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Direitos Humanos na matriz curricular do curso de Direito da Universidade Metodista de São Paulo
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Direitos Humanos na matriz curricular do curso de Direito da Universidade Metodista de São Paulo

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Qual a importância do estudo dos Direitos Humanos nas faculdades de direito? Esta questão, muitas vezes, é relegada a um segundo plano pelas faculdades e universidades que procuram mirar, atualmente, em matérias mais práticas na vida profissional do bacharel em Direito. Entretanto, não se pode olvidar que os Direitos Humanos representam matéria basilar ao estudo das ciências jurídicas e elemento fundamental para a formação do indivíduo que pretende seguir a tão bela carreira jurídica em todas as suas vertentes, como se tem observado nas universidades em todo o mundo. O livro aborda o tema da inclusão dos Direitos Humanos na matriz curricular da citada universidade, trazendo uma reflexão, positiva e humanizada, sobre a importância do estudo da matéria como elemento formador do operador do direito em todos os seus ramos de atuação.
LanguagePortuguês
Release dateOct 23, 2020
ISBN9786588068946
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    Direitos Humanos na matriz curricular do curso de Direito da Universidade Metodista de São Paulo - Vanessa Bianchi Mochetti

    AGRADECIMENTOS

    A Deus que me deu saúde, laços fortes, uma belíssima família e que permitiu a realização deste sonho.

    Aos meus pais que apesar de toda a dificuldade me repassaram valores morais e éticos.

    Ao meu grande amor, parceiro pelo apoio incondicional e permanente.

    A minha filha Lara, que apesar de tão pequena, compreendeu meus momentos de ausência dedicados a esta dissertação. Obrigada de coração!

    Aos Professores da Universidade Metodista de São Paulo, Marcelo Furlin e Adriana Azevedo que por meio de suas aulas proporcionaram momentos de amizade e conhecimento impagáveis.

    Ao meu orientador, Prof. Dr. Sérgio Marcus Nogueira Tavares que me direcionou nos caminhos que levaram ao conhecimento, à reflexão e à perfeita conclusão deste trabalho, apesar de todas as dificuldades acadêmicas não medindo esforços para isso.

    "Com relação às grandes aspirações dos homens de boa vontade, já estamos demasiadamente atrasados.

    Busquemos não aumentar esse atraso com nossa incredulidade, com nossa indolência, com nosso ceticismo. Não temos muito tempo a perder"

    Extraído do livro A Era dos Direitos,

    Norberto Bobbio

    LISTA DE ABREVIATURAS

    - a.C. – antes de Cristo

    - Art - artigo.

    - DH – Direitos Humanos

    - DUDH – Declaração Universal dos direitos humanos

    - IES – Instituição de Ensino Superior

    - UMESP – Universidade Metodista De São Paulo

    - OAB – Ordem Dos Advogados Do Brasil

    - PMEDH – Programa mundial em direitos humanos

    - ONU – Organização Das Nações Unidas

    - CEIS20-UC – Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra

    - UC – Universidade de Coimbra

    - UP – Universidade do Porto

    SUMÁRIO

    Capa

    Folha de Rosto

    Créditos

    INTRODUÇÃO

    1. - DIREITOS HUMANOS X DIREITOS FUNDAMENTAIS: UMA OPOSIÇÃO APARENTE

    1.1. - Características dos Direitos Humanos

    1.2. - Breve evolução dos Direitos Humanos

    1.2.1. - Divulgação dos Direitos Humanos21

    1.2.1.1. - Petição de Direito (1628)

    1.2.1.2. - Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776)

    1.2.1.3. - A Constituição dos Estados Unidos da América (1787)

    1.2.1.4. - A Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão – Declaração Francesa (1789)

    1.2.1.5. = Declaração dos Direitos (1791)

    1.2.1.6. - A Primeira Convenção de Genebra (1864)

    1.2.1.7. - As Nações Unidas (1945)

    1.2.1.8. - A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)

    1.2.2. - A Evolução histórica dos Direitos Humanos no Brasil

    1.3. - Os Direitos Humanos e a Pena de Morte: uma discussão diametralmente oposta

    1.4 - Os direitos humanos e os romances do século XVIII: uma forma de enfrentar o novo

    1.5. - Primeiras obras sobre direitos humanos

    1.6. - A evolução histórica dos direitos humanos fundamentais

    1.7. - Contribuição de alguns grandes expoentes aos direitos humanos

    2. - EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS: INTERFACES

    3. - A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE

    3.1. - Repercussões e reflexões

    4. - A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE DIREITO NAS CONDIÇÕES ATUAIS DE ENSINO ACADÊMICO

    4.1. - A evolução e as transformações do curso de Direito nas últimas décadas

    4.2. - A Formação do estudante do curso de Direito e a participação de diferentes atores

