O Livro da Mulher: Guia para vivermos saudáveis e felizes todas as fases da vida
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About this ebook
O Livro da Mulher é um guia para todas as mulheres, nas diferentes fases da vida, desde as descobertas da infância, as aventuras da adolescência, a idade adulta, as dúvidas da gravidez e pós-parto, a maturidade da menopausa.
Este é um livro escrito por uma mulher para todas as mulheres. Um guia que nos revela os segredos do corpo e da mente femininas, as flutuações hormonais e de humor, esclarece sobre a menstruação, os métodos contracetivos e as doenças ginecológicas mais frequentes. No qual desvendam a sexualidade, a alimentação mais adequada em cada fase da vida, a atividade física mais benéfica. Um livro que nos mostra como vivermos de forma saudável.
Este é O Livro da Mulher. Escrito e pensado especialmente para as mulheres, desde a infância até à idade adulta e à fase pós-menopausa, passando pela adolescência, pela gravidez e pelo pós-parto.
Com dicas para ultrapassar os principais problemas de saúde, para comer bem e viver melhor. Com respostas às principais dúvidas das mulheres e indicações dos principais exames de rotina e consultas médicas importantes
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Book preview
O Livro da Mulher - Sofia Serrano
FICHA TÉCNICA
info@culturaeditora.pt I www.culturaeditora.pt
—
© Sofia Serrano e Cultura Editora
Título: O Livro da Mulher — Guia para vivermos saudáveis e felizes todas as fases da vida
Autor: Sofia Serrano
Revisão: Silvina de Sousa
Paginação: Gráfica 99
Capa: Marina Costa/Cultura Editora
Fotografia da autora: Pau Storch
1.ª edição em papel: Abril de 2018
Impressão e acabamento: Multitipo — Artes Gráficas, Lda.
Reservados todos os direitos. Esta publicação não pode ser reproduzida, nem transmitida, no todo ou em parte, por qualquer processo eletrónico, mecânico, fotocópia, fotográfico, gravação ou outros, nem ser introduzida numa base de dados, difundida ou de qualquer forma copiada para uso público ou privado, sem prévia autorização por escrito do Editor.
AVISO IMPORTANTE
A autora envidou todos os esforços no sentido de garantir que as informações contidas neste livro fossem corretas e adequadas ao público leitor. No entanto, nem a autora nem a editora atuam na área da prestação de serviços ou aconselhamento a leitores particulares. Os conteúdos deste livro têm mero caráter divulgativo e não visam substituir as consultas médicas pessoais. Todas as questões relativas à sua saúde implicam uma supervisão médica direta. Nesse sentido, a autora e a editora não poderão ser responsabilizadas por danos ou prejuízos emergentes da leitura desta obra. Consulte sempre o seu médico especialista antes de tomar qualquer decisão relativa à sua saúde.
DEDICATÓRIA
Este livro é dedicado a todas as mulheres.
•
A mulher é uma substância tal, que, por mais que a estudes, sempre encontrarás nela alguma coisa totalmente nova.
LEV TOLSTOI
, escritor
Introdução
Ser mulher é um desafio. Temos de ser fortes, porque queremos vencer no mercado de trabalho e ser boas naquilo que fazemos, marcar a diferença, melhorar o mundo. Ao mesmo tempo somos sensíveis e emotivas e possuímos um sétimo sentido, que nos guia para lá da razão.
Somos mães e fazemos tudo pelos nossos filhos — e ficamos para sempre ligadas a eles, mesmo depois de cortado o cordão umbilical, largadas as fraldas, dado o primeiro beijo, ou eles terem saído de casa.
Ou escolhemos um caminho diferente que não o da maternidade e percorremo-lo com força e determinação, acreditando nas nossas capacidades, muitas vezes com dúvidas, mas sempre com persistência.
Também somos esposas e amantes, com humor efervescente e hormono-dependente, seres apaixonados, por natureza. Apaixonantes.
Ser mulher é conseguir conciliar o trabalho com o tempo para os filhos, levá-los à escola, ao futebol e ao ballet, lanchar com as amigas, ajudá-los nos trabalhos de casa, fazer o jantar e ainda ter um copo de vinho tinto à espera do marido, para uns instantes a dois. Adormecê-los com contos de fadas e levantarmo-nos à noite para ter a certeza de que estão bem. Acordar com energia depois de uma noite em branco e continuarmos bonitas.
Ser mulher é termos capacidade para gerir mil e uma coisas em simultâneo, e achar que somos sempre capazes de mais.
É ter dias em que nos sentimos cansadas (às vezes mesmo muito cansadas!), em que precisamos de tempo e espaço só para nós.
