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Educação como prática da diferença
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Educação como prática da diferença

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About this ebook

O livro Educação como prática da diferença envolve a articulação entre passado, presente e futuro no âmbito de experiências, construções e pensamentos produzidos por pesquisadores preocupados com as mudanças sociais em curso nas quais o reconhecimento das diferenças aparece como central para a conquista de direitos. Nosso objetivo é que ele seja mais um instrumento para a educação das relações étnico-raciais a partir do reconhecimento e da valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, garantia de seus direitos de cidadãos, reconhecimento e igual valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias e asiáticas.
LanguagePortuguês
Release dateMay 14, 2021
ISBN9786599456619
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    Educação como prática da diferença - Autores Associados

    EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA DIFERENÇA

    Armazém do Ipê

    O selo Armazém do Ipê propõe-se a alcançar um público mais amplo com lançamento de textos ágeis, de leitura agradável, versando sobre temas de candente atualidade e que possam ser também largamente utilizados pelos professores e alunos complementando o ensino das diversas disciplinas e demais componentes curriculares.

    www.autoresassociados.com.br

    ANETE ABRAMOWICZ

    LUCIA MARIA DE ASSUNÇÃO BARBOSA

    VALTER ROBERTO SILVÉRIO

    (ORG.)

    EDUCAÇÃO COMO

    PRÁTICA DA DIFERENÇA

    2ª EDIÇÃO

    Copyright © 2021 by Editora Autores Associados Ltda.

    Todos os direitos desta edição reservados à Editora Autores Associados LTDA.

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Educação como prática da diferença [livro eletrônico] / organização Anete Abramowicz, Lucia Maria de Assunção Barbosa, Valter Roberto Silvério. – 2. ed. – Campinas, SP: Armazém do Ipê, 2021.

    ePub.

    Vários autores.

    ISBN 978-65-994566-1-9

    1. Educação 2. Educação - Finalidade e objetivos 3. Discriminação na educação 4. Escolas 5. Relações étnico-raciais 6. Sala de aula 7. Sociologia educacional I. Abramowicz, Anete.

    II. Barbosa, Lucia Maria de Assunção. III. Silvério, Valter Roberto.

    Índice para catálogo sistemático:

    ALINE GRAZIELE BENITEZ - BIBLIOTECÁRIA - CRB-1/3129

    EDITORA AUTORES ASSOCIADOS LTDA.

    Uma editora educativa a serviço da cultura brasileira

    Av. Albino J. B. de Oliveira, 901 | Barão Geraldo

    CEP 13084-008 | Campinas-SP

    Telefone: +55 (19) 3789-9000

    E-mail: editora@autoresassociados.com.br

    Catálogo on-line: www.autoresassociados.com.br

    Conselho Editorial Prof. Casemiro dos Reis Filho

    Bernardete A. Gatti

    Carlos Roberto Jamil Cury

    Dermeval Saviani

    Gilberta S. de M. Jannuzzi

    Maria Aparecida Motta

    Walter E. Garcia

    Editor e Diretor executivo

    Flávio Baldy dos Reis

    Coordenadora editorial

    Érica Bombardi

    Revisão

    Edson Estavarengo Jr.

    Diagramação

    1. ed. - DPG Ltda.

    2. ed. - Érica Bombardi

    Capa

    © www.photos.com

    SUMÁRIO

    PREFÁCIO À 2ª EDIÇÃO

    Miguel G. Arroyo

    APRESENTAÇÃO

    INTRODUÇÃO

    A diferença como realização da liberdade

    Valter Roberto Silvério

    1.Diversidade cultural, currículo e questão racial: desafios para a prática pedagógica

    Nilma Lino Gomes

    2.A escola e a construção da identidade na diversidade

    Anete Abramowicz e Fabiana de Oliveira

    3.Diversidade e juventude: considerações sobre escola e práticas culturais juvenis

    Ione da Silva Jovino

    4.O personagem negro na literatura brasileira: uma abordagem crítica

    Lucia Maria de Assunção Barbosa

    5.Movimento negro e o direito à diferença

    Tatiane Cosentino Rodrigues

    6.Respondendo a perguntas de professores da rede pública sobre a questão racial

    Ana Paula Pereira Gomes

    Verbetes

    Sugestões de atividades

    Anexo 1

    Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003

    Anexo 2

    Resolução CNE/CP n. 1, de 17 de junho de 2004

    Miguel G. Arroyo¹

    Um título carregado de significados históricos interrogantes: Educação como prática da diferença, de afirmação da diferença como humanos resistindo a ter sido decretados com deficiência de humanidade pelos padrões de poder. Decretados não humanos pelo padrão – paradigma de humano do nós colonizador. Educação como prática da diferença resistente, afirmativa de humanos em outro padrão de humano. Resistentes a ter sido decretados não educáveis por não humanizáveis (Arroyo, 2015).

