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Amazônia - Um Novo País
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Amazônia - Um Novo País

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Em Amazônia - um novo país, Roberto Gueudeville, repórter humanista, compartilha com o leitor o seu amplo conhecimento sobre a região amazônica. Com base em sua experiência profissional ao longo de cinco décadas no Norte do Brasil, o autor disponibiliza em sua obra um arcabouço de informações sobre a principal floresta brasileira, bem como sobre os nativos que nela vivem e sobre a história e o desenvolvimento de algumas de suas principais cidades. Por meio de sua observação perspicaz, Gueudeville apresenta uma proposta ousada para a região, sugerindo-a como um novo país, entendendo ser essa a saída para que a Amazônia desenvolva-se de acordo com o seu potencial.
LanguagePortuguês
Release dateSep 11, 2020
ISBN9786558202363
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    Amazônia - Um Novo País - Roberto Gueudeville

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO SUSTENTABILIDADE, IMPACTO, DIREITO, GESTÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

    AGRADECIMENTOS

    Em 50 anos de perambulação pela Amazônia, o meu preito de gratidão aos ribeirinhos, aos seringueiros, aos garimpeiros, aos quilombolas e aos pescadores, que sempre me deram o seu apoio, por mais simples que fosse. Este livro é dedicado também aos índios para os quais propomos os futuros Estados Indígenas, em busca do resgate pelos crimes que portugueses, espanhóis e bandeirantes paulistas cometeram, preando e matando 5 milhões de índios, seres humanos.

    A burrice nacional impede que

    se associe o efeito às causas.

    (Roberto Campos)

    PREFÁCIO

    O menino de 13 anos de idade, em Salvador/BA, ia para o escritório do avô com o dinheirinho contado para o bonde do Elevador Lacerda. Um dia, chegando ao elevador, um mendigo aproximou-se pedindo uma esmola, pelo amor de Deus. O menino deu o dinheiro ao mendigo e desceu a pé a ladeira da Montanha. O menino era Roberto Gueudeville.

    Mais tarde, como repórter do jornal 4. Poder, da Universidade Federal de Goiás, criou e executou, com o apoio dos estudantes de medicina, a campanha do pênfigo para a construção de um hospital, hoje erguido.

    Esse homem, o repórter humanista que se apaixonou pela Amazônia, lugar ao qual dedicou 50 anos de sua vida, conviveu um ano e meio com índios Kayapó, que ensaiaram matá-lo, sem que ele deixasse de amá-los por isso.

    Jornalista pioneiro nos grandes acontecimentos na hileia, foi gerente de seringal no Rio Pauini, afluente do Rio Purus, onde testemunhou a grandeza e a miséria do seringueiro, protagonista da escravidão branca.

    Após visitar Belterra e Fordlândia, em 1961, foi batizado pelos garimpeiros do Tapajós, onde viu nascer os grandes garimpos de ouro, no seio de uma imutável pobreza.

    A série Ouro e Fome: binômio do Tapajós deu-lhe o primeiro Prêmio Esso.

    Acompanhou, pouco tempo depois, os sertanistas Orlando e Claudio Villas Boas e Francisco Meireles, na memorável expedição ao Xingu, rios Jaraucu e Penatecaua, que tentava atrair os então belicosos índios Arara, que abriram guerra contra a construção da Rodovia Transamazônica. Esse homem viu nascer as rodovias Transamazônica e Santarém-Cuiabá.

    Presenciou a destruição de 20% da floresta de Rondônia financiada pelo Banco Mundial que, mais tarde, pediu desculpas ao mundo.

    Sempre combateu a mendicância das instituições de pesquisa na Amazônia, incapazes de transformar a riqueza da biodiversidade em dólar.

    Com os índios, SPI-flagelo de uma civilização ganhou o seu segundo Prêmio Esso.

    Mais tarde, a série Amazônia não tem dono levantou o seu terceiro Prêmio Esso, em profunda análise sobre os problemas da região.

    Em 1968, com Festa da FAB, festa do povo, retrospecto das ações da FAB na Amazônia, especialmente o trabalho heroico e humano do DC 3 e do Catalina, ganhou um prêmio de viagem à Europa e aos Estados Unidos, patrocinado pela Caixa Econômica Federal, pelo Ministério da Aeronáutica e pelo Banco de Brasília.

