Andreia Nobre

O Guia (Mal-Humorado) do Feminismo Radical

Takes rabujentos sobre a teoria feminista

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Andreia Nobre afirma o direito moral de ser identificada como a autora deste trabalho.

Second edition

Proofreading by (Revisão) Michele Vanessa da Silva (In Memorian)

Cover art by (Capa) Ingrid Peixoto

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Este trabalho é dedicado a todas as mulheres que estão Terrivelmente Exaustas de Repetir os Fatos.

É claro que eu não estou preocupada com homens que ficam intimidados. O tipo de homem que fica intimidado comigo é exatamente o tipo de homem por quem eu não tenho nenhum interesse.

Chimamanda Ngozi Adichie

Contents

Antes da gente começar…

1. Feministas radicais

2. Feminismo Radical

3. A Teoria Feminista

4. Para quem é o feminismo?

5. Uma teoria feminista radical?

6. Opressão feminina

7. Maternidade compulsória

8. Vitimização?

9. Interseccionalidade

10. Políticas identitárias

11. Identidade de gênero

12. Diferenças sexuais

13. O feminismo é uma luta coletiva

14. O tal do empoderamento

15. A socialização

Considerações finais sobre toda essa loucura

Notes

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Antes da gente começar…

Então, você acha que sabe o que é o feminismo radical¹. Ou, talvez, você seja uma mulher que se considera uma feminista radical. Ou – checando aqui as minhas anotações, com horror – um homem que chama a si próprio de feministo radical, ou qualquer outro tipo de feministo mesmo, em vez de um aliado das feministas.

Talvez você seja uma das várias pessoas que já ouviram falar horrores do feminismo radical e está se sentindo, agora mesmo, a própria reencarnação da Elizabeth Hubbard - a adolescente americana que acusou várias meninas (inclusive uma de apenas 5 anos) e mulheres de bruxaria, dando início ao julgamento das bruxas de Salém, nos EUA.

Ou você pode ter sido radicalizada pelos grupos de maternidade da Internet. Você teve o seu bebê, a sua vida virou de cabeça para baixo, e a sociedade te disse que você não pode mais ter opinião sobre absolutamente nada. Nadica de nada. Nunca mais.

Só porque você teve um filho e ficou em tempo integral com ele. Ou voltou a trabalhar. Ou amamentou. Ou não. Ou usou fraldas descartáveis nos seus filhos. Ou não. De qualquer forma, você agora está sempre errada. Você é o tipo errado de feminista. O tipo errado de mulher. Até mesmo o tipo errado de mãe. Você agora é alguém que não sabe mais distinguir a sua direita da sua esquerda. A sociedade pensa que o seu cérebro derreteu na gravidez, e agora as pessoas à sua volta dizem que as suas opiniões não importam mais porque você, agora, é só uma mãe. Mesmo que seja uma mãe radical.

Mas ainda que você não se identifique com nenhuma das categorias descritas acima, este livro também pode ser para você. Pelo bem da verdade, da justiça, e por estar de saco cheio de não conseguir derrubar o patriarcado porque – que surpresa – a maioria das pessoas sequer considera admitir a possibilidade de que nós vivemos em um sistema patriarcal, eu decidi tentar desmantelar alguns dos equívocos que as pessoas fazem a respeito do feminismo radical.

Na sagrada tradição da rabugice.

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Feministas radicais