Do corpo ao pó: Crônicas da territorialidade kaiowá e guarani nas adjacências da morte
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Sobre este e-book
— Manuela Carneiro da Cunha
Este livro foi escrito em linguagem clara, direta e com tons poéticos, o que permitiu ao autor discorrer sobre o complexo e pesado tema da morte kaiowá e guarani de modo sensível e profundo, sem o apelo fácil à trágica situação de violência e abandono vivenciada pelas comunidades onde desenvolveu a pesquisa. O tratamento dispensado aos dados faz emergir os modos kaiowá de transformação dos sentidos da morte e do morto, a partir do acionamento de elementos de sua própria cosmologia. Tal transformação é realizada em estreito diálogo com a experiência histórica atual, na compreensão e enfrentamento de situações de vulnerabilidade e conflitos fundiários. Nesse movimento, as comunidades se empenham em assegurar direitos fundamentais cotidianamente negados, em especial o acesso à terra. Os mortos passam a ser mais um ingrediente nessa luta.
— Levi Marques Pereira
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Do corpo ao pó - Bruno Martins Morais
morte.
1
AS ADJACÊNCIAS
DA MORTE
Sr. Arnaldo diante da sepultura do filho, no Passo Piraju
Foto: Cristiano Navarro
Southern trees bears a strange fruit
blood on the leaves,
blood ot the roots.
Strange fruit
, blues cantado
por Billie Holliday
— Que o guri se jogou do ônibus, e morreu. E foi assim que ele cunhou no papel, no óbito — com essas palavras foi que o Sr. Arnaldo começou a falar da morte de seu filho, um rapaz de 16 anos que caiu ou foi atirado, não sei, de um ônibus em movimento a caminho do trabalho no corte de cana. A entrevista foi tomada em agosto de 2013 no Passo Piraju, um acampamento kaiowá próximo de Dourados. Na gravação em áudio, o diálogo segue, vez em quando interrompido pelas observações de Dona Macilene, sua