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O GUERREIRO DA CAVERNA – mito ou realidade: O País das Maravilhas
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O GUERREIRO DA CAVERNA – mito ou realidade: O País das Maravilhas

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"...no alvorecer de uma nova Agenda do País vazada no conservadorismo neoliberal, visando a libertar o Estado de seu gigantismo estatal, estaria a nação concertada no forte ideário de transfiguração do monstruoso Dragão (corrupção sistêmica, impunidade secular, analfabetismo; inversão de valores) aos objetivos fundamentais da vigente Carta Política.

Maria do Carmo Costa Dias
LanguagePortuguês
PublisherEditora Kelps
Release dateSep 9, 2020
ISBN9786558590040
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    O GUERREIRO DA CAVERNA – mito ou realidade - Isaias Costa Dias

    Dias

    Capítulo I

    Generalidades

    Segundo a lenda, o Guerreiro da Caverna teria sido recepcionado por quase sessenta milhões de empresários, intelectuais, professores, políticos, jornalistas, estudantes, operários, trabalhadores em geral, aliás, todos muito esperançosos de ver eliminado de suas vidas o monstruoso Dragão. Constou ainda que já no romper d!aurora cintilante, o Guerreiro da Caverna sentou-se debaixo de uma frondosa árvore para descansar. Ligou seu aparelho de som, e adormeceu. Dormiu, sonhou que estava nos Jardins do Éden, ouvia a bela música Tocata e Fuga, de Sebastian Bach, executada por um exímio organista húngaro. E no sonho, teria aparecido à sua frente um seleto grupo de pessoas que conversavam alegremente entre si. Ao que viera saber mais tarde, era uma Equipe de Trabalhadores do Paraíso: uma psicóloga, uma cartomante; um historiador; um professor; um jurista; um político. Algumas pessoas mais novas que outras, porém, todas expert em suas respectivas profissões. Eram homens e mulheres alegres, entusiastas e propositivos. Caminhavam olhando pra frente, de olho no futuro.

    Passando das palavras à ação, inicialmente aquela linda jovem, psicóloga renomada, de nome ESPERANÇA, de mais ou menos da primeira meia-idade, iniciara uma conversa bem amistosa e fraterna com o visitante. Extrovertida e demonstrando simpatia, ESPERANÇA dissera ao Guerreiro da Caverna (visitante) que aquelas pessoas ali estavam para ajudá-lo na sua missão de dirigir os destinos do País das Maravilhas.

    HISTORIADOR – Incontinenti, pedira a atenção de todos e dissera: Conforme as Sagradas Escrituras, a Luz é vida. A Luz está representada pelo Sol, o Astro Celeste que irradia luz e calor a revitalizar a vida e o sentido da própria vida humana. E como toda Divindade é Luz, é também Fé, Conhecimento e Esperança.

    E concluiu o Historiador. Meu caro visitante, o Conhecimento parece indispensável ao planejamento e execução, com êxito, das atividades político-jurídico-econômico-social que você se propõe a contribuir com o seu País. E de imediato, apontou na direção de um painel preso à Abóboda Celeste, a exibir um resumido breviário do País das Maravilhas, assim enunciado:

    . a recente Constituição Federal teria prometido tudo a todos sem dar nada a ninguém; manifesta proliferação de agremiações partidárias a forçar o Presidencialismo de coalização de nefastas consequências; perda dos principais cargos centrais do País pela Elite Política, jungido à falta de legislação complementar às lacunas da Carta, daria azo à criação da juristocracia; nada obstante o Veredicto Moralizador do Tribunal Maior e dos resultados investigativos da Operação Brilhante, o suborno continuaria a solapar os recursos públicos; inversão de valores a corromper parcelas do tecido social; o patrimonialismo continuaria hígido na política nacional; excessiva concentração de renda a fomentar a desordem social; as principais fontes do Conhecimento do País, em tese, partidarizadas; a legislação infra, muito burocrática, a negar rapidez e eficiência aos serviços públicos, e quando afrouxada por evidente necessidade até de saúde pública (Covid-19), a corrupção sistêmica intervém de imediato, sem dó nem piedade, nos contratos públicos.

