O médico e o monstro: The strange case of dr. Jekyll and mr. Hyde
()
About this ebook
Robert Louis Stevenson
Robert Louis Stevenson was born in Edinburgh in 1850, the only son of an engineer, Thomas Stevenson. Despite a lifetime of poor health, Stevenson was a keen traveller, and his first book An Inland Voyage (1878) recounted a canoe tour of France and Belgium. In 1880, he married an American divorcee, Fanny Osbourne, and there followed Stevenson's most productive period, in which he wrote, amongst other books, Treasure Island (1883), The Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde, and Kidnapped (both 1886). In 1888, Stevenson left Britain in search of a more salubrious climate, settling in Samoa, where he died in 1894.
Read more from Robert Louis Stevenson
Fábulas do mundo todo: Esopo, Leonardo da Vinci, Andersen, Tolstoi e muitos outros Rating: 5 out of 5 stars5/5O Clube dos suicidas Rating: 3 out of 5 stars3/5
Related to O médico e o monstro
Related ebooks
O médico e o monstro: Versão adaptada para neoleitores Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Médico e o Monstro: O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde Rating: 5 out of 5 stars5/5A ciclista solitária e outras histórias Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA gaiola de faraday Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO perfume das flores à noite Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsLouisa May Alcott: vida, cartas e diários Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAntônia e a Caça ao Tesouro Cósmico Rating: 5 out of 5 stars5/5Sonhando com o Apocalipse Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEu te escrevo de Auschwitz: As cartas inéditas dos prisioneiros do campo de concentração Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Estranho Caso de Benjamin Button Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsClássicos Góticos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDe Profundis Rating: 4 out of 5 stars4/5O Caso de Charles Dexter Ward Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Maravilhoso mundo de Oz Rating: 3 out of 5 stars3/5Melodias do infinito Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsBox - Obras de Edgar Allan Poe: Vol. 2 Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO cachorro e seu menino Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsBox Franz Kafka com 3 livros Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA casa da porta branca Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsUm coração singelo Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDezessete mortos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsVendo a vida com as mãos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAs esquinas de andrômeda Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA filha perfeita Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Vigário de Wakefield Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsQuando mamãe adoeceu Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA volta do parafuso Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAs viagens de Gulliver Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO chamado selvagem Rating: 0 out of 5 stars0 ratings
YA Classics For You
Caçadas de Pedrinho + Hans Staden Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsContos de fadas Rating: 5 out of 5 stars5/5História das Invenções Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsMulherzinhas - Adoráveis Mulheres Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsViagem ao Céu Rating: 5 out of 5 stars5/5A princesinha Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsOs Sete Enforcados Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Saci Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAnne e a Casa dos Sonhos Rating: 5 out of 5 stars5/5O Homem da areia Rating: 4 out of 5 stars4/5PINÓQUIO Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsTEMPOS DIFÍCEIS - Dickens Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAnne de Windy Poplars Rating: 5 out of 5 stars5/5O pequeno lorde Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEmília no País da Gramática Rating: 5 out of 5 stars5/5MOWGLI: O Menino Lobo - Rudyard Kipling Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsReinações de Narizinho Rating: 5 out of 5 stars5/5Vale do Arco-Íris Rating: 1 out of 5 stars1/5Os sinos da agonia Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsSílvia Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Fera na Selva Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPigmalião Rating: 5 out of 5 stars5/5O monge negro Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO piolho viajante: viagens em mil e uma carapuças Rating: 2 out of 5 stars2/5A Espanhola inglesa Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPeter Pan Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsUm coração singelo Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsFábulas de La Fontaine um Estudo do Comportamento Humano Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsBartleby, o escriturário Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCUORE: Edição Bilíngue Rating: 0 out of 5 stars0 ratings
Reviews for O médico e o monstro
0 ratings0 reviews
Book preview
O médico e o monstro - Robert Louis Stevenson
Edição bilíngue
Robert Louis Stevenson
title1The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde
Adaptação de Telma Guimarães
Ilustrações de Pablo De Bella
logo Editora do BrasilPara Antonio Carvalhal,
meu querido tio Toninho!
O médico e o monstro
Uma porta no caminho
Atrás do senhor Hyde
O calmo doutor Jekyll
O assassinato de Carew
A carta
O extraordinário incidente do Dr. Lanyon
Um acontecimento à janela
Uma visita noturna
A carta do doutor Lanyon
A carta de Henry Jekyll
The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde
Glossary
A real natureza humana
Imagem6
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
120
121
122
123
124
125
ImagemUma porta no caminho
O advogado, senhor Utterson, era um homem de sorriso difícil, que pouco falava. Magro, alto e de semblante triste, conseguia, contudo, ser uma pessoa amável e bastante respeitada. Um homem modesto, cujas amizades cresciam como a hera: ao longo do tempo e independentes de suas características. Um de seus parentes longínquos, Richard Enfield, havia se tornado uma companhia fiel. Nada tinham em comum, mas costumavam sair para passear juntos durante as manhãs de domingo, nas quais aproveitavam para compartilhar os acontecimentos da semana.
Numa dessas caminhadas, os dois amigos seguiam tranquilamente por um bairro agitado de Londres quando decidiram entrar numa pequena rua, barulhenta de segunda a sexta, porém calma aos finais de semana. Os moradores pareciam estar indo bem nos negócios e, acreditando que iam melhorar ainda mais, caprichavam na decoração, que atraía os transeuntes. Mesmo aos domingos, quando os enfeites mais charmosos eram recolhidos e as calçadas ficavam desimpedidas, a rua brilhava em contraste com a vizinhança sombria, como um fogo na floresta. As persianas pintadas, os metais polidos e a limpeza digna de elogio chamavam a atenção de todos.
