Um país chamado Brasil: A história do Brasil do descobrimento ao século XXI
De Marco Villa
5/5
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Sobre este e-book
Um país chamado Brasil apresenta um amplo painel da nossa história, oferecendo uma visão da nossa formação política, econômica e cultural em sua totalidade. Marco Antonio Villa combina uma vasta bibliografia — associando autores clássicos e a moderna historiografia brasileira — com uma
apresentação sintética e precisa dos diversos momentos da nossa história. O autor não perde de vista a compreensão das transformações que ocorrem no mundo entre os séculos XVI e XXI, inter-relacionando essas modificações com o processo interno brasileiro, numa feliz combinação do particular com o geral.
Ricamente ilustrado, esta é uma leitura que vai interessar a todos os públicos, do leigo ao intelectual — sem abandonar o rigor científico de quem foi professor durante toda uma vida. Villa evita simplificações que empobrecem a compreensão dos diversos momentos da nossa história. Apresenta um Brasil plural, com suas contradições, acertos e erros. Distancia-se do anacronismo presente em análises vulgares de complexos processos históricos. Não faz concessão. Pelo contrário, tem como perspectiva analítica o entendimento dos acontecimentos e sua correlação com o movimento da história. Um livro essencial para quem quer entender o presente e pensar o futuro tendo como base como se construiu esse país chamado
Brasil.
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Avaliações de Um país chamado Brasil
3 avaliações1 avaliação
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Livro conciso na história do Brasil, muito bom mesmo para se ter um panorama dos acontecimentos históricos no Brasil até o início do século XXI.
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Um país chamado Brasil - Marco Villa
PARTE I
Colônia
CAPÍTULO 1
Por mares nunca dantes navegados
A descoberta das terras americanas pelos europeus não foi resultado de uma aventura isolada. A Europa vinha explorando o oceano Atlântico desde o princípio do século XV. Devido a uma série de mudanças que ocorriam no Velho Mundo, os portugueses foram os primeiros a enfrentar o oceano, iniciando a expansão marítimo-comercial, que resultou na conquista da América pelos europeus. A caravela, navio de vela latina e pequeno calado, constituiu a embarcação por excelência da exploração e descoberta do Atlântico. E também o navio rápido próprio para levar e trazer informações
.[2]
No início do século XV, havia um importante comércio de especiarias proveniente do Oriente (canela, cravo, pimenta, gengibre, noz moscada), que era monopolizado por Gênova e Veneza através do mar Mediterrâneo. Para romper esse domínio, um caminho possível seria buscar outra via marítima, o oceano Atlântico. As informações eram muito imprecisas a respeito da costa africana e de sua cartografia desconhecida pelos europeus.
Muito cedo, Portugal reuniu as condições para se lançar a essa epopeia. O reino nasceu em 1139, separando-se do que mais tarde seria a Espanha. No século seguinte, em 1249, os muçulmanos foram expulsos de Portugal. Desde o século XII, Lisboa e Porto eram paradas obrigatórias na rota entre o norte da Europa e o Mediterrâneo, o que logo fez surgir uma influente burguesia mercantil nessas cidades. O processo se completou em 1385, quando foi reafirmada, no campo militar, a independência portuguesa em relação ao reino de Castela e o mestre de Avis (Dom João I) assumiu o trono:
Com a revolução de 1383-1385, a grande nobreza tradicional foi, temporariamente, abatida, porque tomara o partido castelhano e fora vencida na guerra. A influência dos condes […] foi, segundo parece, substituída pelo predomínio dos burgueses interessados numa política de paz e de expansão das atividades comerciais e de juristas, imbuídos do pensamento cesarista do direito romano, e, portanto, defensores do reforço da autoridade real.[3]
Em 1415, Portugal tinha aproximadamente 1 milhão de habitantes. Destes, não chegavam a 60 mil os que moravam em Lisboa, capital e maior cidade do reino. A maior parte dos portugueses vivia da agricultura e os litorâneos dedicavam-se à pesca e à extração de sal. Dom João I, que governou Portugal de 1385 a 1433, iniciou a expansão de seu país em 1415, conquistando Ceuta, cidade do Norte da África, onde esperava obter ouro, escravos e especiarias; e também o domínio do estratégico estreito de Gibraltar, constantemente atacado por piratas árabes. Ceuta era importante, pois de lá partiam caravanas que atravessavam o Saara chegando a