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Tente-me, Sua Graça: Liga dos Cavalheiros Incasáveis, #1
Tente-me, Sua Graça: Liga dos Cavalheiros Incasáveis, #1
Tente-me, Sua Graça: Liga dos Cavalheiros Incasáveis, #1
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Tente-me, Sua Graça: Liga dos Cavalheiros Incasáveis, #1

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About this ebook

Ela foi banida da Inglaterra…e ela o baniu de seu coração.

Assim que retorna para a Inglaterra em decorrência da morte de seu pai, a Senhorita Ava Knight torna-se a dona de um dos maiores estabelecimentos de cavalos de corrida do país. Só há um problema: o futuro de seu negócio depende de um programa de reprodução bem-sucedido que gira em torno de um garanhão, Titan. Uma pena que o cavalo seja agora de propriedade de um homem que ela desejava nunca mais ver.

O duque de Whitstone, Tate Wells, ficou de coração partido quando Ava o abandonou na noite em que fugiriam para se casar, e ele jurou que nunca mais cruzaria o caminho de Ava. Apesar da relutância de perdoá-la, Ava vai ao socorro de Tate quando um incêndio ameaça consumir sua propriedade. Alguém está determinado a destruí-los. Com isso, eles se veem forçados a trabalhar juntos para garantir a segurança de seus cavalos e propriedades.

Será que os sentimentos que nutriam um pelo o outro no passado reacenderá o amor, ou seus sentimentos refugarão ainda na linha de partida?

LanguagePortuguês
PublisherBadPress
Release dateSep 9, 2020
ISBN9781071565407
Tente-me, Sua Graça: Liga dos Cavalheiros Incasáveis, #1

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    Tente-me, Sua Graça - Tamara Gill

    Capítulo 1

    Tantos quilômetros nos separam. Eu não durmo por pensar em você. Quando seu amor por mim pereceu? Não consigo entender por que você não me confidenciou que seus sentimentos haviam mudado, talvez até de direção...

    — Um trecho de uma carta da Srta. Ava Knight ao Duque de Whitstone


    Haras Knight, Berkshire, 1821

    Ava incitou sua égua recém-comprada — uma beleza de dezesseis mãos, puro-sangue que havia sido gerada para competir com sua própria linhagem — a um galope empolgante.

    Ela sorriu, inclinando-se sobre o pescoço dessa garota preciosa, e elas começaram a virar a esquina e descer para a casa ainda no galope tão familiar.

    O administrador do Haras e treinador, o Sr. Greg Brown, estava observando seu galope, e ouviu seus gritos exuberantes quando ela passava por ele em uma velocidade alucinante. Ela sorriu, impressionada com a rapidez insondável do cavalo.

    A névoa da manhã começava a queimar a grama e as árvores, o ar tornando-se fresco após a breve chuva. Puxando a égua, Ava a manteve em um trote lento para retornar a Greg. A égua bufava vapor de suas narinas a cada respiração, e Ava deu um tapinha nela, seguida de uma massagem de congratulações.

    Ava respirou fundo, maravilhada com a beleza de sua vida, a beleza deste lugar que agora era dela.

    — O que acha, Greg? Ela tem chance em Ascot? — Ava provocou, sabendo que havia muito o que fazer antes que pudessem pensar em inscrever a égua para uma corrida dessas.

    Ele riu, curvando-se sob o parapeito e saindo para dar tapinhas no cavalo.

    — Talvez no próximo ano, se ela continuar se apresentando como agora. No entanto, ela terá que se provar em Epsom antes.

    Ava soltou os pés dos estribos e pulou para o chão. Ela entregou as rédeas a Greg e deu a volta no cavalo, verificando se ela estava bem após a corrida.

    — Nossa Garota Valente, como o nome sugere, se provará por si só. Espere e veja. E com os potros que teremos dentro de cerca de um ano, do cruzamento de Titan e Black Lace, teremos mais belezas como esta.

