Desperdiçando rima
By Karina Buhr
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Em Desperdiçando rima tudo se mistura em prosa e verso para oferecer aos leitores, nas palavras de Karina, "sortimentos variados, cheiros azedos, gostinho doce e mais ou menos", nascidos nas mais diversas ocasiões. É possível identificar sentimentos como alegria, saudade, raiva, amor e mágoa, bem como uma visão crítica em relação ao mundo em que vivemos. Entre um texto e outro, desenhos, nos quais a figura feminina se destaca.
Diferentemente do que o título sugere, Desperdiçando rima faz bom uso das palavras, deixando a critério de quem lê escolher a ordem de saborear uma apetitosa "sopinha de letras", como define a autora. Quem mergulha na obra de Karina certamente vai perceber que ela foi bem-sucedida: sua narrativa não apenas faz sentido, como toca a alma dos leitores.
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Book preview
Desperdiçando rima - Karina Buhr
DESPERDIÇANDO RIMA
Karina Buhr
Pra Alexandre amor
Alexandre irmão
Pri irmã
Ingrid mãe
e tia Susi.
Pros Môs
Tati Rodello
Guga Cutelo
...
...
...
...
Pra Serena, mãe Edenis e Ró.
Obrigada, Clara Averbuck e Xico Sá, pelos conselhos a jato.
Marina Lima e Gregório Duvivier!
Editora Rocco e Mariana Rolier, pelo convite emocionante!
Gustavo Ranieri e Revista da Cultura, pela instiga...
Sumário
Para pular o Sumário, clique aqui.
A Peleja do Prefácio
Ano-Novo
Goiabada seca
Na banca de revista
Pescada
Comunicação Estranha
Cordão Encarnado
Aguenta Nem Tudo o Que Crê
Por merecimento
Distorcendo o Poeta
Lomelina
Margarita
Moça, me dá um pão?
Co incidência
Ouvindo os Fogos e Seguindo as Panelas
Vida boa é a do atrasado
Reintegração de Posso
A casa que caiu
Casa que carma
Nenhuma Vista
Caso grave
A marca que o caminho deixa
Quem sabe a norma erra a forma Quem tem culpa faz sofrer
Quando a Cobra Torce o Rabo
Área de recreação no subsolo
Glutamato Monossódico
Soltinhas
O Pote na Ponte
Guajira
Diga o Nome do Homem
Queria ser uma chuva
Desperdiço-me
Falta de Sorte
Túmulos nimbos
Não tendo flores
Tem Dia Que
Países Líderes
Bad Trip
Acordei feliz
Sem Volta
Exército
Axé
Vela e Navalha
Ódio
Acorda pra Cuspir!
Quero rímel
Visto Temporário
Estados Zunidos
Fome que não passa com comida
O mano espacial
Mina
Pra não comerem seu fígado
sol
O triste da morte não é a dor
Um dilema sem sorte na frente do vento de sal
Bonecas de Argola
Adiou
Como são cômodos
Existo
Miragem
Não sinto sono
Placa
Dragão
Já Era
Doce
Asilah Lorena
Peixo Nilo
Só sei que ligaram pra dizer
Vômito
Toalha de Pic Nic
Conta-gotas
Tua apatia
Olaria de noite fria
Pixo
Aluga-se
Praia Persona
Estação Santa Luzia
Flora da Horta
Cor da parede
O Chapéu de Mainá
Do Bruto pra Rebentação
Daiquiri Press Lemon
A marca de batom no copo
Palavreado
Josefe Werner
São João
Pra compensar
Na direção do Chão
Trabalho Escolar
Caçador
Oxum
Todo dia
Todo dia de manhã
Opostos
No Egipto
Essa planta é tão bonita
Monarquia
Burca
Tá na mesa
Feras na Farra
Guerreou
Covardia
Estelita
Dia Manso
Relampejos
Dimensão
a favor
Fim dos tempos
a algo há a
Abuso de Poder
Amor
Ficha de Emprego
Felicitad
Esôfago Perfurado
Poperô Belezal
Selfloveless
Âncora
Eu Monstro Você
Solidão Inauguração
Medo
Posteridade
Encosto Galeroso
Você me feriu
Mãos
Era uma vez
Carangueja
Emburrado
Plano Piloto
Nomeio
Pimenta no Corte
Satã Guria tã
Amarras de Menina
No dia seguinte da morte
Mentira de verdade
Talvez e Principalmente
Créditos
A Autora
A Peleja do Prefácio
A tentação do trocadilho rasteiro é quase irresistível, sandalinha no verão...
Principalmente prefácio próprio.
Não sei se eu digo... prefácio é difícil.
Mas aqui está ele pra quem gosta.
Quem, como eu, não gosta, pule sem dó!
Vou só me apresentar.
Um cara que tinha um fanzine que, desculpa, não lembro qual, há muitos anos, em Olinda, na frente dos correios, me perguntou
- Por que Karina Blue?
- É nome de chacrete, eu gosto. Pode pronunciar Bur
, vovô me dá licença.
E assim tem sido.
Esse aqui é um primeiro livro.
Quando era pequena lia muito, depois parou.
Ficava no pódio de Cirandas de Livros da escola, aquela situação confortável com a sociedade. Depois passou.
Sofria com isso de ter passado, comprava os livros e não lia, ficavam ali enfeitando, as visitas achando bonito eles na estante.
Mas aí eu, que não tinha medo de avião antes, passei a ter depois. E um tempo depois ainda, me pegava feliz de pegar um avião, porque lá em cima não tem internet e posso ler em paz.
Tem voo que tem, tá certo, mas ainda não peguei desses. Ô glória!
Então voltei a ler, assim, do medo de avião, que me sacudiu de novo nas turbulências livreiras.
Obrigada, força aérea!
Não a militar, a dos ares mesmo.
A militar de jeito nenhum, mas aí já é outro livro.
Nessas páginas que vão começar logo mais tem umas coisas diversas, coisas que, a princípio, não são músicas, mas depois de começado o samba, que elas virem o que quiserem, ou fiquem quietas aqui, esperando algum suspiro de alguém que passe por elas.
Tem uma só que já era música, mas quis que morasse aqui mesmo assim. Falta de Sorte
. Está no disco Vou Voltar Andando, da Comadre Fulozinha.
As outras páginas têm sortimentos variados, cheiros azedos, gostinho doce e mais ou menos.
Não tem isso de tema.
Tema é qualquer coisa que respira ou que, quando vê, suspira.
Isso de tema não vale tirar por ele, muito menos eu tentar explicar qualquer coisa do que acontece entre ele, meu olho, minha mão e o que aparece nesse livro pra você.
Você.
Falo com a parede enquanto escrevo isso, mas deve estar fazendo algum sentido no momento em que lê.
Espero.
Algumas coisas que estão aqui nasceram a partir de uns textos publicados na minha