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Regresso a casa
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Ebook101 pages1 hour

Regresso a casa

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About this ebook

Aqui José Luís Peixoto nos fala das quatro paredes de uma casa — e de todas as suas recordações. Evoca a solidão, o isolamento, as portas fechadas, mas também a solidariedade das recordações: a mãe, o pai, os aromas, a família, a aldeia, o amor. Há espaço para a recordação da infância como para a peregrinação pelo mundo inteiro, como um Ulisses em viagem perpétua, rodeado de objetos próximos e voltado para dentro, para o lugar onde se regressa sempre: a casa.
LanguagePortuguês
PublisherDublinense
Release dateAug 31, 2020
ISBN9786555530179
Regresso a casa

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    Regresso a casa - José Luís Peixoto

    Capa do livro Regresso a casa, de José Luís Peixoto. Abaixo do título, uma ilustração de uma cozinha, contendo uma mesa com café e bule e uma cadeira recém desocupada. No chão, um cachorro dorme. Ao fundo vê-se uma árvore do lado de fora da janela.

    Regresso

    a casa

    poemas

    Edição apoiada pela Direção-Geral do Livro,

    dos Arquivos e das Bibliotecas / Portugal

    Logo do governo de PortugalAbertura do livro, repetindo a ilustração da capa

    Índice

    Repara na manhã que nos rodeia

    Odisseia

    Eis Ulisses em seu longo caminho, avança pelas vagas

    Este navio dispensa o leme. Estes marinheiros dispensam

    Quem espera depende de quem chega

    Quarentena

    Olhamo-nos nos olhos pela internet

    Quarentena

    As águas passam a velocidade

    Sonhei com amigos que não vejo há muito tempo ou

    Então, descobrimos que tínhamos

    Rego os vasos da varanda e, de repente

    Diário

    As estantes são ruas. Os livros são casas onde podemos entrar

    Secção de poesia

    As páginas dos livros colam-se aos dias, carregamos ecos

    Perante o choque do impensável

    Olho agora para o livro que me emprestaste

    Certeza

    Em momentos espantosos, passeei de mãos dadas com os meus pais

    As primas

    Pai, apresento-te o João e o André

    Amor, como as letras precisas

    Atravessámos os longos corredores da internet

    Apesar dos meus olhos, contenho uma tempestade

    Num dia, todos os instantes. A memória

    Como numa fotografia, o instante

    Esta noite é um pensamento antigo, é última e

    Sou eu, mas sinto que tenho a tua cara

    Estendo os braços, agarro o que me rodeia

    Sentimentalismo

    Por todos aqueles que se dirigiam à vida, que só esperavam vida

    Oftalmologia

    Tu sabes ver, acredita

    Galveias

    Entro com a minha mãe no quintal da nossa casa

    Soneto

    Não é um gato, é uma gata

    Sei que um dia vão desaparecer estas mulheres

    Belarmino

    Em 1982, no campo de terra da azinhaga do Espanhol

    Coreia do Norte

    No 25º andar do hotel Yanggakdo

    No topo da Torre da Ideia Juche

    Entre os piqueniques da colina Moranbong

    De passagem

    Oeiras

    A nossa casa

    Praia da Torre

    Victória

    Não sei o nome desta árvore que lança flores amarelas

    Tailândia

    Inclino-me nas curvas, sou projetado para trás

    Prabda Yoon

    Aldeia da tribo Mlabri

    Baía de Phang Nga

    China

    Palácio de Verão

    Talvez conheças esta pequena rua, a pouca distância do

    Chengdu

    Estamos por acaso em Taiyuan, seguimos multidões apenas

    Tradutores

    Maho Kinoshita

    Athena Psillia

    Daniel Hahn

    Antonio Sáez Delgado

    Filinto Elísio

    Bibliografia

    Morreste-me

    Uma casa na escuridão

    Livro

    Abraço

    Autobiografia

    Regresso a casa

    Sobre o autor

    Coleção Gira

    Créditos

    Repara na manhã que nos rodeia.

    Saúda essa claridade, é um sopro

    a correr-nos nas veias. Em tempos,

    escrevi: quando me cansei de mentir

    a mim próprio, comecei a escrever

    um livro de poesia. Hoje, voltei a

    aprender essa lição e, por isso,

    estou aqui, estamos aqui. Por isso,

    acendi a existência que nos rodeia

    e nos preenche, que está em toda

    a parte apenas porque estamos

    parados diante desta palavra:

    manhã.

    Repara na lonjura que se estende

    no interior da letra a, é claridade,

    saúda-a. Repara no til, tão tímido

    como certos sorrisos nossos.

    Um livro de poesia, outra vez.

    Uma pequena casa, habitada

    pelo nosso tempo, pelos gestos

    que fazemos dentro de nós,

    reflexos ou sombras invisíveis,

    memórias e toda esta

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