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A vida dos pinguins
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Ebook76 pages25 minutes

A vida dos pinguins

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About this ebook

Estes pinguins de Airton Paschoa parecem aves, bichos, mas são humanos – especialmente humanos, fundamentalmente humanos, que é o que de fato interessa – aparentemente provenientes dos cronópios e famas de Júlio Cortázar e dos bichos-humanos subterrâneos nascidos de Kafka, mas talvez de outras origens, que falam de uma humanidade nos limites do quase nada, mas falam de si e de nós todos. Trata-se de uma fala de mínimos limites, de mínimos argumentos ou constatações, um mundo semifalante, como se a palavra se dissolvesse na não-fala, em busca de sentidos indisponíveis, que arcam com as palavras feito um peso morto, no qual a metáfora ou alegoria do título do livro remetesse a um mundo remoto e perdido.
Porém, não se trata de um mundo morto, senão de nosso mundo feito ruínas, fragmentos do que poderíamos ser, ter sido, a rigor, do que somos. Para lembrar Eliot, trata-se de uma terra devastada, como sobrante de um bombardeio que nos desfez e nos restos do qual nossos corpos e nossa mente se movem em busca de alguma coisa. Ao leitor cabe conviver com as fortíssimas tensões dos textos e alinhar-se à aventura de pensar e refletir em suas propostas e seus temas, como algo que a vida intelectual não oferece de barato mas recompensa como poucos livros da nossa literatura contemporânea. É um desconforto para crescer e humanizar-se.
LanguagePortuguês
Publishere-galáxia
Release dateNov 11, 2021
ISBN9786587639697
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    A vida dos pinguins - Airton Paschoa

    capa A Vida dos Pinguins

    Airton Paschoa

    A VIDA DOS PINGUINS

    2a edição

    (revista)

    ao André e ao Artur,

    meus melhores pinguins

    Índice

    Que bicho é esse? por Valentim Facioli (à guisa de prefácio)

    Baixo Íleo

    Autoimobilismo

    Artrose

    ATV

    Parábola

    Circulatura do quadrado

    Banho de sol

    A vida dos pinguins (fim)

    A vida dos pinguins (continuação)

    Trote

    Disposição

    Idade da ração

    Chinesinhos

    Interior

    Arabesco

    Pousada

    Precipitação

    Promessa

    Usucapião (ou do amor terreno)

    Ponto pacífico

    Inexistência

    Nuvens

    Desfeita

    Morte digna (estudo de escaravelho)

    Duplamente qualificado

    Santa assepsia

    O diretor

    Ad miraculum

    O Cortiço II

    Ara

    INSS

    Luz

    Três terços

    Dignidades

    Gatos e homens (goeldiana)

    Poeta

    In vitro

    O saco

    Preparando o enterro na rede

    Artista

    De artes e malas-artes

    Suporte

    Entre as pernas

    Ancien régime

    Ruína

    Cozinhando

    Urna

    Quebra-cabeça

    Aos nossos pais

    O sorriso da sociedade

    Neofranquismo

    Empreendedorismo

    Direito de resposta

    Mistério dos transportes

    Labirintite

    Justiça poética

    Anestesia

    Dado

    Mimese

    Formigamento

    Sobre o autor

    Que bicho é esse?

    Estes pinguins de Airton Paschoa parecem aves, bichos, mas são humanos — especialmente humanos, fundamentalmente humanos, que é o que de fato interessa — aparentemente provenientes dos cronópios e famas de Julio Cortázar e dos bichos-humanos subterrâneos nascidos de Kafka, mas talvez de outras origens, que falam de uma humanidade nos limites do quase nada, mas falam de si e de nós todos.

    Trata-se de uma fala de mínimos limites, de mínimos argumentos ou constatações, um mundo semifalante, como se a palavra se dissolvesse na não-fala, em busca de sentidos indisponíveis, que arcam com as palavras feito um peso morto, no qual a metáfora ou alegoria do título do livro remetesse a um mundo remoto e perdido.

    Porém, não se trata de um mundo morto, senão de nosso mundo feito ruínas, fragmentos do que poderíamos ser, ter sido, a rigor, do que somos. Para lembrar Eliot, trata-se de uma terra devastada, como sobrante de um bombardeio que nos desfez e nos restos do qual nossos corpos e nossa mente se movem em busca de alguma coisa. Que coisa?

    Este livro de Airton Paschoa é um modelo excelente

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