Discover millions of ebooks, audiobooks, and so much more with a free trial

Only $11.99/month after trial. Cancel anytime.

Por trás do Pêndulo: Historias de um hipnoterapeuta
Por trás do Pêndulo: Historias de um hipnoterapeuta
Por trás do Pêndulo: Historias de um hipnoterapeuta
Ebook141 pages2 hours

Por trás do Pêndulo: Historias de um hipnoterapeuta

Rating: 0 out of 5 stars

()

Read preview

About this ebook

O reconhecido psicólogo e especialista em hipnoterapia Cristóbal Schilling percorre neste livro vinte anos de experiência e transmite aqui, em um tom acessível, historias de pacientes que chegam ao consultório em busca de uma ultima opção para solucionar seus problemas. É o momento de uma faceta mais pessoal e íntima.
O autor desmistifica a hipnose e mostra como esta técnica é capaz de ajudar pacientes com crises de pânico, depressão, disfunções sexuais e fobias, entre muitas outras. São historias com características diferentes que nos ajudam a entender a verdadeira capacidade que tem essa opção e o aproveitamento que pode ter o ser humano.
“Em muitas oportunidades me perguntam sobre histórias experimentadas em meu trabalho com as pessoas. Esse tema interessa e intriga as pessoas. Finalmente, através de um fio condutor e salvaguardando a identidade dos meus pacientes compilei algumas dessas historias neste livro para que sirva aos outros.”
Cristóbal Schilling
LanguagePortuguês
Release dateJul 27, 2020
ISBN9788835885399
Por trás do Pêndulo: Historias de um hipnoterapeuta

Related to Por trás do Pêndulo

Related ebooks

Self-Improvement For You

View More

Related articles

Related categories

Reviews for Por trás do Pêndulo

Rating: 0 out of 5 stars
0 ratings

0 ratings0 reviews

What did you think?

Tap to rate

Review must be at least 10 words

    Book preview

    Por trás do Pêndulo - Cristóbal Schilling Fuenzalida

    Primeira edição 6 de outubro de 2014

    No. Registro de Propriedade Intelectual 246434

    ISBN 978-956-358-291-8

    Santiago – Chile

    Dedico este livro à Virginia, minha esposa, por seu amor e apoio entregado incondicionalmente neste rumo. Aos meus filhos Ma. Belén, Cristobal e Javier, por iluminar diariamente minha vida. Ao meu pai, por seus sábios conselhos, e a minha mãe, quem no seu amor pela leitura tem me dado confiança de continuar em frente neste projeto.

    Em 1996 chegou às minhas mãos um livro, não sei como, nunca fui um grande leitor, a verdade é que somente lia os textos obrigatórios dos meus cursos universitários e algum outro complementar.

    Foi desses livros que, quando começa a lê-los, não solta mais... e foi bem assim com este, cujo título Muitas Vidas, Muitos Maestros, do psiquiatra da Universidade de Yale, Dr. Brian Weiss.

    O tratamento de Catherine, sua paciente, me cativou. Era incrível ver como uma pessoa era capaz de superar problemas de fobia através de recordações estranhas, provenientes de supostas vidas passadas.

    Justo nesse tempo eu recém começava meus estudos em Kabalah, no Centro de Estudos Kabalísticos, no Chile, convidado por um amigo de origem judaico que gostava dos mesmos temas espirituais que eu. O livro vinha justamente, o como se diz em Kabalah, Nada é por acaso.

    Fiquei maravilhado, pelo que comecei a estudar mais do tema. Queria aprender mais e continuar a linha do Dr. Weiss. Se poderia dizer que por esses anos, minha morna vocação pela psicologia começou a acender uma chama intensa que, até hoje em dia, não se apagaria.

    Foi assim como ao continuar lendo, fiquei sabendo que o Weiss também tinha estudado Kabalah, outra coincidência, e que sua expertise foi dada pela ferramenta chamada Hipnose.

    Meu conhecimento de hipnose nesse tempo era o mesma que hoje possuem muitas pessoas: truques de hipnotizadores em televisão, artistas conhecidos comendo uma cebola, achando que é uma maçã, e algum outro fazendo de louco sem perceber.

    Meu Norte seria então estudar Hipnose. Compreendia que a aplicação no meu campo não seria o mesmo, como na televisão.

