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Sentimento provocador
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Ebook177 pages2 hours

Sentimento provocador

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About this ebook

Um romance de amor e desafio. A ousadia de duas mulheres para superar as barreiras do preconceito. A busca pela felicidade.

LanguagePortuguês
PublisherKyrian Malone
Release dateAug 11, 2020
ISBN9781071555866
Sentimento provocador

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    Sentimento provocador - Kyrian Malone

    Sentimento Provocador

    Tomo 1 – Aceitação

    ~ Collection ST Éditions ~

    Este livro é uma ficção. Os personagens e diálogos são o produto da imaginação dos autores. Qualquer semelhança com pessoas existentes ou que já existiram só pode ser fortuita.

    Copyright © 2014

    por Kyrian Malone

    ––––––––

    Todos os direitos reservados. Qualquer reprodução, distribuição ou uso parcial é estritamente proibida sem o acordo prévio dos autores e da ST Éditions.

    Todas as informações em:

    http://steditions.com/

    Sumário

    ––––––––

    Capítulo 1  ...................................................6

    Capítulo 2 ..................................................52

    Capítulo 3.................................................123

    Capítulo 1

    Algumas pessoas, às vezes, faziam a escolha de ir para o outro lado. Sexualmente falando. Um pai ou uma mãe violentos, companheiros ou companheiras muito invasores levavam alguns a odiar pessoas do sexo oposto e a se converter ao prazer da carne com parceiros do mesmo sexo. Alguns encontravam explicações para sua sexualidade, outros não. Acontecia que pessoas heterossexuais viravam gays por motivos X ou Y. Por vontade, curiosidade ou simplesmente de uma maneira natural. Alguns não se questionavam e provavam os dois lados.

    Emma Nollan adotou a visão oposta a essas generalidades. Nenhum de seus amigos e colegas da polícia criminal de Nova York poderia adivinhar sua história particular, porque Emma nunca trocava confidências. Dedicava-se de corpo e alma ao seu trabalho, porque sua vida, excluindo seu trabalho na delegacia, era um desastre.

    Tudo mudou na noite anterior ao Natal, depois do expediente em Atlantic City. Ela havia sido chamada para uma emergência, saiu deixando o filho de sete anos sozinho em casa e quando ela voltou de manhã cedo, um tiro soou enquanto ela estava parada na porta. Emma nunca esqueceria aquela manhã. Ela nunca esqueceria o clima, os cheiros do corredor de seu apartamento e a detonação de sua arma ressoando todas as noites enquanto dormia. Ela entrou em casa tremendo, caminhou até o quarto e encontrou Timmy deitado no chão, banhado em uma poça de sangue. Depois de sua companheira, o filho lhe fora arrancado e ela nunca se perdoaria por não ter sido mais vigilante. Seu refúgio havia sido primeiramente seu trabalho como policial na delegacia de Atlantic City. Fora do escritório, ela descobrira a adrenalina dos jogos clandestinos. Nada  mais normal na segunda cidade da América, famosa por seus cassinos e strip club. Apesar de seus desvios, apesar de seus dramas, Emma havia se levantado. Ao longo das semanas, meses, ela fizera de tudo para estabilizar sua vida. Ela até conheceu uma garota legal chamada Karen. Uma garota que não fazia perguntas, que não rejeitava sua aparência de garoto. Único apoio ao seu redor fora daquela seção, Karen se tornara então sua madrinha e depois amante, mas naquela noite, antes mesmo de sair da delegacia, Karen lhe telefonara para dizer que não estaria lá quando ela voltasse para casa. Emma também não iria para casa, nem iria a um bar para esquecer esse décimo terceiro fiasco em sua vida particular. Seu refúgio naquele momento não seria outro senão o grande cassino de Nova York na quinta avenida. Máquinas caça-níqueis, mesas de pôquer, blackjack, roleta, apenas a atmosfera desses lugares banhada em vícios e luxúria acalmava seus tormentos. Em sua mente, decidida a parar de pensar no futuro, cada um era livre para se destruir como bem entender. Para Emma, não era nem o álcool nem as drogas, mas a adrenalina do jogo, a dependência absoluta ao prazer efêmero que consistia em assistir cartas virando-se sobre um tapete. O pôquer era um vício destrutivo de ínfimos segundos que a tiravam do seu vazio  antes que ela afundasse novamente após esse lapso de tempo...

    *  *  *

    Eu não preciso falar com você, preciso tomar um pouco de ar fresco!

