A Produção do Conhecimento na Escola
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Sobre este e-book
O livro A Produção do Conhecimento na Escola lança luz sobre a reflexão acima, questionando o modo como o conhecimento apresenta-se sistematizado, organizado e fragmentado, corroborando com a lógica de funcionamento da escola fundamentada na racionalidade moderna, numa epistemologia que coloca em lados opostos o sujeito e o objeto do conhecimento, isentando o mundo da vida. É a partir desse ponto que se afirma que ao fundamentar-se no conhecimento científico, o que a escola ganha em rigor ao seguir normas padrão, ao universalizar, ela perde em riqueza.
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A Produção do Conhecimento na Escola - Catia Corrêa Michalovicz
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
AGRADECIMENTOS
À minha família, pelo apoio incondicional, pela paciência e tolerância, pela acolhida nos momentos de necessidade e pela compreensão da ausência em tantos momentos nos anos de doutorado.
Aos amigos, por toda torcida e também compreensão do distanciamento.
Ao meu orientador no doutorado em Educação, professor doutor Lindomar Wessler Boneti, pelas reflexões e direcionamentos na produção de conhecimento, pelo auxílio em muitos momentos da minha caminhada, pela parceria e amizade.
Ao professor doutor Gilson Ricardo de Medeiros Pereira e às professoras doutoras Maria de Lourdes Gisi, Regina de Cássia Bergamaschi Bley, Sandra Maria Mattar e Iêda Viana pelas importantes contribuições a este trabalho.
A todas as professoras, ao professor e aos demais profissionais que se constituíram sujeitos desta pesquisa, pela pronta aceitação de participarem, por disponibilizarem seu tempo para as entrevistas e pelo apoio ao trabalho.
PREFÁCIO
É com responsabilidade e muito prazer que apresentamos aos leitores e às leitoras uma obra que traz ao público um debate sobre uma das temáticas mais importantes, ainda não tão discutida entre os pensadores educacionais na atualidade, que é a relação da escola com a produção do conhecimento.
O livro A produção do conhecimento na escola é resultado de uma brilhante tese de doutorado defendida pela autora, Cátia Corrêa Michalovicz. A pesquisadora defendeu e comprovou a tese de que apesar de os professores terem clareza da necessidade da produção coletiva do conhecimento que leva à emancipação do sujeito, alinhada à epistemologia do sujeito-sujeito, a prática docente, em decorrência da institucionalidade da escola (seu conjunto de normas e regras de funcionamento/ação), na verdade, se retém à reprodução do conhecimento e ao conhecimento regulação, na perspectiva de Boaventura de Souza Santos, alinhando-se à epistemologia do sujeito-objeto.
No contexto brasileiro, trata-se de uma temática extremamente importante para a comunidade acadêmica, trazendo grandes contribuições ao atual debate sobre o papel da escola do ensinar fazer versus o ensinar pensar. Isso porque se considera que somente o ensinar pensar pode resultar em produção do conhecimento e autonomia do sujeito, e que o ensinar fazer é resultado da prática da reprodução do conhecimento.
Assim, o tema da pesquisa da qual resultou este livro é instigante, pois aborda uma questão não só relevante mas, sobretudo, complexa, que é a relação entre a escola e o conhecimento na contemporaneidade.
No âmbito dessa temática - o conhecimento e sua relação com a escola e o mundo prático da vida - a autora dialoga com muita propriedade, entre outros pensadores, com Boaventura de Souza Santos, especialmente em relação ao seu livro Conhecimento Prudente para uma Vida Decente, abordando o Conhecimento Moderno versus Conhecimento Prudente na Contemporaneidade. Assim, a autora apresenta uma relevante reflexão sobre a necessidade de horizontalização do conhecimento, ou seja, a não supremacia do conhecimento científico sobre o senso comum ou qualquer outra forma de conhecimento, seja ela qual for. Assim, destaca a importância de que não haja, na escola ou fora dela, a desqualificação de uma forma de conhecimento em função de outra. Isso implica em questionar os princípios que fundamentam a racionalidade moderna e impregnam as nossas escolas ainda hoje, levando à não observância das diferenças; à discriminação; à hierarquização; à exclusão. Estamos falando do princípio da homogeneidade e do etnocentrismo, basicamente.
