Discover millions of ebooks, audiobooks, and so much more with a free trial

Only $11.99/month after trial. Cancel anytime.

Fundamentos da antropologia filosófica e pedagógica de Edith Stein: guia para o estudo de conceitos das obras da trilogia fenomenológica e da obra A estrutura da pessoa humana
Fundamentos da antropologia filosófica e pedagógica de Edith Stein: guia para o estudo de conceitos das obras da trilogia fenomenológica e da obra A estrutura da pessoa humana
Fundamentos da antropologia filosófica e pedagógica de Edith Stein: guia para o estudo de conceitos das obras da trilogia fenomenológica e da obra A estrutura da pessoa humana
Ebook439 pages7 hours

Fundamentos da antropologia filosófica e pedagógica de Edith Stein: guia para o estudo de conceitos das obras da trilogia fenomenológica e da obra A estrutura da pessoa humana

Rating: 0 out of 5 stars

()

Read preview

About this ebook

O livro apresenta os estudos relativos a quatro obras que abordam a temática da antropologia fenomenológica, O problema da empatia; Psicologia e ciências do espírito: contribuições para uma fundação filosófica; Uma investigação sobre o Estado; e A estrutura da pessoa humana. Cada capítulo introduz uma obra, com as principais ideias e, na sequência, um glossário dos conceitos e das definições, em que são referenciadas as páginas das quais foram retirados os conceitos e/ou ideias, facilitando sua localização no texto original.
LanguagePortuguês
Release dateOct 18, 2021
ISBN9786555623765
Fundamentos da antropologia filosófica e pedagógica de Edith Stein: guia para o estudo de conceitos das obras da trilogia fenomenológica e da obra A estrutura da pessoa humana

Related to Fundamentos da antropologia filosófica e pedagógica de Edith Stein

Related ebooks

Education Philosophy & Theory For You

View More

Related articles

Reviews for Fundamentos da antropologia filosófica e pedagógica de Edith Stein

Rating: 0 out of 5 stars
0 ratings

0 ratings0 reviews

What did you think?

Tap to rate

Review must be at least 10 words

    Book preview

    Fundamentos da antropologia filosófica e pedagógica de Edith Stein - Adair Aparecida Sberga

    Prefácio

    É com grande satisfação que apresento ao leitor brasileiro a obra Fundamentos da antropologia filosófica e pedagógica de Edith Stein. A partir do desafio de aprofundar os estudos das obras da educadora e filósofa Edith Stein, Adair encontra, nos escritos da autora, contribuições fundamentais para a formação de jovens e para a compreensão do ser humano e da realidade, que favorece a construção de um mundo mais justo, ético e fraterno, questão imprescindível no momento atual, marcado por violência, individualismo e desigualdade social.

    Quando a autora iniciou, em seu doutorado, o estudo das obras de Stein, ela se deparou com uma leitura filosófica densa e árdua, própria de outra época, outro contexto histórico. Ao se empenhar nessa difícil tarefa, desenvolveu um método de estudo sistemático, cuidadoso e disciplinado, um caminho que possibilitou chegar à compreensão dos escritos de Stein.

    Assim, à medida que se volta para os textos de Stein, Adair registra as principais ideias e elabora um glossário dos principais conceitos e definições. Esse trabalho organizado, rigoroso e minucioso foi decisivo para o seu aprendizado e para a apropriação do conhecimento. Consciente desse valor, num gesto generoso e solidário, que lhe é próprio, a autora disponibiliza, neste livro, todo o percurso metodológico que desenvolveu, buscando oferecer um recurso que ajude os outros a iniciar e aprofundar a compreensão das obras de Stein.

    Quero sublinhar o valor deste material, por ser testemunha da sua importância e utilidade. Tive acesso a este instrumento, já há alguns anos, quando participei da banca de doutorado de Adair e ele foi disponibilizado junto à tese. Assim, meus alunos de graduação e pós-graduação integrantes do Laboratório de Processos de Subjetivação em Saúde, que coordeno na Universidade de São Paulo, que iniciam o estudo dos textos de Stein se beneficiam muito deste material, que, efetivamente, funciona como um guia facilitador, um apoio que favorece o aprendizado. Eles relatam que a leitura oportuniza o acesso à complexidade filosófica dos textos originais e é como um caminho para a compreensão destes.

    O livro apresenta os estudos relativos a quatro obras que abordam a temática da antropologia fenomenológica, a saber: O problema da empatia; Psicologia e ciências do espírito: contribuições para uma fundação filosófica; Uma investigação sobre o Estado; A estrutura da pessoa humana. Cada capítulo introduz uma obra, com as principais ideias, e, na sequência, um glossário dos conceitos e das definições. Ressalto que nos glossários são referenciadas as páginas das quais foram retirados os conceitos e/ou ideias, facilitando sua localização no texto original.