    Afirmar a educação como prática da diferença é uma forma de resistir a como os padrões de poder em nossa história colonial e republicana decretaram os coletivos diferentes em etnia, raça, gênero e classe como inumanos, irracionais, imorais. Incapazes de serem sujeitos de humanização, de educação. O título: Educação como prática da diferença resiste a essas segregações históricas dos coletivos diferentes e os reconhecem sujeitos de saberes, valores, culturas. Reconhecê-los sujeitos de educação como prática da diferença. Que exigências e respostas políticas, éticas, repõem para a educação e para a docência e para a formação docente educadora?

    A DIALÉTICA DESUMANIZAÇÃO – HUMANIZAÇÃO

    Destaquemos a exigência política e ética mais radical: reconhecer a educação como prática da diferença nos remete à dialética desumanização–humanização. Dialética persistente na diversidade de humanismos pedagógicos, legitimados na função de tirar do polo negativo da desumanização os coletivos diferentes e inseri-los no polo positivo da condição do humano. A história de nossa educação carrega desde suas origens a dicotomia abissal inumanos–humanos e encomenda à educação transpor esses abismos.

    O padrão de humanos do nós colonizadores serviu de parâmetro hegemônico para decretar os povos originários, indígenas, os coletivos negros escravizados com deficiência originária de humanidade, em estado de natureza, incapazes de participar na história de produção intelectual, moral, cultural, humana (Quijano, 2005). Inumanos porque diferentes em cor, etnia, raça, gênero.

    O reconhecimento da educação como prática da diferença nos remete a essa dialética desumanização–humanização que transpassa toda nossa história política, cultural, educacional. A radicalidade ética, política, pedagógica do reconhecimento da educação como prática afirmativa da diferença fica mais radicalizada se reconhecemos a persistente abissal e sacrificial dialética desumanização–humanização estruturante de nossa história política, social, cultural, educacional.

    Paulo Freire, na Pedagogia do oprimido (1987) e em todas suas análises, ajuda-nos a entender essa dialética desumanização–humanização. Reconhece que a questão iniludível para os seres humanos, sobretudo para os oprimidos, é sua humanização, a formação humana. Todos os humanismos pedagógicos se propõem à humanização como tarefa iniludível. Mas Paulo Freire vai além e reconhece que a desumanização é uma realidade histórica. Desumanizar os coletivos diferentes em etnia, raça, gênero, classe, decretá-los como deficientes em humanidade, mantê-los na desumanização como realidade têm sido regra na história. Não como possibilidades inerentes à própria história da humanização, mas como imposição histórica dos padrões opressores.

    A desumanização como realidade histórica imposta aos coletivos oprimidos por sua diferença exigindo centralidade na educação como prática da desumanização da diferença. A desumanização como realidade histórica imposta aos coletivos porque diferentes exige ser reconhecida como educação desumanizante da diferença.

    Paulo Freire destaca que na história houve (e há) uma dialética desumanização–humanização: É também e, sobretudo, a partir dessa dolorosa constatação – da desumanização como realidade histórica – que os homens se perguntam sobre a outra habilidade – a de sua humanização. Ambas em um permanente movimento de busca. Humanização e desumanização, dentro da história… (p. 30).

    Seria essa a dialética reafirmada nas análises deste livro? A educação como prática da diferença – da afirmação da condição de humanos como vocação negada, mas afirmada na própria negação? Vocação negada na injustiça, na exploração, na opressão, na violência dos opressores. Mas afirmada no anseio de liberdade, de justiça, de luta dos oprimidos pela recuperação de sua humanidade roubada (p. 30).

    O reconhecimento da educação como prática da diferença convida-nos a reconhecer os coletivos resistentes afirmantes da diferença como educadores nas resistências às vivências desumanizantes das opressões históricas. Resistir às vivências da desumanização tem sido matriz histórica de educação como prática da diferença. Mas, sobretudo com Paulo Freire a partir dessa dolorosa constatação [os coletivos afirmantes da diferença] se perguntam sobre a outra viabilidade – a de sua humanização. Suas resistências afirmativas de outra matriz de educação. De outra educação como prática da diferença.

    Tentemos destacar algumas matrizes dessas resistências à desumanização e das resistências afirmativas da humanização que caracterizam na educação como prática da diferença matrizes afirmadas na diversidade de análises.

