Sistemas eletroeletrônicos industriais - Instalação
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Sistemas eletroeletrônicos industriais - Instalação - SENAI-SP Editora
1. Infraestrutura de painel de comando elétrico industrial
Painéis de comando
Trilhos
Canaletas
Acessórios
Você, que está se qualificando como instalador, já se imaginou montando o painel de uma máquina de produção industrial? Pois bem, antes de instalar os dispositivos eletroeletrônicos presentes em uma máquina, é necessário montar a infraestrutura do painel de comando que os receberá.
Esta é a etapa inicial do seu trabalho como instalador. Por isso, neste capítulo você vai aprender a instalar os componentes básicos da infraestrutura dos painéis, e conhecer os procedimentos necessários para a instalação desses equipamentos, assim como as ferramentas elétricas e manuais envolvidas nessa atividade.
Painéis de comando
Qualquer tipo de máquina industrial que você imaginar, por exemplo, de envasar (engarrafar) refrigerantes, de tecer, de fabricar móveis, possui um painel de comando.
O painel de comando é um conjunto importante, porque contém os dispositivos eletroeletrônicos que controlam o funcionamento da máquina. Sua infraestrutura é composta de:
a. caixa;
b. trilhos;
c. canaletas;
d. acessórios.
Figura 1 – Painel de comando.
Esses itens da infraestrutura dos painéis servem de suporte para os dispositivos da instalação elétrica, tais como: fusíveis, disjuntores, contatores (relé eletromagnético industrial), relés térmicos, disjuntores, motor, temporizadores, transformadores de comando, conectores, botões ou chaves de comando e sinalizadores luminosos.
A seguir, veremos cada um desses itens básicos da infraestrutura mais detalhadamente.
Caixa
As caixas são retangulares ou quadradas e possuem furos destinados à fixação da placa de montagem que será instalada em seu interior.
Podem ser feitas de vários materiais. As mais comuns são: as metálicas (em aço, em alumínio ou em inox), as plásticas e as de fibra de vidro.
A caixa contendo o comando elétrico de uma máquina também é conhecida por quadro de comando ou (para as de maior porte) armário elétrico.
Porta e tampa
As portas e as tampas servem para fechar a caixa ou painel de comando eletroeletrônico e, nos casos de operação pelo usuário, também servem para acomodar a instalação de botões, chaves e Interface Homem-Máquina (IHM).
Para evitar a entrada de poeira e outras impurezas, normalmente as portas e as tampas possuem vedação de borracha e são acopladas à caixa por meio de dobradiças ou parafusos. Alguns profissionais diferenciam essa parte da caixa chamando-a de porta
quando ela possui dobradiça. Quando há qualquer outro sistema de fixação, chamam-na de tampa.
As portas ou tampas, assim como as caixas, são pintadas em tons de cinza ou bege, atendendo a dois padrões internacionais de cores: o padrão RAL ou padrão MUNSELL. Exemplos de cores: Cinza RAL 7032 e MUNSELL N6.5.
SAIBA MAIS
O sistema de cores de Munsell foi criado nos Estados Unidos e leva em consideração três variáveis fundamentais para definição da cor: tonalidade, luminosidade e saturação. O sistema RAL foi criado na Alemanha, pela comissão Reichs Ausschussfür Lieferbedingungen, e resultou em uma coleção de 40 tons, denominada RAL 840. Para saber mais sobre esses padrões de cores, pesquise em sites de busca, digitando as palavras-chave: padrão MUNSELL, padrão RAL. Você encontrará diversas empresas que fornecem informações a respeito desses padrões.
Placa de montagem
A placa de montagem, também conhecida por chassi, bandeja ou almofada, é o suporte para a instalação dos elementos de comando que veremos adiante. Ela possui quatro furos para fixação – um em cada extremidade – e é vista somente quando abrimos a porta do painel. No momento da montagem, o instalador solta os parafusos, ou as porcas, retira a placa de montagem e inicia a instalação dos componentes.
As placas podem ser encontradas com dois padrões de acabamento: com pintura na cor alaranjada ou com tratamento metalizado, como você pode observar na figura a seguir.
Figura 2 – Tipos de placas de montagem.
Você pode estar se perguntando: qual é a diferença entre esses dois tipos de placas de montagem? A diferença está nas normas nas quais elas se enquadram, como veremos a seguir.
Placa de montagem alaranjada
As placas de montagem são pintadas na cor alaranjada para atender normas. Algumas delas são:
a. Norma Regulamentadora 10 – NR 10 (2004, p. 6), segurança em instalações e serviços em eletricidade, no item 10.10.1 cita: nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR 26 – Sinalização de Segurança
.
b. Norma Regulamentadora 26 – NR 26 (2011, p. 1), que trata da sinalização de segurança, no item 26.1.2 cita: as cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas [...] e advertir contra riscos, devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais
.
c. Norma Brasileira NBR 7195 (1995), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que trata do estudo de cores na segurança do trabalho, menciona que a cor alaranjada é empregada para indicar perigo. No item 3.1.2 (p. 1-2) desta norma define-se que a cor alaranjada deve ser empregada para identificar: a) partes móveis e perigosas de máquinas e equipamentos; b) faces e proteções internas de caixas de dispositivos elétricos que possam ser abertas
.