    Parabenizo a autora, que, assumindo sua responsabilidade como educadora e estudiosa, disponibiliza este livro, amparando e facilitando a aproximação com os textos de Stein, que abarcam uma descrição filosófica do ser humano fundamentada na fenomenologia, incentivando cada vez mais o seu estudo, tão necessário no contexto atual.

    Carmen Lúcia Cardoso¹

    Apresentação

    Eu desejo tanto transmitir-lhes algo daquilo que me dá nova força depois de cada golpe. Somente posso dizer que, depois de tudo o que eu sofri no ano passado, digo ‘sim’ à vida mais do que nunca.² Essas foram as palavras da jovem filósofa Edith Stein dirigidas às suas irmãs Erna e Rosa no meio das experiências dolorosas e das duras perdas vividas durante a Primeira Guerra Mundial. Essas palavras poderiam também ser dirigidas a cada um de nós, que somos afetados pelos acontecimentos angustiantes do nosso tempo, sempre expostos à tentação de cair numa visão pessimista da vida, que facilmente pode levar à depressão e ao desespero. No entanto, mesmo com todas as dificuldades dos seus dias, Edith Stein percebia a aurora de um novo tempo, caracterizado por um novo espírito: É absolutamente certo que estamos num momento crítico do desenvolvimento da vida espiritual humana, e não devemos nos queixar se esta crise é mais demorada do que cada um julga poder aguentar. Aquilo que agora é tão horrível e que eu certamente não quero atenuar é o espírito a ser superado. Entretanto, o espírito novo já está presente e ele certamente prevalecerá.³ Esse espírito novo que, segundo Edith Stein, estava presente na filosofia e na arte – e continua a estar presente há mais de cem anos – marca a superação do materialismo e do naturalismo e conduz a uma compreensão mais plena, mais profunda e mais aberta da humanidade presente em cada um.

    Esse espírito novo, essa nova forma de compreender o ser humano brilha nas primeiras obras filosóficas de Edith Stein, a saber, na tese de doutorado O problema da empatia, nas duas Contribuições para a fundamentação da psicologia e das ciências do espírito, mais exatamente nas obras Causalidade psíquica, Indivíduo e comunidade e Uma investigação sobre o Estado, como possibilidade de superação do espírito velho – que seria, na verdade, uma falta de espírito, símbolo de uma visão reducionista e desumanizante da pessoa, presente em tantas abordagens psicológicas e filosóficas do século XIX até os nossos dias. Desde as primeiras publicações, Stein resgata, com rigor filosófico fenomenológico, as dimensões perdidas do espírito, da alma, da liberdade, dos valores, como indispensáveis para fazer jus à ampla gama das vivências humanas. É graças a essas instâncias humanas que se pode falar do valor e da dignidade da pessoa humana, da possibilidade de encontrar um sentido e uma missão na vida, de construir relacionamentos e comunidades edificantes nas quais é possível viver um nós que não exclui, mas pressupõe a autêntica individualidade. Essa visão nobre do ser humano tem consequências para o pensamento político e jurídico, pois é incompatível com qualquer ideologia totalitária, pressupõe uma estreita relação entre estado, direito, ética e valores. A obra A estrutura da pessoa humana (ou, como alguns preferem, constituição) completa oportunamente o número de obras que apresentam esta nova visão do ser humano, agora já explicitamente aberta a outras tradições filosóficas, como a aristotélico-tomista, mas sem jamais abandonar as bases do método da fenomenologia husserliana.

    A experiência fascinante de encontrar nas obras de Edith Stein este espírito novo, este frescor, este amor à vida e à pessoa humana, nos últimos anos, cada vez mais tem despertado o interesse crescente de estudiosos no Brasil e no mundo. São pesquisadores e pesquisadoras das mais variadas áreas do saber, da filosofia e da psicologia, da teologia, do direito e da pedagogia, entre outras, que recorrem à obra steiniana para nela encontrar as bases para uma nova antropologia integral, em vista de uma compreensão mais plena e mais profunda do ser humano em todas as suas dimensões. As reflexões encontradas são riquíssimas e rigorosas, indicam pistas luminosas e encantadoras para a recuperação do verdadeiro sentido do ser humano, aberto à própria interioridade, ao outro e à construção de um mundo melhor e mais comunitário.

