPREENDIMENTO, E DE COMO ESSE PERIGO AUMENTA COM A IMPORTÂNCIA DA EMPRESA

    DA INFLUÊNCIA DA SORTE NOS NEGÓCIOS DOS HOMENS, E DE COMO COMBATE-LA

    DAS RAZÕES PELAS QUAIS OS HOMENS, E ESPECIALMENTE OS PRÍNCIPES, GANHAM LOUVORES OU SOFREM CENSURAS

    O ESPÍRITO E O CARÁTER DE, REVELADOS PELAS SUAS CARTAS PARTICULARES

    Notas e Referências

    SOBRE MAQUIAVEL E SEU LEGADO

    img2.jpg

    Nicolau Maquiavel (em italiano: Niccolò di Bernardo dei Machiavelli; Florença, 3 de maio de 1469 — Florença, 21 de junho de 1527) foi um filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico de origem florentina do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser.

    Nascido no conturbado fim do Quattrocento (XV), o florentino Nicolau Maquiavel teve, assim como os outros renascentistas, uma formação humanista. Formado na Universidade de Florença, ele atuou como uma espécie de diplomata de sua cidade: foi a diversas cortes estabelecer tratados, alianças e relatórios, conhecendo o contexto de cada país e, como ótimo observador, enxergando defeitos e qualidades nas artes de governar. Preso e torturado sob a acusação de conspiração, Maquiavel viveu em reclusão, o que trouxe à mente do diplomata um agudo senso de realismo, e uma obsessão pela garantia da estabilidade dos Estados. Em reclusão, visando a retornar à administração do principado florentino, Maquiavel escreveu um livro a Lourenço de Médici intitulado O Príncipe. Assim, o principado de Médici concedeu o perdão a Maquiavel, dando a ele o título de historiador. Em 21 de junho de 1527, Maquiavel morre, doente.

    Os meios serão sempre julgados honrosos e por todos louvados, porque o vulgo sempre se deixa levar pelas aparências e pelos resultados, e no mundo não existe senão o vulgo; os poucos não podem existir quando os muitos têm onde se apoiar.

    A Filosofia de Maquiavel

    O termo maquiavélico sempre esteve associado à astúcia, falsidade e má-fé. Foi empregado, por exemplo, para caracterizar governos despóticos e políticos corruptos. Os dicionários apontam esse termo como astuto, ardiloso. De fato, o nome de Maquiavel foi considerado uma ameaça às bases morais da vida política. Mas isso, de maneira alguma, expressa o pensamento desse humanista: Maquiavel nunca foi maquiavélico.

    Foi em meio a uma Itália fragmentada, permeada por guerras e jogos de poder, que Maquiavel escreveu sua mais famosa obra: O Príncipe. A questão central do livro são o papel da ética e sua relação com a política. Em O Príncipe, pela primeira vez na história do pensamento político, a ação política despiu-se de preceitos morais cristãos, ou, como diria Benedetto Croce, percebeu-se que a política não se faz com água-benta. Maquiavel mostrou existirem duas éticas distintas: uma ética cristã, útil para salvar a alma (ser bom sempre, nunca mentir, não usar máscaras), e uma ética política, útil para salvar o Estado (ser mau quando necessário, mentir quando a situação exigir, parecer bom e piedoso).

    Em Maquiavel, a ética política é utilitária, ou seja, são morais todos os atos úteis à comunidade, ao passo que são imorais os atos que tiverem em vista a satisfação de interesses egoístas, que entrem em conflito com os interesses da coletividade. Rompeu-se, aqui, com a ideia dominante de que o príncipe deve ser sempre bondoso (no sentido cristão da palavra). Haveria, portanto, uma ragione di stato (razão de estado). Isso não significa que Maquiavel era um defensor da maldade e da corrupção – sua filosofia tem uma profundidade muito maior que essa –, mas defende a ideia de que o príncipe deve saber não ser bom, existindo, portanto, crueldades mal usadas ou bem usadas. É nesse sentido que Maquiavel diz: Se bem considerar tudo, encontrar-se-á alguma coisa que parecerá virtude, e segui-la seria a ruína, e alguma coisa que parecerá vício, e seguindo-a obtém a segurança e o bem-estar.