    — Falando em Titan. — Greg disse, tirando o chapéu e passando a mão pelo cabelo. — Talvez haja alguns problemas para juntá-lo a Black Lace como você deseja. Soube que o Sr. Tuttle o vendeu.

    Ava parou a inspeção que fazia na égua e baixou a pata direita da Garota Valente. Ela encontrou o olhar de Greg e viu que ele não estava fazendo piada.

    — Titan foi vendido? Mas o Sr. Tuttle fez um acordo com meu pai de que o primeiro potro, que a Black Lace teve há dois anos, seria dos Tuttle, mas que depois eles cruzariam outra vez. Meu pai cumpriu sua parte no trato, e você está me dizendo que ele não vai cumprir a dele?

    Ela partiu para os estábulos, gritando para um dos rapazes selar Manny. Greg a seguiu o mais rápido que pôde enquanto guiava Garota Valente.

    — Srta. Ava, espere. Espere. Acredito que haja outras opções, além de Titan, que deveria considerar.

    Não havia outro cavalo melhor que Titan, e se o Sr. Tuttle pensava em passar a perna em seu falecido pai e a ela, então ela pegaria o potro, Beatrice, de volta sem se importar com o escândalo que criaria no mundo das corridas. Como o homem ousava enganá-los dessa maneira? Ele trocara apertos de mão com o pai dela, caramba. Não significava que o acordo era tão válido quanto qualquer outro?

    — Não há outro cavalo tão bom. Quero Titan como provedor da próxima geração de potros dos Knight, e não há nada que possam dizer que me faça mudar de ideia. Você sabe, assim como qualquer um, que ele é o melhor puro-sangue da Inglaterra, talvez até do continente. Sua altura, junto com a forte linhagem de sangue e velocidade, faz dele o único cavalo apto.

    Ava agradeceu o rapaz que selou Manny e, segurando-se na sela, se ergueu.

    — Aonde vai? — Greg perguntou a ela, segurando as rédeas sob o pescoço do cavalo dela.

    Ela franziu o cenho ante a impertinência dele.

    Ele largou.

    — Vou descobrir o que o Sr. Tuttle pretende ao tratar nosso negócio com tão pouco respeito. Eu posso ser mulher, e meu pai pode estar morto, mas nós tínhamos um acordo. Não vou deixar barato.

    Ela virou a montaria e chutou Manny para iniciar um galope, iria numa perna só até a Fazenda Tuttle. Quando o pai dela estava vivo, nenhum tipo de acordo escuso seria feito. Nunca pensariam em enganar seu querido pai. Mas aqui estava ela, uma mulher, e sendo tratada com tão pouco respeito.

    A raiva fervia em seu sangue e, mesmo quando ela trotou já em terras da Fazenda Tuttle, seu humor não havia amenizado. Ela viu o homem que procurava laçando um cavalo no pátio e foi com sua montaria até a cerca, esperando que ele a notasse. O olhar amargo no rosto dele denunciava que ele sabia a razão para ela estar lá.

    — Como você pôde, Sr. Tuttle? Você tem um acordo fechado com meu pai, um que ainda está de pé comigo. — ela demandou, ignorando quaisquer gentilezas.

    O cavalheiro mais velho gritou para um cavalariço que estava por perto pegar a corda e o chicote e caminhou até a cerca. Ele parecia ter envelhecido nos últimos meses desde que ela o vira. Enquanto ela olhava para o cabelo cinzento e recuado dele, um pouco de sua explosão se dissipou.

    — Eu não tive escolha, senhorita Ava. De fato, se você não comprar seu potro de mim, o comprará em um leilão.

    Ela fez uma careta.

    — O que houve, senhor Tuttle? Aconteceu alguma coisa para forçá-lo a vender Titan e Beatrice?

    Ele suspirou, os ombros caindo com as palavras.