    Não se pode negar que, nos dias de hoje, muitos percebem a urgência de uma humanização, a necessidade de fortalecer o vínculo com as forças positivas intrínsecas à pessoa humana, a vivência da empatia e o compromisso com os valores; e não são poucas as pessoas que encontram luzes nos escritos de Edith Stein, apesar de que estes nem sempre são de fácil compreensão. Às vezes, a obra dessa grande filósofa é percebida como um enorme tesouro que, no entanto, por motivo de distância histórica, cultural, conceitual e linguística, ainda é visto por muitos como uma riqueza de difícil acesso. É com o intuito de ajudar aqueles que desejam desvendar com mais facilidade os segredos desse tesouro que a professora Adair Aparecida Sberga oferece, à comunidade acadêmica, aos pesquisadores e estudantes, mas, sobretudo, aos iniciantes nos estudos steinianos, este guia facilitador para o estudo da antropologia filosófica e pedagógica de Edith Stein. Esta obra facilitadora e pedagógica é fruto de uma intensa dedicação ao estudo das obras em questão e à análise – mais do que compilação – dos conceitos cruciais para a sua compreensão. Dessa forma, a professora Adair proporciona ao leitor deste guia um instrumento de apoio que favorece a compreensão dos conceitos steinianos e estimula o leitor a refletir, aprofundar e até mesmo descobrir a evolução conceitual na própria obra de Stein.

    Com o intuito de aproximar o leitor dos conceitos steinianos, a professora Adair recorre à tradução para o italiano das obras O problema da empatia, Causalidade psíquica, Indivíduo e comunidade (as duas últimas reunidas no volume Psicologia e ciências do espírito: contribuições para uma fundação filosófica), Uma investigação sobre o Estado e A estrutura da pessoa humana, traduzindo fielmente para o português inúmeros trechos, muitos inéditos no Brasil, que encontramos nos glossários que foram elaborados para cada obra. Considerando a ausência de traduções para o português e as dificuldades dos estudantes e pesquisadores brasileiros de trabalhar seja com o original em alemão, seja com outras traduções, a opção de trazer trechos conceituais a partir da versão italiana possibilita uma boa primeira aproximação, bastante oportuna neste momento. A autora contextualiza as obras em questão na história das ideias, apresenta o percurso argumentativo de cada uma delas e indica pistas seguras para uma primeira compreensão global da reflexão steiniana, permitindo assim uma orientação global acerca do conteúdo e do alcance desses escritos. Recorre inclusive à ajuda de estudiosos internacionais, como Angela Ales Bello, Luisa Avitabile e Alasdair MacIntyre para aclarar mais ainda os conceitos steinianos.

    O glossário, em tradução livre a partir da versão em italiano, merece um destaque especial. Ele é muito amplo, tanto no que concerne ao número de verbetes como ao número de trechos citados para cada conceito, revela um grande amor ao detalhe, traz uma notável riqueza conceitual e não foge às finezas das diferenciações. Deixa falar os próprios textos da Edith Stein para aclarar importantes distinções, como eu puro, eu psíquico, consciência, vivência, sentimento, massa, comunidade, ato de vontade, causalidade, para mencionar somente alguns. Dessa forma, permite ao leitor uma rápida orientação, que encontra não apenas uma única definição, mas múltiplas referências às páginas das obras de Stein nas quais ela trata do tema em questão. Ou seja, o glossário funciona quase como um minidicionário steiniano, que proporciona uma primeira orientação acerca de um determinado tema. Outra possibilidade que o glossário oferece é a de um estudo comparativo entre as obras em questão, a partir da evolução dos conceitos de uma obra para as outras.

    A autora consegue trazer para mais perto de nós esta grande pensadora que, apesar de ter vivido em contexto histórico bem diferente do nosso, revela uma atualidade surpreendente, a ser descoberta cada vez mais. Somos gratos pela oportunidade de acompanhar os passos de uma estudiosa incansável e apaixonada que nos presenteia com este guia, precioso instrumento de apoio para todos aqueles que querem mergulhar na riquíssima obra de Edith Stein. Temos em mãos um auxílio valioso para todos aqueles que querem recorrer ao pensamento steiniano, principalmente se for com o intuito de firmar um compromisso com a educação e a humanização, superando os diversos reducionismos que estão presentes nas ciências humanas até hoje. Cada leitor tirará um proveito diferente, pois as possibilidades de trabalhar com este guia são muitas. O que pode ser comum a todos é o profundo desejo de desvendar um pouco mais a verdade sobre o ser humano, na certeza de que o medo não pode paralisar a nossa alegria de viver, que o humano nunca pode ser engolido por visões unilaterais inspiradas na biologia, na tecnologia ou em ideologias totalitárias. De uma forma ou de outra, somos todos chamados a sermos educadores, construtores do humano, capazes de uma conexão profunda com a força vital, aptos a viver a empatia e a intersubjetividade, preparados para criar vínculos e seguir valores. Que a leitura deste guia nos faça conhecer algo do espírito novo de Edith Stein e nos mostre os motivos para dizer sim à vida mais do que nunca!

    Ursula Anne Matthias

    Introdução

    Os escritos, as concepções teóricas e os argumentos elaborados pela filósofa e educadora Edith Stein têm atraído pesquisadores e estudantes em todo o mundo devido à sua atualidade e ampla versatilidade nas discussões sobre o ser humano e a realidade que o toca a viver, promovendo uma escavação mais profunda e propositiva para o debate nos contextos contemporâneos. Sem dúvida, Edith Stein é uma célebre e renomada pensadora que contribui para o avanço das ciências humanas, mas sobremaneira para um conteúdo mais benéfico da compreensão do ser humano e da sua magnitude, que é a chegada à essência da dignidade e do valor de cada pessoa.