    Nas décadas de 70/80, teve forte atuação em O Globo e na Revista Visão, sempre com eventos na Amazônia e no Centro-Oeste.

    Roberto Gueudeville, sem dúvida, é o único brasileiro que pediu demissão do Senado Federal por não se dar bem com os interesses dos políticos e suas prioridades.

    Para fechar com chave de ouro uma vida riquíssima no mais importante banco genético da Terra, está lançando Amazônia, um novo país, em que denuncia o desprezo de governos e sociedades brasileiros pela hileia, propondo, como solução, a criação de um novo país, mediante plebiscito, como permite a Constituição Federal.

    Aos 80 anos, Roberto Gueudeville permanece apaixonado pela Amazônia e tem estórias para contar...

    A Amazônia deve homenagem a dois baianos que a amaram: Alexandre Rodrigues Ferreira, cientista que a pesquisou durante nove anos, e o jornalista Roberto Gueudeville, que lhe dedicou 50 anos.

    A grande importância de seu trabalho reside em colaborar intensamente para o seu conhecimento, uma terra desprezada que vale 16 trilhões de dólares, segundo pesquisa da Nasa, com 300 dos mais capacitados cientistas do mundo – o LBA da Nasa, grande escola da Biosfera e Atmosfera na Amazônia, década de 90.

    Parabéns, Roberto Gueudeville!

    Patricia Gueudeville

    Publicitária, formada pela UnB, diretora da Revista Viver Bem

    APRESENTAÇÃO

    O MAIOR CRIME DA HUMANIDADE

    Uma hecatombe – o Brasil está destruindo o maior patrimônio genético da Terra!

    Os brasileiros já conseguiram destruir 100 milhões de hectares, 20% da floresta amazônica, em menos de 40 anos, área equivalente aos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, toda a região Sul do País.

    Em 2015, segundo informações oficiais do Governo Federal, abateram média de 5 milhões de hectares.

    A permanecerem esses números, em mais 40 anos, 2056, destruir-se-ão mais 200 milhões de hectares. Com 300 milhões destruídos, a floresta sobrevivente não suportará, começará a morrer. Teremos um cenário de vômitos dos intestinos da terra, no dizer do escritor amazonense Sebastiao Moura Costa.

    O mais grave, diante dessa tragédia monumental, é que a sociedade e as autoridades brasileiras não demonstram a menor preocupação com o fato de destruirmos o maior e mais importante banco genético do planeta, a grande biblioteca e sua mega diversidade biológica. A ausência de educação e de consciência é estarrecedora.

    As razões dessa inconsciência, e mesmo desprezo, estão consubstanciadas no fato de a única ligação da Amazônia com o Brasil ser as linhas de transmissão de energia elétrica de Tucuruí, Belo Monte, Jirau, Santo Antônio e Tapajós. Não há diálogo. São duas culturas antípodas.

    Para mágoa de 25 milhões de amazônidas, sua terra permanece o grande almoxarifado do Brasil, desde 1616.

    O plebiscito comprovará que eles sonham com a liberdade de construir o seu futuro, quebrando os grilhões de uma dependência nefasta e inglória. Sonham com um novo país.

    A reação virá de fora, principalmente dos Estados Unidos, que terão sua poderosa agricultura afetada pela catástrofe. Haverá intervenção na Amazônia e uma forte campanha no mundo crucificando 200 milhões de brasileiros e seus governos.

    Como o Estado brasileiro não tem vontade política de mudar os rumos do grande desastre, defendemos que a solução mais séria e pragmática será a criação de um novo país, como permite a Constituição de 1988, mediante plebiscito.

    A administração, planejamento e gestão do novo país serão de responsabilidade dos homens sérios da Amazônia (valiosa minoria), aqueles que realmente detêm o conhecimento de seus ecossistemas e de sua biodiversidade, aplicando ciência, tecnologia e inovação, com recursos gerados pelas parcerias com todos os países do primeiro mundo, mediante acordos e convênios sérios. A ausência de desenvolvimento esmaga o mais pobre.

