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Pausa para reflexões sobre a vida e os relacionamentos - Volume 2
Pausa para reflexões sobre a vida e os relacionamentos - Volume 2
Pausa para reflexões sobre a vida e os relacionamentos - Volume 2
Ebook91 pages1 hour

Pausa para reflexões sobre a vida e os relacionamentos - Volume 2

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Este e-book - volume 2 da série "Pausa para reflexões sobre a vida e os relacionamentos" traz a oportunidade de refletir sobre ansiedade, traição, o segredo das relações duradouras, vulnerabilidade, inveja, crise no casamento, entre muitos outros temas trabalhados nos artigos. É um momento oportuno para refletir como andam a vida e os relacionamentos. Estão satisfatórios? eu quero mudar algo? Segue o nosso convite para pensar um pouquinho o quão satisfeita você está com sua vida, personalidade e relações interpessoais.
LanguagePortuguês
Release dateJun 15, 2021
ISBN9786599135439
Pausa para reflexões sobre a vida e os relacionamentos - Volume 2

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    Pausa para reflexões sobre a vida e os relacionamentos - Volume 2 - Cintia Kanashiro

    Pathwork.

    A velha casa rangia como se estivesse viva. A luz da sala oscilava entre os clarões dos relâmpagos e o silvo do vento. Chovia. Escureceu rapidamente. Seu coração, descompassado, não conseguia encontrar o ritmo. Respirar tornou-se difícil. O movimento para preencher os pulmões de ar, por mais rápido que se tornasse, não parecia trazer alívio. Tudo ficava cada vez mais abafado. As mãos suavam e o mundo girava. Seu cérebro, à beira de um colapso, percebia cada som em câmera lenta. Ela sabia que a morte caminhava pelo corredor.

    Eram dezoito horas e Helena não conseguia se acalmar. O motivo? Sua filha, Jéssica, estava quinze minutos atrasada. Em sua mente, literalmente, um filme de terror ganhava formas ameaçadoras e a engolia em uma série de pensamentos e sensações que não conseguia controlar.

    Um ansioso não conhece o presente. Um ansioso vive em dois mundos: suas experiências passadas e as fantasias futuras.

    Se Helena soubesse como controlar o que sente, com certeza, não escolheria pensar no atraso de sua filha relacionando-o com ideias de perigo, catástrofes e morte. Helena sabe que é ansiosa, mas o que ela ainda não sabe é que ela não merece ser responsabilizada, julgada nem condenada por isso.

    Um ansioso permanece muito tempo em estado de alerta. E, como seu organismo não consegue diferenciar estímulos seguros de ameaças, ele se mantém em guarda e esperando pelo pior.

    Se soubesse como explicar, Helena perguntaria se, alguma vez, você passou horas – ou até mesmo alguns dias – esperando uma notícia muito importante, ou algo realmente vital, como o resultado de um exame que daria novos rumos à sua vida. Se você lhe dissesse que sim, ela talvez chegasse perto de conseguir demonstrar como são os seus dias, como são as suas noites e os motivos de, tantas vezes, estar tão cansada e irritada. Ela tentaria explicar que um Sedex atrasado lhe causa o mesmo mal-estar de um assalto. Ela tentaria explicar que, mesmo estando com os documentos em dia e o carro em ordem, se um policial rodoviário a fizesse parar, ela tremeria, suaria, gaguejaria, em pânico. Ela tentaria explicar que sente vergonha e culpa, mas que não consegue ser diferente porque ela sente demais, porque seu peito dói, porque seus pensamentos aceleram e ela fica confusa, porque suas pernas ficam moles e ela tem medo de cair.

    Helena gostaria de explicar que quer melhorar, que não gosta disso e que fica arrasada quando alguém a chama de exagerada ou neurótica. Se você realmente ouvisse Helena, entenderia que o que ela tem é algo crônico e doloroso. Se você ouvisse Helena, saberia que ela não consegue evitar, mesmo que tente muito. Você saberia que a ansiedade é uma doença e que, ao contrário de julgamentos e preconceitos, o que Helena precisa é de ajuda.

    A ansiedade é uma epidemia silenciosa e que leva as pessoas ao colapso por exaustão emocional e física. Para saber se a ansiedade ultrapassou os limites da normalidade, a pessoa deve avaliar se os seus sintomas limitam sua rotina ou mesmo se, por causa deles, ela parou de fazer coisas que antigamente fazia com prazer. Se a resposta for sim, é importante saber que existe ajuda e que ela pode ser encontrada. Se isso ocorre com você, fale com um familiar ou um amigo de sua confiança e procure um profissional de saúde mental: psicólogo ou psiquiatra. Avalie sua situação. Não permita que a doença tome conta da sua vida.

    Se eu fosse Helena, eu gostaria que você tivesse lido esse texto.

    Em um simples cruzar de rua, atravessando uma faixa de pedestres, dezenas de pessoas podem ter suas vidas separadas por poucos centímetros, sem que exista a mínima percepção das vidas particulares umas das outras, sem que se note a existência de um outro alguém.

    Um belo dia, porém, duas delas podem trocar um olhar e perceberem-se em um novo mundo que agora contempla uma nova relação, nascida de um contato ao acaso. Esse envolvimento, caso seja consolidado, alcançará outros patamares com base na troca de experiências, histórias de vida e valores, desenvolvidos por ambos ao longo de suas existências. Algumas questões, muito particulares, podem gerar estranhamento ou até mesmo curiosidade; outras, por outro lado, podem ser muito similares e estarem relacionadas ao estilo de vida, contextualização cultural e social em que estão

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