Quase na esquina, do lado esquerdo de quem caminhava para o lado leste, havia um pátio abandonado. Lá existia uma casa de dois andares, sem janelas, de paredes descoloridas, com uma única porta no térreo. Trazia, em seu aspecto malcuidado, as marcas da negligência. Nenhum sino ali e no beiral marcas de fósforo feitas pelos moradores de rua... Os degraus funcionavam como palco para as brincadeiras das crianças, sendo que as mais crescidas amolavam suas facas no batente. Por quase uma geração, ninguém surgiu ali para afugentar esses visitantes ou arrumar os danos causados por eles.
Os dois homens estavam do outro lado da rua e, ao passarem na frente da casa, Enfield perguntou, apontando com a bengala:
– Você viu aquela porta?
– Sim! – Utterson respondeu.
– Ela me faz lembrar de uma história muito estranha – continuou Enfield.
– Pode me contá-la?
– Eu conto… Já passava das três da manhã de um dia de inverno quando eu voltava pelas ruas desertas… Nada havia, a não ser lampiões. Nenhuma alma perambulando. Todos dormiam. Os lampiões acesos pareciam fazer parte de uma procissão vazia. O que eu mais queria naquele momento era avistar um policial, pois me sentia bastante aflito. Não muito depois, vi dois vultos: o de um homem baixo que andava depressa para o leste e o de uma menina de uns oito ou dez anos que vinha correndo de uma rua diagonal. Imagine você que os dois se chocaram bem na esquina! E o pior de tudo: o homem passou a pisar no corpo da menina, deixando-a no chão, aos gritos. A cena era horrível! Ele não parecia um homem, mas uma criatura agindo de forma incontrolável – Enfield tinha os olhos arregalados.
– Não posso acreditar! O que aconteceu depois?
– Saí correndo, gritando na direção dele, e o agarrei pelo colarinho, fazendo com que voltasse para junto da criança, onde um grupo de pessoas já a cercava. Ele estava bem tranquilo e nem se opôs, mas me olhou de uma forma tão terrível que cheguei a gelar de medo. As pessoas ao redor da menina eram os próprios familiares dela. Logo depois, o médico, Dr. Sawbones, a quem tinham ido buscar, apareceu. O doutor relatou que não havia nada de grave com a menina; ela estava bem assustada e nada mais.
– Um milagre nada ter acontecido a ela! – Utterson exclamou.
– Com certeza você deve estar pensando que o caso termina aqui. Pois não termina, não. Eu senti uma enorme aversão em relação ao agressor! O mesmo ocorreu com a família da criança, o que era natural. Fiquei impressionado com o médico. Não consegui concluir sua idade, apenas que era escocês, por causa do sotaque de Edimburgo. Era tão emotivo quanto uma gaita de fole. Bem, percebi que a cada vez que ele olhava para o prisioneiro, seu rosto ficava pálido... Parecia que queria matá-lo. Eu sabia o que se passava em sua mente e ele sabia o que se passava na minha. De qualquer forma, matar o lunático estava fora de cogitação!
Assim, dissemos ao agressor que pretendíamos fazer um escândalo tremendo, que seu nome ficaria sujo em toda a cidade. Se tivesse amigos, os perderia, assim como o crédito no banco. Por incrível que pareça, apesar de estar meio assustado, o maluco tinha um ar de zombaria.
Nenhum cavalheiro gosta de escândalos. Se querem tirar proveito desse acidente, não tenho o que fazer. Digam o valor!
, ele exclamou.
Pedimos a quantia de cem libras para a família da menina. Era hora então de pegar o dinheiro… E aonde pensa que ele nos levou? Àquele sobrado ali, sem janelas e com uma porta!
Pois bem, lá chegando, tirou uma chave, entrou e logo voltou com dez libras em moedas de ouro e um cheque do Banco Coutts¹, de alto valor, assinado por uma pessoa bastante conhecida, frequente nos jornais da cidade, cujo nome não posso citar. Comentei com o agressor que não se entra assim, de uma hora para outra, pela porta que leva a um porão, às quatro da madrugada, e volta trazendo um cheque de outra pessoa no valor de quase cem libras... Ao que ele respondeu:
Não se preocupe. Fico com vocês até que o banco abra as portas. E eu mesmo descontarei o cheque.
Dito isso, eu, meu amigo, o agressor e o pai da menina fomos à minha casa e lá ficamos até o horário da abertura do banco. Após o café da manhã, para lá nos dirigimos. Eu tinha uma desconfiança de que o cheque era falso. Mas não era.
Imagem– Veja só! – Utterson exclamou.
– Percebo que pensa como eu! – pontuou Enfield. – Não dá para acreditar… De um lado, um homem que, com tal comportamento, nem deve ter amigos; de outro, o que assinava o cheque, uma pessoa do bem. Só pode ser chantagem! Uma pessoa honesta pagando por algo que cometeu em sua época de juventude. A casa da chantagem
! Acho que vou me referir assim àquela casa de agora em diante! No entanto, estamos longe de uma explicação completa – finalizou, pensativo.
– Sabe