    RESISTÊNCIAS POR VIDA – MATRIZ PRIMEIRA DE EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA DIFERENÇA

    A resistência educadora mais radical de um ser humano é a resistência por vida, primeiro direito humano. Os coletivos resistentes e educadores da diferença sabem-se em uma persistente condição de vidas ameaçadas por serem diferentes. O movimento juvenil negro expressa essa consciência no grito: Parem de nos matar porque somos negros. Desde crianças se sabem – desenham – em vidas ameaçadas por quem e por que junto com seus coletivos: porque pensam que nós somos bandidos (Arroyo, 2019, p. 77).

    As mães sabem-se órfãs de filhos que o Estado levou (p. 152) e mobilizam-se como mulheres negras na luta contra o genocídio da população negra. Enquanto viver, luto! Saber-se em vidas não vivíveis, não merecedoras de viver tem sido central nos saberes de ser decretados em vidas sem valor, porque diferentes. Saberes resistentes de vivências da opressão mais desumanizante.

    Resistências por vida afirmativas da diferença, matrizes da educação como prática da diferença que acompanha a história da educação aprendida, praticada pelo povos originários desde a colonização: calculam-se mais de quarenta milhões de indígenas e milhares de africanos escravizados mortos na colonização das Américas. Resistir por vida, matriz primeira de educação como prática da diferença.

    RESISTÊNCIAS AOS SOFRIMENTOS, AO MEDO, ÀS HUMILHAÇÕES – MATRIZ DE EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA DIFERENÇA

    Resistências por sobreviver em permanentes vivências de medo, humilhações, segregações, opressões às quais são submetidos porque diferentes. Vivências de contravalores, dos padrões de poder culturais imorais, vivências do mal, das segregações imorais porque diferentes. Desde crianças negras, indígenas, quilombolas das periferias, dos campos, das águas, aprendendo a sobreviver submetidas aos contravalores dos padrões de poder. Aprender que seu destino está traçado porque diferentes: meu caminho é de pedra como posso sonhar?²

    Vivências de opressões imorais de aprendizados de sofrimentos, matriz de educação como prática da diferença. Vivências de resistências desde a infância a esses contravalores de matriz de formação ética, de outra educação como prática da diferença ética, moral. O aprendizado de resistir aos contravalores dos padrões de poder e de afirmar os valores da diferença ética, resistente, tem sido uma das matrizes mais persistentes de formação da diferença ética, política, matriz persistente de educação como prática da diferença que exige reconhecimento nas teorias e práticas da educação. As memórias ético-políticas de sofrimentos de ofensas, de medos, exigem ser matrizes de educação como prática da diferença.

    Kafka³ (1993) lembra que teve de sair cedo de casa para aprender a ter medo. É a vivência de tantos jovens, adolescentes negros, das periferias, dos campos que aprendem muito cedo a ter medo das violências (Arroyo, 2019). Vivências alienantes nos campos de extermínio, principalmente em Auschwitz-Birkenau, que os levaram a perguntar-se É isto um homem? (Primo Levi)⁴. Como devem ter sido levados milhões de indígenas e de negros escravizados nas plantações a se perguntar: É isto um homem?

    Memórias de ofensa, violências, sofrimentos, medos, barbáries desumanizantes a que resistiram e aprendem a resistir desde crianças. Memórias de resistências de uma educação como prática da diferença.

    RESISTÊNCIAS AOS PADRÕES DESUMANIZANTES DE PRODUÇÃO DA VIDA – MATRIZES DE EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA DIFERENÇA

    Os coletivos sociais étnicos-raciais, de gênero-classe segregados na diferença lutam por territórios, terras, teto, trabalho, renda, por condições materiais de vida, de um justo, humano viver. Sabem e deixam exposto que decretá-los com inferioridade étnica, racial, humana pelos padrões de poder teve e continua tendo como padrão de dominação expropriá-los das condições materiais de produção de suas existências, culturas, identidades.

    A expropriação, destruição das condições materiais de viver, foi e tem sido a matriz mais desumanizante, a pedagogia mais desumana sofrida pelos coletivos resistentes educadores da diferença: pedagogia, educação culpando-os de ser expropriados das condições de produção de um justo, humano viver pela diferença em etnia, raça, gênero, classe. Uma educação antiética, antipedagógica como prática política dos padrões de poder.