    Essa compreensão da dignidade humana e da sua magnitude, que está sempre em busca de novas descobertas, é uma tarefa que se destina a todos. Contudo, não é uma tarefa fácil, é uma ação empenhativa e exigente, mas é sempre deslumbrante e gratificante. Para propiciar esse trajeto é que surge esta obra, a qual pretende ser um instrumento facilitador para aqueles que estudam as teorias de compreensão do ser humano segundo a abordagem de Edith Stein (1891-1942). Seu propósito é o de trazer uma aglutinação, em forma de glossários, dos conceitos e/ou ideias mais recorrentes na trilogia fenomenológica sobre as questões antropológicas, a saber: O problema da empatia, Psicologia e ciências do espírito: contribuições para uma fundação filosófica e Uma investigação sobre o Estado. E, para favorecer e ampliar ainda mais essa compreensão, nesta obra, é acrescida a compilação de conceitos, definições e/ou ideias de mais um livro da mesma temática, de suprema importância, que é A estrutura da pessoa humana.

    A convicção de que a forma de proceder desta obra é significativa partiu da experiência da autora, que, enquanto estudiosa das obras de Edith Stein, precisou elaborar um recurso que facilitasse a sua compreensão dos conceitos apresentados pela filósofa nas suas obras. Os textos são difíceis, e, para um(a) pesquisador(a) iniciante, são ainda mais desafiantes, já que o modo descritivo de Stein, apesar de ser extremamente didático, é complexo e se desenvolve em um pensamento circular e gradativo, que não dá conclusões imediatas. Junto à descrição, Stein vai desenvolvendo os conceitos e as noções, analisando suas possibilidades, refletindo sobre seus procedimentos frente à vida e investigando novos âmbitos para o seu acontecer. Agindo assim, há uma expansão no domínio dos termos, das explicações e das descrições que vão aparecendo ao longo dos seus escritos. Por isso, o instrumento elaborado foi a compilação de glossários, ordenados em sequência alfabética, o que favorece uma visão de conjunto dos principais conceitos, definições e/ou ideias apresentados nos livros de estudo, possibilitando seu autêntico entendimento segundo a visão da filósofa.

    Esses glossários são facilitadores e se fazem necessários porque os escritos de Stein surgem dentro de contextos muito específicos, são de aulas proferidas para suas alunas, de conferências, de pesquisas, de estudos realizados com seus colegas e com o próprio mestre Edmund Husserl etc. Quem vai lê-los em outra época e sem o calor dos debates daquele momento, daquela primeira metade do século XX, encontra muita dificuldade. Foi o que, pessoalmente, sentiu a autora deste trabalho e a impeliu a criar uma ferramenta que a auxiliasse no avanço dos estudos, que se tornou útil para ela ao compreender as teorias de Stein.

    Com a pretensão de colaborar e apoiar muitos leitores, estudantes e/ou estudiosos de Edith Stein e da antropologia filosófica é que surge o presente texto, que traz um panorama geral dos assuntos abordados na referida trilogia e na obra A estrutura da pessoa humana e um glossário para cada um desses livros, que também pode ser considerado um dicionário terminológico, com vocabulário dos principais conceitos, definições, ideias ou noções de cada um desses livros da filósofa. No entanto, somente esses glossários, sem uma consulta direta aos textos e uma reflexão pessoal, são insuficientes para a compreensão global e adequada das questões apresentadas nas obras sobre a antropologia e a fenomenologia, que culminam na concepção do ser humano.

    A descrição dos vocábulos é transcrita a partir dos livros publicados por Città Nuova e Edizioni Studium, na versão italiana, que são fidedignos às obras originais da filósofa, sempre colocando a página de onde foram retirados; a escolha dos conceitos, das definições e/ou ideias foi feita segundo a especificidade dos livros; para uma melhor compreensão, quando foi necessário, fez-se algum acréscimo de palavras que aparecem entre colchetes []; também, para favorecer o entendimento, não se pouparam esforços nem se reduziu o número de caracteres transcritos.

    Almeja-se que, a partir desta obra, os leitores tenham mais domínio na compreensão dos conceitos e das definições abordados por Stein, nas obras consideradas, e se aproximem da sua antropologia e fenomenologia, que tantas contribuições trazem para os seres humanos do tempo presente.

    Introdução às principais ideias da obra O problema da empatia

    A empatia é o primeiro objeto investigado pela filósofa Edith Stein, por ocasião do desenvolvimento da sua tese de doutoramento, evidenciando que, desde a sua juventude e já nesse preliminar início de suas pesquisas, há um direcionamento único em seus temas de estudo, que se caracterizam por um constante e progressivo interesse pelo conhecimento do ser humano.

