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Bem-vindo, doutor: A construção de uma carreira baseada em credibilidade e confiança
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Bem-vindo, doutor: A construção de uma carreira baseada em credibilidade e confiança
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Bem-vindo, doutor: A construção de uma carreira baseada em credibilidade e confiança

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Bem-vindo, doutor

A construção de uma carreira é baseada em credibilidade e confiança. Quando o médico termina sua residência, se vê obrigado a mergulhar em um ambiente incrivelmente competitivo – o mercado.

O livro conta a história de um jovem médico recém-formado que, em seu primeiro emprego, se depara com uma série de desafios e situações inesperadas no hospital onde trabalha.

Com uma linguagem acessível e uma trama cativante, o livro é indicado não apenas para profissionais da área da saúde, mas para todos aqueles que buscam compreender a complexidade da prática médica e os desafios enfrentados pelos profissionais da área.

Em bem-vindo, doutor você irá encontrar tópicos sobre:

•Do sonho à realidade;
•Montando o próprio consultório;
•Convênios: opção ou necessidade?
•Fazendo o seu marketing pessoal;
LanguagePortuguês
PublisherDoc Content
Release dateMay 7, 2015
ISBN9788584000142
Bem-vindo, doutor: A construção de uma carreira baseada em credibilidade e confiança

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    Bem-vindo, doutor - Renato Gregorio

    saúde.

    Com o diploma em mãos, o recém-formado normalmente acredita que está preparado para enfrentar o mercado de trabalho. Sua vontade é atender pacientes, melhorar tecnicamente e obter sucesso na carreira escolhida. Cheio de entusiasmo, acredita que esses elementos são suficientes para se destacar no mercado. Porém, na prática, o caminho é mais longo do que parece. Embora acredite já possuir tudo que é necessário para ingressar com sucesso na profissão, ao deparar-se com o cenário externo à instituição de ensino, o recém-formado logo percebe que a realidade é outra.

    Em grande parte dos casos, esse choque de realidade ocorre de maneira perversa. E o sonho, na maioria das vezes, dá lugar a uma série de desapontamentos e dificuldades. Não raro, o profissional, envolto em um cenário tão diferente do que esperava encontrar, pode se decepcionar e abandonar a profissão. Muitos médicos recém-formados não imaginam o quanto pode ser disputada uma colocação no mercado. E possuir consultório próprio nem sempre garante uma posição mais confortável.

    As universidades brasileiras formam, anualmente, milhares de novos médicos que, antes de começarem a alçar voos próprios, precisam passar pelo período de residência em hospitais, clínicas ou ambulatórios. No país, funcionam, hoje, 175 instituições de ensino que oferecem o curso de Medicina. O número de faculdades cresceu nos últimos anos e a consequência desse aumento é o crescimento visível do total de profissionais no mercado de trabalho.

    A partir de então, a quantidade de cursos cresceu em um processo gradativo, com velocidade não constante. Até o final da década de 1950, havia 27 cursos de Medicina no Brasil. No início dos anos 70, esse número saltou para 63. Nas duas décadas seguintes, apenas 17 cursos novos foram abertos. Segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), nos anos 90 surgiram mais 20 cursos. Já a partir dos anos 2000, houve um verdadeiro boom das escolas médicas: de 2000 a 2013, 113 novos cursos de Medicina foram inaugurados, dos quais 75 particulares e 38 públicos.

    O Conselho Federal de Medicina (CFM) estima que existam cerca de 391 mil médicos no Brasil, distribuídos de maneira desigual pelas cinco regiões do país. No Sudeste, há aproximadamente 221 mil profissionais, enquanto no Norte são registrados pouco mais de 16 mil médicos. No Nordeste, o órgão estima que existam cerca de 66 mil profissionais, enquanto dados apontam por volta de 58 mil no Sul e 28 mil no Centro-Oeste.

    Por causa dessa questão, muitas entidades de classe pressionam o governo para que este controle a criação e a abertura de novos cursos em áreas saturadas. Devido às desigualdades regionais, a maioria dos profissionais está concentrada em certas regiões, enquanto outras ficam totalmente desguarnecidas. Em algumas cidades, o CFM não registra a presença de nenhum médico. Todo o estado do Acre, por exemplo, possui apenas 862 médicos em atividade. Destes, 623 estão na capital e os demais, espalhados pelo interior do estado. Já no Rio de Janeiro, a título de comparação, o CFM registra 61 mil médicos atuando no estado. A maior parte deles (39 mil ou 63,9%) está concentrada na capital.