    4.2.1. - Da legislação que institui novas diretrizes curriculares nacionais no curso de Direito

    4.3. - A prática jurídica como elemento de distinção curricular

    4.4. - O reflexo da ausência da disciplina DH nas matrizes dos cursos de Direito e indicações de alternativas viáveis

    4.5. - A visão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)

    5. - ABORDAGEM DE DIREITOS HUMANOS NO CURSO DE DIREITO DA UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO (UMESP)

    5.1. - Inclusão social e no trabalho

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    ANEXO A – DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM PREÂMBULO

    ANEXO B - DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS115

    ANEXO C – APRESENTAÇÃO DE TCCS – DIREITO – 2018/02 UMESP

    ANEXO D – ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO DE DIREITO DA UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO (UMESP)

    ANEXO E - RESOLUÇÃO Nº 5, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018

    Landmarks

    Capa

    Folha de Rosto

    Página de Créditos

    Sumário

    Bibliografia

    INTRODUÇÃO

    A inclusão do tema Direitos Humanos (DH) no ensino das Instituições de Ensino Superior (IES) ocorre em alguns casos como matéria obrigatória, podendo resultar na formação humanista do educando e contribuir para a formação de profissionais mais autônomos, responsáveis, éticos. E assim, habilitados para participar da construção social como protagonistas de suas próprias histórias.

    Atualmente, o papel dessa área do direito na sociedade se mostra não menos importante na medida em que encontramos diuturnamente movimentação entre povos, imigrações, êxodos de uma população pressionada pelas atitudes bárbaras praticadas por ditadores em seus países de origem, através de um movimento destacado pela imprensa internacional, tal como o êxodo dos refugiados que tem invadido os países mais desenvolvidos da Europa.

    Assim pretende-se debater de que maneira a formação em DH – realizada na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) por meio de aulas, atividades complementares, oficinas, palestras, escritórios jurídicos, estágios supervisionados, núcleos de prática jurídica dentre outras possibilidades – contribui para aquisição de suporte teórico e prático no desenvolvimento de habilidades e competências dos profissionais do direito, proporcionando a ressignificação e a recontextualização das práticas e dos saberes destes profissionais para atuação na contemporaneidade.

    A inclusão dessa disciplina na matriz curricular parece trazer os profissionais de direito para um novo contexto, sendo fundamental, e que somente alcançará frutos e êxitos se a matéria de Direitos Humanos for contemplada de maneira objetiva no curso de graduação.

    Essa necessidade já havia sido levantada por Flávia Piovesan¹ ao citar as primeiras mas discretas iniciativas e experiências de Instituições de Ensino voltadas à inserção dos DH como matéria nos cursos de Graduação e Pós-Graduação, citando como motivos dessa necessidade de: a) a emergência dos DH como pauta crescentemente incorporada às Instituições; b) às respostas dadas por estas Instituições e c) a necessidade de criação de um espaço de interlocução e atuação destas Instituições para a implantação da matéria.

    A citada autora alia como justificativas para a inclusão da matéria nos cursos de direito, ainda, o necessário exame do que ela chama de Direito Internacional dos Direitos Humanos, seus órgãos, tratados e os reflexos destes acordos ou tratados internacionais no direito interno brasileiro.

    Independente disso pode-se afirmar que a discussão sobre a inclusão da matéria de Direitos Humanos nos cursos de Direito chega tardiamente no universo escolar e universitário, vez que sua presença nas grades curriculares das faculdades deu-se apenas a partir da década de 2010. Desde a metade do século XX, momento histórico em que os países perceberam a importância do tema com a Declaração de Direitos do Homem de 1948, tal temática poderia, e por que não dizer, deveria fazer parte dos currículos universitários, em especial nos cursos de Direito.

    A inserção da matéria DH naquele momento histórico se fazia necessária como forma de disseminar as ideias propostas na Declaração. Sem dúvidas, àquela época iniciava-se uma nova fase na história com o término da segunda grande guerra e seus efeitos catastróficos. Ali, a influência dos DH por meio do seu estudo acadêmico, despertaria o tema nas pessoas de maneira exponencial.

    Caso isto tivesse ocorrido, pelo menos duas gerações de operadores do Direito teriam tido contato com a temática, o que teria aprimorado sobremaneira as relações humanas nesta área de atuação social. Dessa maneira, a inclusão da disciplina nos cursos de Direito, assim como seus impactos, precisa ser pesquisada para verificar se os seus objetivos, previstos no Programa Mundial para Educação em Direitos Humanos (PMEDH), estão sendo cumpridos pelo Brasil.