No caso dos painéis, a placa de montagem se enquadra nessa última norma e, de acordo com o segundo item, há interpretação de que até as laterais internas do painel e parte interna da porta devem ser pintadas na cor alaranjada.
Placa de montagem metalizada
As placas de montagem com acabamento metalizado são aquelas que possuem tratamentos do tipo galvanizado¹ ou zincado². Os acabamentos metalizados são preferidos por possuir maior capacidade de dissipação térmica e por serem mais eficientes contra perturbações ou Interferências Eletromagnéticas (EMI³).
O acabamento de tipo metalizado atende à normas internacionais, por isso é um padrão utilizado por empresas estrangeiras ou que produzem para exportação.
Alguns fabricantes nacionais de máquinas e equipamentos eletroeletrônicos produzem máquinas contendo placa de montagem com acabamento metalizado, e as laterais internas do painel pintadas de alaranjado, visando atender tanto às normas nacionais quanto às internacionais.
Agora que você já tem uma boa noção de painéis de comando elétrico, veja um exemplo de especificação para uma máquina industrial no Quadro 1.
Quadro 1 – Especificação técnica de um painel de comando
Fonte: Dados obtidos em <www.taunus.com.br>.
Observe que, de acordo com o Quadro 1, você deve considerar as dimensões, a espessura e o acabamento das chapas de aço, além do grau de proteção de acordo com o ambiente onde o painel será instalado e o tipo de fecho escolhido. Veremos adiante como definir essas características e as normas internacionais relacionadas.
Apesar de existirem normas e padrões para as placas de montagem, algumas empresas ainda utilizam padrões antigos ou sistemas próprios de acabamento.
Trilhos
Os trilhos usados em painéis de comandos elétricos servem para fixar e manter os dispositivos elétricos alinhados em uma mesma posição.
Eles são fabricados em material metálico, principalmente aço bicromatizado ou galvanizado. Podem também ser encontrados em alumínio ou cobre. Normalmente, são fornecidos já perfurados para facilitar a instalação, mas também há a opção de não perfurados. Os fabricantes fornecem esses trilhos em barras de geralmente 2 m de comprimento.
Existem alguns tipos e modelos. Vamos conhecer, agora, os principais.
Tipos de trilhos
Você pode encontrar, basicamente, quatro padrões de trilho de fixação para a montagem de painéis: o padrão DIN 35 (que é o mais comum), o DIN 32, o DIN 15 e o DIN 35/15, como verá a seguir.
Quadro 2 – Tipos de trilhos
VOCÊ SABIA?
DIN significa Deutsches Institutfür Normung (Instituto Alemão de Normalização). Podemos encontrar ainda letras após a sigla DIN, na formação de um código. Exemplos: DIN EN 50022 é uma norma europeia que especifica o trilho DIN 35, norma DIN EN 50035 é do trilho DIN 32, e norma DIN EN 50045 se refere ao DIN 15.
Na prática, percebemos que cada fabricante de trilho procura formar sua própria regra de especificação, colocando alguma(s) letra(s) antecedendo a parte numérica do código DIN. Veja: o trilho NS35/15 é equivalente ao DIN 35/15, e o trilho TS 35 é o mesmo que o DIN 35. A primeira letra está relacionada a um código adotado pelo fabricante, enquanto que a segunda, normalmente, está associada ao tipo do trilho, nesse caso standard ou básico.
Agora que você já conhece os principais trilhos, vamos ver como fixá-los na placa de montagem.
Fixação de trilhos
Para fixar os trilhos: alinhe seus furos em cima da placa de montagem na posição exata onde será instalado; marque as posições dos furos, usando uma caneta de ponta porosa; e depois use uma punção de bico⁴ e um martelo para facilitar a furação, pois o afundamento promovido pela ferramenta guia a broca no ponto exato.
Há duas maneiras de fixar os trilhos na placa de montagens: usando rebite de repuxo (rebite POP) ou parafuso.
Fixação de trilho por rebite de repuxo (POP)
Proceda da seguinte forma:
a. faça dois, três ou quatro furos, de acordo com o comprimento do trilho e da chapa metálica do painel, mantendo uma distância de 250 mm ou 300 mm entre os furos. Esses rebites podem ser encontrados com especificação das medidas em milímetros (mm) ou em polegadas (");
b. introduza o rebite POP na rebitadeira;
c. encaixe esse conjunto no trilho e na placa de montagem na posição em que deverá ficar;
d. pressione várias vezes o gatilho da rebitadeira, até que as partes estejam bem fixadas, ou seja, rebitadas.
Veja exemplos de rebites e de rebitadeira POP.