É irmos sentindo o passar dos anos, constatando as mudanças no corpo e no humor (e aprender a viver com isso) e compreender o que nos faz bem.
É não desistir dos sonhos e acreditar que tudo é possível. É sermos workaholics, mães-a-tempo-inteiro, donas de casa, apaixonadas. Às vezes é difícil. Mas somos mulheres, e, no dia seguinte, fazemos tudo de novo — com aquele brilho nos olhos.
E a saúde torna-se algo indispensável nesta nossa viagem pela vida.
Porque somos mulheres, este livro é para nós. Um guia sobre a nossa saúde, o nosso corpo, as nossas flutuações hormonais. Um livro que nos revela os segredos do nosso organismo, do aparelho reprodutor feminino. Que esclarece sobre a menstruação, os métodos contracetivos e as doenças ginecológicas mais frequentes.
Um guia sobre a nossa sexualidade, as várias fases da vida da mulher e a melhor maneira de as vivermos do modo mais saudável possível. As respostas às perguntas que sempre quisemos fazer ao nosso ginecologista, mas para as quais nunca tivemos coragem.
Este é o Livro da Mulher. Escrito e pensado especialmente para as mulheres, desde a infância até à fase pós-menopausa, passando pela adolescência, pela gravidez e pelo pós-parto. Com dicas para ultrapassar os principais problemas de saúde, comer bem, viver bem. Com as respostas às principais dúvidas.
Este é um livro para todas nós. Para ler e reler sempre que se precisar. E é dedicado a todas as mulheres que tenho o privilégio de cuidar como médica ginecologista-obstetra.
M. SOFIA SERRANO S.
Médica especialista em ginecologia e obstetrícia
I
Todas diferentes, todas iguais
Nós somos mulheres, nós somos diferentes.
São as nossas imperfeições que fazem de nós únicas e bonitas.
GISELE BÜNDCHEN
, modelo
O nosso corpo, a nossa mente
O corpo das mulheres possui características muito particulares. Temos órgãos diferentes dos homens, uma sensibilidade apurada. Somos donas de alterações hormonais marcadas, que começam na adolescência e que se tornam uma verdadeira montanha-russa de emoções e sensações todos os meses, até à menopausa.
A puberdade transforma o nosso corpo de meninas num corpo com curvas e com mais massa gorda. Depois, muda de forma extraordinária na gravidez e leva muito tempo a voltar ao normal — por vezes nunca mais nos sentimos «como antes». Após a menopausa também surgem alterações marcadas, desde a pele ao cabelo e à forma como vivemos a sexualidade.
É importante conhecermos o nosso corpo, estarmos confortáveis na nossa pele. O facto de nos conhecermos permite-nos detetar imediatamente as alterações e manter a nossa saúde.
Infância — só os órgãos genitais permitem dizer se estamos perante uma menina ou menino.
Adolescência — com a puberdade, e o início da produção de hormonas pelos órgãos reprodutores femininos, o corpo da mulher começa a mudar: surgem pelos púbicos nas axilas e no monte de Vénus, a percentagem de massa gorda aumenta e as curvas também. Os seios começam a crescer.
Idade adulta — os seios estão completamente formados. As ancas estão mais largas. A percentagem de gordura corporal é entre 25 a 29%.
Mulher madura — aquando da menopausa, verificam-se novas alterações no corpo da mulher, com redistribuição da gordura corporal, que se acumula mais na cintura. A pele e o cabelo ficam mais secos e registam-se importantes alterações a nível da vulva e vagina, com atrofia das mesmas, pela paragem da produção de hormonas pelos ovários.
Vários estudos ao longo dos anos têm demonstrado que o cérebro das mulheres e o dos homens funcionam de modo diferente. A nossa mente é única.
As hormonas influenciam de forma importante o nosso comportamento em cada dia do mês — e por isso podemos ter flutuações de humor marcadas, e diárias. Temos mais desejo sexual cerca de dez dias após o início da menstruação e sentimo-nos ótimas. Depois, à medida que se aproxima o período seguinte, só nos apetece ficar no sofá, com uma manta, um chá quente e um bom livro.
Somos intuitivas — e a nossa intuição é biológica, e não mística. Conseguimos facilmente descodificar as necessidades dos outros, em particular dos filhos. Quantas de nós não percebem que o filho está a ficar doente só de olhar para ele?
Vários investigadores explicam isto através da evolução e da seleção natural: pensa-se que as mulheres, ao longo do tempo, foram selecionadas pelas suas capacidades de perceber se os filhos precisavam de comida, calor ou conforto sem recorrer a palavras, assegurando assim a sobrevivência da espécie.