    — Sim, minha querida. Não me importo de contar já que nossas famílias se conhecem há muitos anos, mas fiz um mau investimento no ano passado e, bem, ele vai me custar a fazenda. Estamos nos preparando para ir para Bath, onde minha esposa, Rose, tem família. Vender Titan me permitiu ao menos pagar a dívida mais urgente. Com a venda da casa, da terra, e dos cavalos, é claro, podemos ter um pouco de sobra para nos manter por alguns anos em condições razoavelmente confortáveis. — ele encontrou o olhar dela, seus olhos vidrados de lágrimas não derramadas. — Me perdoe, Ava. Eu sei o quanto você queria potros do Titan.

    Esquecendo-se do cavalo, ela disse:

    — Posso ajudar em algo? Existe algo que eu possa fazer para aliviar a dívida e permitir que você fique? Esses estábulos estão na sua família há três gerações. Eu odiaria vê-los perder tudo.

    — Bem. — disse ele, olhando para a propriedade, o amor que ele nutria pela terra estava evidente em seus globos cinzentos. — Quando alguém comete um erro, deve se responsabilizar por ele. Só lamento que minha esposa e meus filhos percam tudo o que trabalhamos tanto para construir. E agradeço, Srta. Ava, mas não posso aceitar sua oferta generosa. Não seria certo.

    Ela assentiu, querendo pressionar, mas o Sr. Tuttle sempre foi um homem orgulhoso. Forçá-lo a algo nunca havia funcionado antes, e ela não via como mudá-lo agora. E ela não queria que se afastassem com uma discussão desse porte, mesmo que quisesse muito ajudá-lo.

    — Muito bem, mas me avise caso se depare com algo que eu possa ajudar. Ou, se houver algo que você não queira vender a ninguém, talvez eu possa comprar. Pelo menos você saberá quem o possui e que será amado.

    — Você é uma boa garota. E saiba que eu nunca teria desonrado nosso acordo se pudesse evitar. É que, de fato, não havia outro remédio.

    Ava ajustou-se sobre a cela, observando o cavalo que estava sendo treinado parecia mais interessado na conversa deles que no treinamento.

    — Posso perguntar a quem você vendeu Titan? Talvez eu possa negociar com essa pessoa. — ele olhou para os pés, mexendo-os um pouco. — Senhor Tuttle. — ela se repetiu ante a ausência de resposta dele.

    — Quanto a isso, minha querida. Bem, quer dizer...

    O que havia de errado com o homem?

    — Sr. Tuttle, me conte.

    Decerto que não é segredo de estado.

    Ele voltou a olhá-la nos olhos e, por um instante, ela se perguntou se ele havia jurado segredo. Com certeza que não.

    — O duque de Whitstone comprou Titan, senhorita Ava. Soube pelo seu pai que sua família possui algumas desavenças com eles e, me desculpe, mas para conseguir procriar com Titan, a senhorita precisará ir falar com Sua Graça.

    As mãos dela tremeram com a menção daquele nome, e ela apertou as rédeas com força, raiva fervendo em suas veias por ter ouvido o nome do sujeito. Mesmo depois de todos esses anos.

    — Por que vendeu para ele? Eu poderia ter ofertado o preço que você queria.

    Ele balançou a cabeça, mexendo os pés como uma criança travessa mais uma vez.

    — Ele veio aqui ontem e ofereceu para pagar em dinheiro. Como estou com agiotas no meu encalço há semanas, aceitei sem pensar. Me perdoe, Ava. Mas eu tive que pensar na minha família.

    Maldição.

    — Eu entendo. — disse ela, incapaz de esconder a decepção em seu tom.

    O duque de Whitstone poderia ser um cavalheiro persuasivo, disso ela sabia bem. As histórias que ouvira sobre Tate em Londres não se pareciam com o garoto que ela amara. Na verdade, ele agora parecia um homem que só procurava prazer e se importava com pouco. No ano em que ela voltara à Inglaterra, ele não a procurara uma única vez para pedir desculpas pela forma que a tratara outrora.