    Essas foram as últimas palavras de Emma naquela noite antes de Lana Queen sair do escritório também. Ela nunca tinha visto Emma em tal estado. Sua colega nunca fora tão fria, distante, agressiva e vingativa em relação a ela. Seus colegas e parceiros de trabalho, Connor Morran ou Somers Harris, muitas vezes lhe disseram que Emma a considerava um exemplo a seguir naquela seção, e no entanto sua reação demonstrava ressentimento, como se Emma a responsabilizasse pelo fracasso de sua última investigação. Pete Alexander, suspeito de assassinato, fora considerado inocente pelos jurados, um caso em que Emma havia se investido bastante.

    — Você vem para a cama? Perguntou Sean enrolado em uma toalha na cintura saindo do banheiro.

    Lana saiu de seus sonhos, sentada no sofá, pernas dobradas sob as nádegas. Há alguns meses, Sean Lockley, seu ex-colega, veio morar com ela. Eles já tinham sido amantes no passado, eram novamente desde que uma investigação conjunta os reuniu.

    Lana ficara encantada com os galanteios de seu ex-companheiro de equipe que lhe traziam ternura e segurança.

    — Já estou indo, ela respondeu. Sean se inclinou sobre o sofá e beijou-a na testa.

    — Vejo você mais tarde então. Ele se afastou e Lana pegou o celular da mesa de café. Ela havia enviado várias mensagens para Emma, mas não teve resposta. Ela estava preocupada, tensa, com um mau pressentimento. Ela conhecia os antecedentes de Emma, sabia muito bem como alguns policiais podiam sofrer revés. E para Emma, o que acontecera hoje no tribunal foi certamente a gota d'água. Ela suspirou em silêncio e finalmente se levantou. Talvez ela estivesse com medo sem nenhuma razão... Talvez Emma já estivesse profundamente adormecida em sua cama e apareceria de bom humor na manhã seguinte no escritório...

    Ela estava prestes a sair para o corredor quando o telefone tocou. Ela viu o número desconhecido e atendeu:

    —  Alô?

    # Inspetor Queen?

    — Sim, sou eu quem está falando? ela perguntou preocupada.

    # Sou enfermeira Holden, estou ligando do Hospital Mercy. Devemos relatar os ferimentos à polícia e Emma Nollan pediu que a notificássemos antes de ela ser levada para a sala de operações.

    Lana sentiu seu sangue gelar em suas veias. Um ataque à bala? Emma foi levada para a sala de cirurgia?

    — Eu... já estou indo, disse sem esperar. Ela desligou, correu para o quarto enquanto tirava sua calça de cetim e sua blusa de algodão.

    — Emma está no hospital, ela anunciou a Sean.

    Este ergueu-se imediatamente, vestido apenas com um short de tecido.

    — Como? Emma? Você está falando sobre Nollan? O que houve?

    — Não sei, respondeu Lana, vestindo rapidamente sua calça... Alguém atirou nela.

    Sean se levantou.

    — Espere, eu vou acompanhá-la.

    — Não, disse Lana. Eu tenho que ir, eu te ligo mais tarde. Sean a viu sair da sala abotoando a blusa. Se Lana preferia ir sozinha, ele se resignaria a esperar até receber um próximo telefonema...

    *  *  *

    O amanhecer invadia a cidade de Nova York e Lana esperara até então na sala de espera do bloco operatório. Foi-lhe dito que Emma havia chegado sozinha ao hospital, coberta de sangue, logo antes de desabar no chão e dar seu nome e número de telefone. Lana não conseguiu obter mais detalhes da equipe.

    Um médico se aproximou e Lana perguntou:

    — Como ela está doutor?

    — Ela está fora de perigo, ele respondeu. A bala alojou-se não muito longe dos pulmões e a extração demorou mais que o esperado.

    — Ela lhe disse alguma coisa, ela falou algo?

    — Não, ela só teve tempo de pedir que lhe avisássemos antes de desmaiar. Vimos várias fraturas em suas costelas, além de várias lesões na face e punhos. Ela havia bebido. Seus exames de sangue revelaram um nível de dez gramas de álcool no sangue, e ela obviamente brigou antes de ser baleada.

    — Gostaria de vê-la se ela estiver acordada ...

    — Você terá que esperar alguns minutos, o tempo necessário para levá-la ao quarto, mas ela ainda está muito fraca, por isso vou pedir para você não ficar muito tempo.

    — Tudo bem, respondeu Lana.

    Alguns minutos depois, Lana entrou no quarto de Emma. Sua colega não era a primeira jovem mulher que ela tinha vindo ver no hospital e com ferimentos após ter sofrido um ataque violento. Mas, o fato de conhecer a vítima dificultava psicologicamente sua tarefa, diferentemente do que acontecia durante suas investigações para a seção. Ela se aproximou da cama de Emma e imediatamente viu os ferimentos em seu rosto. Contusões, arranhões, vermelhidão testemunhavam um confronto de muita força.

