O filme Zabriskie Point: fotografia e artes plásticas no cinema
()
About this ebook
Related to O filme Zabriskie Point
Related ebooks
Slow Cinema: a memória e o fascínio pelo tempo no documentário contemporâneo Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsFilmosofia no cinema nacional contemporâneo Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsMemória e imagens: Entre filmes, séries, fotografias e significações Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsNos bastidores do cinema: A trajetória do papel às telas no filme Primo Basílio Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEm busca de um cinema em fuga Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCinema para russos, cinema para soviéticos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsExperiência Estética Da Arte No Cinema Pós-Moderno Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPoesia e pintura: Um diálogo em três dimensões Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPré-cinemas & pós-cinemas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO realismo impossível Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA juventude vai ao cinema Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA obra de arte viva e outros textos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCinema: Arte da memória Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsRoteiros literários e cinema: diálogos intermidiáticos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDa Fotografia, Seus Espaços [Articulações, Dinâmicas e Experiências] Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsExperiência estética do humano no cinema Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPoética do Drama Moderno: De Ibsen a Koltès Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEclipse Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsLugar nenhum Rating: 5 out of 5 stars5/5Poesia em Forma de Imagem: Arquivo nas Práticas Experimentais do Cinema Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsFormação, práticas e técnicas do artista teatral Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCinema e história: aventuras narrativas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsSete faces de Eduardo Coutinho Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO cinema-poesia de joaquim pedro de andrade: passos da paixão mineira Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsGolpe de vista: Cinema e ditadura militar na América do Sul Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsNa Ilha: Conversas sobre montagem cinematográfica Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsFunny Games, Michael Haneke, Contracinema! Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAntonio tabucchi: viagem, identidade e memória textual Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsLiteratura, Cinema E Sociedade Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO cinema entre a repressão, a alegoria e o diálogo: 1970-1971 Rating: 0 out of 5 stars0 ratings
Photography For You
A história do cinema para quem tem pressa: Dos Irmãos Lumière ao Século 21 em 200 Páginas! Rating: 4 out of 5 stars4/5A simples beleza do inesperado Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsHamlet Rating: 4 out of 5 stars4/5Kamasutra Ilustrado Rating: 2 out of 5 stars2/5Marry Queen Rating: 5 out of 5 stars5/560 Anos Da História Do Automóvel No Brasil Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsManual Do Roteirista Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCinematografia, Expressão e Pensamento Rating: 0 out of 5 stars0 ratings31 Dias para superar seu medo de fazer fotografia de rua Rating: 5 out of 5 stars5/5Photoshop para Iniciantes Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsGuia para elaboração de monografias e projetos de dissertação em mestrado e doutorado Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCurso De Fotografia Profissional Digital Para Iniciantes Rating: 2 out of 5 stars2/5Uma Viagem Através Do Folclore Brasileiro Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsFotografia Híbrida Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAdobe Photoshop: Tratamento e edição profissional de imagens Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsFotografia Digital Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Domínio Da Fotografia Digital Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsVivendo Da Fotografia Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDesejo e Transgressão no Cinema de Pedro Almodóvar Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAstrofotografias Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDominando Drones Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAlquimias do Audiovisual Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCurso De Edição De Vídeo + Adobe Premiere Pro Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEfeitos Visuais de Transição na Montagem Cinematográfica Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCinema para russos, cinema para soviéticos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsSensores De Imagem Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsExperiência estética do humano no cinema Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPixinsight Para Iniciantes Em Astrofotografia Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsFotografia e Psicologia: Experiências em intervenções Fotográficas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAudiovisualidades: elaborar com Foucault Rating: 0 out of 5 stars0 ratings
Reviews for O filme Zabriskie Point
0 ratings0 reviews
Book preview
O filme Zabriskie Point - Raquel do Nascimento Gomes
Agradecimento
Agradeço ao universo por este livro. À força cósmica da mata pelo conhecimento adquirido durante o período de produção destas páginas. Agradeço aos amigos, poucos e queridos. Em especial Bruno, Isabela e Guta pela torcida, sempre. Agradeço à despretensão em que se foi compondo as ideias, a escrita para, enfim, gerar às páginas deste livro. Ao meu companheiro Rafael e à minha mãe Regina, também, gratidão. Aos leitores que empregam o seu tempo e curiosidade lendo estas páginas.
Dedicatória
Dedico este livro à memória do professor
Juvenal Zanchetta Júnior.