    ARAKYSSAWA

    Se os 25 milhões de amazônidas resolverem, por qualquer motivo, dizer NÃO ao plebiscito, só nos resta um caminho: ir em busca de ARAKYSSAWA. O homem em busca da terra sem mal, a pousada do sol, a utopia de todos os índios. Para eles, a terra é como a extensão do seu próprio corpo. Depois, veio o homem branco e roubou Arakyssawa. Poluiu e contaminou toda a terra, os rios, os igarapés, os lagos, destruiu as árvores e matou os bichos. Desrespeitou todas as leis naturais de Arakyssawa, a terra sem mal, a pousada do sol. E o homem branco conseguiu destruir a si próprio, implantando o mal na terra virgem e sagrada de Arakyssawa. Depois de sua morte, o rei sol convidou todos os deuses para recriar a terra sem mal, só para os índios. Assim, todos os anos, no verão, eles saem em longas viagens, rumo ao poente, em busca de Arakyssawa, a terra sem mal, a pousada do sol. O templo que guarda os segredos da vida.

    SUMÁRIO

    CONSIDERAÇÕES INICIAIS

    ADESÃO AO IMPÉRIO FOI UM CRIME DE GUERRA 

    Os grandes sertanistas brasileiros 

    Quando a paixão supera a ambição 

    A morte do grande chefe branco 

    O empate no Acre, a grilagem no Pará e a soja em Mato Grosso 

    A usura da Vale 

    Biopirataria favorece a invasão da Amazônia pela ciência e tecnologia 

    As soluções que o governo joga no lixo 

    A solução existe desde antes de cristo 

    Educação tradicional anula cultura do jovem 

    O exemplo 

    Pacto amazônico e unamaz não decolam 

    Terra – a bagunça que o governo implantou 

    O descompasso permanece 

    O mau uso da terra 

    Várzeas: Brasil despreza riqueza que a natureza cria e aduba de graça 

    A fertilidade da terra depende da água que a enriquece 

    Como fazer 

    Redução da miséria 

    Biodiversidade e biopirataria por que o Brasil ignora? 

    Camilo Viana – o guardião da floresta 

    Quem não sabe, copia 

    Os sete caminhos para a floresta não morrer 

    Desmatamento irracional 

    Cultivo das várzeas 

    Monoculturas naturais 

    Sistemas agroflorestais 

    O medo de morrer e a coragem de viver 

    A arte de pagar o bem com o mal não é privilégio do homem branco 

    Extrativismo gera o panperismo secular: o mito da sustentabilidade 

    O extrativismo e o crescimento do mercado 

    O extrativismo como ciclo econômico 

    Qual seria a solução para a Amazônia? 

    O fascínio de um mundo verde que o brasil pode perder 

    O poder de um grande sonho 

    O longo caminho para o batismo na floresta

    BORRACHA – A CULTURA DA ESCRAVIDÃO BRANCA 

    POR QUE FORDLÂNDIA NÃO DEU CERTO 

    OURO E FOME – BINÔMIO DO TAPAJÓS 

    VIDA COM OS ÍNDIOS KAIAPÓ DO XINGU

    NO POSTO INDíGENA JK 

    EM BUSCA DOS ÍNDIOS CABEÇA PELADA 

    A EPOPEIA DA RODOVIA TRANSAMAZÔNICA 

    AS GARRAS DA DITADURA 

    RONDÔNIA: O BANCO MUNDIAL FINANCIOU A DESTRUIÇÃO DA FLORESTA

    UM CELEIRO DE RIQUEZA 

    OS ANDES - VULCÃO EXPELE O BOM E O MAU 

    MINERAÇÃO: OS TESOUROS QUE A FLORESTA ESCONDE 

    100 ANOS DE ATRASO 

    AMAZÔNIA – TERRA SEM DONO 

    O GOVERNO NÃO SABE O QUE QUER 

    MAIS UMA TENTATIVA 

    O TERROR IMPOSTO PELO NARCOTRÁFICO 

    A CAMINHO DO INFERNO 

    O EXÉRCITO 

    A FALÊNCIA DO ESTADO – I 

    O TESOURO SERÁ SAQUEADO SEMPRE 

    NÃO QUEREMOS ESMOLAS 

    A FALÊNCIA DO ESTADO – II 

    A COBIÇA QUER A DESINTEGRAÇÃO DA AMAZÔNIA 

    NUVENS SOMBRIAS 

    OS NOVOS ESTADOS INDÍGENAS 

    O ÍNDIO E A ONU 

    SOLUÇÃO É FÁCIL 

    O PENSAMENTO SELVAGEM DE LEVI-STRAUSS ELIMINA O ÍNDIO BOM DE ROUSSEAU 

    EM BUCKINGHAM 

    A INCOMPETÊNCIA DE BRASÍLIA ALIMENTA A FOGUEIRA NA FLORESTA 

    O BRASIL NÃO ESTÁ FALANDO SÉRIO! 