    Partindo desse interesse, após terminar o sexto semestre do curso universitário,⁵ Stein manifesta a Edmund Husserl (1859-1938) sua intenção de desenvolver uma pesquisa sobre a Einfühlung (empatia ou entropatia), para defender o exame de Estado e continuar o aprofundamento do mesmo tema em seu estudo de doutorado. O mestre se admira de que, após somente seis semestres de faculdade, a aluna já se disponha a investigar um tema tão complexo e exigente da fenomenologia, mas lhe dá a permissão.

    Stein não escolhe, aleatoriamente, o tema da Einfühlung. Nas aulas ministradas por Husserl, no início do semestre de verão de 1913, ouve pela primeira vez o termo Einfühlung.⁶ É uma temática desenvolvida pelo professor Theodor Lipps (1851-1914)⁷ frequentemente citada por Husserl em suas aulas, porém sem que se precisem seu significado e suas implicações. Contudo, Stein já percebe sua proficuidade para um conhecimento mais objetivo do ser humano, intui que é um conceito de fundamental importância e, sentindo o grande desejo de compreendê-lo com maior competência, põe-se a estudá-lo com base na literatura existente. Uma trajetória de estudo e interpretação que Stein desenvolve praticamente sozinha, pois seu mestre, além de exigente, lhe dedica, de fato, pouca atenção (Ales Bello, 1998, p. 8), já que está sempre muito ocupado e absorto em suas pesquisas e atividades.

    "O problema da Einfühlung ocupa todo o dia de Stein, indo das seis da manhã até altas horas da noite" (Costantini, 1998, p. 22), durante o período que se estende de setembro de 1913 a julho de 1914.⁸ Encontrando muita dificuldade na investigação do argumento, Stein constata que primeiro é necessário esclarecê-lo para si mesma, antes de tematizá-lo, para depois tirar as conclusões. Além disso, os escritos que lia de Lipps não convergiam com aquilo que ouvia nas aulas de Husserl. "O que Lipps chamava Einfühlung, e que estendia à estética, à ética e também à teoria do conhecimento, tinha pouco em comum com a interpretação fenomenológica de Einfühlung e, portanto, quase nada em comum com o que entendia Husserl" (Costantini, 1998, p. 32).

    O objeto da pesquisa de Stein se qualifica em torno do conhecimento da experiência do outro, tanto em relação ao aspecto do psíquico quanto ao do espírito, além de precisar o que diferencia um conhecimento empático de um conhecimento em geral acerca do outro. Stein trata de modo exaustivo o tema da empatia, pois sua intenção é definir o conceito de empatia, abordar sua gênese, esclarecer sua essência e indicar sua modalidade de atuação no seguimento rigoroso do método fenomenológico, ou seja, Stein quer caracterizar o momento empático em que se delineia a relação intersubjetiva entre duas pessoas. Assim, ao realizar um confronto e uma análise das concepções de Theodor Lipps e Max Scheler (1874-1928), considerados os dois maiores expoentes da teoria empática da época, ela apresenta seus fundamentos e esclarece por que concorda ou diverge deles.

    Na data correta, novembro de 1914, Stein entrega o trabalho para posteriormente prestar o exame oral de Estado, marcado para os dias 14 e 15 de janeiro do ano seguinte. Superado o exame, retorna às aulas com Husserl no semestre de inverno europeu de 1915.⁹ Nesse período, pede a confirmação do mestre e orientador para defender a tese de doutorado sobre o mesmo tema da Einfühlung (Costantini, 1998). Trabalha sozinha na elaboração de sua tese até a Páscoa de 1916. Envia-a, por correio, para Husserl, que está em Friburgo. Depois de um período de férias em Breslávia (atualmente Wroclaw, Polônia), Stein vai para Friburgo e frequenta o seminário de estudos de Husserl, enquanto o mestre lê seu trabalho e ela aguarda para a defesa oral.

    Durante esse período, numa certa tarde, Stein encontra Husserl¹⁰ e ele lhe diz que está bastante adiantado na leitura do seu texto e expressa: "Você é uma mocinha muito dotada. [...] Penso somente que não será possível publicar este trabalho junto com as Ideias no ‘Jahrbuch’. Tenho a impressão de que você antecipou algumas coisas da parte II das Ideias" (citado por Costantini, 1998, p. 22-23). De fato, apesar de Stein jamais ter lido, enquanto redigia sua tese, o que Husserl havia escrito sobre a Einfühlung,¹¹ ela acaba chegando às mesmas conclusões que o mestre, as quais são apresentadas no livro Ideias para uma fenomenologia pura e uma filosofia fenomenológica.¹² O trabalho escrito por Stein é bastante complexo, e o próprio Husserl foi obrigado a concentrar a atenção na leitura, para que o texto não se tornasse excessivamente difícil também para ele (Costantini, 1998, p. 25).

