Os acordos de compensação tecnológica, industrial e comercial como instrumentos de políticas públicas: o projeto "gripen"
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Sobre este e-book
A possibilidade de utilização das novas tecnologias também em produtos comerciais na área civil, no processo conhecido como "spin-off", mostra-se extremamente proveitosa para a indústria nacional, possibilitando a diversificação de artigos fabricados não somente para o mercado interno, mas passíveis de serem exportados para outros países.
A Política de Compensação Tecnológica, Industrial e Comercial trata-se de uma política pública "multifacetada", por estar diretamente relacionada à Política de Ciência e Tecnologia, à Política de Inovação, à Política de Defesa Nacional e, por que não dizer, à Política de Industrialização e à Política de Educação.
Um dos projetos mais importantes, decorrente do renascimento da indústria de defesa no Brasil, é a aquisição das aeronaves de combate GRIPEN NG, através de uma parceria com a empresa SAAB AG (Suécia) que, nesta obra, passa a ser analisada também sob a ótica da participação popular em sua implementação, com uma processualidade mais ampla, em conformidade com o Estado Democrático de Direito.
Ao qualificar-se o acordo de offset como um instrumento de Política Pública, não apenas de interesse do Ministério da Defesa, Forças Armadas e da indústria de defesa nacional, mas de toda a sociedade, será dado um passo importante na consolidação da democracia, na busca da prosperidade e de um futuro ainda mais promissor para o Brasil.
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Os acordos de compensação tecnológica, industrial e comercial como instrumentos de políticas públicas - Mário Augusto de A. Luzzi Jr.
Bibliografia
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
A inovação tecnológica sempre esteve intimamente ligada ao espírito combativo, característico do ser humano, que desenvolvia armas para se defender ou atacar seu inimigo e que, nos momentos de paz, ficava imaginando como utilizar aquele conhecimento para criar ferramentas ou utensílios, visando facilitar a sua lida diária.
Portanto, pode-se dizer que a indústria de produtos de defesa é responsável direta pelo desenvolvimento de grande parte do conhecimento científico existente no mundo atual.
Ao desenvolver competências, a transformação em questão permite cumprir novas tarefas e desempenhar modernas funções em combate. A efetividade de um processo de transformação é proporcional à capacidade de aquisição e aplicação de tecnologia de ponta nas fases de pesquisa e desenvolvimento de novos sistemas de armas e plataformas.
Esse processo é de longa duração, podendo estender-se por extensos períodos de tempo, às vezes até mesmo por décadas. As mudanças demandam o desenvolvimento de novas doutrinas de emprego das tropas e equipamentos, com o objetivo de tornar a força militar mais apta a atuar em ambiente operacional multifacetado.
No caso do Brasil, a transformação da defesa, além de possibilitar maior capacitação de suas Forças Armadas, cria uma gama de oportunidades para o crescimento econômico. Isto ocorrerá por meio de três vertentes: a) implementação do Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (PAED); b) a modernização da gestão; e c) reorganização da Base Industrial de Defesa.
Especialmente no que tange a esse último tópico, percebe-se a necessidade de grandes recursos financeiros para que a indústria nacional possa atender às demandas de produtos de defesa para as Forças Armadas, ao mesmo tempo em que se investe neste Parque industrial tão específico.
Face a tal necessidade, associada à finitude de recursos financeiros para tais investimentos, o Governo brasileiro optou por atrelar aquisições significativas de produtos de defesa estrangeiros para a implementação de medidas de compensação comercial, industrial e tecnológica, consubstanciadas em acordos de compensação tecnológica, conhecidos como "offset agreement".
Essa ferramenta consiste na hipótese de que, em caso de compra de um produto de defesa de valor significativo (ex.: submarino, aviões de combate etc.), o país vendedor se compromete a transferir tecnologia à indústria do país comprador, que permitia à mesma desenvolver produto similar em um prazo futuro.
Contudo, pouco se sabe sobre a real efetividade dessas medidas de compensação comercial, industrial e tecnológica. Por exemplo, o PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos) é um programa a cargo da Marinha do Brasil que tem como objetivo a produção e quatro submarinos convencionais e a fabricação do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.
Lançado em 2008, o PROSUB contempla, além dos submarinos, a construção de um complexo de infraestrutura industrial e de apoio à operação dos submarinos, que engloba os Estaleiros, a Base Naval e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) no município de Itaguaí - RJ. totalizando 37,1 bilhões de reais. Porém, da forma como é conduzido, não fica claro para a sociedade os benefícios advindos¹.
Ou seja, muito se lê na mídia sobre essas aquisições, mas as informações são insuficientes para que se permita um acompanhamento, por parte da sociedade brasileira, da real efetivação da transferência de "know-how" tecnológico para o Parque tecnológico brasileiro.
O enfoque do presente trabalho, dado o quadro acima demonstrado, será analisar o conjunto normativo voltado aos contratos administrativos enquanto instrumento de desenvolvimento tecnológico para produtos de defesa, em concordância com a dialogicidade baseada na ação comunicativa de Habermas, visando a promoção do bem comum, com a consequente aplicação das diretrizes para a aquisição de bens segundo acordos de compensação (off set), levando-se, ainda, em consideração a processuali