    Ava virou o cavalo, preparando-se para sair.

    — Nos visite antes de partir de vez, Sr. Tuttle. Traga sua família e teremos uma tarde de chá e bolos. Estou decepcionada pelo cavalo, mas estou mais triste por você ter sido colocado nessa situação. Eu gostaria que não fosse assim.

    Ele inclinou o chapéu, curvando-se um pouco.

    — Você é muito generosa, Srta. Ava, e iremos até vocês nos despedir.

    — Que bom.

    Ava acenou e iniciou a volta para casa.

    Ela chutou sua montaria a galope e xingou. Maldito fosse o duque e sua mania de se intrometer. Se ao menos ela tivesse ouvido dos problemas enfrentados pelo Sr. Tuttle antes, ela poderia tê-lo ajudado comprando o cavalo antes que o duque aparecesse. Na sua opinião, o duque não era digno de um cavalo de tão alto padrão.

    Ela não podia nem conceber ter que encará-lo para tratar de tal assunto. O fato de ele não a ter procurado era uma bênção, pois ela com certeza não estava disposta a ficar de frente a ele e seu coração feio e mentiroso.

    Porém, de nada adiantava manter-se afastada se ela quisesse acesso a Titan para continuar com seu programa de reprodução. Era um dilema que ela não havia imaginado que iria ter que enfrentar.

    Mas o garanhão era fundamental para dar continuidade a suas linhagens, à possibilidade de gerar mais vencedores no futuro e, assim, dar a oportunidade de sua propriedade prosperar e nunca precisar ter de passar pelo mesmo destino que o Sr. Tuttle estava vivendo agora. Desistir de seu sonho de se tornar o melhor e mais estimado Haras da Inglaterra não daria certo.

    Ela já havia desistido de coisas que queria, como um casamento e família com o homem que acreditava amá-la, mas não pensaria em desistir desta parte de sua vida. O duque não tiraria isso dela também. Mandaria seu administrador, Greg, para a propriedade ducal e o faria negociar, se possível.

    E com um pouco de sorte, o programa de reprodução poderia ser realizado sem que Sua Graça ou ela tivessem que pisar no mesmo recinto. Como ela pretendia.

    TATE WELLS, o duque de Whitstone, recostou-se na cadeira revestida em couro atrás de sua mesa e estalou os dedos enquanto ouvia o administrador do Haras Knight traçar os termos sugeridos para permitir que a senhorita Ava Knight tivesse acesso ao seu premiado corredor, Titan.

    Não que ele fosse contar ao velho, que era tão leal a Ava como foi ao pai dela antes de ele falecer, que o inferno teria que congelar antes que ele a deixasse chegar perto de sua propriedade ou de Titan. Fazia cinco anos que ele não a via, nem pensava nela, e não iria começar a fazê-lo agora.

    Ele se mexeu na cadeira, sua mente zombando dele pela mentira que era tal pensamento. Inferno, ele pensava nela com frequência. Esperava que ela estivesse bem e feliz. Mesmo quando ele ia à estalagem local para tomar uma caneca de cerveja, seus ouvidos sempre se mostravam atentos à qualquer menção ao Haras Knight e à dona que administrava um Centro de Criação de Cavalos de Corrida bem-sucedido.

    Mesmo assim, ele nunca a perdoaria por tê-lo afastado.

    O fato de ele estar na América o impediu de dizer adeus ao pai. Quando as notícias da doença de seu pai, dois anos atrás, enfim chegaram aos Estados Unidos, sua partida para a Inglaterra já não seria em tempo. Ele chegara a Berkshire duas semanas após seu pai ter sido posto no mausoléu da família. Outra mágoa que ele poderia colocar nas costas de Ava. Ou Srta. Knight, cuja alma era negra como uma noite sem lua.