    Stein defende a tese no dia 3 de agosto de 1916,¹³ na Faculdade de Filosofia da Universidade de Friburgo, recebendo a qualificação máxima, summa cum laude, e a obra recebe autorização para ser publicada parcialmente no dia 12 de fevereiro de 1917.

    O problema da empatia foi um texto inédito que, segundo Ales Bello, representa o início do caminho de pesquisa fenomenológica [...] no qual se delineia uma antropologia filosófica (Ales Bello, 1998, p. 9), e acrescenta que é um texto magnífico, fidelíssimo aos cânones do método fenomenológico husserliano, mas também livre e original ao aplicá-lo em um campo muito inexplorado – especialmente naquela data – pelo Mestre (p. 12-13). Na visão de Valori (1998), é uma obra de raro valor científico (p. 12) que não se limita a ser uma curiosidade histórica, mas um tema central e decisivo para a cultura contemporânea (Valori, 1998, p. 13), porque abre novas perspectivas em relação à temática da empatia e traz uma útil contribuição à pesquisa filosófica (Valori, 1998, p. 12). Sua investigação é exaustiva, tendo posterior continuidade e desenvolvimento na obra Psicologia e ciências do espírito: contribuições para uma fundação filosófica.

    Resumindo, quando a filósofa inicia o percurso de conhecimento do ser humano, pautado nos fundamentos antropológicos e filosóficos,¹⁴ o ato empático se manifesta como um dinamismo imprescindível para a compreensão das estruturas presentes na subjetividade e na intersubjetividade humana.

    2.1 A empatia e a constituição do indivíduo próprio

    Na visão contemporânea, empatia é uma forma de identificação intelectual ou afetiva de um sujeito com uma pessoa, uma ideia ou uma coisa (Priberam, 2020) que acaba, na maioria das vezes, sendo interpretada como um ato de simpatia, uma forma de se colocar na pele do outro, ou mera identificação com o outro. Para evitar esses reducionismos ou a simplificação conceitual, alguns filósofos também traduzem a palavra Einfühlung por entropatia e preferem usá-la em vez de empatia.¹⁵

    Stein (1917/1998) entende que a empatia é um ato de vivência caracterizado como uma "espécie de atos experienciais sui generis" (p. 79), ou seja, a empatia é de um gênero próprio, especificamente característico, que não se iguala a nenhum outro.

    Por meio dos dois passos da epoqué, que são a redução à essência e a redução ao sujeito, é possível identificar como acontece esse ato empático. O indivíduo chega a captar que o outro é um ser humano como ele e tem sensações e sentimentos como ele; por exemplo, pode sentir a dor que o outro sente porque também tem a vivência da dor e, ainda mais, pode refletir sobre o seu sentir a dor do outro. Também a dupla redução pode se dar da seguinte forma, como interpreta Ales Bello (2009): redução ao meu ‘eu’ que ‘sente’ o que o outro está vivendo, e ao meu ‘sentir’ o que outro está vivendo (p. 83).¹⁶

    É essa consciência reflexiva que capta aquilo que resta do que é colocado entre parênteses. E o que resta do que está entre parênteses é o eu fenomenológico, o eu refletidor, o ser humano capaz de perceber, de projetar, de empatizar. Então, o sujeito que empatiza se dá conta de que seu corpo é um corpo entre muitos corpos, que é um corpo próprio animado, e, desse modo, se percebe como um indivíduo psicofísico entre muitos indivíduos.

    Nesse mesmo sentido, seguindo as indicações do mestre, que orienta seus discípulos a discutir o tema em estudo com os pensadores contemporâneos, Stein constata que Theodor Lipps, um dos maiores estudiosos de seu tempo da questão da empatia, também chega à constatação de que um indivíduo se entende verdadeiramente como indivíduo – um Eu entre muitos Eus – só quando aprende a se considerar por meio da analogia com outro Eu (Ales Bello, 2009). Lipps ainda considera que, no processo de identificação com o outro, os dois sujeitos se fundem e se tornam um único Eu, o que é contestado por Husserl e Stein. No entanto, Stein quer ir além e demonstrar que a empatia é importante não só para que o indivíduo se reconheça como um entre outros, mas também para a descrição antropológica e para a constituição do indivíduo próprio.

    Ela constata que a empatia oferece uma contribuição à constituição do indivíduo próprio porque dá a ele a possibilidade de se ver e se conhecer por meio da visão e percepção do outro. Stein afirma que o mundo percebido e aquele dado de maneira empática são o mesmo mundo visto de modo diferente (Stein, 1917/1998, p. 157).