    HISTORIADOR – Agora, deixo você em companhia da ESPERANÇA, que o conduzirá doravante.

    Em seguida, ESPERANÇA passou a descrever as belezas do torrão assaz prometido.

    ESPERANÇA – Meu caro visitante, saiba que no imaginário dos povos havia uma Nação, aliás, um Paraíso muito rico em terras sólidas e produtivas do tipo terra roxa, adequada à produção de toda sorte de culturas, além de ser dominada por riquezas como o petróleo, minérios, pedras preciosas, madeiras de lei, espécimes da flora e da fauna. O País das Maravilhas possuía uma grandiosa região de mata virgem, até maior do que dezenas de países europeus juntos. Conhecida pelas demais Nações como a maior reserva ambiental do planeta, aliás, o objeto de desejo de todos os povos.

    A porção de terras, do tamanho de um grande continente, composto de biomas terrestres (Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pampa e Pantanal) e marítimo, aliás, ricos em flora e fauna. No quesito oxigenação, a força dos ventos tangidos pelo oceano e pelo influxo de grandes florestas tropicais que somado à abundância da luz do sol o ano inteiro, estaria a revelar-se numa excelente fonte de energias renováveis (solar e eólica), inclusive pela força dos combustíveis fósseis.

    Do ponto de vista da origem da vida, um País banhado por um dos maiores oceanos do planeta, inclusive com zona costeira composta de ecossistemas da mais alta relevância ambiental, além de grandes bacias hidrográficas de norte a sul do País, com rios perenes, que demonstrava ser a maior biodiversidade. À sua vez, as quatro estações do ano perfeitamente identificadas, com suas próprias peculiaridades, do inverno ao verão, do outono à primavera, propiciando, assim, o plantio de todas as espécies de culturas nativas e/ou cultivadas. Um País dotado de lugares exuberantes, praias fantásticas, composto de todos os requisitos apropriados a quaisquer tipos de Turismo. Ademais, um País, de fato, livre de grandes problemas climáticos tais como tsunamis, vendavais, grandes tempestades etc.

    O povo, por sua vez, seria composto das três raças, cada qual com suas respectivas mesclagens, revelando um País de população bastante jovem e miscigenada. Segundo a jovem ESPERANÇA, na história do País das Maravilhas teria existido uma espécie de chaga social de repercussão mundial, a milenar escravidão. Diga-se de passagem, escravidão do negro africano, que teria ocorrido em todas as civilizações, desde as mais remotas de que se tem notícia, atravessara o período asiático, hindu, árabo-muçulmano, greco-romano, e avançou nas Idades Média e Moderna.

    Contava-se que dentre os variados motivos de sua existência, além da ganância financeira e do poder político, o grande mantra seria a regra tradicional das guerras, segundo a qual a lei do mais forte sempre fez do vencido o escravo do vencedor.

    Poder-se-ia dizer, desde Cabral, Fernão de Noronha, Martin Afonso e outros tantos, o escravo sempre fizera parte integrante das expedições, até porque no período colonial, a comercialização oriunda dos países africanos se efetivava pelas mãos dos europeus, que também estariam interessados na descoberta e na exploração do chamado Novo Mundo.

    No País das Maravilhas, a escravidão seria extinta na primeira parte do século XIX dada a forte influência da Guerra dos Cem Dias e do Congresso de Viena, de 1815. Com efeito, sustenta Laurentino Gomes, in 1808[1], 2007, pg. 239/240:

    Quando a corte portuguesa chegou ao Brasil, navios negreiros vindos da costa da África despejavam no Mercado do Valongo entre 18000 e 22000 homens, mulheres e crianças por ano. Permaneciam em quarentena, para serem engordados e tratados das doenças. Quanto adquiriam uma aparência mais saudável, eram comercializados da mesma maneira como hoje boiadeiros e pecuaristas negociam animais de corte no interior do Brasil. A diferença é que, em 1808, a mercadoria destinava-se a alimentar as minas de ouro e diamante, os engenhos de cana-de-açúcar e as lavouras de algodão, café, tabaco e outras culturas que sustentavam a economia brasileira..