Dando continuidade a esta análise, a autora se detém à produção do conhecimento na escola; se a escola na contemporaneidade produz conhecimento e a forma como esse conhecimento se materializa, enfocando duas vertentes distintas de pesquisa: a que indica que a escola não é o local de transmissão de conhecimento e sim de produção do mesmo, numa perspectiva mais emancipatória, e a outra vertente, contrariamente, que demonstra o caráter reprodutor e de transmissão de conhecimentos da escola; que a escola é um campo de disputas, dialogando com Pierre Bourdieu quando este afirma ser o sistema escolar um dos fatores mais eficazes de conservação social, e a escola um espaço de reprodução das desigualdades e de legitimação dos privilégios sociais. Neste sentido, a autora amplia a discussão para diferentes concepções acerca da produção e divulgação de conhecimento, a disputa entre a perspectiva do conhecimento-regulação e a perspectiva do conhecimento-emancipação.
Trata-se de uma produção teórica consistente, dialogando com uma vasta produção acadêmica a respeito da temática de estudo, sempre com preservação da maturidade teórica da autora, revelada na forma de conduzir a análise.
A presente obra explicita os caminhos percorridos durante a realização da pesquisa de forma clara e consistente. Leva em conta o rigor do método necessário para uma pesquisa científica, sem entretanto exacerbar a lógica formal da ciência, o que poderia engessar
o seu percurso metodológico. Aborda o objeto sob múltiplas perspectivas, fruto da observação cuidadosa, do aprofundamento, da vigilância epistemológica
e com a prudência metodológica
necessárias, como dizem Bourdieu e Passeron, na obra Ofício de Sociólogo: metodologia da pesquisa na sociologia (2010), ou seja, a autora demonstrou, na produção do seu trabalho de pesquisa do qual resultou sua tese de doutoramento e o presente livro, ter o olhar sociológico
de que nos fala Charles Wright Mills no livro A Imaginação Sociológica, ou seja, o olhar que nos permite ver para além do que está evidente, do concreto presente, o que revela o melhor da pessoa que pesquisa.
Por tudo isso esta é, sem dúvida, uma bela obra!
Regina Bergamaschi Bley
Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Docente do Curso de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Uni-Brasil e Diretora do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos do Estado do Paraná.
APRESENTAÇÃO
Este livro, com pequenas adaptações, constitui minha pesquisa sobre a produção de conhecimento na escola, e foi parte do projeto de pesquisa realizado durante o doutorado em Educação na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Publicá-lo no formato de livro permite não apenas que se divulgue de outra maneira a pesquisa, mas também que se suscite o debate acerca do tema em questão: a relação entre a escola e o conhecimento.
Mas qual o sentido de analisar tal relação? A resposta está intimamente ligada aos muitos anos de experiência em docência no ensino fundamental da rede pública de ensino e a observação das dificuldades e coexistências de sentidos do ensino e da produção de conhecimento em um mesmo ambiente escolar.
Compreendendo a escola enquanto instituição detentora da legitimidade de proferir a verdade, numa alusão ao projeto de modernidade que se engendra no ambiente escolar, parti da perspectiva de que a escola ainda¹ constitui-se como o lócus privilegiado para a apropriação, transmissão e produção do conhecimento. Conhecimento este que se apresenta sistematizado, organizado e fragmentado, corroborando com a lógica de funcionamento da escola fundamentada na racionalidade moderna, numa epistemologia que coloca em lados opostos o sujeito e o objeto do conhecimento, isentando o mundo da vida.
A produção do conhecimento enquanto função docente na instituição escolar está no cerne das discussões empreendidas neste livro, almejando-se lançar luz à função docente tanto como produtora, quanto facilitadora da produção de conhecimento, no ensino fundamental. Destacando-se outro ponto chave para a publicação do estudo em formato de livro: a maioria das pesquisas que tratam da produção de conhecimento tem como lócus de investigação a universidade, o ensino superior, visto que neste nível de ensino é reconhecido e legitimado enquanto produtor de conhecimento, ao passo que o ensino fundamental raramente é visto por esse viés.
O que procurei analisar, com pequenos óculos sociológicos, foi a constatação de que apesar de os professores terem clareza da necessidade da produção coletiva do conhecimento que leva à emancipação do sujeito, por meio da epistemologia sujeito-sujeito, a prática docente, em decorrência da institucionalidade da escola (seu conjunto de normas e regras de funcionamento/ação), e a produção do conhecimento se retêm ao conhecimento regulação, numa aproximação direta com a epistemologia sujeito-objeto.
O estudo evidenciou que a produção de conhec