    Tanto pela discrepância entre um estado e outro, como pelo abismo verificado entre as grandes cidades e os municípios interioranos, esses números revelam a exata dimensão da desigualdade na distribuição dos médicos em nosso país. Esse dado, obviamente, é importantíssimo para o futuro profissional, em especial no momento de tomar a decisão por determinada especialidade e região para desenvolver sua carreira.

    O PAPEl DA RESIDÊNCIA

    A residência é parte essencial na formação do médico. Apenas o conhecimento clínico, obtido na faculdade, é visto hoje como insuficiente para as exigências impostas pelo mercado de trabalho. Como caminho de preparação, a residência torna-se uma forma de o recém-formado se especializar e conhecer um pouco mais a realidade que está por vir. A especialização através da residência é o melhor caminho, embora esteja comprovado que não há oportunidades suficientes para todos que se formam.

    Em 2011, eram oferecidas, em todo o país, 11.166 vagas para o primeiro ano de residência, em 3.497 programas de residência. Porém, esse número está aquém da quantidade de formandos. Segundo dados da Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj), o número de vagas na residência oferecidas no estado contempla apenas 30% dos alunos que se formam anualmente. Trata-se, portanto, de um novo vestibular, bem mais concorrido que o primeiro.

    Vencida essa etapa, o médico, por fim, começa a ter um contato mais próximo com a prática diária de sua profissão. Normalmente, é durante esse período que o profissional começa a traçar os seus planos para o início da carreira. É óbvio que decidir quais os melhores caminhos para construir uma carreira não é simples. Depende, em grande parte, de autoconhecimento, algo que poucas pessoas possuem, ainda mais no início da vida profissional. O recém-formado ou residente precisa, portanto, saber como poderá se planejar. Com as respostas em mãos, ele terá melhores condições de avaliar as alternativas que tem pela frente.

    É importante ressaltar que o médico deve saber não apenas das suas qualidades e dos seus pontos positivos, mas também dos seus pontos fracos e das lacunas em sua formação. Quem conhece e reconhece seus pontos negativos, com certeza, tem melhores chances de corrigir ou adequar suas fraquezas às exigências impostas.

    A residência, diferentemente da etapa universitária, deve ser uma fase em que o futuro médico olhe tanto para fora como também para dentro. O residente deve avaliar o ambiente externo, incluindo aqui as questões ligadas à Medicina, a sua especialidade e ao mercado, mas também o ambiente interno, para ter noção das oportunidades e ameaças que possam atingir sua carreira.

    O período da residência é riquíssimo nesse sentido, pois dá ao futuro médico oportunidade de avaliar determinada especialidade in loco, além de traçar um paralelo com o mercado. É a chance que o profissional possui para ajustar suas metas e planos: é o momento de ponderar se aquela especialidade é realmente a que deseja e se seus planos estão alinhados com as oportunidades.

    Quando termina a residência, o médico está pronto para a selva do mercado. Esse costuma ser um momento de muita angústia e expectativa, mas é também a hora de colocar em prática o planejamento e o que foi aprendido após anos de estudos e preparação.

    PROGRAMA MAIS MÉDICOS E O ESTÁGIO OBRIGATÓRIO NO SUS

    Como parte do Pacto Nacional pela Saúde (PNS), o Governo Federal lançou o Programa Mais Médicos (Lei 12.871/2013), com o objetivo de aperfeiçoar o atendimento aos usuários no Sistema Único de Saúde (SUS). Identificando escassez de profissionais em determinadas regiões do país, e que a quantidade de vagas ofertadas para a residência médica é inferior ao número de formandos no curso de Medicina, o programa visa conceder mais investimentos na saúde.

    O Ministério da Saúde calcula que, no Brasil, haja 1,83 médicos para cada mil habitantes, uma média mais baixa que na Argentina, Uruguai, Portugal, Espanha, Reino Unido, Austrália, Itália e Alemanha. Além disso, cinco estados estão abaixo da média nacional: Acre (0,94), Piauí (0,92), Pará (0,77), Roraima (0,76), e Maranhão (0,58).

    Para corrigir essa defasagem e permitir que o médico tenha uma formação que condiz com a realidade brasileira, foram criadas as Novas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Medicina. Em vigor desde o dia 23 de junho de 2014, a partir da publicação da Resolução 3/2014 no Diário Oficial da União (DOU), um dos principais pontos do documento é a criação de um segundo ciclo do curso de Medicina.Após formar-se, o residente deverá realizar um estágio obrigatório no SUS, por no mínimo dois anos, cumprindo ao menos uma carga horária de 30% em regime de internato, com prestação de atendimento na atenção básica e em serviço de urgência e emergência. A cada dois anos, o governo fará uma avaliação dos estudantes, como parte do processo de qualificação para os exames dos programas de residência

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