Revista Natureza

Jardins CHEIOS DE VIDA

A humanidade sempre viveu em sociedade, mas talvez você prefira ouvir isso nas palavras de Tom Jobim, que dizia ser impossível ser feliz sozinho. No entanto, foi somente nas últimas décadas que surgiu a consciência de que os seres humanos são atraídos pela vida de forma geral e que eles são mais saudáveis e felizes quando há seres vivos não humanos ao seu redor. Prepare-se para conhecer melhor essa intrigante teoria e saiba como usar isso para ter jardins repletos de vida.

DESIGN BIOFÍLICO é uma nova tendência em paisagismo para criar ambientes naturais que tragam muita vida para o jardim. Veja como isso vai melhorar muito a sua qualidade de vida

EDUARDO GONÇAVES é biólogo, doutor em botânica, paisagista profissional e aquarista. Já teve um hotel para cães; trabalhou com criação de jardins botânicos pelo Brasil; é “pai” de pets, atualmente com cinco gatos, três cães, um jabuti (legalizado, com chip) e está refazendo um aquário com paisagismo.

BIOFILIA... É CONTAGIOSA?

O mundo moderno parece gastar boa parte do seu tempo tentando convencer você de que algumas ideias que acabaram de surgir são as coisas mais importantes que existem. No final das contas, a maior parte delas acaba se mostrando apenas modismos. Entretanto, se tem uma ideia que parece recente, mas que é capaz de explicar muita coisa importante, é a tal da BIOFILIA. O termo nem é tão novo assim — no bom e velho grego, significa “interesse ou afinidade pela vida”, mas não foi inventado por nenhum filósofo da antiguidade. Foi difundido na década de 1960 pelo psicólogo alemão Erich Fromm (1900-1980), que o usava para descrever a empatia por tudo que é vivo, que é inata na humanidade. Na verdade, o termo foi construído para definir não só a afinidade pela vida, mas o gosto por construir ideias ou coisas. Para Fromm, a biofilia era exatamente o contrário da conhecida tendência igualmente humana de destruir ou matar — que ele chamou de necrofilia. Pensando bem, a biofilia talvez seja um dos impulsos mais importantes para manter o mundo como ele deve ser!

O conceito de Fromm foi posteriormente direcionado e popularizado pelo biólogo Edward Wilson como sendo uma busca de conexão com a natureza viva. A ideia é que a humanidade busca estar próxima de organismos vivos para sua própria sobrevivência, já que seu papel na natureza sempre foi o de um ser oportunista, que aprende muito rápido por observação. O interesse pela natureza é vital para as pessoas entenderem o ambiente no entorno, aproveitarem melhor os recursos alimentares e perceberem quaisquer perigos. Além disso, os humanos são peritos em cuidar de seus “filhotes”, e acabam sempre tendo tempo livre para cuidar de outros organismos também. No fim das contas, dá para entender muito bem por que as pessoas fazem tanto esforço para estar sempre cercadas de animais e plantas — pelo menos daqueles que não

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