Etnomatemática na escola: sujeito, discurso e relações de poder-saber
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Etnomatemática na escola - Adriano Fonseca
2019
Sumário
I. UM INÍCIO: MOVIMENTOS PARA/DE/EM UMA TESE 13
II. DESLOCAMENTOS FOCO NO SUJEITO ENQUANTO POSIÇÃO DISCURSIVA MARCADA NAS RELAÇÕES DE PODER-SABER:
UM SUJEITO PEDAGOGIZADO 23
II.I. Sobre a dimensão pedagógica na Etnomatemática 23
II.II. Deslocamentos no foco da pesquisa: de uma análise do Projeto 2011-2013 para uma análise da constituição do sujeito nas ações pedagógicas da Etnomatemática 27
II.III. Sujeito: uma posição discursiva marcada nas relações de poder-saber 31
II.III.I. Das noções de contextos/práticas socioculturais e de conhecimento
x saber 34
II.III.II. Das noções de discurso e de sujeito adotadas neste trabalho 40
III. TRILHANDO PELOS CAMPOS PEDAGÓGICOS DA ETNOMATEMÁTICA DO LEVANTAMENTO E DA ANALÍTICA ADOTADAS 59
III.I. Sobre o levantamento dos trabalhos 59
III.II. Sobre a analítica dos trabalhos acadêmicos 98
IV. TRILHANDO PELOS CAMPOS DISCURSIVO-PEDAGÓGICOS DA ETNOMATEMÁTICA DA PRODUÇÃO DE ENUNCIAÇÕES DISCURSIVAS REFERENTES ÀS AÇÕES PEDAGÓGICAS ORIENTADAS PELA ETNOMATEMÁTICA 107
IV.I. Dizeres enunciativos sobre as ações pedagógicas orientadas pela Etnomatemática (apoEs): condições de existência e produção de certos sentidos e práticas 107
IV.I.I. Indicativos enunciativos de que se trata de uma apoE 111
IV.I.II. Contrafiliações teóricas: contra o quê se luta e produção de (outras) posições de onde se fala 129
IV.I.III. Filiações teórico-metodológicas: fortalecendo na dialogicidade as posições de onde se fala 137
IV.I.IV. Propósitos gerais de uma apoE 148
V. CONTINUANDO NAS TRILHAS DOS RASTROS DISCURSIVOS DA PRODUÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SUJEITOS NO INTERIOR DAS PRÁTICAS DISCURSIVAS E DAS RELAÇÕES DE PODER-SABER PRESENTES NAS APOEs 159
V.I. Sobre a presença de uma prática de condução nas apoEs 159
V.II. ApoEs: da prática de condução das ações dos sujeitos e da produção e
funcionamento de certas posições-sujeito e de certos saberes 164
V.II.I. Nos rastros discursivos da apoE de Monteiro 170
V.II.II. Nos rastros discursivos da apoE de Lucena 183
V.II.III. Nos rastros discursivos da apoE de Wanderer 200
V.II.IV. Nos rastros discursivos da apoE de Maria da Silva 216
VI. NO RASTRO DAS REDES DISCURSIVAS SOBRE OS DIFERENTES DISCURSOS QUE ATRAVESSAM E MOBILIZAM (OUTROS) DISCURSOS E SENTIDOS NAS APOEs 233
VI.I. Aprofundando a compreensão sobre o enunciado referente a um sujeito que produz saber (ou conhecimento) matemático 233
VI.II. Aprofundando a compreensão sobre as condições de existência do enunciado referente a uma ação pedagógica orientada pela Etnomatemática 243
VI.III. Considerando que... 257
REFERÊNCIAS 261
ÍNDICE REMISSIVO 271
I. UM INÍCIO:
MOVIMENTOS PARA/DE/EM UMA TESE
Foi em 2007 que tudo começou – ou, um pouco antes, em 2006. Dos primeiros contatos, enquanto leitor, de alguns textos sobre Etnomatemática, passando pela primeira vivência enquanto pesquisador nesse campo, realizada durante pesquisa de mestrado (2007-2009) – dissertação intitulada A Construção do Conhecimento Matemático de uma Turma de Alunos do Ensino Médio num Espaço Sociocultural: uma postura etnomatemática – até uma segunda vivência como coordenador de um projeto de extensão realizado em 2011-2013, intitulado Releitura do Cotidiano: um olhar etnomatemático, muitas (in)compreensões, (in)certezas, sentidos e deslocamentos foram produzidos nessas ações pedagógicas.
Como essa segunda vivência/ação pedagógica tem relevância fundamental para a existência da pesquisa apresentada neste livro – relevância que será explicitada no capítulo seguinte –, deter-me-ei, brevemente, sobre alguns aspectos de seu desenvolvimento.
O Projeto 2011-2013¹, que envolveu alunos e professores de uma escola pública da cidade de Araguaína/TO, foi desenvolvido mediante investigações de práticas socioculturais (tecelagem e pintura, artesanato, fabricação de cadeiras de fibra, fabricação de cestas com jornal reciclado, dentre outras), realizadas pelos alunos. Projeto que, por sua vez, constituiu-se como uma ação pedagógica vinculada a um projeto de pesquisa, realizado entre 2009 e 2013, intitulado Formação de Professores de Matemática: sala de aula como um espaço sociocultural dentro de uma postura etnomatemática². O objetivo principal dessa pesquisa consistia em mostrar como o professor ou futuro professor da disciplina Matemática pode fazer, de modo que a sala de aula se torne um espaço sociocultural, espaço este onde os alunos são considerados como seres culturais, que possuem uma cultura própria, um conhecimento matemático próprio
(FONSECA, 2009b).
No início dessa ação pedagógica, foram definidos pelos alunos dois temas – matemática dos deficientes físicos³ e meio ambiente – cujo estudo e investigação sobre esses temas foram realizados basicamente pelos alunos, já os professores envolvidos participaram como orientadores, auxiliando os alunos quanto à elaboração de questionário para entrevista, e quanto à orientação sobre a apresentação em sala de aula. Além disso, os professores atuaram também como representantes dos saberes e fazeres praticados na escola. Por meio desse estudo/investigação, os alunos tinham como propósito observar e registrar os saberes e fazeres (inclusive aqueles identificados como matemáticos⁴) presentes nas diferentes práticas socioculturais.
As estratégias e as ferramentas de registro de informações utilizadas para a investigação dos aspectos temáticos⁵ foram definidas pelos respectivos grupos – foram compostos cinco grupos. Por exemplo, para o estudo/investigação do segundo tema (meio ambiente
), quatro grupos investigaram práticas socioculturais de Araguaína/TO e região, utilizando-se de entrevistas e da elaboração de videodocumentários produzidos pelos próprios alunos; e um quinto grupo estudou e apresentou sobre o capim dourado: legislação vigente, história, características biotípicas e artesanato. Após o período destinado ao estudo/investigação do tema, os grupos apresentavam os resultados em sala de aula, nas aulas da disciplina Matemática. Minha participação, enquanto pesquisador e participante não neutro, ocorreu nesses momentos e em algumas visitas de campo realizadas pelos alunos.
No entanto, o objetivo dessas apresentações não