    Durante esse ano, a universidade da qual eu era aluno, em parceria com a Universidade de Valparaiso, ditaria um curso de hipnose básica. Tudo ia encaixado, outra grande coincidência, menos um detalhe. Minha família encontrava-se numa crise econômica, pelo qual foi impossível que eles pudessem pagar o curso para mim. Foi então que na busca de alguma bolsa de estudos, fui à Diretora da faculdade daquela então, dona Maria De Los Angeles Saavedra. Preciso pedir um grande favor, disse-lhe absolutamente decidido a realizar esse curso, estou muito interessado em fazer o curso de hipnose que se ditará a próxima semana, mas não tenho dinheiro para pagar o curso... é possível que a universidade possa me dar uma bolsa de estudos desta vez?. A Milionet (como era conhecida) que parecia distraída, mas ao mesmo tempo escutando cada palavra, disse-me: Olha, a universidade não contempla essa alternativa, pois é a Universidade de Valparaiso quem dita esse curso..., e enquanto procurava alguma coisa na sua carteira, disse: ... mas, tenha isto, logo de retirar dela o dinheiro que precisava para pagar o curso. Precisa pegar esse dinheiro. E depois de algumas fintas de pegar ou não sua ajuda, o aceitei e recebi meu primeiro curso de hipnose.

    Sinalo detalhadamente esta parte da história, pois, de certa forma, meu caminho no percurso da hipnoterapia é graças àquela mulher e profissional.

    Logo seguiram mais estudos, mais oficinas e congressos nessa área.

    Paralelamente começaram meus primeiros passos na hipnose regressiva ao estilo do Weiss, incluindo diálogo com Mestres Espirituais e tudo aquilo que implicava. Os resultados foram realmente surpreendentes.

    Porém, após 5 anos no exercício ao estilo próprio do doutor da Universidade de Yale, começaram a surgir situações que na literatura do Weiss não se contemplava, e que, realmente, foram dizimando meu interesse até, finalmente, me levar ao afastamento daquela linha terapêutica.

    Pessoas com problemas de casal, relacionamento, etc. acudiam ao meu consultório atribuindo causas de Vidas Anteriores a tais problemáticas. Em psicoterapia não opera o famoso lema de O cliente tem sempre a razão. Mas o fato que acionaria meu afastamento final se gerou a partir da chegada ao meu consultório de um jovem procurando que o atendesse urgentemente uma sexta feira, na última hora. Que acontece? Perguntei. Como posso ajudá-lo?. Disse o moço: ajudar-me? Nada disso! Sorriu. A verdade é que hoje , daqui a pouco, tenho um aniversário e gostaria de contar para os meus amigos esta experiência. Fiquei sentindo-me como mico de circo ao qual esperavam que fizesse seu show.

    Naquela mesma época, já começava a revisar novas literaturas que falavam das falsas memórias na hipnose, que excluíam muitas das experiências de hipnose em vidas passadas como reais ou possíveis. Foi quando chegou pela primeira vez o Weiss ao Chile.

    Nesse ponto, o Weiss já tinha virado algo mais que um famoso psiquiatra. Um verdadeiro líder espiritual.

    No salão do evento, lotado, estava eu sentado... como o ex-presidente do fã-clube, expectante das novas pesquisas.

    -O senhor já tinha visto ele em pessoa?, pergunta para mim uma mulher idosa, sentada ao meu lado. Eu já tinha visto. Ele é um homem que irradia luz, acrescentou fascinada.

    Na verdade, conhecer o Weiss foi um fato relevante desde o momento de conhecer o autor de cujo livro que levou minha vida até ao que hoje me dedico, mas desde o ponto de vista profissional, não concordo com ele em vários princípios teóricos.

    O presente livro tem sido escrito com vários propósitos. A hipnose sempre foi uma temática de interesse. Por isso acredito que várias das histórias apresentadas, poderão entreter, fazer rir, fazê-lo emocionar-se e simpatizar com seus atores.

    Por outro lado, tenho procurado, na hora de realizar esta obra, que o leitor compreenda as várias facetas da hipnose, tentando esclarecer a diferença que está presente entre a hipnose clínica e a do espetáculo, assim também para conhecer as problemáticas, e os ótimos resultados que consegue com a aplicação terapêutica.

    Como é logico, mas sempre é bom esclarecer, os nomes dos pacientes, por questão de confidencialidade e respeito, foram trocados pelos familiares e amigos. Além disso, as histórias também foram modificadas para oferecer um contexto mais literário.

    Capítulo 1

    A partir de uma chamada telefônica

    No meio da habitual comida das quintas-feiras com os meus amigos, toca meu celular.