    ESPERANÇA – O País das Maravilhas revelaria as cores verde, amarelo, azul e branco. E no seu interior, existiam a figuração de diversos Países Maravilhas como, por exemplo, o torrão dos pampas, dos fluminenses, dos manauara, dos candangos, dos macuxis, dos pantaneiros, dos barriga verdes, dos paulistanos e mineiros, dos nordestinos, dos caiçaras, dos mato-grossense e da gloriosa Bahia de Todos os Santos, enfim, tudo ao gosto de cada regionalidade.

    Na verdade tratava-se de um País tão mais bonito que o fantástico poema E agora José, do poeta mineiro, Carlos Drumond de Andrade; das belíssimas músicas La Boème (Ópera, filme e canção) de Charlez Aznavour/Jacques Plante, sem falar na surpreendente lenda turca mundialmente conhecida como o Sonho de Osman, anotado por Rubem Leonardo. [2]

    Osman quando jovem, sonhou com a visão de um império, que era uma grande árvore, cujas raízes se estendiam por três continentes, e seus ramos cobriam os céus. Esta árvore alcançava quatro rios, o Tigre, o Eufrates, o Nilo e o Danúbio. Esta árvore fazia sombra sobre as quatro cadeias de montanhas, o Cáucaso, o Tauro o Atlas e os Balcãs.

    Caberia ressaltar, o País das Maravilhas, de fato, um torrão muito rico no qual tudo que se plantava dava. E talvez por isso, no intuito de incentivar o desenvolvimento da agricultura para fins caseiros e de exportação, um ex-Presidente da República teria criado o bordão que ficara conhecido interna e externamente como o famoso Plante que o João garante. Enfim, o País das Maravilhas, seguramente, se revelaria como uma das mais belas e ricas terras para se viver, para criar e procriar filhos e netos, enfim, para dar continuidade natural da espécie.

    Em seguida, ESPERANÇA, falando baixo aos ouvidos do visitante disse-lhe: a partir de agora nossa amiga CARTOMANTE dir-lhe-á sobre alguns passos do seu futuro. Despediu-se e partiu.

    CARTOMANTE – Meu querido visitante. Além de ser um homem situado, você almeja agir com mão de ferro na condução dos destinos de seu País. Quer a todo custo fazer devorar o Dragão, ou seja, quer dar fim à corrupção, impunidade e o analfabetismo. Entende que há séculos, aqueles vírus malignos impediram o progresso do Estado.

    CARTOMANTE – Meu amigo visitante, diga-me com clareza, os seus principais objetivos na sua gestão pública.

    GUERREIRO DA CAVERNA – Bem, a missão de resolver três gravíssimos problemas que há séculos prejudicam ao meu País: reduzir a corrupção sistêmica e a impunidade secular aos níveis do tolerável previsto na Transparência Internacional; expungir o analfabetismo e a inversão de valores; imprimir efetividade à Cidadania Plena. A começar, obviamente pela elaboração de Planos Estratégicos de médio e de longo prazo, compostos de programas e projetos mirando a estruturação do Estado (rodovias, ferrovias, metrôs, portos, aeroportos, prédios públicos, navegação marítima; política educacional e de saúde pública com foco em ciências, pesquisas e tecnologia avançada; descentralização administrativa; informatização do Serviço Público com a promoção funcional pelo mérito). Enfim, elevar o País a um patamar Progressista, de Justiça e Ordem Sociais, e inseri-lo no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

    CARTOMANTE – Meu caro visitante. Para atingir os seus objetivos, quero oferecer-lhe algumas sugestões: tenha sempre o espírito proativo; aja com entusiasmo e saiba ouvir; mantenha sempre uma porta aberta ao diálogo com os demais Poderes e seus respectivos membros; tenha a Probidade Administrativa como fundamento de seu catecismo; cumpra e faça cumprir a palavra que você empenhar; tenha o interesse público como sua principal finalidade laboral; mantenha poucos e curtos diálogos pessoais com a imprensa; não confie em demasia nos seus amigos; tenha um quadro de Ministros e Auxiliares experts nas suas áreas profissionais; não se decepcione com as traições, que ocorrerão; ame a Deus sobre todas as coisas; honre o seu nome e de sua Família; obedeça a Constituição e às leis; procure viver segundo o bom senso do homem comum que, em regra, é mais solidário, honesto e temente a Deus.

