NÃO AO BULLYING
By Modesta Mata
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NÃO AO BULLYING é uma obra realizada com o único propósito de sensibilizar e consciencializar todos os estratos da sociedade de quão perigoso o Bullying escolar se tornou. Para que todos unidos, unidas, partilhemos um só objetivo: idear as possíveis estratégias com vista a prevenir, deter,
Modesta Mata
Modesta Mata; nació en la República Dominicana, vive en Estados Unidos. Pensadora compositora de música: Es miembro de la sociedad general de autores, compositores y editores dominicanos de música, INC. Ha escrito más de cien poemas y canciones, “new york”, “piel de porcelana”, “un atardecer”, “el bombero”, “en honor”, “a todos los bomberos del mundo”, entre otros. Psicóloga, miembro del colegio dominicano de psicólogos de la República Dominicana CODOPSI. Ha trabajado por más de dos décadas ofreciendo charlas para adolescentes. En 2005 fundó el instituto de evaluación y orientación vocacional “INEVOMA”, dirigido a ofrecer, consejería y orientación vocacional a estudiantes de término de secundaria, con el fin de orientarlos en la elección de una carrera universitaria. En el mismo se ofrecían: modificación de conducta, técnicas de hábitos de estudios y educación en valores. Escribió varios artículos online de autoayuda para la revista realidades en New York. Tales como; “sé diferente”, “amor positivo y liberador”, “la amistad”, “recuperemos los valores”.
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NÃO AO BULLYING - Modesta Mata
Introdução
O Bullying escolar é a intimidação a que uma vítima é sujeita durante o tempo que passa na escola, podendo ocorrer tanto dentro da sala de aula, no espaço escolar ou fora dele. O assédio e a intimidação são realizados com o único propósito de causar transtorno e sofrimento consciente ou inconsciente. O Bullying pode tomar formas bastante variadas, não obstante, Bullying é sempre Bullying, podendo ser verbal, psicológico, através de gestos e/ou físico, em situações extremas. O Bullying psicológico pode resultar um dos mais perigosos, dado que, na maioria dos casos, as feridas interiores não cicatrizam.
Embora o Bullying costume ser um fenómeno escolar, existem diversos lugares onde pode ocorrer. O nosso propósito é focarmo-nos no Bullying escolar; as crianças e os adolescentes serão sempre a nossa prioridade.
O Bullying escolar é um problema que afetou e afeta milhões de crianças e adolescentes na escola, sobretudo na primária e na secundária.
Não é exclusivo de nenhum lugar. Esta problemática tem vindo a afetar incalculáveis milhares de crianças e adolescentes a nível mundial, sem que se vislumbre qualquer saída ou solução oportuna para que os estudantes que sofrem, dia a dia e ano após ano, possam frequentar a escola com a tranquilidade de saberem que não serão molestados por outros colegas de turma ou da escola a que pertencem. Transparece a ideia de ainda não se ter procurado uma solução para um problema que tem vindo a acabar com tantas vidas, sendo que, claramente, o Bullying escolar se tornou um obstáculo para que muitas crianças e adolescentes possam realizar os seus sonhos e os dos seus pais.
Há que reconhecer que os profissionais do comportamento e orientadores que trabalham nas escolas e noutros setores, têm vindo a realizar um bom trabalho até aos dias de hoje, juntamente com os professores, para que ambos, vítima e agressor, recebam a atenção de que necessitam. No entanto, apesar desse árduo trabalho, ainda há muito por fazer.
Este problema do Bullying escolar não terá solução até que a sociedade se envolva na formação e criação de ferramentas e estratégias com o propósito de prevenir e tratar o Bullying, e acima de tudo, até que se comece a olhar para o Bullying escolar como aquilo que é, um problema que, de uma ou outra forma, causa sofrimento, dor, angústia, desespero, e que está a destruir as vidas dos nossos maiores tesouros: as crianças e adolescentes.
Uma criança ou adolescente não pertence apenas à sua família, mas também a todos nós, como sociedade, porque são eles o presente e o futuro, são os adultos e os líderes de amanhã.