    A FOGUEIRA CONTINUA 

    BRASILEIRO TEM COMPLEXO DE VIRA-LATA 

    NOVA ERA PARA A FLORESTA QUE GUARDA OS SEGREDOS DA VIDA 

    O ERRO ESTÁ NA CABEÇA DO HOMEM BRASILEIRO 

    NOVA ERA 

    OS PROJETOS 

    POR QUE OS MALES E OS PECADOS DO PAÍS DO FUTURO BLOQUEIAM O DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA

    UM NOVO PAÍS 

    A HERANÇA MALDITA GERADA POR ASTÚCIA DO DIABO 

    O GARGALO ESTÁ NA GESTÃO 

    ENERGIA E MINERAÇÃO 

    ÁGUA – SÃO TRÊS GRANDES BACIAS AMAZÔNICAS 

    O FAZENDEIRO USURPOU AS TERRAS DOS ÍNDIOS GUAICURUS QUE LUTARAM NA GUERRA DO PARAGUAI 

    O LBA DA NASA 

    GENÉTICA DA FLORESTA 

    NÃO HÁ FUTURO 

    EDUCAÇÃO 

    A VERDADE 

    UM PAÍS BLOQUEADO POR UMA ELITE RETRÓGRADA 

    MEIO AMBIENTE 

    O GIGANTE AJOELHOU 

    RAZÕES BÁSICAS PARA A SEPARAÇÃO 

    POPULAÇÃO EXIGE MUDANÇA – I 

    POPULAÇÃO EXIGE MUDANÇA – II 

    POPULAÇÃO EXIGE MUDANÇA – III 

    A REALIDADE DO DESPREZO ASSUSTA 

    AGRICULTURA – SOLUÇÃO QUE O GOVERNO DESPREZA 

    CONGRESSO DISPLICENTE 

    ARAKYSSAWA

    REFERÊNCIAS

    CONSIDERAÇÕES INICIAIS

    A incapacidade do governo anula o futuro de 25 milhões de amazônidas e mantém a virgindade do mais importante, maior e mais rico banco genético do planeta, habitado por miseráveis vítimas da incompetência brasileira.

    A democracia no Brasil dura apenas 3 minutos – o tempo necessário para se exercer o voto obrigatório. Logo depois o Governo e o Estado a extinguem. Ela desaparece...

    *

    Trezentos cientistas do mundo desenvolvido (Projeto LBA da NASA) descobriram que a floresta amazônica em pé pode produzir geneticamente US$ 13 trilhões anualmente – um PIB dos Estados Unidos da América. Os brasileiros não acreditam nisso. Consideram um mito e ignoram o assunto. Incrível. Roberto Campos estava certo.

    O Brasil poderá perder a Amazônia, por não conhecer os seus ecossistemas, não saber o que fazer com o banco genético mais importante do planeta, ignorar seus ativos ambientais que vão beneficiar a humanidade e pelo desprezo que lhe devota a sociedade não amazônida,

    *

    O termo de adesão ao governo imperial de D. Pedro I, de agosto de 1823, foi imposto ao Pará pela força das armas.

    O Imperador, homem truculento e pusilânime, ordenou ao Cap. Grenfell, mercenário inglês, pau mandado de Cochrane, o primeiro almirante do Brasil, nomeado por D. Pedro, que agisse com determinação. O inglês afrontou a junta governamental paraense: ou aceitavam ou Belém seria bombardeada. Foi o grande erro político do Pará.

    Propomos que as Assembleias Estaduais dos sete estados amazônicos, solicitem ao STF a nulidade do ato, por coação violenta e trabalhem junto aos TREs/TSE para a realização de um plebiscito para que os 25 milhões de amazônidas decidam os destinos da região, libertando-se da incompetência de Brasília, com base legal no Artigo 18, parágrafo 3º da Constituição Federal – Organização Política e Administrativa da União. E também a PEC 327, da CCJ – Comissão

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