Figura 3 – Rebites e rebitadeira.
As rebitadeiras tipo alicate possuem quatro bicos de diâmetros diferentes, que devem ser trocados de acordo com o diâmetro do prego (d) do rebite escolhido. Observe na Figura 4 as partes de um rebite, além do diâmetro do prego, as medidas diâmetro (Ø) do corpo, Ø da cabeça e do comprimento do rebite, também variam.
Figura 4 – Identificação das medidas do rebite de repuxo.
No momento da instalação, você deve ajustar o bico da rebitadeira de acordo com o prego do rebite a ser usado, ou seja, fazer um teste prático na hora de rebitar. Caso você tenha alguma dúvida sobre alguma medida do rebite, meça com um paquímetro.
Porém, quando você for instalar algum trilho, precisará consultar tabelas para saber a medida da broca a ser selecionada em função do rebite escolhido. Também é importante saber a profundidade para escolher um rebite adequado.
A seguir, veja um exemplo de parte de uma tabela com medidas de rebites. Nela, você vê que um rebite de comprimento de 8 mm atinge uma profundidade de 5 mm. Vê, também, outras medidas dos rebites de repuxo em alumínio de duas séries: a 200 e a 300, usadas por um fabricante do produto.
Tabela 1 – Especificações das medidas de rebites
Fixação de trilhos por parafuso
A fixação de trilhos e de alguns componentes do painel pode ser feita por parafuso. Para isso, proceda da seguinte forma:
a. localize e puncione a posição do furo na placa de montagem do painel;
b. prenda a broca adequada à rosca do parafuso, conforme tabelas dos fabricantes (veja Figura 5 );
c. utilize furadeira manual ou, em casos de grande produção, furadeiras de bancada;
d. após a furação, abra a rosca por meio de um macho (ferramenta usada para abrir a rosca) e de um desandador manual (também conhecido como vira-macho, usado para movimentar o macho dentro do furo);
e. depois de abertas as roscas na placa de montagem, posicione e parafuse o trilho ou componente, fixando-o.
Observe o preparo da furadeira na figura 6 a seguir:
Figura 5 – Procedimento para prender broca na furadeira – brocas para parafusos mais usados.
Na figura 6, apresentamos ferramentas para furação e rosca. Observe que os três machos da primeira imagem apresentam pontas com formatos diferentes. Use inicialmente a mais pontiaguda; em seguida, a intermediária; e, por fim, a menos pontiaguda, sempre mantendo o alinhamento perpendicular entre o macho e a placa. A cada volta do macho, retorne ¼ de volta para quebrar o cavaco⁵.
Figura 6 – Ferramentas para furação e rosca.
CASOS E RELATOS
Na montagem de um painel elétrico de comando, Rodrigo, um montador de painel em início de carreira, foi abrir quatro roscas de 4 mm para fixar uma fonte de alimentação. Ele começou bem, consultou a tabela para ver qual broca (medida do diâmetro) deveria utilizar para fazer aquela rosca, traçou e marcou a posição dos furos com um punção de bico. Depois, pegou o desandador tipo T
, encaixou o macho M4 e iniciou a abertura da rosca.
Após algumas voltas na rosca, o macho se quebrou, ficando um pedaço dentro do furo. E agora, o que fazer? Ele tentou desrosqueá-lo com uma chave de fenda, mas não obteve sucesso.
Aldo, um eletricista mais experiente, percebeu o ocorrido e deu as seguintes recomendações: para retirar o pedaço do macho, você deve pegar o punção de bico e ir batendo com o martelo lentamente no sentido de rosquear o macho até que ele passe completamente para o outro lado. Outra forma seria prender o pedaço do macho com um alicate e desrosquear.
E complementou: para não haver mais quebras, use a sequência correta dos machos. O jogo possuiu 3 machos: o n° 1 tem a entrada de rosca mais suave, ou seja, ele começa a rosca bem lentamente; o nº 2 tem a entrada da rosca não tão suave, ele já inicia a rosca na medida desde os primeiros filetes; o nº 3 começa a rosca na medida correta desde seu início e é usado para acabamento. Se você observar, cada macho possui uma marcação ao seu redor: um risco significa 1º macho a ser utilizado, e assim sucessivamente. Ao seguir o procedimento correto, você não quebrará mais nenhum macho quando for abrir rosca.
O montador agradeceu a orientação e pensou: assim fica bem mais fácil!
Canaletas
As canaletas servem para acondicionar os condutores elétricos de forma organizada e estética em um painel de comando. São feitas de plástico PVC (cloreto de polivinila) com propriedade autoextiguível, ou seja, não propagam chamas.
As canaletas podem possuir perfurações laterais transversais, destinadas à passagem dos condutores que vão para os dispositivos elétricos instalados na placa de montagem. Possuem tampa plástica que só deve ser encaixada após a instalação das canaletas e condutores (fiação) do painel.
Encontramos canaletas de diversos tamanhos, com variação das medidas de largura (L) e altura