    Maquiavel está mais interessado no Estado como ele é de fato, e suas possibilidades reais (o mundo como ele é), do que no que ele deveria ser – Maquiavel é realista e, profundamente renascentista, está interessado nas questões de sua época. Segundo Isaiah Berlin, ao admitir a pluralidade de éticas, Maquiavel foi um precursor do liberalismo.

    Obras de Niccolò Machiavelli

    • (Relatos sobre os fatos na Alemanha (1508);

    • Retrato das coisas da França (1510);

    • Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio (1513 a 1521);

    • A arte da guerra (1517 a 1520);

    • A Mandrágora (1518).

    •  Obra, mais conhecida: O príncipe (1953)

    Quem foi Maquiavel

    Quem pretende escrever honestamente sobre Maquiavel, desde logo vê como é difícil encontrar leitores cujos sentimentos e ideias já não tenham sido envenenados por algum cego preconceito contra o Pensador florentino e a sua obra.

    O pensamento político de Maquiavel é quase instintivamente ligado as mais duvidosas doutrinas, controvérsias e teorias políticas e morais do nosso tempo. Mas é interessante notar que justamente isso é que prova o quanto Maquiavel ainda está vivo.

    O ódio assanhado contra Maquiavel foi, e ainda é, moral ou pseudo moral. Pior ainda, esse ódio provém de fontes religiosas. E não há nada mais feroz entre os homens, especialmente entre aqueles que professam, ou pensam que professam, o amor Cristão, do que disputas e contendas religiosas.

    É curioso notar que a igreja católica e a protestante concordam na sua furiosa estigmatização de Maquiavel e no seu esforço em aniquilá-lo. E no entretanto, embora os seus motivos e as técnicas de que se servem sejam semelhantes, cada uma dessas igrejas interpreta o Florentino de um ponto de vista diametralmente oposto.

    Os Jesuítas e os outros polemistas católicos da reação que se seguiu a Reforma abominaram especialmente o patriotismo italiano do secretário florentino, que, ao contrário de quase todos os grandes italianos do seu tempo, denunciou as ambições territoriais do papado e as combateu como um dos maiores obstáculos a independência nacional. Os escritores protestantes, interpretando os mesmos manuscritos, procuraram apresentar Maquiavel como a personificação da perfídia papista. Uns e outros tiveram um certo êxito, como prova o fato de no século XVIII a palavra jesuitismo ter-se tornado sinônimo do que antes se chamava maquiavelismo.

    Maquiavel foi o primeiro grande pensador moderno. Mas para bem compreender o que isto significa, não basta estudar as suas obras, os seus imortais "Discorsi soprá-la la prima Deca di Tito Livio", que o interesse precipuamente atribuído ao O Príncipe relegou para um segundo plano. É preciso, antes de tudo, procurar entender o mundo medieval donde saiu Maquiavel, e compreender por que foi ele o primeiro a sentir que as instituições daquele mundo já não continham mais nem sequer o germe da vida produtiva.

    Francesco de Sanctis, o crítico literário italiano que é ao mesmo tempo um dos espíritos mais penetrantes do século XIX, começa o seu ensaio sobre Maquiavel lembrando-nos que o autor dos Discursos estava em Roma quando foi publicado o Orlando Furioso, e se queixou de ter sido omitido, talvez de caso pensado, na longa lista de poetas italianos referida por Ariosto no último canto do poema. Nada mais humano do que isso; Maquiavel, a mais poderosa mentalidade de estadista do seu tempo, queria ser conhecido antes como poeta do que pelas suas obras políticas.

    Esse incidente, puramente literário, é citado por de Sanctis para lembrar-nos que Maquiavel nasceu pelo mesmo tempo que o maior poeta da sua época: Maquiavel em 1409, Ariosto em 1474, sendo que este último ano também é o do nascimento de Miguel Ângelo. Mas Ariosto não tem nenhuma semelhança com Maquiavel. O Orlando Furioso é, para o poeta, apenas um meio de instilar vida em fantasmas; nem a religião, nem a pátria tiveram qualquer influência sobre Ariosto, que se preocupou tão-somente com a perfeição da forma e com a inspiração do verso. Ariosto não era crente, nem ateu: estava acima de tudo isso. Seu único credo era a Arte. O mundo do começo

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