Foquemos os nossos olhares neste fenómeno destruidor, digamos ao Bullying escolar que não é bem-vindo; é um direito das crianças poderem frequentar a escola sem medo daquilo que outros estudantes lhes possam fazer. Eduquemos as crianças e adolescentes com base em valores, com amor, respeito, e para a paz.
Bullying escolar
O Bullying escolar é caracterizado pelos maus tratos verbais, físicos e psicológicos a que algumas crianças e adolescentes são sujeitos por parte de um ou mais colegas de escola, tanto dentro como fora dela e nas suas imediações; as crianças que se convertem em vítimas, muitas vezes, não querem assistir ás aulas em virtude do medo que sentem de serem intimidados e/ou agredidos fisicamente. Por vezes, as crianças que são sujeitas a Bullying por um colega, não se atrevem a contar aos seus pais ou tutores, umas vezes por serem ameaçados pelos agressores e outras, por medo de serem castigados pelos pais. Alguns adultos tendem a culpá-los pelas agressões sofridas, supondo que de alguma forma as motivaram; os pais que apresentam esta atitude não compreendem que um agressor não necessita de qualquer centelha de razão quando quer agredir ou fazer sofrer alguém.
Os adolescentes são os mais propensos a reagir com violência e a intimidar outros estudantes.
Tornam-se agressivos e violentos para com os seus colegas de turma ou de escola; é muito difícil para um adolescente tolerar qualquer ação, ainda que se trate de um simples gesto. Tendem a exercer Bullying sobre outro que não lhes agrade, sem razão aparente, na aula, no pátio, na cafetaria ou em qualquer lugar ao seu alcance, dentro do horário das aulas e por toda a escola. Muitos ficam à espreita, à saída da escola, para atacarem em grupo aqueles que não lhes agradam, ou simplesmente por nada, sem uma palavra, ou porque não simpatizam com a vítima ou, ainda pior, pela simples razão de esta não ser do agrado de algum dos seus amigos ou amigas.
Por motivos tão simples como não agradarem a alguém, as vítimas ouvem obscenidades e toda uma série de impropérios; são agredidas física, verbal e psicologicamente.
Na maioria dos casos, o agressor poderá ser vítima de alguma forma de violência no seu meio familiar. Existem lares em que não se recorre a maus tratos físicos na correção das crianças e adolescentes, mas existe agressão verbal, causando-lhes feridas muitas vezes incuráveis; em alguns casos, as ofensas são proferidas, inclusive, diante dos seus amigos, noutros, existem ameaças por parte de algum adulto, o que também é violência.
Tudo isto vai causando danos à personalidade, tanto dos jovens como das crianças, chegando a tal ponto que veem afetada a sua autoestima. Alguns não são agredidos física ou verbalmente, mas participam de forma passiva em algum tipo de violência doméstica por parte dos adultos. Estas crianças e adolescentes veem-se obrigados a ouvir as discussões entre adultos, chegando mesmo a presenciar violência física. Sem generalizar, acontece que, em alguns lares, os adultos envolvem os jovens nos seus conflitos, convertendo-os em partes ativas dos seus problemas enquanto casal. Idealmente, tais cenas de violência e agressões físicas ou verbais não existiriam; não sendo isto possível, deveriam cingir-se aos adultos envolvidos, sem que as crianças tivessem de estar presentes nessas desagradáveis situações.
Uma criança ou jovem que tenha tido de passar pela angústia de ver como a sua mãe é agredida verbal e fisicamente pelo seu parceiro e/ou esposo, que por vezes acontece ser seu pai, sofre só de ouvir tantas palavras difíceis que são ditas. Isto conta igualmente como violência para com o ou os menores, que, neste caso, acabam por ser os mais afetados. Por estranho ou fora de contexto que possa parecer, estas situações de violência não são exclusivamente exercidas por homens para com mulheres, existem também muitos homens que são agredidos pelas companheiras, ainda que talvez em menor grau; em ambos os casos, as crianças e adolescentes convertem-se numa espécie de recipiente onde é colocado todo o peso do conflito entre os adultos.