    — ...portanto, Sua Graça, seria vantajoso que Titan recebesse nossa égua, Black Lace. A senhorita Knight está disposta a pagar uma quantia generosa pelo serviço, e eu, em conjunto com seu próprio administrador podemos organizar todos os detalhes relativos aos animais para que você e a senhorita Knight não precisem ser incomodados.

    Tate encontrou o olhar cinza do senhor mais velho, seus olhos um pouco lacrimejantes com a idade. Então, Ava não queria vê-lo? Bem, havia pelo menos uma parte do acordo em que eles poderiam concordar.

    Uma pequena parte de seu coração doía com a noção de que ela não queria nada com ele. O rompimento do relacionamento deles, a saída repentina da Inglaterra fora tão incomum para a garota que ele conhecera uma vez. Em certa época eles foram inseparáveis, cada hora e cada minuto do dia era gasto na companhia um do outro.

    Tate afastou o pensamento inútil.

    — Não estou interessado em procriar Titan no momento. Queremos que ele corra em Ascot no próximo ano, o que não preciso lembrar que falta menos de oito meses. Não preciso que o cavalo se desgaste mais do que o necessário.

    — Peço perdão, Sua Graça, mas cavalos correm e se desgastam diariamente. Receber uma égua não será mais vigoroso que treinar.

    O que era verdade, não que Tate fosse acatar tais regras.

    E ele gostava da ideia de Ava não conseguir o que queria. Ela arrancou as esperanças dele de um futuro. Casar-se com a mulher que ele amava, respeitava e adorava, e não com alguém apenas porque era considerada adequada para ser uma duquesa.

    — É demais para o meu cavalo e não vou permitir. Diga à Srta. Knight que procure outro garanhão, em outro lugar para o seu programa de criação.

    O senhor mais velho torceu o chapéu nas mãos.

    Se esse acordo era tão importante para Ava, por que ela não veio ela mesma pedir? Ele se esforçava para não a encontrar aqui em Berkshire e, até agora, fora bem-sucedido em seu plano.

    Ele sabia que ela estava de volta da França há um ano, em condições normais seria quase improvável que eles não tivessem se encontrado até agora, em eventos de corrida e coisas do gênero.

    Tate pensou por um momento e se perguntou se ela também o estava evitando tanto quanto ele a evitava.

    Ele se levantou.

    — Lamento tê-lo feito perder seu tempo, Sr. Brown, mas minha decisão acerca do assunto é final. Informe a Srta. Knight, por favor. — ele estendeu a mão. — Bom dia para você, senhor. — disse ele, terminando a conversa.

    O Sr. Brown se levantou com os ombros caídos. Tate sentia pena do homem. Ele agora teria que voltar e encarar Ava. Com certeza uma tarefa que Tate não gostaria de ter.

    Ao menos na época em que se conheciam, tantos anos atrás, ela sempre fora determinada e dona de si. Dois traços que ele uma vez adorou. Eles se tornaram amigos antes que ele se caísse de amores por ela. Ela nunca se retirara de uma conversa que considerava o julgamento dele incorreto, sendo bem incisiva ao fazê-lo ver a razão por trás do argumento dela. Sua determinação, seus ferozes olhos castanhos acendiam como fogo quando ela falava em tornar os cavalos dos Knight os mais conhecidos na Inglaterra, com Tate ao seu lado. Ava sempre esperava o melhor das pessoas. Que pena que ela não foi capaz de viver de acordo com seu próprio padrão.

    O Sr. Brown apertou sua mão.

    — Obrigado pelo seu tempo, Sua graça. Tenha um bom dia.

    Tate observou-o sair.