    A seguir, a Cartomante despediu-se do visitante, com votos de juízo e sucesso.

    GUERREIRO DA CAVERNA – Meu conselheiro, podes me dizer como seria o regime político desse País das Maravilhas? O povo vivia feliz?

    HISTORIADOR – Posso adiantar que o País já tinha passado por diversas experiências como por exemplo, sistema colonial, império, república, ditadura e regime democrático. Mas a partir de sua nova Constituição, teria se consolidado como um Estado Liberal, um Estado Democrático de Direito, sedimentado por eleições periódicas, aliás, efetivadas, segundo exigências legais, na mais absoluta probidade administrativa e moralidade públicas, como dizia a Carta Política.

    Caberia acrescentar, nos Estados modernos a sociedade estaria a exigir, de forma objetiva, bons resultados nos contextos político-jurídico-econômico-social, a exemplo de uma economia com juros baixos, inflação sob controle, emprego estabilizado, bom intercâmbio político-empresarial com as demais nações, prestação de serviços públicos com os requisitos de qualidade e eficiência. Sob o foco subjetivo, os governantes deveriam atuar com a honestidade e a boa-fé objetiva, retratadas, ambas, como simbioses de probidade administrativa no amplo desenvolvimento das atividades públicas. Nesse foco, objetivavam, as Nações, uma sociedade solidária, livre, justa e progressista, para ofertar ao povo um quadro de Bem-Estar tal como prescrito na Carta Política.

    PROFESSOR – Deveras. O cidadão, o eleitor, o homem comum do povo – o Senhor da Democracia assim cantado e reconhecido pelos três Poderes da República-, nem de longe estariam a exigir comportamento de santidade dos governantes, mas igualmente não estavam disposto a manter, incólume, o Administrador Público ímprobo, visto perante a opinião pública como um dilapidador do patrimônio público.

    E ACRESCENTOU: Segundo os meandros do mais alto baronato dominante, a política podia qualificar-se, sinteticamente, como a arte de saber unir os contrários; de solver os conflitos de interesses em sociedade visando o bem comum, como assinalou Torquato, Gaudêncio[3], pag. A2, apontando lição do Ministro Carlos Ayres Brito, (pesquisa de 10.05.2020):

    É possível vislumbrar no pensamento do filósofo grego a inspiração que emoldura a sábia (poética) observação do ministro Ayres Brito por ocasião da sessão da Suprema Corte que julgou o núcleo político da Ação Penal 470, pelo crime de formação de quadrilha: "Deus no céu e a política na terra. Por quê? Porque a política é o meio pelo qual a sociedade constrói e reconstrói o Estado. A política é o instrumento de concretização dos anseios do povo. É, acima de tudo, a forma pela qual se pode buscar o bem-estar coletivo, a manutenção da ordem e a concepção do progresso.

    GUERREIRO DA CAVERNA – E como é o quadro de polarização política?

    HISTORIADOR– Independentemente da corrente ideológica da agremiação partidária encastelada no Poder Central, de fato, pelo menos nos últimos vinte anos, certamente pelos excessos herdados do movimento de 1964, a polarização política recrudesceu, forte em estado de carências quase absoluta a contrastar com o agigantamento do patrimonialismo nos negócios públicos, além de outros tópicos relevantes.

    Pois bem. A polarização política figura entre temas complexos e de origem bastante discutível. Cabe sublinhar, em resumo e objetivamente, a existência de correntes ideológicas de vários matizes como, por exemplo, direita conservadora e direita progressista; esquerda progressista

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