Esta problemática produz nas crianças e adolescentes desespero, angústia, dor, ansiedade, ressentimento e sensação de impotência, um enorme sofrimento que necessitam de canalizar de qualquer forma; para além do que já foi dito, esta situação vai também afetando o seu comportamento, produzindo stress, desânimo, fazendo, no pior dos casos, com que se transformem em agressores dos seus colegas de escola ou dos seus próprios irmãos, ou com que libertem a sua raiva em qualquer pequeno animal que encontrem no seu caminho. Se não receberem ajuda em idade precoce, formar-se-á um círculo vicioso, uma cadeia de violência que continuará a passar de uma geração para a seguinte, perpetuada por muito tempo, apenas mudando de lugar.
Aqueles que lutam diante dos mais pequenos não se dão conta do sofrimento interior que neles vão deixando.
Lutam sem terem em conta que estão, lentamente, a fazer mal aos seus próprios filhos. Não percebem que estão a violar o direito que os seus filhos têm de viver num lar de paz e harmonia, livre de violência.
Todos devem poder crescer e viver num ambiente de segurança e tranquilidade, como corresponde a todas as crianças e adolescentes do mundo. Eles não têm porque ser participantes ou espectadores de qualquer tipo de violência, situações que não são favoráveis para o seu desenvolvimento físico e emocional, e cujo controlo compete aos adultos.
Queremos homens e mulheres de bem, que cresçam sãos, física e mentalmente. Para tal, é necessário que se lhes proporcionem ambientes seguros, onde não presenciem violência de qualquer tipo. É necessário criar-lhes ambientes saudáveis, que incentivem a comunicação eficaz, onde possam expressar-se e ao mesmo tempo se sintam confortáveis.
É importante procurar um pouco de tempo para falar com as crianças e jovens sobre como lhes correu o dia na escola ou em qualquer outro lugar onde tenham ido; falar com os filhos deve ser uma regra estabelecida em todos os lares. Ouvi-los com atenção. Muitas vezes, eles querem falar com os mais velhos, mas quase nunca podem; dedicar tempo às crianças e jovens poderia mantê-los à margem de situações futuras, por vezes passíveis de se descontrolarem. A adolescência é uma fase muito difícil, tanto para o jovem como para o adulto, porém, com a tomada de algumas medidas no seio da família durante a infância, a adolescência poderá ser menos catastrófica, traumática e caótica, tanto para uns como para outros.
Quando as crianças atingem uma idade próxima dos doze anos, começam a não querer partilhar o que sentem com os adultos, a menos que se tenha criado uma muito boa empatia e laços de confiança; acima de tudo, os jovens procurarão a companhia de amigos e colegas. Para alguns pais, isto é algo que nunca chega a ser compreendido: muitos gerem este problema com cautela, mas outros tornam-se agressivos e violentos para com os seus filhos, piorando a situação.
Os jovens encontram-se a atravessar uma etapa de transição, enfrentando eles mesmos uma verdadeira contradição; as suas vidas são um turbilhão, têm milhares de perguntas e nenhuma resposta. Os seus corpos foram mudando, as suas hormonas dispararam, sentem-se como vulcões, mas daqueles que não se apagam, mesmo que lhes caia todo um rio em cima. Para os adolescentes, é complicado, é nesta etapa que surgem os complexos: alguns não gostam das suas mãos, ou demasiado grandes ou demasiado pequenas, para outros são os pés que não são perfeitos, o nariz avoluma-se um pouco, dizem-no muito grande e que não o querem assim, que o preferem muito mais fino. Outros não gostam do corpo que têm e as caras nunca são perfeitas, o que ainda piora com o nascimento de espinhas ou acne. Para todos em geral, sejam rapazes ou raparigas, a adolescência encontra-se repleta de problemas muito difíceis de controlar, tanto para os próprios como para os seus pais, pelo simples motivo de esta ser parte do processo de desenvolvimento de todos os seres humanos, uma ponte que todos temos de atravessar para chegar à idade adulta, todos temos, necessariamente, de passar pelo turbilhão da adolescência.