    — Ei, ela disse em voz baixa.

    Emma piscou suavemente, virando a cabeça na direção da voz agradável que acabara de chamá-la. Era a segunda vez este ano que ela acordava em um hospital depois de uma operação. Era também a segunda vez que ela levava um tiro em três anos de serviço.

    — Ei, ela disse com uma voz quase imperceptível.

    Lana parou próximo a ela, com um gesto natural e tranqüilizador, gentilmente pegou-lhe a mão e a apertou. Em quinze anos na seção criminal, Lana havia desenvolvido esse dom natural de empatia misturado com doçura para com as pessoas que ela apreciava e às vezes até com as vítimas.

    — Como você está se sentindo? Perguntou Lana. Apesar da morfina, Emma sentia dor. Talvez fosse mais dor mental do que dor física, porque seu orgulho fora atingido naquela noite, e não apenas isso ...

    — Obrigada ... por ter vindo ... Ela disse com dificuldade.

    Lana tentou um sorriso que revelou, apesar de si mesma, toda a sua preocupação. Vendo Emma perfundida, canos finos saindo de suas narinas, feridas no rosto, a emocionava.

    —  Vou precisar que você me conte o que aconteceu ontem à noite.Você sabe quem atirou em você? Emma fechou os olhos por um breve momento antes de abri-los novamente em Lana.

    —  Ninguém deve saber ... Por favor ...

    Lana franziu o cenho depois de ouvir essas palavras, esse pedido que ela não esperava e que ela não podia aceitar vendo o estado de sua colega. Com a cabeça ligeiramente inclinada para o lado, ela tentou argumentar com ela:

    — Você sabe que tenho que relatar o ocorrido a Becker. Você foi atacada, seus ferimentos são graves, precisamos abrir uma investigação e encontrar o bastardo que fez isso.

    Mais uma vez, Emma fechou os olhos em negação, depois continuou com dificuldade:

    — Por favor ... Lana ... Não Becker ...

    Lana viu sua amiga loira fraca demais para poder falar e, antes que pudesse responder, viu Emma fechar os olhos e adormecer sob o efeito dos analgésicos. Ela soltou a mão e deu um passo para trás, passando uma mão nervosa pelos cabelos. Ela finalmente saiu da sala e aproximou-se de um balcão onde estavam várias enfermeiras:

    — Olá, eu sou o inspetor Queen. Você sabe quem me ligou ontem à noite para me avisar da chegada do inspetor Nollan?

    — Um momento, respondeu uma delas, vou verificar.

    Lana a viu digitar no teclado do computador e ouviu em seguida: 

    — É Helena Carusco, ela estava de plantão até as cinco horas. Ela terminou seu serviço duas horas atrás.

    —  Ela avisou alguém? Perguntou Lana.

    —  Não, seria anotado no arquivo do paciente.

    Por sorte, o hospital não notificou diretamente a delegacia ou o 911, acostumado a vê-la intervir com outros colegas. Lana pensou rapidamente e continuou:

    — Eu tenho que ficar fora por algumas horas, você pode me avisar assim que Emma Nollan acordar? Vou ter que interrogá-la.

    —  Claro, avisaremos inspetor Queen.

    — Obrigada.

    Sem acrescentar mais nada, Lana se afastou, discando em seu telefone. Ela teve que avisar Sean que a loirinha estava segura, mas também deveria tomar uma decisão se falaria sobre esse ataque com o delegado e os outros membros da equipe, apesar do pedido de Emma.

    * * *

    Uma hora depois, Lana atravessava as portas do elevador dos escritórios da seção. Ela voltou para casa para tomar um banho e tomar um café antes de entrar na delegacia. Com frequência, ela chegava antes dos outros inspetores da seção.

    Ela colocou a jaqueta no encosto da cadeira e também sua bolsa antes de se dirigir à porta do delegado. Ele também chegara cedo e Lana finalmente decidiu falar com ele. Ela confiava em seu colega, não importa o que Emma dissesse. Ela se aproximou da porta e nem teve tempo de bater que ela abriu-se mostrando Becker.

    — Olá Lana. Entre, eu estava esperando por você.

    Lana obedeceu, entendendo que o delegado também tinha algo a lhe dizer.

    — O que houve? Ela perguntou imediatamente.

    Becker foi para trás da mesa, pegou um distintivo dourado e entregou-lhe.

    — Já que você passou oficialmente no concurso, aqui está sua nova insígnia, Oficial Queen.

    Lana

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