Sumário
Agradecimento
Dedicatória
Sumário
Prefácio
Introdução
Um breve percurso da concepção de tempo nas artes plásticas, fotografia e cinema
O instante pregnante na pintura
O tempo da fotografia
O tempo no cinema
O neorrealismo de Antonioni
Análise de Zabriskie Point: o filme e sua forma plástica
Hopper e Antonioni: os espaços vazios
Surrealismo e Zabriskie Point
Referência Bibliográfica
Prefácio
O livro, O filme Zabriskie Point fotografia e artes plásticas no cinema, aborda sobre a composição da cena a partir das concepções estéticas do cinema moderno, que relacionado às artes da linguagem visual de vanguarda, promove uma ruptura com a maneira tradicional em se criar a sétima arte. Na finalidade de produzir uma narrativa fílmica voltada aos interesses vanguardistas, analiso a história do instante pregnante nas artes plásticas e na fotografia para assim compreender a presença destas linguagens artísticas no cinema neorrealista de Antonioni, o qual dirige o filme homônimo, de maneira a adentrar na subjetividade das personagens as quais estão entrelaçadas à realidade políticas, bem como envolvidas nas transformações da juventude dos anos setenta. Sendo assim, a presença do tempo pregnante dá-se, no cinema antonionino, através do cinema – tempo teorizado e criado pelo filósofo Deleuze. Logo, as cenas arquitetam uma realidade subjetivada e transbordada em uma película fílmica gerada através de uma visão prismática do tempo em que o espaço, as experiências empíricas são irrompidas para experienciarmos as sensações imagéticas vividas pelas personagens por meio de sequências de imagens plásticas preocupadas com o seu teor estético.
Introdução
Ao buscar nas artes plásticas a concepção da imagem-tempo no filme Zabriskie Point, reflito o plano fílmico a partir de suas imagens que remetem a corrente estética surrealista, bem como ao realismo de Hopper. Pesquiso, neste livro, a criação fílmica a partir da concepção estética alicerçada na história da arte plástica e da visão deleuziana sobre o tempo cinematográfico de vanguarda. Há um valor primoroso na forma estética em pintar uma cena plena de imagem-tempo. Não que a primeira preocupação seja motivo para alicerça à segunda, ou vice versa, já que a proposição da forma fílmica procura elementos de vanguarda, na intenção de providenciar acordo com as vozes que proclamam o novo: a juventude e suas indagações políticas na sociedade norte americana. Discurso e forma costuram-se para gerar o cinema neorrealista de Antonioni. As manifestações, movimentos atrelados à juventude, não poderiam nascer em outro lugar, pois os EUA despontam como país cujo poder consagra-se como hegemônico. Por conseguinte, o filme refrata um diálogo constante entre conteúdo e forma, captando fragmentos da realidade social de maneira plástica. Essa juventude que enseja mudanças radicais, também, tece a trama do enredo fílmico. Deste modo, a linguagem fílmica compromete-se com a vida cotidiana do cidadão, mais especificamente, da juventude rebelde. Eros é doente. Fraquejado pela sociedade que se pretende espetacular, tal como afirma Debord, cristaliza a existência em um espetáculo torpe e alienado. Em suma, a última cena é o manifesto contra esta mesma sociedade. Daria e Mark, aparecem como expoentes para o novo rumo político, bem como uma nova percepção estética em filmar, consagrando uma película deleuziana, plástica e subjetiva. Logo, temos um Eros vivo e subversivo nascido nos grupos juvenis. À elucidação de Deleuze, reflito sobre o filme Zabriskie Point de Antonioni a partir da consideração de que ele foi quem adentrou às vicissitudes de uma realidade sociológica a qual chega até a mente humana. Essa que se constitui como fonte de interesse à construção da cena, referenciando as artes plásticas para compor o pensamento de Daria, bem como as inquietações de Mark representadas através de uma vanguarda cinematográfica cunhada na união entre forma estética e conteúdo político.
Um breve percurso da concepção de tempo nas artes plásticas, fotografia e cinema
Deve-se à Gotthold Ephrain Lessing a primeira tentativa de sistematização das diferenças entre artes visuais e poesia. No seu livro Laocoonte ou das fronteiras da Pintura e da Poesia encontrou-se a categorização das diferenças entre as formas narrativas de ambas as manifestações artísticas. Nesta análise, o alemão discutiu aspectos que definiam a poética pertinente ao campo da imagem, bem como definiu a poética das palavras, afirmando:
a pintura emprega para as suas imitações um meio ou signos totalmente diferentes da poesia; aquele saber figuras e cores e espaços, enquanto esta emprega sons articulados que se sucedem no tempo. (LESSING, 1766 in: AUMONT p.80, 20)
Ao se ater à investigação destas diferenças, uma problemática emerge nas reflexões do livro Laocoonte, já que a ideia de propor uma sistematização da narrativa de produções pictóricas esbarra na ideia que concebe a pintura como uma arte estática e, primordialmente, especial.
Desta observação, o tempo inserido no espaço da pintura torna-se fundamental na discussão, pois a visão de arte no século XVII foi pautada pelo conceito de imitação da realidade de maneira verossímil, neste ponto de vista a captação do invisível – instante – parecia ser contraditório. Visto desta maneira, duas correntes passam a nortear a pintura. A primeira tendia a representar todo o acontecimento, na finalidade que tudo fosse reconhecido. A segunda primava por pintar o instante a fim de ficar mais fiel ao perceptível verossímil.
(idem, p.8)
No propósito de captar este fenômeno na arte espacial, Lessing afirma que uma produção pictórica deve retratar em um instante o momento narrativo mais significante, ou seja, o tempo pregnante. Neste sentido, a pintura condensa no ápice da ação de seu retrato, o ponto mais significante da obra, em que podemos compreender o que passou e o que seguirá
(LESSING, in: ELIAS, 2009, p.9)
Deste modo, o elemento mais importante