    A essas matrizes antiéticas, antipedagógicas, resistem como coletivos afirmando a educação resistente, humanizadora afirmativa como prática da diferença. Uma história de tensões, de matrizes de desumanização–resistências, humanização como prática da diferença. Entender as resistências históricas dos coletivos diferentes à destruição dos processos de produção de suas existências, de suas culturas, valores, saberes, tradições, identidades coletivas, será uma forma de entender a radicalidade da educação como prática da diferença.

    AS RESISTÊNCIAS POR CONDIÇÕES DE VIDA – MATRIZES DE EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA DIFERENÇA

    A diversidade de resistências dos movimentos sociais em lutas por terra, territórios, trabalho, moradia, renda, vida, tem sido a matriz mais persistente de educação como prática da diferença. Resistências dos povos originários por seus territórios, terras, cultivos, culturas, tradições, identidades como matriz da educação. Até o presente, os coletivos afirmam a diferença na diversidade de lutas por terra, território, espaço, teto, moradia, trabalho, renda, vida.

    Uma afirmação articulada de lutas dos movimentos sociais – pela diferença e as condições de produção da vida, culturas, valores, identidades – que repõe as resistências dos diferentes como a matriz mais persistente de educação como prática da diferença. Uma história política, ética, de resistências humanizadoras contra as cruéis pedagogias de desumanização que exigem centralidade no reconhecer outra história da educação como prática da diferença de que os coletivos diferentes resistentes afirmativos são sujeitos (Arroyo, 2019).

    Os coletivos resistentes lutando por terra, território, teto, trabalho, renda, vida repõem uma história política, ética, pedagógica de uma educação radical. Coletivos resistentes, afirmantes de outra história radical de educação afirmativa da diferença como Passageiros da noite: do trabalho para a EJA (Arroyo, 2017). Uma história ocultada pelas narrativas oficiais da história da educação, que exige ser reconhecida como persistente história da educação como prática da diferença.

    RESISTÊNCIAS ÀS DESUMANIZAÇÕES PORQUE DIFERENTES EM ETNIA, RAÇA, GÊNERO – MATRIZES DE EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA DIFERENÇA

    Aníbal Quijano (2005, p. 227) lembra-nos que um dos eixos fundamentais do padrão de poder é a classificação social da população mundial de acordo com ideia de raça. Uma construção que expressa a experiência básica da dominação colonial e das dimensões mais importantes do poder mundial e de sua racionalidade. A inferioridade étnica, racial é uma matriz duradoura na colonialidade e no padrão de poder hegemônico mundial.

    Anibal Quijano destaca a raça como uma categoria mental, estrutural da desumanização. No seu texto Raza, etnia y Nación (2014, p. 757)⁵, Quijano insiste em que, nas estruturas de poder, um dos elementos cruciais foi a produção das novas identidades históricas índio, negro, branco, mestiço impostas como categorias básicas das relações de dominação e como fundamento de uma cultura do racismo e etnicismo.

    Achille Mbembe (2018) lembra-nos da necropolítica, da persistente política da morte, segundo a qual a raça (o racismo) tem um lugar proeminente na racionalidade própria do biopoder. A política da raça associada à política da morte (p. 18). Uma antieducação, desumanização radical política como prática da segregação histórica da diferença. Uma antieducação persistente a que o movimento negro educador resiste e insiste (Gomes, 2017). Movimentos sociais resistentes afirmativos da educação como prática da diferença.

    CORPOS DESUMANIZADOS – MATRIZ DA EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA DIFERENÇA

    Em nossa história política, educativa, os corpos de etnia, raça, gênero subalternizados têm sido corpos de práticas de desumanização da diferença. Também têm sido corpos resistentes de educação como prática da diferença. Aníbal Quijano (2005) destaca que nos padrões de poder, de pensar, classificar os outros como inferiores teve centralidade a raça, a cor dos corpos. A invenção da categoria cor como prática política de segregação da diferença. Corpos de cor segregados, racializados, desumanizados. Como os corpos têm sintetizado a antiética educação como prática da segregação da diferença?

    Os corpos, a raça, a cor, o gênero na história da classificação social outorgando legitimidade às relações de dominação, de superioridade, inferioridade humana, mental, moral, cultural. De poder. Corpo, raça, cor, gênero, etnia outorgando, legitimidade à expropriação dos territórios, terras, da divisão do trabalho, do padrão sexista, racista de trabalho. Raça, etnia, gênero legitimando corpos de trabalho como mão de obra escravizável, servil, sem trabalho.

    Raças, gênero decretados inferiores, de corpos inferiores legitimando decretá-los na inferioridade humana. Corpos desumanizados legitimando uma antieducação como prática da segregação da diferença. A história de

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