O que acontece é que alguns dos mais velhos já esqueceram de ter passado por esta terrível ponte que também a eles, a uns mais que a outros, se mostrou deveras balançante e instável. Se pensassem um pouco e se lembrassem de quando foram adolescentes, seriam capazes de entender e conviver com os seus filhos de forma pacífica e amena. Dar atenção aos filhos não só lhes evitará momentos desagradáveis, tornará também mais fácil para as suas crianças e adolescentes fazer frente e conseguir lidar com as dificuldades próprias desta idade.
Quando se trata de tempo e atenção, o mais importante não é a quantidade. É compreensível que a maioria das pessoas tem de trabalhar de modo a poder suprir as necessidades do dia a dia, mas isso não as exonera do dever de dar atenção de qualidade aos seus filhos; eles não precisam de quantidade, mas sim de qualidade. Uns poucos minutos de atenção de qualidade, dedicados a falar com eles e perguntar-lhes o que fizeram, que tal lhes correu o dia, a rever as suas tarefas escolares e ajudá-los com elas, caso ainda não as tenham feito. Ajudar os filhos com os trabalhos de casa, explicando, não é o mesmo que fazê-los por eles; e isto, em vez de os minimizar, trará tranquilidade às suas vidas, fazendo com que tenham menos dores de cabeça.
As crianças e jovens não necessitam apenas de uma alimentação adequada e de idas ao médico para se manterem de boa saúde física e mental, é também muito importante dar a máxima atenção à sua higiene. Quando deprimidos, alguns tendem a descuidá-la. As suas roupas devem ser mantidas devidamente limpas e arrumadas, já que alguns são vítimas de Bullying pelo simples facto de não as trazerem limpas.
É aos adultos que compete tomar o controlo de modo a que os seus filhos se mantenham em condições ótimas, não só em termos de higiene, mas em todo o seu ambiente e em tudo aquilo que a eles se refira, nos seus melhores interesses e para que tenham uma boa qualidade de vida.
Não se pode pedir aos pais que dediquem todo o seu tempo aos filhos, pois existem muitas responsabilidades próprias do dia a dia, milhares de compromissos e obrigações dentro e fora de casa. No entanto, um mínimo de tempo de qualidade, falar-lhes, abraçá-los, observá-los, fazer-lhes perguntas, apoiá-los e ajudá-los nas suas tarefas da escola, sobretudo nos dias de hoje, com os grandes avanços da tecnologia, resulta mais fácil. Mesmo o facto de não possuírem formação académica não é mais desculpa para que os pais não acompanhem os seus filhos durante o seu processo de ensino e aprendizagem.
Os pais dispõem de milhões de formas de se manterem ao corrente e acompanhar os seus filhos quando estes levam a cabo as suas tarefas e exercícios escolares: podem sentar-se junto deles, o que já é uma ajuda; podem apoiá-los, perguntando-lhes, pelo menos, como lhes correu o dia na escola: é necessário acompanhá-los. Criar, formar e educar os filhos é o único trabalho do mundo a tempo integral, com horas extra, sem remuneração e a longo termo, vinte e quatro horas por dia, noites incluídas, sete dias por semana, trezentos e sessenta e cinco dias por ano. Não obstante, sem qualquer dúvida, é um trabalho que deve ser desempenhado com dedicação, motivação e amor.
Algumas crianças não falam, e ainda menos quando algo se passa com elas, por medo de serem censuradas, culpadas ou castigadas pelos adultos. Uma boa comunicação dos pais com os seus filhos e filhas poderia evitar-lhes sofrimento no imediato e para o resto das suas vidas. Filhos serão sempre filhos e quando lhes é dada a atenção necessária, também o trabalho dos professores e autoridades escolares se torna menos complicado.
Tudo isto irá em benefício dos filhos e, consequentemente, dos pais.
O Bullying escolar é um problema que nunca foi exclusivo de uma época. Não sabemos quando, onde ou como começou. Tem marcado