Andoni e Fenta: o começo da humanidade
By Rubem Brust
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O surgimento de novas vidas foi resultado de um projeto feito por uma energia taquiônica, que se move muitas vezes acima da velocidade da luz, ou foi obra do acaso de coincidências incríveis, chamadas de sincronicidade?
O leitor poderá se sensibilizar ao tomar contato com relato da história do surgimento de uma consciência inteligente habitando um planeta até então despossuído de uma vontade mais elevada de realizações.
Aconteceu como se não tivesse acontecido.
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Book preview
Andoni e Fenta - Rubem Brust
© Rubem Brust 2021
Produção editorial: Vanessa Pedroso
Revisão: Helen Bambi
Ilustração da Capa: Stracioni
Design da Capa: Nathalia B. Cecconello
Editoração: Nathalia B. Cecconello
Todos os direitos desta edição reservados à
Buqui Comércio de Livros Eireli.
Rua Dr Timóteo, 475 sala 102
Porto Alegre | RS | Brasil
Fone: +55 51 3508.3991
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Printed in Brazil/Impresso no Brasil
UMA HISTÓRIA DE AMOR À VIDA
Em um mundo colorido e abundante de natureza e seres diversos, faltava uma vida palpitante para observar, vivenciar e transformar as energias potenciais em uma realidade criativa que espelhasse uma obra criada por uma mente universal evolutiva.
O surgimento de novas vidas foi resultado de um projeto feito por uma energia taquiônica, que se move muitas vezes acima da velocidade da luz, ou foi obra do acaso de coincidências incríveis, chamadas de sincronicidade?
O leitor poderá se sensibilizar ao tomar contato com o relato da história do surgimento de uma consciência inteligente habitando um planeta até então despossuído de uma vontade mais elevada de realizações.
Aconteceu como se não tivesse acontecido.
Dedicado à minha neta Inola,
simbolizando a universal presença
feminina, geradora de vida, proteção, amor e perpetuidade da humanidade.
0. TEMPO
AQUELE SER ALADO ILUMINADO TÃO VELOZ E FUGAZ QUE DAVA A SENSAÇÃO DE TER IDO SEM TER CHEGADO.
PASSOU COMO SE NÃO TIVESSE PASSADO, ANULANDO O TEMPO COMO O CONHECEMOS.
COMO SE O PASSADO OCORRESSE DEPOIS DO AGORA, E O FIM, ANTES DO INÍCIO.
TRÊS VEZES MAIS RÁPIDO DO QUE A LUZ E QUASE TANTO QUANTO A FREQUÊNCIA DAS QUEBRAS E FORMAÇÕES DE LIGAÇÕES DE HIDROGÊNIO RESPONSÁVEIS PELA FLUIDEZ E O ESTADO LÍQUIDO DA ÁGUA.
AGORA É AQUELE MOMENTO INSTANTÂNEO, CONTÍNUO E IMPERCEPTÍVEL EM QUE ESTAMOS COM UM PÉ NO FIM DO PASSADO E OUTRO NO INÍCIO DO FUTURO.
1. NOVAS VIDAS
Há um milhão de anos, viviam nas florestas densas e amazônicas, de extensas regiões do sul da Ásia, inúmeras tribos de primatas que durante milhões de anos evoluíram da posição quadrúpede para, lenta e vacilantemente, adotarem a posição ereta e bípede, bem como a utilização progressiva e aperfeiçoada de suas mãos peludas.
Esses primatas, diferentemente dos macacos e alguns políticos, já não possuíam o rabo, muito menos eram presos, mesmo porque ainda não existiam portas para serem fechadas por suas mãos, já de cinco dedos.
Eram primos mais evoluídos dos macacos, mas ainda não eram humanos.
Durante o dia, circulavam entre as árvores e vegetações procurando alimentos, caçando e pesquisando o ambiente, porque já tinham adquirido necessidades e experiências, nos milhares de anos passados, para se protegerem de ameaças externas e adquirirem provisões para si e suas famílias.
Já constituíam núcleos familiares bem mais estáveis do que vemos hoje em dia na civilização do século 21. Diferentemente dos tempos felpudos em que vivemos, mamãe cuidava e protegia muito bem sua prole, enquanto papai saía para caçar, trabalhar externamente e prover o sustento da família, também diferentemente de muitas pessoas depiladas que vivem por aí, na atualidade.
As noites em cima dos galhos das árvores podiam ser tranquilas e sonolentas quando o tempo era calmo, a temperatura era agradável e a paz reinava entre os primatas de boa vontade. As estrelas brilhavam e uma indizível aura enlevante tocava os corações pré-humanos e mentes simples desses antepassados.
Que pensamentos ou crenças se passavam nessas mentes incipientes pré-homo sapiens, tanto homo como hétero?
O silêncio da noite entremeada de sons rosnantes, rugidos e uivos, próximos e longínquos, se espalhava pelas florestas, instando os seres viventes a um cuidado bem justificado, com os perigos desses seres circundantes.
No entanto, também havia noites de tempestades furiosas, com raios e trovões que assustavam a todos, e principalmente os primatinhas, que se abrigavam nas quatro mãos-patas das mamães carinhosas. Naquele tempo, o bicho-papão era bem real e podia estar próximo e logo abaixo, na escuridão profunda, entremeada de clarões de raios e trovões sobressaltantes, quando se podia entrever abaixo, circundando as árvores, bichos listrados de quatro patas, rosnantes e destemidos.
Várias tribos de macacos e primatas habitavam essas regiões que na visão de hoje rotulamos como selvagens e na época eram a civilização possível.
Em determinada tribo desses nossos antepassados, havia uma tribo que se diferenciava das outras por ser mais evoluída e era liderada por um primo chamado Y, que era muito prestativo à sua família e à comunidade, mesmo não sendo candidato a nenhum cargo eletivo, muito menos recebia remuneração. Ele decidia questões da tribo junto com um conselho de dois jovens e dois idosos.
Os moradores da tribo eram, em geral, prudentes e receptivos a inovações que Y desenvolvia. Havia um clima para novas ideias e vontade para mudanças que beneficiassem a população, muito diferente de certas nações compostas por tribos pétreas, egoístas e estabilizadas nos seus privilégios garantidos, que incrivelmente ainda existem hoje em dia. Não havia nomenclatura e nem primatas de primeira, segunda e terceira classes. Havia alguns primatas, mais sociais
, que defendiam mais poder para o povo, através de mais poder ainda para o governante. Y via contradição nisso.
Os moradores diziam em relação a Y: "O primata tá certo!".
Y era respeitado e consultado pelos demais primatas sempre que necessitavam resolver conflitos e outros problemas comunitários.
Nessa era peluda, as pedras serviam como utensílios domésticos, amuletos e também como armas.
Seguidamente era solicitado para resolver desavenças dentro da tribo e algumas vezes em atritos com outras tribos de primatas ou de macacos. Muitas vezes havia desentendimentos com alguns macacos, antepassados de bugios, que jogavam fezes fétidas, e quando provindas de macacos constipados, podiam ferir os litigantes. E se a contenda não cessava depois de berros rimbombantes, o tinido de guinchos e urros ecoantes, as pedras voavam, a clava zumbia e geralmente a briga se desfazia.
Mas nos últimos tempos havia paz e tranquilidade nas florestas, o que tornava a atividade de Y mais agradável, permitindo que se dedicasse às causas mais nobres e