Está demonstrado que as mulheres se lembram mais facilmente das características físicas dos outros, e descodificam rapidamente as mensagens não verbais: expressões faciais, posturas, tons de voz.
Também sob uma situação de stresse, as mulheres reagem de forma diferente à dos homens: nelas, o clássico fight or flight (o «lutar ou fugir») é geralmente uma reação mais estratégica e menos agressiva. Mais planeada e até manipuladora. Ou seja, a evolução mostra ainda que as mulheres tiveram de aprender a desenvolver formas de evitar a agressividade, porque a sobrevivência dos seus filhos dependia de si.
Quando falamos de ansiedade e dor, também temos verificado que o nosso cérebro é o mais sensível em termos de resposta: respondemos mais facilmente a pequenas quantidades de stresse, mas também temos maior capacidade para nos adaptar a altos níveis do mesmo. Esta sensibilidade ao stresse parece trazer alguns benefícios: torna-nos mais flexíveis e abre a nossa mente, alargando horizontes. Mas deixa-nos mais propícias a depressões e a sofrer de stresse pós-traumático.
Não gostamos de conflitos — mas detestamos quando não temos resposta do outro lado. Os cientistas que estudam as respostas cerebrais humanas verificaram que, possivelmente pela nossa intuição biológica, aceitamos melhor uma resposta negativa do que a ausência dela.
E somos muito complexas a nível sexual — está demonstrado que, para termos um orgasmo, várias áreas cerebrais têm de estar «desligadas», e é fácil este equilíbrio ser perturbado e o desejo sexual desaparecer. Bastam o choro do filho no quarto ao lado ou o dia de stresse no trabalho. Podemos recusar o avanço do parceiro só porque temos fome, estamos enervadas com alguma coisa ou porque, simplesmente, temos os pés gelados.
Também a gravidez altera o nosso cérebro, e há vários estudos que demonstram que a memória, em particular, é muito afetada pela gestação. Pensa-se que estas alterações têm que ver com a preparação dos circuitos neuronais para a maternidade. Porque, na verdade, ter filhos implica grandes alterações na vida. Mas a evolução mostra que as mulheres sempre se apoiaram umas às outras na tarefa de criar os filhos — apesar de ser cada vez menos frequente na nossa sociedade moderna, com muita tendência para vivermos isolados, num ritmo diário acelerado. Partilhar a tarefa da maternidade com outras mães parece ser benéfico para mães e filhos, a nível físico e emocional — o tradicional provérbio it takes a village to raise a child (é preciso uma aldeia para criar uma criança).
Os laços entre mães e filhos são únicos, e a amamentação é uma das formas de se estabelecer uma ligação importante e ao mesmo tempo assegurar a saúde. Amamentar parece estar relacionado com a redução de vários tipos de stresse na mulher, além de outros benefícios cientificamente comprovados, como perda de peso mais fácil ou a melhoria da imunidade no recém-nascido. Um estudo recente demonstrou que a amamentação daria ao cérebro da mãe uma sensação de bem-estar mais intenso e prazeroso do que a cocaína.
Podemos dizer que as mulheres passam duas vezes pela adolescência: porque, depois de termos ultrapassado a puberdade e chegado à vida adulta, entramos novamente numa época de flutuações hormonais e mudanças de humor intensas, bem como transformações físicas — a perimenopausa. Começa por volta dos 43 anos e atinge o seu máximo aos 47-48. Há alterações de sono, suores noturnos e, acima de tudo, flutuações de humor marcadas. Em média, as mulheres entram na menopausa aos 52 anos, mas todos estes sintomas podem continuar e influenciar bastante o dia a dia.
Depois da menopausa, entramos numa nova fase da vida: mais maduras, mais confiantes. As mulheres continuam muito vocacionadas para ajudar e tratar dos outros, mas o foco geralmente muda da família (porque normalmente o ninho já está vazio) para a comunidade. Nesta altura, sentimos que precisamos mais de ser «nós próprias» depois de anos a cuidar dos filhos. Por isso, podemos dedicar-nos mais à carreira, voltar a estudar, viajar. Nesta fase, o nosso cérebro e as nossas hormonas tornam-nos mais aventureiras e confiantes. E ainda há tanto para viver!
Os órgãos femininos
O aparelho reprodutor
O aparelho reprodutor feminino corresponde ao conjunto dos órgãos da mulher que estão envolvidos na reprodução.
É constituído pelos órgãos genitais internos e externos. Os órgãos internos são: vagina, útero, trompas de Falópio e ovários. Os órgãos externos são: monte de Vénus (monte púbico) e vulva, que engloba os grandes lábios, os pequenos lábios e o clitóris.
O sistema reprodutor feminino