    Ele se recostou na cadeira, esticando-se, pensando em quem a Srta. Knight seria nos dias de hoje. Porque ela não havia vindo pedir, ela mesma, que Titan procriasse com a égua dela. Dava indícios de que toda a história entre os dois não significou nada para ela. Que eles eram, de fato, dois estranhos. Não que tal realização surpreendesse Tate. O dia em que ela enviou uma carta dizendo que não se casaria com ele havia sido o suficiente para atestar o que a Srta. Knight pensava dele. De quanto ela mentiu e fazia pouco caso dos ideais infantis dele.

    Tate passou a mão na mandíbula.

    Mesmo com tudo o que havia passado entre eles, todas as dores, ele não pôde deixar de se perguntar se ela ainda teria a mesma aparência. Ainda teria os cabelos compridos e de uma cor tão rica quanto chocolate? Os olhos castanhos e grandes? As maçãs do rosto ainda eram pronunciadas, ou haviam se tornado mais cheias com a idade?

    O relógio bateu as horas e, pegando a pena, ele puxou a papelada de uma das propriedades diante dele e começou a verificar os livros de contabilidade dos estábulos e das fazendas dos inquilinos. O que importava o quanto ela havia mudado? Ele também mudara, seguiu em frente.

    Nos últimos dois anos como duque, ele foi negligente em cuidar de suas propriedades, mas não mais. Estava na hora de garantir que as pessoas que sobreviviam de suas terras fossem bem cuidadas. Que seu Haras aqui em Berkshire crescesse e prosperasse como ele sempre quis.

    Tornar o seu estabelecimento melhor do que o dos Knight, há cinco quilômetros daqui, era uma motivação bem boa para estar aqui, em vez da cidade. E com Titan em seus estábulos, ele já possuía vantagem em avançar seus planos. Tate afastou Ava de sua mente, assim como ela o descartara sem olhar para trás. Ninguém tão desleal e egocêntrica merecia um minuto do seu tempo. Nunca mais.

    Capítulo 2

    AVA INCITOU o cavalo a galope, a linha do telhado de Cleremore Hall, nomeada quando a família havia acabado de receber o marquesado, emergiu das árvores. Em apenas alguns momentos, ela reveria Tate. Estaria uma vez mais nos reverenciados corredores da casa do Duque de Whitstone. Fazia anos desde que ela chegara tão perto da propriedade dele, e ela sentiu nervosismo se instalando ante a ideia de vê-lo outra vez.

    Será que ele mudou tanto quanto ela?

    Cinco anos era um longo tempo, e ele esteve nos Estados Unidos por três deles. Ela supunha que tal viagem poderia mudar muito alguém, torná-lo mais mundano, ou até sábio. Ao longo dos anos, ela ouvira, às escondidas, as fofocas ociosas em torno dessa grande família, queria saber se Tate havia se casado ou se estava noivo. Nada disso havia sido mencionado, mas, ao retornar à Inglaterra, as peripécias dele em Londres nunca deixavam de ser assunto para as pessoas. Pelo menos não para as deste condado.

    O homem era um verdadeiro patife em todos os sentidos e, de alguma forma, saber que ele estava sempre cercado de tantas amantes, que levava outras mulheres para a cama com tanta regularidade, fazia com que a ferida em seu traição continuasse escancarada como um abismo.

    Também não condizia com quem ela acreditara que ele era. Tate em verdade nunca se comportara de tal modo quando eles se encontravam, embora eles fossem bem novos à época, apenas dezenove anos. Sua Graça também se recusou a se casar com ela. Mas daí, ela supunha que, caso ele estivesse atraído de verdade por ela e a amasse, ele teria a levado para a cama. Mas ele não o fizera.

    Ela guiou Manny para uma pequena inclinação, não muito longe dos estábulos ducais, e dali pôde ver Titan comendo grama em um piquete adjacente. Clicando a língua, ela incitou a montaria na direção dos estábulos, queria falar com o treinador. Ver se ele poderia negociar com o duque, um homem que parecia ter se tornado um imbecil teimoso sem razão.

    Ela amarrou

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