O Princípio da Inerência do Risco na Atividade Empresarial: um estudo dos meios para evitar a crise da empresa
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O Princípio da Inerência do Risco na Atividade Empresarial - Modesto de Paula
tecnologias.
O CARÁTER CONTRATUAL DOS VÍNCULOS EMPRESARIAIS
O direito, como todos dizem, tem por escopo regular as relações humanas. Antiga- mente se pensava que o direito funcionava impondo comportamentos a pessoas e tinha a força como seu fundamento de validade. Era a época do estudo dos functores deônticos: permitir, proibir e obrigar.
Com os estudos posteriores, a partir de Savigny, começamos a pensar o direito sob outra ótica: a das relações jurídicas. O direito funciona estabelecendo relações entre as pessoas, ou administrando a forma sob a qual as pessoas estabelecem relações obrigatórias entre si. Esses vínculos jurídicos formados pela incidência de regras de direito são denominados ‘relações jurídicas’, dentre os quais estão os ‘contratos’, relações jurídicas voluntárias, denominados mais modernamente de ‘negócios jurídicos’. Como o homem é um ser que só vive em sociedade, em relações uns com outros, de forma natural ou não, voluntária ou não, pretendemos, apenas para organização do raciocínio, apresentar uma visão que nada tem de nova, mas muito elucidativa para entendermos a influência dos princípios sobre as ligações humanas.
Como sabemos, princípios são regras de orientação do comportamento humano, com amplitude geral e universal, reconhecidas por todos os componentes dessa sociedade, de cujo reconhecimento tira o seu fundamento de validade. Por isso, existem princípios científicos, sociais, éticos, morais, religiosos, e princípios jurídicos. Os princípios científicos são deduzidos pela experiência. Os princípios sociais, éticos e morais são deduzidos da vivência humana. E os princípios religiosos e jurídicos são impostos pela autoridade, de forma direta ou indireta, pela dedução de seu enunciado com base em imposições diretas. É o campo de existência dos princípios implícitos. São regras não escritas, mas reveladas e justificadas por normas jurídicas positivadas.
OS VÍNCULOS HUMANOS
Nessa visão, assume importância o estudo sociológico dos vínculos humanos, até para sabermos se os ‘princípios’, que exercem influência no estabelecimento dos vínculos jurídicos, são criação exclusiva do direito ou se, de alguma forma, têm sua origem em outra dimensão.
A natureza biológica do ser humano é de um mamífero agressivo, predador e violento que sobreviveu durante milhões de anos matando para comer e buscando a reprodução a qualquer custo. Todo animal, do sapo ao homo sapiens, só existe porque todos os ancestrais, desde seus pais e avós até os mais remotos, sem nenhuma exceção, foram bem-sucedidos. Sobre essa afirmação veja REINACH, Fernando. Nossa casca rachada. In: O Estado de S. Paulo. Publicado em: 02 dez. 2017, p. A-26.
O que veio separar o ser humano de outros animais na natureza foi o verniz cultural, moral e religioso por ele ‘inventado’ para possibilitar uma vida harmoniosa em sociedade. Refreou seus instintos em troca de segurança pessoal e das pessoas de sua prole. Ao usar a inteligência e estabelecer uma convivência amigável com seus semelhantes, garantiu sua própria sobrevivência sem os sobressaltos de que padecem os outros predadores na natureza.
Atualmente, o ser humano vive em vínculos e conexões com outros seres humanos, e esses vínculos, por vezes conflituosos, são objetos de várias normatividades: a moral, a ética, a religiosa e as jurídicas, dentre outras de menor importância, que interferem na sua liberdade de ação e refreiam seus instintos básicos.
Ao identificarmos esses vínculos, escolheremos para nossas finalidades os vínculos jurídicos e sua complexidade: procuraremos entender um pouco melhor o ordenamento jurídico. Os vínculos jurídicos não são os mais significativos na nossa existência porque a maioria das pessoas vive uma vida longa em sociedade sem nunca estabelecer, conscientemente, um vínculo jurídico com outra pessoa. Conscientemente, porque mesmo contra sua vontade declarada, ela está sujeita a vínculos jurídicos ‘naturais’, aqueles próprios da natureza humana, mas os quais o direito resolveu dar ‘força jurídica’. Dentre eles, citemos, por exemplo, a filiação, o casamento, a união estável e tantos outros inerentes à humanidade, que