    Com isso, a autora quer esclarecer que o mundo que se mostra é sempre o mesmo, mas a sua percepção se apresenta dependente não só do ponto de vista de quem olha, mas também da qualidade do observador, porque a aparição do mundo é dependente da consciência individual, enquanto o mundo que aparece [...] se demonstra como independente da consciência (Stein, 1917/1998, p. 158). O indivíduo, que é prisioneiro da sua individualidade, não pode ir além do mundo como ele o consegue captar, mas, pela empatia, se consegue ultrapassar essa barreira, porque ele pode constatar como o mesmo mundo aparece de modo diferente para os outros indivíduos. Assim também os outros revelam para o indivíduo muitos aspectos dele mesmo, que ele não havia conseguido enxergar ou perceber. Isso porque não existe a possibilidade de um olhar livre sobre si mesmo, como se tem em relação a olhar o corpo do outro (Ales Bello, 2009).

    Nesse sentido, Stein explica que, quando a relação estabelecida se dá somente mediante a percepção externa, esta se limita unicamente ao âmbito do corpo físico; no entanto, a relação precisa se aprofundar, indo para o âmbito do psicofísico e do espiritual, para acontecer mais plenamente a vivência da empatia. Ao mesmo tempo, essa relação de empatia entre as pessoas é uma via de mão dupla, se dá de modo recíproco, porque, quando um está empatizando, o outro também está sendo empatizado, e é natural que seja assim, pois a empatia é um aspecto presente na constituição do ser humano. Quem empatiza uma determinada vivência presente no outro tem mais condições de analisar como essa mesma vivência acontece em si mesmo e como o outro a concebe e, finalmente, o julga. Diante desse aspecto, Ales Bello (2003 e 2007), procurando compreender Stein, expressa:

    A constituição do outro indivíduo é a condição da constituição do indivíduo próprio: enquanto capto o corpo de outro como meu semelhante, capto também a mim mesmo como semelhante a ele, assim, em nível psíquico, me coloco mediante o seu ponto de vista para olhar a minha vida psíquica, adquirindo a imagem que o outro tem de mim (p. 45-46 e 142).

    Ao adquirir uma imagem de si por meio do outro, a pessoa não se conforma à construção que o outro faz dela, porque ninguém pode determinar socialmente uma individualidade, mas o outro é um alter ego, alguém que permite à pessoa uma maior compreensão de si mesma, ajudando-a na sua autoconscientização e autoavaliação, o que pode lhe favorecer ajustes em possíveis casos de engano sobre si mesmo. Isso é significativo, pois, como interpreta Bello, o ponto de partida no encontro concreto entre as pessoas não é a subjetividade própria, mas a alteridade, ou seja, é o outro que suscita na pessoa uma comparação com o que lhe é dado na percepção interna, consentindo-lhe adquirir sempre mais consciência de si mesma através de um contínuo voltar-se a si mesma (Ales Bello, 2003, p. 46).

    Assim, os erros e os enganos também podem acontecer em relação à compreensão que se faz do outro, quando se julga o outro com o próprio metro para chegar ao conhecimento da vida psíquica do outro (Stein, 1917/1998, p. 190). Quer dizer, o engano se dá quando a pessoa não se liberta da própria individualidade para analisar e julgar o outro.

    Para evitar esse erro, diz Stein, ocorre constantemente um controle da empatia mediante a percepção externa, dado que a constituição do outro indivíduo é fundada em tudo sobre a constituição do corpo (Stein, 1917/1998, p. 190). Mas, como já afirmado anteriormente, a percepção externa¹⁷ é um primeiro momento para a realização de uma análise empática, e esta deve prosseguir para um nível mais avançado, que é o espiritual.

    Mas é ainda preciso salientar que Stein faz outra consideração, afirmando que normalmente as pessoas não objetivam as próprias vivências, mas fazem isso com naturalidade quando se trata da vida psíquica do outro. O outro é objetivado porque tem um corpo que é percebido. A empatia favorece que a pessoa mesma se aproprie da imagem que o outro faz dela,¹⁸ e isso permite que também ela comece a objetivar a si mesma, que perceba como a sua vida psíquica se manifesta, o que pode facilitar um processo de autoanálise. Mas Stein ainda alerta que é possível ter uma concepção errada de si mesmo, e é a empatia que se oferece como um corretivo para esses erros.

    É possível que um outro me julgue não melhor de quanto eu julgo a mim mesmo e me dê maior clareza sobre mim mesmo. Por exemplo, ele se dá conta de que eu, ao cumprir uma boa ação, olho ao redor e procuro suscitar aprovação, enquanto eu mesmo creio que estou agindo por pura compaixão. Nesse modo, a empatia e a percepção interna colaboram juntas para me tornar mais claro a mim mesmo (Stein, 1917/1998, p. 192).

    Portanto, a empatia é um componente essencial, um recurso que torna a pessoa mais consciente de quem verdadeiramente ela é, além de ser uma condição de conhecimento do mundo existente. Ainda mais, a empatia é um momento de crescimento, de abertura e de compreensão do mundo e de si. [...] Tantas experiências não vividas em primeira pessoa se tornam acessíveis em virtude daquela dos outros [...] que me permite uma descoberta contínua de mim mesmo (Pezzella, 2007, p. 56) e se torna uma ponte para o encontro com o outro. Na partilha do ato empático, as pessoas descobrem, reciprocamente, a confiança e a esperança mesmo diante do sofrimento, pois percebem que as dificuldades são comuns e sempre há uma ajuda mútua na busca de soluções e de sentido para as próprias vivências, o que abre, então, para a intersubjetividade, outro aspecto da empatia.