    -Alô, boa noite, falo com o Cristobal Schilling?

    -Fala com ele, sim. E eu com quem falo?

    -Aqui é o Andrés Ortúzar, jornalista de um jornal de televisão. Desculpa pela hora da chamada. Nos próximos dias pensamos em apresentar nas câmeras alguma coisa relacionada com a hipnose. Seria numa secção do programa da sexta-feira, e como você é experiente no tema, nós queremos que participe.

    -Que bom! Fico muito feliz que seu programa dedique um espaço a esta temática. As pessoas geralmente estão muito desinformadas a respeito da hipnose. O que têm pensado desenvolver no programa? Gosto muito da ideia de tocar em profundidade a hipnoterapia, pois é uma temática interessante e pouco falada em televisão.

    Minha emoção foi interrompida na hora.

    -Cristóbal, desculpa, talvez não tenho falado direitinho com o senhor. Nós pensamos em alguma coisa mais controvertida, mais divertida. Que entretenha. Compreende? Uma coisa como hipnotizar o nosso condutor. Procuramos que chame a atenção do espectador. A hipnose tornou-se moda de novo e o povo gosta muito disso.

    -Fiquei estupefato, ao ponto de mudar meu tom de voz.

    -Como que é mesmo? Entretido? Moda?

    -É. Temos visto em outros programas como fazem com os condutores ou convidados os colocam esticados, rigidamente apoiados em duas cadeiras. Logo, o hipnotizador sobe acima deles. O rating daqueles programas foi bem alto. Também aquela clássica experiência de fazer comer uma cebola a algum dos convidados, pensando que são maçãs. Eu não sei, você me entende. Suponho que já sabe de que falo. Você deve ter feito um monte de vezes. O ideal seria achar outro truque que quebre com isso.

    Minha vontade até esse momento tinha sido o mais parecido à experiência da montanha russa. No começo me sentia feliz, entusiasta, pensando que a televisão por fim colocaria no lugar certo a hipnose como ferramenta terapêutica. Mas não era, pois quase no início da fala todas as esperanças caíram num precipício de frustração. Tudo aponta a que o rating manda o que deve apresentar-se ao povo. A hipnoterapia não qualifica. A televisão cobra mais interesse com a hipnose teatral, que o transe orientado à terapia.

    Nem sequer sei de que me surpreendia, ou por que voltava a me decepcionar. Com esta ligação, já tinham sido cinco convites similares, ao longo da minha carreira.

    Meus amigos olhavam para mim curiosos, tentando perceber o que acontecia do outro lado do telefone. Mesmos assim, não perdiam o tempo, dando alguns golezinhos nas copas ou pegando o garfo para dar algum bocadinho na comida.

    Não posso ser injusto com a televisão. Os canais já conheciam meu trabalho e minha experiência com hipnose, e talvez por isso recebi essa ligação. Até então tinha colaborado para reportagens e programas televisivos dedicados ao tratamento de fobia, melhoramento esportivo de alto rendimento, controle de estresse, e outros. Mas, acho que, provavelmente o que faz que continue recebendo esses convites é a minha participação quando era jovem, no programa Óvni, que conduzia o Patrício Bañados, no qual me dediquei a hipnotizar pessoas abduzidas por extraterrestres. Aparição controvertida, no limite entre o terapêutico e o esquisito; o paranormal e o bizarro.

    O fenômeno da hipnose, ou bem do transe hipnótico, apaixona a muitas pessoas. E assim durante os meus primeiros anos como estudante de psicologia com conhecimentos de hipnose, ocorria algo frequente. Meus amigos convidavam-me insistentemente às suas reuniões, festas ou aniversários, sem dúvida para, finalmente, substituir o show de algum mago ou cantor pelo hipnotizador. É claro que eram respeitosos ou, mais bem, dissimulados para que eu não percebesse o verdadeiro interesse e sua intenção original. Sempre esperava até o final da velada, quando ficavam alguns poucos convidados. O entretenimento da festa tinha diminuído em intensidade, os grupinhos de conversa privada viravam um só, começavam a abundar os silêncios, vinha à frase habitual do dono de casa:

    -Vocês saber que meu amigo é psicólogo e hipnotizador. Vai logo, Schilling. Por que não hipnotiza alguém?

    -Eu quero! Que bonito e que medo! - Lembro que disse uma mulher loira que estava sentada num canto da sala. Também não me lembro de tê-la escutado falar durante toda

    Enjoying the preview?
    Page 1 of 1