    O PMEDH² possui os seguintes objetivos: contribuir para o desenvolvimento de uma cultura de direitos humanos; promover o entendimento comum com base em instrumentos internacionais, princípios e metodologias básicas para a educação em direitos humanos; assegurar que a educação em direitos humanos receba a devida atenção nos planos nacional, regional e internacional; proporcionar um marco coletivo comum para a adoção de medidas a cargo de todos os agentes pertinentes; ampliar as oportunidades de cooperação e de associação em todos os níveis; aproveitar e apoiar os programas de educação em direitos humanos existentes, ilustrar as práticas satisfatórias e incentivar sua continuação ou ampliação, assim como criar novas práticas.

    Com a implementação desse tema na educação formal do bacharel em Direito no nível superior, a disseminação dos direitos básicos entre a população poderá torná-la mais informada e mais atenta ao tema. E com mais informação e educação o Poder Público se obrigará a desenvolver Políticas Educacionais voltadas ao estudo, pesquisa e implementação dos Direitos Humanos nas escolas.

    Isto causará um aumento na capacidade dos integrantes da sociedade de lidar com mudanças sociais, contemporâneas, capacitando-os para a vida em uma sociedade marcada pela técnica, informação, discriminação e tolerância à diversidade. Além disso, estará o estudante adstrito a uma formação ética e preparado para o exercício da cidadania³ crítica e participativa.

    Se levadas à risca as orientações do PMEDH (Programa Mundial para Educação em Direitos Humanos), consequentemente será formada uma geração de indivíduos mais autônomos e engajados política e moralmente, com a sociedade em que vivem. Ou seja, a ampliação da discussão dos direitos humanos conduz o educando a uma visão humanística que o preparará para uma observação e aplicação do Direito como ferramenta, visando desmontar as arbitrariedades e discriminações que infelizmente ainda imperam na sociedade atual.

    Desse modo, traça-se como objetivo geral do trabalho inventariar⁴ sobre a implantação da temática DH no curso de Direito da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), refletir sobre a articulação dessa disciplina no campo profissional jurídico e analisar seus impactos para os futuros profissionais da área jurídica.

    Assim, poderemos compreender a abrangência desta formação e discutir a contribuição da disciplina (DH) para a formação dos alunos, o que pode resultar em um profissional mais humano e autônomo, que vá além da boa técnica jurídica e da norma.

    Como método para o presente trabalho, analisaremos a grade curricular do curso de Direito da Universidade Metodista e a aplicação desta disciplina nestas ementas, comparando as concepções educacionais, sempre observando os fins e os meios propostos para a aplicação e desenvolvimento no curso em questão, no entendimento de que a mudança de comportamento dos seres humanos, está intrinsicamente ligada às possibilidades de uma mudança de padrão civilizatório.


    1 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. Disponível em: . Palestra realizada em João Pessoa PB 2003. Acesso em: 25.04.2018

    2 Plan of Action: World Programme for Human Rights Education; first phase. Publicado em 2006 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). Disponível em: . pg 16. Acesso em: 25.03.2018.

    3 Segundo Dalmo de Abreu Dallari: A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. O que é cidadania?. Departamento de Direitos Humanos e Cidadania – DEDIHC. Disponível em: . Acesso em: 07.07.2019.

    4 Segundo o portal dicio, inventariar significa: fazer uma enumeração detalhada; descrever (alguma coisa) com riqueza de detalhes. Disponível em: . Acesso em: 07.07.2019.

    1. - DIREITOS HUMANOS X DIREITOS FUNDAMENTAIS: UMA OPOSIÇÃO APARENTE

    Inúmeros doutrinadores de renome podem ser utilizados para definir Direitos Humanos. Mesmo que tomemos todos estes e resumíssemos em um só conceito, os elementos seriam comuns e não refogem à ideia central deste conjunto de normas.

    Inicialmente tomamos o conceito de Piovesan⁵, segundo a qual: o conceito de direitos humanos é dotado de universalidade, pois possui extensão universal, pois basta possuir condição de pessoa para ser titular de direitos. Portanto, o ser humano é visto como um ser essencialmente moral com unicidade existencial e dignidade.

    Ainda podemos mencionar Paulo Gustavo Gonet Branco⁶, para quem a expressão direitos humanos ou direitos do homem, é reservada para àquelas reivindicações de perene respeito a certas posições essenciais ao homem. São direitos postulados em bases jusnaturalistas, contam com índole filosófica e não possuem como característica básica a positivação em uma ordem jurídica particular.