    2.2 A empatia e a experiência intersubjetiva

    Husserl se dedica por décadas ao estudo da intersubjetividade e desenvolve uma intensa análise da empatia por considerá-la o ponto central da relação entre os sujeitos. O longo tempo dedicado e o volume de páginas escritas¹⁹ revelam, além da importância do tema, a complexidade da teorização da empatia e a sua relevância nos atos de vivências. Também Stein, ao se dedicar ao estudo da pessoa humana, percebe a essencialidade do tema empatia não só para compreender a constituição do indivíduo, mas até mesmo a constituição da comunidade.

    A empatia é um ato de comunicação que Stein identifica como um ato de consciência qualitativamente diferente, porque é esse ato que permite ao ser humano reconhecer que as outras pessoas, mesmo possuindo especificidade e individualidade próprias, são seres humanos como ele e se revelam imediatamente diferentes de um animal ou de um determinado objeto. A empatia é um instrumento natural, imediato, tipicamente humano por meio do qual se consegue captar e compreender os outros, as suas vivências, os seus estados de ânimo, os seus sentimentos (Pezzella, 2007, p. 54). É a empatia que permite a relação de intersubjetividade, de proximidade com o mundo do outro, não como uma modalidade que se usa quando se quer ou se tem necessidade, mas como algo ligado à natureza das pessoas, que lhes consente partilhar suas angústias, suas dores e suas alegrias de modo imediato.

    Nesse sentido, a autora, citando Husserl, afirma que a empatia, como fundamento da experiência intersubjetiva, se torna condição de possibilidade de um conhecimento do mundo externo existente (Stein, 1917/1998, p. 158), porque a empatia não é uma ideação, mas um modo de captar o que existe hic et nunc (aqui e agora). Ainda explica a filósofa:

    Se começamos com o evidente manifestar-se do fenômeno que nos vem revelado na sua concretização e plenitude, por meio do mundo da nossa experiência, logo nos damos conta de que o fenômeno de um indivíduo psicofísico é decisivamente diferente daquele de um objeto físico. De fato, o fenômeno não se dá somente como corpo físico (physischer Körper), mas também como corpo próprio (Leib) dotado de sensibilidade, como corpo ao qual pertence um Eu capaz de ter as sensações, de pensar, de sentir e de querer, enfim, como corpo que não faz parte só do meu mundo fenomênico, mas é ele mesmo centro de orientação de um semelhante mundo fenomênico, diante do qual se encontra, e com o qual eu estou em troca recíproca (Stein, 1917/1998, p. 70).

    Assim, a pessoa que se considera como ponto zero de orientação,²⁰ ou seja, que, a partir de si mesma, enxerga e interpreta a si mesma e o mundo, passa a perceber, mediante a empatia, seu ponto zero não mais como ponto zero, mas como um ponto espacial entre muitos (Stein, 1917/1998, p. 156). O outro também se torna um ponto zero de orientação e, desse modo, o mundo percebido e o mundo que me é dado de modo empático são o mesmo mundo, visto de modo diferente (Stein, 1917/1998, p. 157). Pela empatia, a pessoa se percebe como um indivíduo entre muitos, aprende a enxergar as próprias imperfeições e constata sua diferença em relação aos outros. Contudo, continua a autora, a imagem do mundo que empatizo no outro não é só uma modificação da minha imagem sobre base de uma diferente orientação, mas varia segundo a característica captada pelo seu corpo próprio (Stein, 1917/1998, p. 155). Por isso, pela empatia, a imagem do mundo, captada pelo outro, modifica a imagem que a pessoa própria capta. Com isso, o mundo empatizado ganha uma concepção mais enriquecida ao favorecer à pessoa uma melhor tomada de consciência da constituição do seu ser humano e do seu modo de ser e estar no mundo.

    Esclarecendo ainda mais, torna-se importante ressaltar que, para Stein, a empatia não tem unicamente o caráter de percepção externa (o que é percebido se mostra em carne e osso), porque a empatia mesma é a condição para se chegar a conhecer de forma mais consciente o mundo externo e o mundo interno vivenciado pelo outro.

    Stein avança na questão e compreende que a empatia é uma experiência da consciência do outro (Stein, 1917/1998, p. 79), sendo que a essência da empatia está no fato de captar, por exemplo, o sofrimento ou a dor estampada no rosto do outro. Assim, quando se procura compreender o estado psíquico pelo qual um amigo está passando, essa experiência deixa de

    Enjoying the preview?
    Page 1 of 1