    Em uma tradução não oficial, vale afirmar que bases jusnaturalistas significam que o direito é fundamentado na natureza do ser humano, o chamado Direito Natural. Em razão disso, estes direitos não precisam estar escritos em uma lei ou na constituição, por exemplo, pois são naturais ou inerentes ao ser humano. O exemplo clássico é o direito à vida ou mesmo à liberdade. Não há necessidade de uma lei para se usufruir desta garantia.

    Norberto Bobbio⁷ é crítico dessa forma de Direito, ao exprimir que o que falta à lei natural é exatamente o que constitui o elemento característico do direito, a sua efetividade, seu caráter punitivo em caso de descumprimento. Para ele, o direito natural é um direito desarmado, pois ninguém nega que ele exprima uma exigência, uma proposta, mas por não possuir força para fazer-se valer não é direito no sentido corrente da palavra.

    Para Marcio de Almeida Farias⁸, a conceituação de forma direta e objetiva de DH significa que são:

    direitos básicos inerentes a todas as pessoas sem distinção, adquiridos com seu nascimento, tais como o direito à vida, à liberdade de locomoção, à liberdade expressão, liberdade de culto, dentre outras, que ainda não receberam positivação constitucional e até então são apenas aspirações. As pessoas já nascem sendo titulares desses direitos básicos.

    Bobbio⁹ define Direitos Humanos como sendo "princípios que resumem a concepção de uma convivência digna, livre e igual de todos os seres humanos, válidos para todos os povos, em todos os tempos."

    Vivemos atualmente em um novo paradigma no que tange aos DH. Um paradigma que só foi possível em razão de uma série de transformações sociais, políticas e jurídicas nas últimas décadas, sobretudo a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. Trata-se do paradigma jurídico dos DH, uma vez que deixaram de ser meras proposições ético-políticas e passam a ter vínculo jurídico, ou seja, juridicidade no plano internacional.

    Quando se fala em vínculo jurídico ou juridicidade dos DH, isto quer dizer que estes direitos deixaram de participar de debates e discursos internos em grupos de países ou em entidades internacionais para se tornarem Direitos Positivados nos países que os adotaram como base de direitos em sua sociedade.

    Nesse contexto, a juridicidade pode ser definida como a qualidade de ser jurídico, ou em conformidade com os princípios e as formas de direito. Conclui-se como sendo a própria legalidade, o próprio Direito Positivo, que nada mais é do que o direito colocado em uma sociedade de forma escrita, para que todos o conheçam da maneira mais ampla possível.

    Num conceito mais abrangente, toma-se a lição de Fátima Aparecida Kian¹⁰ segundo a qual Direitos Humanos são:

    Um conjunto de regras pelas quais o Estado e todos os cidadãos a ele pertencente devem respeitar e obedecer, são um conjunto de leis e vantagens prerrogativas que devem ser reconhecidos como essência pura para uma vida digna, ou seja, não ser inferior ou superior a outros seres em razão da diferença de sexo, raça, religião ou etnia, a principal função dos direitos humanos é a proteção dos indivíduos contra as injustiças, arbitrariedades, autoritarismos e abuso de poder. Os direitos humanos são sinônimos de liberdade...

    De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) os direitos humanos são garantias de proteção às pessoas contra ações ou falta de ações dos governos que possam colocar em risco a dignidade humana. São direitos humanos básicos como o direito à vida, à liberdade, à liberdade de expressão, de opinião e de religião, direito à saúde, à educação e ao trabalho.

    Diante de todos estes elementos, os DH se definem como direitos para a manutenção da dignidade da pessoa humana em suas multifacetadas dimensões e necessidades, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição, podendo-se destacar como primeiro elemento o direito à vida, pois não se pode cogitar a existência do direito sem a presença da vida humana. Em nossa opinião, importante citar, também, o direito à igualdade e a não discriminação em razão do sexo, da cor da pele ou da opção religiosa. Igualmente, o direito a uma moradia digna, à segurança e ao trabalho digno não podem ser esquecidos. Os demais DH podem variar conforme a região, o país, a necessidade e a conjuntura existente naquele momento histórico e naquele exato local. Como por exemplo, o direito à água ou à alimentação digna e adequada, e assim por diante.

    No que tange aos direitos fundamentais, estes, em alguns momentos se confundem na sua literalidade e na sua essência com os DH, pois são os mesmos direitos essenciais à pessoa, fundamentais ou humanos.

    Entretanto, a doutrina os difere por meio de uma linha muito tênue. Vicente Paulo¹¹ detalha que os DH são direitos pertencentes ao homem de forma universal sem referência a determinado ordenamento ou Direito Positivado, ou ainda a determinado território ou limite geográfico. Fundamentais, por sua vez, são direitos relacionados às

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